quarta-feira, 30 de junho de 2021

POEMA

 DEUSES DAS ASAS DAS BORBOLETAS

Rosas de um vermelho ululante
gritam nos subterrâneos
do ventre da terra.
Com a luz do dia se libertam numa sinfonia de cor e dor;
e desabrocham a meu lado irradiando fogo jovem
que seduz
a regeneração vibrante de toda a vegetação
do milagre do mundo.
Abrem-se as pálpebras das estrelas,
decididas a entrarem no jardim dos seus- corpos-esplendor,
para com elas cantarem de Amor...rubro...quente...já Presente...
Vou nas tuas artérias, rosa rubra,
-nas tuas lágrimas de orvalho vermelho-
onde canto a Liberdade das sementes
que em ti renascem...
Vou por um qualquer atalho,
pois sei que neles se escondem
os deuses das asas das borboletas.
Vou no teu aroma trepidante, no teu sol
que abre de rompante,
nas tuas pétalas desnudas, no ventre da tua corola
onde guardas,
igualmente,
os versos do meu poema,
tal qual guardas os raios de sol, que sempre te acordam,
assim que te levantas.
©Maria Elisa Ribeiro
ABL/2021
Direitos reservados
Pode ser uma imagem de natureza
Gosto
Comentar
Partilhar

É bom, quando a ladroeira acaba mal

 "Memória do tempo em que fui corrido da direção do Expresso por ter noticiado que José Berardo estava a ser investigado por evasão fiscal. Mas à época ele era um intocável da sociedade portuguesa (além, e sobretudo, de ser sócio do patrão, o qual me deu então 24 horas para me demitir ou ser demitido)."

Joaquim Vieira, jornalista
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Expresso ÚLTIMAS OPINIÃO ECONOMIA EXPRESSO CURTO PODCASTS TRIBUNA EURO 2020 EXCLUSIVOS COVID-19 MULTIMÉDIA Pesqu SOCIEDADE Joe Berardo e o seu advogado detidos. Suspeitas de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento 10h31 DIOGOCAVALEIRO, DIOGO"
Memória do tempo em que fui corrido da direção do Expresso por ter noticiado que José Berardo estava a ser investigado por evasão fiscal. Mas à época ele era um intocável da sociedade portuguesa (além, e sobretudo, de ser sócio do patrão, o qual me deu então 24 horas para me demitir ou ser demitido).

Saudação:BOM DIA!


 

O Romantismo de Florbela Queirós: artigo de Paulo Marques

 

FLORBELA ESPANCA NUNCA SE CONCILIOU COM O AMOR
Agustina Bessa-Luís observou que o amor, para Florbela Espanca (1894 – 1930), correspondia a uma «atitude masculina», pois havia nela uma espécie de sensualidade estética comum a grandes sedutores como Don Juan e Casanova.
Filha de mãe ausente; admiradora incondicional do pai com quem se comportou como «um camarada» com quem «frequentou a mesma tarimba», alimentando um conflito edipiano que nunca resolveu; e vivendo ao longo da vida uma relação com o irmão por muitos considerada incestuosa; a poetisa procurou sempre nos homens da sua vida ― maridos e amantes ― a substituição do amor pelos dois homens da família. Diria numa das suas cartas a Júlia Alves: «Preciso tanto de ser embalada devagarinho... suavemente... como uma criança pequenina, sonhando de olhos fechados, num regaço carinhoso e quente!...»
Em Florbela, o amor foi sempre um amor perdido, mesmo depois de ser encontrado, desilusão atrás de desilusão, numa procura obsessiva que se revelou impossível. Toda ela se entregou nos casamentos, submetendo-se livremente aos homens «amados». Ilusão breve, seguida de imediata necessidade de libertação de um jugo para o qual não estava talhada.
Por outro lado, sendo a sua escrita sobretudo expressão de desejo, carregada de erotismo, e tendo a autora demonstrado ser capaz das maiores paixões: «Eu quero amar, amar perdidamente!/ Amar só por amar: Aqui... além.../ Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente.../ Amar! Amar! E não amar ninguém!», afirmava ser o casamento tal como a posse, algo de brutal, ansiando por morrer virginalmente para, deste modo, espiritualizar o erotismo revestindo-o de uma certa glorificação religiosa.
A sua alma inquieta e insatisfeita fez com que se inconciliasse com o amor. José Régio refere: «Nem o Deus que viesse amá-la, sendo um Deus, lograria satisfazer a sua ansiedade...», e adianta: «...lembremo-nos, continuemos a lembrar-nos que Florbela gosta demasiado de si mesma, comprazendo-se em cantar “os leves arabescos” do seu corpo, a sua “pele de âmbar”, os seus “olhos garços”, sobretudo as suas mãos que tanto veste de imagens. Pormenor impressionante: O que em si própria parece agradar-lhe ― as mãos e os olhos ― é o que mais canta no amante amado. Dir-se-ia que ainda nele se espelha e se procura. E sem dúvida poderemos pensar que, em vários dos seus sonetos considerados de amor, ela é que é o verdadeiro motivo; e o pretenso amado um pretexto. Ora, narcisismo e egolatria não parecem que sejam muito favoráveis ao dom de amar.»
Ela própria reconheceu: «Eu não gosto do sol, eu tenho medo/ que me leiam nos olhos o segredo/ de não amar ninguém, de ser assim!»

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Através do jornalista Carlos Fino

 DESASTRE AMBIENTAL NA AMAZÓNIA SERÁ TRAGÉDIA GLOBAL

SAUDAÇÃO de boa noite!


 

Poema








O SOL NOIVO DA POESIA

 

 

 

À beira do regato que corria perto,

valentemente conhecedor do seu caminho,

sentia que as águas

                         apanhavam a boleia do vento

e deslizavam por baixo do fino véu cinzento

                         das agradáveis neblinas do amanhecer.

 

Arredadas as cortinas, janela aberta para os rumores do mundo,

sentia as palavras excitadas  a soltarem-se na beleza da manhã

que ,como por magia, alvorecia.

 

O vento arrastava o fumo do nevoeiro e consigo levava,

contra os muros do quintal, as folhas das macieiras, das perfumadas

laranjeiras-em-flor, das pereiras de diversos tempos...

ao mesmo tempo que lambia as dálias fogosas dos meus canteiros,

tratados com a luz e a cor do sol

                                                        que se adivinhava.

 

 

Fresca manhã de Outono em que o frio já se anunciava,  lentamente.

O som das Palavras, presas no meu tecido orgânico, fazia-se ouvir,

fascinado que estava nos meus dedos,

                                                            ali perto da água do ribeiro, que corria.

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro-PORTUGAL

Tos os Direitos Reservados

JAN/2021

 

ESTATÍSTICAS

 De sempre

1295318
Hoje289
Ontem1020
Este mês20884
Mês Anterior23471


SAUDAÇÃO: Bom Dia, meus amigos!

 


quinta-feira, 24 de junho de 2021

Leia, por favor...

 









Registros Históricos
Durante a Segunda Guerra Mundial, os judeus em Budapeste foram levados à beira do rio Danúbio, receberam ordens de tirar os sapatos e foram baleados, caindo na água.
60 pares de sapatos de ferro estão agora alinhados na margem do rio, um memorial fantasmagórico às vítimas.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

 Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando. Falei como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria.

Artigo de ...

 

POSTAL DO DIA
Alice Vieira foi abandonada
(mas soube oferecer ao mundo o que nunca teve)
1.
Alice Vieira editou “Rosa, minha irmã Rosa” há mais de 40 anos. Depois desse primeiro livro seguiu-se outro e outro e outro.
Tornou-se, por mérito próprio, o nome maior da história da literatura infantil e juvenil portuguesa das últimas décadas.
E tantas e tantas vezes deslocou-se graciosamente a escolas e a todos os lugares onde existiam crianças para a ouvir falar sobre livros.
Sobre sentimentos.
Sobre os dias que viveu.
Sobre personagens, futuro e esperança.
2.
Alice foi abandonada pela mãe quando tinha 15 dias.
“Não era pobre nem mãe solteira” como um dia a Alice comentou na minha página, a mãe deu-a a quem melhor pudesse cuidar dela.
E foi à sua vida.
A Alice ficou sem mãe, desamparada de afetos. Cresceu com tios-avós. Sozinha na maior parte do tempo. Sem os abraços que merecia. Que merecem todas as crianças. Sem a rede que todas precisam tinha tudo para falhar…
mas não falhou.
Mais do que isso, ofereceu ao mundo o que lhe faltava. E dedicou-se à escrita e a crianças a quem influenciou, amparou e ofereceu rede. A rede que nunca teve. O afeto e amparo que nunca teve.
Ousou caminhar contra o destino. Preferiu construir-se rodeada de pessoas por todos os lados, de amigos, de gerações de portugueses que começaram a ler por terem caminhado nos seus livros.
3.
Há pessoas assim. Não tantas como precisaríamos, mas há. Passam pela vida como se voassem acima dos nossos pés. Atrevem-se a fazer tudo ao contrário do que imaginávamos ser possível. Mandela saiu da prisão e em vez de ódio ofereceu ao mundo compaixão.
Alice Vieira nunca teve uma mãe e em vez de lhe terem nascido ervas daninhas sobrou-lhe uma enorme vontade de poder ser mãe de todas as crianças. Uma espécie de mãe feita de palavras, feita de perguntas para perguntar e de sonhos para serem sonhados.
Não há destino melhor do que aquele que tiveste, querida Alice. Mesmo que chores todos os dias até à eternidade.
LO