sábado, 21 de fevereiro de 2015

SOBRE O DITO "EUROGRUPO"...


Texto com acordo de princípio já está a ser analisado pelo Eurogrupo


MIGUEL CASTRO MENDES (Bruxelas) e SÉRGIO ANÍBAL

20/02/2015 - 16:44

(actualizado às 18:58)


Negociações preparatórias envolvendo a Grécia e a Alemanha resultaram num acordo de princípio para uma extensão dos empréstimos. Eurogrupo ainda tem de confirmar texto conjunto.Jeroen Dijsselbloem esta sexta-feira antes do Eurogrupo AFP PHOTO / EMMANUEL DUNAND




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As negociações preparatórias lideradas pelo presidente do Eurogrupo para fazer convergir os governos alemão e grego resultaram num acordo de princípio que poderá conduzir a uma extensão dos empréstimos da zona euro à Grécia, adianta a agência noticiosa Reuters, que salienta contudo que o texto ainda tem de ser aprovado pelos 19 ministros das Finanças da zona euro.

A Reuters diz que obteve esta informação de fontes de ambos os lados da negociação e cita um responsável do executivo grego: "Existe um acordo inicial para uma proposta de texto conjunto, que agora está a ser apresentado a todos os ministros. Os pormenores podem ter de ser definidos mais tarde". Em particular, o Governo grego deverá ter de, até segunda-feira, apresentar ao seus parceiros as medidas que pretende pôr em marcha nos próximos meses.

Este princípio de acordo terá surgido na sequência das diligências negociais realizadas nos minutos antes do início oficial do Eurogrupo. Como relatou a AFP, antes da reunião, Dijsselbloem, Christine Lagarde, a presidente do FMI, e Pierre Moscovici, o comissário dos Assuntos Económicos, tentaram levar o ministros das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, e o seu homólogo grego, Yannis Varoufakis, a chegar a um compromisso, reunindo-se com cada um deles de forma separada.

Aos jornalistas presentes na porta de entrada para o Eurogrupo, o presidente Jeroen Dijsselbloem descreveu as negociações como "bastante complicadas"."Estou a falar com os principais responsáveis para encontrar soluções, há razões para algum optimismo, mas está muito difícil." disse Dijsselbloem, numa curta declaração aos jornalistas, antes de entrar para a reunião. Não houve tempo para perguntas.

Os pormenores do acordo ainda não são conhecidos, mas alguns meios de comunicação social gregos afirmam que será uma extensão dos empréstimos de quatro meses (acabando por isso antes de a Grécia ter de amortizar duas emissões de dívida de grandes dimensões em Julho e Agosto) e que a Grécia se compromete a não adoptar medidas contrárias às metas do actual programa. Não serão também, de acordo com esta versão, impostas à Grécia novas medidas que adensem a crise social no país.

O Governo Tsipras terá ainda, de acordo com as mesmas fontes, de dizer aos parceiros europeus quais as medidas que irá colocar em prática nos próximos meses. Os parceiros europeus querem saber quais as reformas estruturais no Estado, como será feito o combate à fraude fiscal e qual o custo das medidas pensadas para combater a crise humanitária que Atenas diz estar a atravessar a Grécia.

Existe também a possibilidade de, durante os próximos dias, um acordo mais definitivo ter de ser acertado entre os diversos países da zona euro, não estando excluída a possibilidade de agendamento de uma cimeira de líderes europeus.

Antes de entrar no edifício do Conselho, Varoufakis tinha-se mostrado, mais uma vez, optimista. À entrada, relembrou que a Grécia fez a maior parte das concessões, esperando agora que os seus homólogos da zona euro vão ao seu encontro "não a meio caminho, mas a um quinto do caminho". "Espero que haja fumo branco no final do dia.", disse.

Por seu lado, à chegada à reunião do Eurogrupo, Wolfgang Schäuble centrou as suas breves declarações na questão da “confiança”. “Isto tem a ver com sermos capazes de confiar uns nos outros e de reforçar a confiança no futuro deste projecto de unificação europeia. É nisso que estamos a trabalhar com todas as nossas forças”, afirmou o ministro alemão das Finanças, que em relação à proposta grega limitou-se a responder que “tudo o que é preciso dizer já foi dito”.

No dia anterior, o Ministério das Finanças alemão tinha dito que a proposta grega era insuficiente, dizendo que faltava “clareza” nos compromissos assumidos por Atenas e na vontade revelada para cumprir até ao fim as condições definidas no programa.

Poucas horas antes da chegada de Schäuble ao Eurogrupo, a líder do governo alemão, Angela Merkel, tinha reafirmado o desejo de continuar a ver a Grécia na zona euro, alertando, contudo, que são necessárias “melhorias significativas” no pedido de extensão dos empréstimos feito pela Grécia.

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