quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Poema : HORA-SÓ 


HORA-SÓ


Estende-se a Hora, pelo tempo fora,
numa infinda viagem de horas e horas.

Nada a satisfaz…devoradora da paz que não sente
os tormentos de solidão dos olhos que a miram,
enquanto na espuma do mar procuram palavras
de um poema-a-delirar!

E olho para trás…para um resto de caminho
onde me cansei de não andar.

Palavra-Só do Ser desamparado numa viagem
que tritura como mó de moinho, no velho atalho
coberto de infâncias-desesperadas-de-novas-ânsias.

De saudades esburacada,
a alma está- absurdamente-sentada dentro de mim,
tal penedo cimentado,
virado ao sol do mistério
onde brinquei –no-sem-medo-de-viver-ou-de-morrer!

E cada momento vivido nas páginas de meu livro, em branco,
é a procura sentida da ilha abandonada,
fechada em horizontes perdidos, num porto do Além-Algures-Talvez .
Abro, pois, a janela daquilo que sou!
Deixo entrar o mistério que no quarto ficou
-----------------------------------------------e vou respirar, das folhas das árvores,
-----------------------------------------------o perfume do amor de uma flor que desabrochou.

Vou Estar-Só-Comigo-Só-
-num-poema-que- não-resultou.



Marilisa Ribeiro- (VDS)-Julho/012

domingo, 25 de novembro de 2012




VERTICAL


Minha canção
de deslumbrada viagem
numa sinfonia,
 em pautas de desejada euforia.

Raio de sol
                   na harmonia das árvores que falam
                            ao sabor dos rumores das brisas, em luminosa sintonia.

Catedral paradoxal movida por pautas
-----------------------------------onde notas da melodia se expandem no fim de um dia,
----------------------------------------------------ao entrar na noite de um silêncio-vertical.

Canção-poema
a  despertar uma ousada onda do mar…

Minha canção
da deslumbrada aragem que afasta fantasmas
da passagem -de –Ti--------------------------claridade-de-Mim,
na verticalidade original da catedral-poema.



Marilisa Ribeiro-Junho/012-C15P(VDS)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

VERDADES INCONVENIENTES...A POLÍTICA QUE "ELES" FAZEM...



É claro que," pelos nossos jornais", só podemos estar a falar de PORTUGAL! E há tanto para dizer, que me vou cingir aos factos mais significativos da vida deste país.

1-No dia 14 de Novembro teve lugar uma grandiosa GREVE GERAL convocada pela CGTP-INTERSINDICAL que  mereceu a adesão de milhares  de portugueses de muitos sindicatos não inscritos naquela central, de idosos, de desempregados, de doentes e crianças, ao colo dos pais.Variadíssimas classes sociais, deste país à beira da catástrofe, tomaram parte no protesto, pois que estamos todos a ver que o governo, através de passos coelho e vitor gaspar, não descansam enquanto não destruirem este povo|! Portugal cansou-se deste governo, destas políticas que nos comem a "carne" e , daqui a mais, os próprios ossos.No fim da manifestação, alguns milhares de pessoas concentraram-se em frente da Assembleia da República, a maior parte em protesto contínuo e pacífico, até que, meia dúzia de cobardes -velhacos-vândalos começaram com os distúrbios que foram notícia em todo o mundo, e que envergonharam os que , pacificamente, lá estiveram. Infelizmente, há seres deste calibre em todas as sociedades;infelizmente,também, a polícia até os vê por lá, sabe quem eles são, mas nem sequer lhes vai tirar as máscaras odiosas com que eles se encobrem, para arrancar pedras da calçada e lhas  atirar à cara e aos escudos de defesa!

Desejo que, quem me lê fora de Portugal, saiba que os manifestantes pacíficos não tiveram nada a ver com os desmandos dos seres sem cérebro, que insultaram os agentes da autoridade!Que a polícia tenha tido que agir contra os energúmenos, aceita-se, plenamente, se não tivesse esquecido os tais, para arremeter como bestas furiosas, a certa altura (que eles dizem ter anunciado por microfones potentes)contra tudo e contra todos, sem ver a quem! Havia idosos , havia pais com filhos pela mão e ao colo, havia gente inocente a ver , sem fazer mal a ninguém
.Regra geral, as nossas manifestações são pacíficas e ,tirando esses tipos profissionais dos desmandos, não costuma haver problemas  de maior entre o povo e   as forças da ordem.Mas desta vez estava escrito que o pacifismo não dá oportunidade de METER MEDO ÀS GENTES FACE A PRÓXIMAS MANIFESTAÇÕES...

2-A certa altura, com uma brutalidade inusitada, como se obedecessem a ordens,os  polícias, que alegam terem avisado por autofalante, arremeteram contra tudo e todos, principalmente contra quem nada de mal fazia ou fez, esqueceu os vândalos cobardes de máscaras e ,em cerca de 1/ 2 minutos limparam o parlamento de elementos idosos e crianças, tendo deixado fugir por todos os becos os cobardes atiradores de pedras, que os senhores polícias viram arrancar das calçadas.
No fim da sessão parlamentar , "aquele que ocupa o lugar de primeiro -ministro", como bem diz a jornalista São José Almeida, no PÚBLICO,nada sabia do caso e não  queria pronunciar-se sobre os incidentes;o senhor que manda nas polícias disse algumas coisas...o suficiente para os portugueses verem que ele sabia de tudo e mais de alguma coisa, mas que estava muito ofendido por lhe perguntarem se havia elementos policais à paisana, infiltrados entre os manifestantes para acirrarem os ânimos e conduzirem os acontecimentos para a via da repressão!

3- No dia seguinte, o  seu ar de ofendido foi desmascarado, quando a própria polícia admitiu ser isso VERDADE!|
Mas é nesse dia seguinte, também, que todos viemos a saber que as pessoas levadas para estabelecimentos prisionais e afins, foram tratadas "abaixo de cão!", como fazem nos países dos mais reles ditadores do mundo que tanto condenamos, quando conhecemos os factos dos horrores.
Não os deixaram telefonar às famílias, aos seus advogados e as mulheres foram obrigadas a despirem-se completamente, como denuncia o cronista do jornal PÚBLICO, RUI TAVARES, na contracapa, do dia 19 de Novembro!isto, só para que se identificassem!
É caso para perguntar se andarão os polícias portugueses com falta de "estímulos"... Sim, porque nós todos sabemos em que partes do mundo se praticam actos destes...
Do Presidente da República, nem uma palavra sobre o assunto, a não ser para louvar o esforço das polícias na manutenção da paz;seria benéfico para a democracia "um lembrete" a  advertir os agentes da ordem para as suas obrigações no que respeita à salvaguarda dos direitos dos cidadãos!
Os agentes não quiseram ir atrás dos infiltrados e dos que eles viram arrancar as pedras da calçada e nós até sabemos porquê...

4-Acontece que, no próximo dia 27 haverá nova presença de portugueses , em frente à  Assembleia da República, em acto de protesto contra a aprovação, pela maioria governamental, do catastrófico (para todos os pobres!) Orçamento de Estado 2013.Esperemos, portugueses, que a coragem não tenha esmorecido e que os ditadores das contas públicas não tenham conseguido o seu intento de amedrontar o povo, pois foi isso o que eles quiseram fazer connosco!
Não temos outra voz a nosso favor!Identifiquemos os cobardes que se escondem ,com máscaras ou sem elas, para podermos falar mesmo que nada digamos! "Eles", lá dentro, "ouvirão" a nossa revolta e a nossa angústia de nos vermos sem dinheiro para viver, pois que nos estão a roubar tudo e a transformar-nos em escravos !
Lembremo-nos de que não há autoridades do sector Económico que não condenem este brutal Orçamento. Lembremo-nos de que o senhor vitor gaspar e "aquele que ocupa o lugar de primeiro-ministro", como muito bem diz a jornalista/analista São José Almeida, no seu artigo do dia 17 deste mês , no "Público", nada percebem ,nem estão interessados em perceber, das fomes ,desemprego, fecho de lojas e restaurantes...Eles não sabem e não acertam "uma"...Somos nós quem está a cair no poço fundo da miséria, que não víamos no país ,há quase 200 anos.Lembrem-se de que discordar deles faz parte da diversidade que é vital à Democracia!
Importa que, se não são capazes, como têm estado a mostrar há mais de um ano, se afastem...percam os "tachos" e vão daqui para fora...

TODOS À RUA NO DIA 27 DE NOVEMBRO!















segunda-feira, 19 de novembro de 2012

 
 
 
 
ESCREVO TEU CORPO


Ouço ainda o aroma das rubras pétalas

da noite,

que repousou a teu lado.

São memórias que estão guardadas

no imaculado silêncio do púrpuro cortinado,

enrubescido,

onde permanece o vulto de sermos-um-no-outro.

Adormeço embalada nelas,nessas rosas da lembrança

cujo odor está na vidraça...

Reescrevo o prazer desse tempo,

no leito dos dias,

quando oiço o lamento das cotovias.

Pelos dedos perpassa a ilusão da tua face,

que afaguei,

em secretos atalhos que escondi...

Acordo sempre-em-ti,

nos lábios de um sol que sorri,

quando entra pelo cortinado , afogueado...

Depois

...escrevo teu corpo...

...descrevo teu toque

e é com o brilho de teus olhos

que tapo a minha nudez...

Na vertente da verde colina-paisagem bucólica!-

um pastor sobe o atalho

com a precisão da normal peregrinação

para o pasto do rebanho...

Tudo é lindo e tudo é vida de brancos, lilases e azuis!

Tudo é sol a sorrir aos charcos e aos ribeiros!

E dentro de mim há um desejo premente de voar

para o infinito-morrer-de-viver-em-ti!



Sinto teus braços-segredo...

...um sopro na minha face...

...um olhar que embriaga, na inquietude da calma..

E minhas pétalas rubras, brancas e de qualquer outra cor,

perdem-se na alma do teu corpo, amor!

E se o vento fustigar, eu nem sequer vou ouvir!

Não quero que o teu respirar se confunda com outro sentir...

C15P-34-NOV/012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


DE  UM SOPRO (XXXI)…

 

 

 

………………………..tão escura é a noite de inverno

…………………………como a noite em que se adormece só…

…e tão altas são as árvores que cobrem a luz do luar

que aquece as copas………………………………………………………………

…e o silêncio  refaz-se dentro do próprio silêncio

ao ganhar vontade de se expressar até ao

infinito da natureza –a-cantar.

 

De um sopro

……………………………os passarinhos da noite não cantam…

                                  e abrigam-se no sono das folhas secas do ninho.

……………………………desconhecem o fim do caminho e não sentem

…………………………..urgência em pular etapas, pois o sol não vai

morrer, depois  de acordar  no alvorecer………………………………………….

 

De um sopro

………………………………deslumbro-me ao saber que,

……………………………..assim que ele adormecer

……………………………..virão  as estrelas do firmamento anunciar

……………………………..que  esse é o meu Momento……………………………..

 

De um sopro

………………………………tocas-me a alma com os olhos -a-brilhar.

……………………………..perco as palavras do poema a escrever.

…………………………….encontro-me com teus dedos, prontos a afagar.

 

De um sopro, sinto que a Terra é alegre e que minha boca tem beijos que falam de um doce alvorecer…que as açucenas lilases estão prontas-a-viver…que o vento passa por mim-sem-me-ver…que sou rio a deslizar no teu fluir descansado-de-tão-cansado de Me viver…

 

De um sopro, sinto ser águia fremente em busca de luz…neve escaldante de ternura a sufocar -no-sonho…rosa lânguida de macia pele, que seduz a voz da lua…magnólia de cálice aromático que , de um sopro, um lírio seduz……………………………………………………………………………………………….!

 

 

Marilisa Ribeiro- C 15-OUT/012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MEU SER…mulher-jasmim…



Céu… azul como meu Sonho!
Lindo, resplandecente, imenso
no meu corar…intenso!

Sonho meu Amor perdido
nas curvas da Terra…
…dando sabor ao céu, rendido…

Lábios nos lábios
ENTREGA TOTAL!
Perda de Sentidos
“…todos num confundidos”*

(circuito fechado: só tu e eu!)

Sussurros aos meus ouvidos…
Toques de mãos, desvanecidos…
Pele imensa, intensa, macia, recebe,
sem falsos pudores,
a Melodia de uma noite sem nuvens
nem açulas de predadores…

QUE de segredos!
Segredos do Amor…

Chove lá fora? Há luar de morrer?
Esta é a hora do meu”QUERO LÁ SABER!”

Sou aranha a tecer a TEIA…
Vida a agarrar vida
esvaída no suor
que sai de MIM
cheirando a JASMIM…

*- Palavras de um verso de GARRETT, no poema “Os cinco sentidos”.

C8H-111/46- (vds) -JNH/010

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

DECIDIDAMENTE...



Decididamente, o homem que exerce as funções de primeiro -ministro de Portugal não tem emenda, quando se trata de dar uma imagem de humano consenso...

São demasiados os episódios de falta de sintonia, principalmente em intervenções públicas onde vem ao de cimo a sua vontade de irritar tudo e todos, para mostrar que , quem manda é ele.

No que diz respeito às poucas e raras intervenções do Presidente da República, se este diz "sim" ele vem logo dizer "não"!...

Há dois dias, confrontado pelos jornalistas sobre a tal coisa a que passos coelho deu o pomposo nome de "refundação do país", disse o Presidente que todas as mudanças devem fazer-se com o consenso dos partidos e do povo ou da sociedade civil, como agora sói dizer-se.
Mas passos coelho vendo-se contrariado, veio ontem, perante as câmaras de televisão, com um prazer sádico, dizer , que a reforma irá para a frente, com ou sem a opinião do partido socialista!

(passos coelho cada vez mais, no seu PIOR!)

Maria Elisa-8 de Nov/012
AFTER-SHAVE (II) 

Marilisa Ribeiro


No bosque, uma clareira de verdes-vida!
Cheira a resina, after-shave natural dos pinheiros viris…
Na clareira, corre um riacho de margens farfalhudas
de arbustos ramudos, à espera de esconder…
O sol desce do céu em tons harmoniosos
cobrindo de vida o coração da terra.
O vale germina ao ritmo quente
do lento aquecer da Natureza vital.
As gotas de orvalho nocturno saciam a sede
das plantas, a viver…
Uma fenda, nas rochas da montanha, promete segredos…

Revejo-me no obscuro da fértil imaginação.
Sou transportada a um mundo
onde vivo a sensação do aperto
de uns braços possantes
que despertam os sentidos
confundindo-os, numa onda de paixão…
Parece-me sentir tremer o vulcão,
do outro lado da colina,
expelindo magma pela ravina…
Mas é doidice…puro sonho que o ambiente suscita,
mortinho por ver-me louca…

Escondo-me da águia, eterna voadora,
senhora dos segredos de todos os arvoredos.
Cavalgo em suas asas, direita a teu coração.
Pelo caminho, confusa, paro na gare da infância
que me leva à juventude…
Ambas dormem, nos sonhos que se foram perdendo
nos sonos dormidos,
quando acordava para a vida…

Do afer-shave que usavas,
ficou-me o desejo de viver momentos de prazer
abraçada a teus traços viris,
quando me apertavas…assim…

Recordo a doçura da face molhada de jasmim dos bosques…
…a clareira de loucuras expostas
à cumplicidade do sol tardio…
…os laivos de prazer que ‘inda não sabíamos viver…
Ficou no ar o cheiro do vinho da loucura
que ‘inda perdura…
Não há quartos a recordar…mas há
paixão por viver!
Há o teu perfume…o teu lume…
na recordação do homem que enlouquece e consome!

Nada voltou ao igual a ti!
Tu saíste…eu parti…

Ao ver-te, hoje, no tempo, lamento…
Ficou por te dar o segredo da malvasia do monte…
…o meu ventre terra-mãe…
…o cheiro peculiar que tenho ao amar…
Ficou por sentir como vive o Mundo
nas horas de me perder, ao dar-me…

Monto na estrela da noite,
num cavalo de sonho.
Corro para sul e para norte
na procura do teu cheiro a after-shave, sempre forte…

Fora isso…nada há que me conforte!

C11L-ABL-118-(ERTS)/011

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

FALTA DE IMAGENS ILUSTRATIVAS DOS ARTIGOS

MEUS AMIGOS:

POR QUALQUER NOVO PROBLEMA, QUE DESCONHEÇO, O MEU BLOG NÃO ME ESTÁ A PERMITIR EDITAR AS FOTOS COM QUE, HABITUALMENTE, ILUSTRO OS MEUS ARTIGOS.

PEÇO-VOS DESCULPAS POR ESSE FACTO A QUE SOU ALHEIA. NÃO VALE A PENA CHAMAR NENHUM TÉCNICO, PORQUE JÁ SEI COM AGEM...TAL COMO QUANDO O BLOG ME IMPEDIA DE COMENTAR OS BLOGS DOS MEUS SEGUIDORES...

ESPERO QUE O PROBLEMA SE RESOLVA, POR SI, RAPIDAMENTE.
UM BEIJO AMIGO DA
MARIA ELISA RIBEIRO

domingo, 4 de novembro de 2012

A LUTA DOS ÍNDIOS GUARANI KAIOVÁ


A LUTA DOS GUARANIS KAIOWÁS



Há séculos que esta e outras tribus de índios da região amazónica lutam pela manutenção das suas terras e culturas, face à ganância e prepotência do homem branco.
Tenho acompanhado, quer pelos jornais, quer pelo FACEBOOK e por outras redes sociais a luta de uma pequena comunidade de índios GUARANI-KAIOVÁS pela posse do território em que vivem, onde viveram e morreram seus antepassados e onde eles querem ter o legítimo direito de viverem e morrerem.

Tentam, há tempos, ser recebidos pela Presidente DILMA ROUSSEF e pelo chefe do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Estão, agora, em Brasília, com esse intuito. Corre o rumor de que se querem suicidar, em massa, para chamar a atenção dos brasileiros e de todo o mundo para todos os dramas inerentes à ocupação das suas terras.
Se os portugueses bem se lembram, começou com a conquista do Brasil o problema de tantas tribus que encontrámos e , aos poucos fomos desalojando , para que o imenso e rico território fosse dando provas de que tinha valido a pena o esforço das naus de Pedro Álvares Cabral.
Mais de um século depois da descoberta, pregava Pe Vieira a favor dos índios e contra os colonos portugueses que os exploravam e escravizavam, com a desculpa de os cristianizarem.
Hoje, no jornal “Público” vem, na página 20, um artigo sobre a justa luta dos Guaranis.
Afirmam que não se querem suicidar; mas tão-somente que os pistoleiros dos ricos fazendeiros das redondezas deixem de os matar e cercar para lhes roubarem as terras. Muitos dos líderes dos seus movimentos, foram e continuam a ser assassinados.
Para além dos fazendeiros, há as ameaças constantes dos madeireiros, que estão a devastar a AMAZÓNIA em nome da extracção de madeiras ricas e únicas, facto que vai dando cabo do maior e mais significativo “pulmão da Terra”. Devastação da Natureza, doenças de todos os géneros  que se não viam entre os índios, diminuição do espaço para as suas culturas, abusos sexuais sobre as mulheres índias, transmissão de doenças venéreas, suicídios, álcool, homicídios…um nunca mais acabar de males que nos afectam a todos, seres ditos humanos…
Esperemos que a  fundação Nacional do Índio (FUNAI) consiga a paz que é negada a estas gentes, pela corrupção das mentalidades que imperam contra os pobres. A morte de um povo ou de uma espécie é também a morte de uma parte do Universo!


Maria Elisa Ribeiro- 27 de Outubro de 2012

SALVAR A AMAZÓNIA E AS TRIBOS ÍNDIAS-PARTEII


SALVAR A AMAZÓNIA E AS TRIBOS ÍNDIAS (IIª parte e conclusão)


Várias organizações não governamentais, que conseguiram estabelecer contactos com o mundo índio, nomeadamente religiosos, lá vão fazendo o que podem. Rodeados de árvores que se entrelaçam umas às outras, num abraço feroz pela sobrevivência, debaixo dum calor infernal, lá se vão vendo padres italianos, principalmente, a conquistar a confiança dos indígenas mais renitentes, no contacto com o homem branco.
É claro, no meio de tudo isto, que nem todos os indígenas serão santos… Os brancos, cinzentos, negros e amarelos, também o não são!
No que diz respeito aos MURA, já se conseguiu, ao longo das últimas dezenas de anos, formar professores e técnicos para ajudarem o seu povo e as ONG (Organizações Não Governamentais) na difícil tarefa de reintegração nas aldeias mais povoadas, com usos e hábitos distintos dos seus.

Famosa nesse trabalho é a UFAM (Universidade Federal do Amazonas) que, há muito vem dando educação e cuidados médicos, noções básicas de higiene e saúde, alimentos mais diversificados, e técnicos para ajudarem os índios a aprenderem o cultivo e o uso, de muitos e variados produtos. Ao longo do tempo tem a UFAM dado conta do desaparecimento de aldeias de índios, de desvio de águas, da usurpação de terras e adverte, ainda, que vários pequenos cursos de água estão em perigo de desaparecer, se não forem tomadas medidas pelo governo federal.

Que espera o MUNDO?
Conhecendo como conheço as prepotência , estupidez, cobiça e ignorância do HOMEM, não devemos, infelizmente, esperar mudanças positivas, a não ser que todos os países banhados pelas bacias do AMAZONAS se unam para fazer vencer a RAZÃO, na luta pela continuação da existência do “SER- HOMEM”, no PLANETA.
Não resisto a recorrer, neste momento do meu post, a deixar-vos aqui, alguns extractos de um documento que se encontra nos Livros de Português do Ensino Secundário, incluído naquilo a que os nossos ensaístas e historiadores da Língua chamam “LITERATURA DE VIAGENS”. Esse documento chama-se “CARTA do ACHAMENTO do BRASIL”; foi escrito por um navegador, PÊRO VAZ DE CAMINHA e está endereçado ao nosso REI D. MANUEL I, no ano de 1501. O que vou transcrever, já o faço traduzido para o Português actual.
a)      “…e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova…”
b)      “…e à quarta-feira seguinte (…) topámos pássaros e aves… (…) houvemos vista de terra (…) um grande monte (…) serras mais baixas com grandes arvoredos ao qual monte o capitão pôs o nome MONTE PASCOAL e à terra, a TERRA de VERA CRUZ (…)
c)       “…viu mancebos de bons corpos (…) nos receberam com prazer e festa. (…) A feição deles é serem pardos, avermelhados, bons rostos e bons narizes, bem-feitos (…) andam nus e nem têm pejo ao mostrar suas vergonhas (…)
d)      “ (…) parece-me gente de tal inocência(…) que seriam logo cristãos, pois não têm nenhuma crença (…) esta gente é boa e de boa simplicidade(…) “
Na realidade, chegados a terra de gente que não praticava o mal, por ganância, tiveram estes bons rapazes ocasião de assistir, nos séculos seguintes, às perseguições e morte dos seus conterrâneos por parte de colonos portugueses, holandeses, espanhóis e outros que nem vale a pena citar! Estes indivíduos pagaram a bondade natural “dos bons rapazes” com a traição, a escravatura, o proveito…
Voltando aos MURA, diz a “PÚBLICA”, que falam hoje várias línguas, incluindo o português, motivo pelo qual o “chefe” perguntou ao jornalista da revista, se ele ia falar deles, em PORTUGAL, e contar o que ainda sofrem e do que necessitam, que é , essencialmente, a demarcação de territórios seus.
É estranho como as pessoas vêem as coisas de maneira diferente… Um amigo blogger dizia-me que, ainda neste Domingo se reuniram os índios, em BRASILIA, para rei vindicar terras. Dizia-me uma amiga blogger que os índios têm financiatas com as multi- nacionais e que tiram proveito destas situações…
Os tempos mudaram; todos queremos a nossa terra, porque é inerente à condição humana o sentir as suas raízes, debaixo dos pés… Lembremo-nos de ISRAEL e dos povos ÁRABES da FAIXA de GAZA…
Se os índios ambicionam mais do que o que têm, é porque se habituaram aos luxos dos brancos, como acontece em todo o lado… em ÁFRICA… onde se pode encontrar a rádio e a televisão, no meio da selva, coberta de folhas de bananeira pois os negros da mata não têm casa!
Só uma pergunta final, em jeito coloquial, com LULA da SILVA: por onde anda você, PRESIDENTE?
ATÉ SEMPRE!

Maria Elisa Ribeiro

sábado, 3 de novembro de 2012

POEMA:SILÊNCIO




SILÊNCIO…

A Lua, senhora da claridade, entra pela janela, radiante
e  embrulha-me na sua alegria luminosa,
prateada, gloriosa, magnética e crepuscular!
Desmesuradamente radiosa, avança na proeminência dos tempos
e expande-se  aos sinais interiores das origens…”as outras”…as anteriores…
Circula pelos recantos escuros das memórias
e acende lagos onde não nadam cisnes, nem vogam  faluas.
Descobre-me, então, claramente!
( eu sofro, inevitavelmente!)
Em silêncio, oiço um som diferente…o do encontro de mim
comigo própria!

.o silêncio é uma arma e ,como todas as armas, magoa.

Frágil existência
(incompreensão do meu quotidiano!)
força-me a procurar latitudes espirituais…
E a Procura deixa-me angustiada e ferida
ao  reconhecer que sou, EU-PRÓPRIA-o meu ponto de Partida e de Chegada!

Descubro-me microcosmos
vivendo e pensando a transitoriedade.
Sou, apenas, uma oportunidade do cosmos…
…coisa momentânea do firmamento…
A lua é eterna! Os anjos estão  enfurecidos…
O céu está alto demais-----------------------------------------para mim-----------
e não pode responder às minhas humanas questões…questões sem fim!

O céu é uma planície azulada onde o Silêncio reina
cortado pelo tom radioso das estrelas,
centro do Centro do calor divino,
reflectido nas frescas ramagens das árvores,
nas águas dos rios prateados ao  anoitecer,
na imensidão telúrica dos campos floridos!

O Céu é o silêncio do Mistério Humano!

No dentro de mim, perturba-me o silêncio de um deus
que dizem não ter princípio, nem fim…
É então que o céu parece um deserto de escuridão
perdido entre a lua e as estrelas!
.dúvidas da Existência atemorizam
não permitindo captar rumores das minhas Idades.
Tudo parece conjugar-se para um momento de êxtase,
quando se acendem lâmpadas astrais!

Estás perto, senhor do universo,
mas só consigo falar-te através deste verso…
Falo-Te com o Silêncio que És! Tu ouves…eu sei que ouves…
E digo-Te que todo o meu silêncio está sossegado, dentro de mim!
Todo o meu mundo está nesse silêncio!

Estou na soleira do céu e vingo-me escrevendo,
pois que me sinto pequena no meio de tudo
e humana entre as máscaras-que-duram-no –rosto/pedra!
Todos os cenários do Silêncio já FUI, neste EU sozinho,
farto de tudo o que nunca teve!

O calendário move-se sem a ajuda de um rumor…
e eu transmigro, emocionalmente,
num veio que em mim se difunde…

ROSA…- desabitada-de-espasmos-nocturnos-nas-punhadas-de –pétalas-caídas…
VULCÃO…-denegrido-no-passar-lento-do-musgo-cinzento-espalhado-nas-colinas….

Teu silêncio é o muro do Mundo, Senhor!
É orquestra calada no respirar das pautas!
MAS…chega BACH!
Faz-se silêncio
e  a VIDA estremece!


MARIA ELISA RIBEIRO
R-C11L-123-OTB/011 (MST)


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

POMA DA SÉRIE: " GOTAS..."


DA SÉRIE”GOTAS”…


.eu
paradoxo-de-mim
não contenho a dor
de delirar-o-sofrimento.

.vou por pontos
de interrogação
até ao temido
acto de contrição.

.persisto na luta…

.submeto-me
à pertinência do lexema---------------------------!
-------------------------------crio poema-carne-viva
-------------------------------da humana inquietação!

.eu,
paradoxo-de-mim
confesso a imperfeição
de barro húmido
que não molda
a arte que de mim zomba…


Marilisa Ribeiro-Fev/012