quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

POEMA OBRA REGªªªªªªª!!!!!!!!!!!!!!!





















Poema:

GOTAS POÉTICAS

Que aconteceu às palavras
com que nos afagámos
nos dias em que te escrevi
no nosso pacífico azul?
Perdemos as consoantes nas vogais da dor…
E a noite entristeceu com a falta de fulgor
que apagou o fogo do sol ridente,
escondido numa corola do momento mais escuro
do deserto distante…

(Sabe que te escrevo, sempre e ainda…)

São horas infindáveis de MIM…
…horas mudas de um sol que
não-és-tu-a-rejuvenescer-em-MIM…
horas que te dedico, no meu sem-fim…
Navega-me um sabor a sal,
um travo amargo de mar
tão distante da arquitectura do amor
sem já ter o gosto do odor-jasmim!

Maria Elisa Ribeiro
JAN/018

The Guardian


The Guardian
1 h ·


The super blue blood moon will grace our skies on Wednesday. This rare celestial event has not been seen for over 150 years, and has already been seen in Australia.













Ver Novamente



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The Guardian


The Guardian
1 h ·


In a highly embarrassing breach of national security, hundreds of top-secret cabinet documents found in two locked filing cabinets in a secondhand furniture store.


Top secret Australian government files found in secondhand shop
Hundreds of documents were in filing cabinets bought for ‘small change’ because they had no key
THEGUARDIAN.COM

Johnny & Sylvie - L'hymne à l'amour / Non je ne regrette rien

Katie Melua - I Will Be There (Full Concert Version) - Official Video

Moya Brennan & Enya

Ludwig van Beethoven -- Melody of Love ( beautiful)

Schubert - Serenade

Chi Mai ~Ennio Morricone~

Bom dia, meus amigos!









Amo o que Vejo
Amo o que vejo porque deixarei
Qualquer dia de o ver.
Amo-o também porque é.

No plácido intervalo em que me sinto,
Do amar, mais que ser,
Amo o haver tudo e a mim.

Melhor me não dariam, se voltassem,
Os primitivos deuses,
Que também, nada sabem.

Ricardo Reis, in "Odes" (Inédito)
Heterónimo de Fernando Pessoa

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

DANS EUROPE 1


Europe 1
40 min ·


Les proxénètes passaient des annonces sur les sites "vivastreet" et "wannonces"


Oise : démantèlement d'un réseau de proxénétisme sur Internet
SOCIÉTÉ - Les proxénètes postaient des annonces pour des prestations sexuelles tarifées sur deux sites de petites annonces.

EUROPE1.FR

Le Figaro


Le Figaro
2 h ·


C'est l'avis du journaliste Alexandre Devecchio. Le partagez-vous?


«Derrière l'affaire Théo, l'enracinement d'une sous-culture de la haine»
LEFIGARO.FR

Dans Le Figaro


Le Figaro
1 h ·


Jambon, thon ou diesel? 😋


😲 En Angleterre, les sandwichs sont aussi polluants que les voitures
MADAME.LEFIGARO.FR

De Álvaro de Campos...



De Álvaro de Campos, in Net:

Estou Tonto

Estou tonto,
Tonto de tanto dormir ou de tanto pensar,
Ou de ambas as coisas.
O que sei é que estou tonto
E não sei bem se me devo levantar da cadeira
Ou como me levantar dela.
Fiquemos nisto: estou tonto.


Afinal
Que vida fiz eu da vida?
Nada.
Tudo interstícios,
Tudo aproximações,
Tudo função do irregular e do absurdo,
Tudo nada.
É por isso que estou tonto ...

Agora
Todas as manhãs me levanto
Tonto ...

Sim, verdadeiramente tonto...
Sem saber em mim e meu nome,
Sem saber onde estou,
Sem saber o que fui,
Sem saber nada.

Mas se isto é assim, é assim.
Deixo-me estar na cadeira,
Estou tonto.
Bem, estou tonto.
Fico sentado
E tonto,
Sim, tonto,
Tonto...
Tonto.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

"Os Lusíadas"- Camões nos exames nacionais




In www. notapositiva.pt





























Luís de Camões





Luís de Camões nasceu em 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá Macedo, família nobre estabelecida em Portugal na época de D. Fernando.


Os vastos conhecimentos e cultura do poeta são normalmente justificados por este ter frequentado o ensino superior. Pensa-se que estudou em Coimbra de 1531 a 1541, onde terá frequentado aulas de Humanidades já que aí tinha o seu tio, D. Bento de Camões, que era sacerdote e sábio.


No entanto, embora a existência desse tio esteja documentada, não há qualquer registo da passagem do poeta por Coimbra. Em algum lado, afirmam os estudiosos da sua vida, terá adquirido a grande bagagem cultural que nas suas obras demonstra possuir.


Antes de 1550 estava a viver em Lisboa, onde permaneceu até 1553. Essa estadia foi interrompida por uma expedição a Ceuta onde serviu como soldado, aí perdendo um olho.


Em 1552 regressou a Lisboa, levando aí uma vida de boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria Infanta D. Maria, irmã do Rei D. Manuel I.


Na sequência de uma desordem ocorrida no Rossio, em dia do Corpo de Deus, na qual feriu, numa rixa, Gonçalvo Borges, foi preso por largos meses na cadeia do Tronco e só saiu – apesar de perdoado pelo ofendido – com a promessa de embarcar para a Índia (sendo este um dos poucos factos da sua vida que os documentos corroboram). Diz-se que foi nesse ano de prisão que Camões compôs o primeiro canto da sua obra “Os Lusíadas”.


Regressou a Portugal, mas pelo caminho naufragou na costa de Moçambique, salvando a nado Os Lusíadas, e foi forçado, por falta de meios para prosseguir a viagem, a ficar aí. Foi em Moçambique que seu amigo Diogo do Couto o encontrou, encontro que relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava "tão pobre que vivia de amigos", ou seja, vivia do que os amigos podiam dar-lhe. Foi Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, onde Camões finalmente aportou em 1569.


Nessa altura, além dos últimos retoques em “Os Lusíadas”, trabalhava numa obra lírica, o Parnaso, que lhe roubaram – o que, em parte, explica que não tenha publicado a lírica em vida.


Chega a Lisboa em 1569 e publica Os Lusíadas em 1572, graças à influência de alguns amigos junto do rei D. Sebastião.


Apesar do enorme êxito do poema e de lhe ter sido atribuída uma tença anual de 15000 réis, essa foi sempre paga tarde e a má horas e não salvando o poeta da extrema pobreza.


Morreu em 10 de Junho de 1580. O seu túmulo, que teria sido na cerca do Convento de Sant'Ana, em Lisboa, perdeu-se com o terramoto de 1755, pelo que se ignora o paradeiro dos restos mortais do poeta, que não está sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são dedicados – um no Mosteiro dos Jerónimos e outro no Panteão Nacional.


Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o Barroco que se aproximava.


Algum tempo mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou gravar uma lápide para a sua campa com a citação: “Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assi morreu”


A comemoração do dia da sua morte, é atualmente relembrado como o “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, sendo feriado nacional.


Os Lusíadas


Estrutura externa – 10 cantos – nº variável de estrofes (Oitavas)


Dez sílabas métricas (decassílabas)


Ab ab ab cc – cruzada e emparelhada


Estrutura interna


Proposição (I, 1-3)


Camões apresenta o que se propõe a cantar


Navegações e os seus feitos


Reis conquistaram terras


Difundir a fé cristã (Plano da História de Portugal)


Todos aqueles que fizeram algo digno de memória, ultrapassando a lei da Morte (não são esquecidos)


Invocação (I, 4-5)


Camões pede inspiração as Tágides (ninfas do Tejo)
[posteriormente noutros cantos invoca as ninfas do Mondego, Calíope (musa da poesia épica) e novamente as Tágides]


“Cantando espalharei por toda a parte se a tanto me ajudar o engenho e a arte”(talento e inspiração)


Dedicatória (I, 6-18)


Camões dedica o seu poema ao rei D. Sebastião


Narração (I, 19 ->)


Camões narra a viagem dos portugueses e a História de Portugal


. Plano da Viagem (ação principal)


. Plano da História (ação secundária)


. Plano do Poeta (Comentários, reflexões, considerações, conselhos e críticas sobre diversos assuntos)


. Plano da Mitologia


Os Lusíadas são um produto do renascimento e, como tal, surgiram do propósito de fazer renascer o género épico característico da antiguidade clássica. Deste modo segue o mesmo esquema de construção das epopeias antigas. No entanto, a dedicatória em “Os Lusíadas”, constitui a parte original da obra. Tal como as outras, também nesta a cação é apresentada in media rés, ou seja, Camões começa a contra a história quando a cação já vai a meio.


Narração (I, 19)


Est. 19


“Já no largo oceano navegavam”


- Viagem decorria normalmente


(Plano da Viagem)


“Quando os deuses no Olimpo luminoso,
Onde o governo esta da humana gente,
Se ajustam em consílio glorioso,
Sobre as causas futuras do oriente”
(Plano da mitologia)


Os deuses que governam os homens juntam-se em consílio para decidirem sobre o futuro dos portugueses.


Relação de simultaneidade(as duas ações ocorrem ao mesmo tempo)


Consílio:


Júpiter – Adjuvante aos Portugueses


Baco – Opositor aos Portugueses Veredicto a favor dos Portugueses


Vénus - Adjuvante aos Portugueses que prosseguem a viagem


Marte - Adjuvante aos Portugueses


I, 105, 106


“Onde pode acolher-se um fraco homem,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno”


Mistificação do herói – Episódios – Mitológicos (concílio dos Deuses)


. Líricos (Inês de Castro e Formosíssima Maria)


. Míticas/Simbólicos – (Adamastor e O Velho do Restelo)


. Naturalista – (Tempestade e Trompa marítima)


. Bíblica – batalha (Ourique, Salado, Aljubarrota)

SOBRE " MEMORIAL do CONVENTO", de José Saramago (matéria para o EXAME NACIONAL dos 12ºs anos!



In "notapositiva", a simbologia em "Memorial do Convento", de José Saramago:

..."A simbologia

Começando pelo nome das personagens principais, há que referir que em ambas (Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas) é-nos transmitida uma ideia de união, de complementaridade e de perfeição, traduzidas pela simbologia do número sete. De acordo com a numeralogia simbólica, podemos constatar, também, que ambos os nomes representam perfeição, totalidade e até magia, sugeridas pela extensão trissílaba (e aqui reside a simbologia do número três, revelador de uma ordem intelectual e espiritual traduzida na união do céu e da terra).
Vários mutilados surgem na construção do convento («isto é uma terra de defeituosos, um marreco, um maneta, um zarolho»), onde se inclui obviamente Baltasar. Tal situação poderá levar à interpretação simbólica da luta desmedida na construção de algo, como realização de um sonho. Baltasar, após ter perdido a mão esquerda num episódio bélico, empreende outras lutas: na construção da passarola e na colaboração na edificação do convento de Mafra. Simbolicamente, a perda de parte do seu lado esquerdo significou a amputação da sua dimensão mais nefasta, mais masculina, mais passada; ganhou, assim, uma dimensão mais espiritual, marcada pela perseverança, força, luta e sentido de futuro que sairá reforçada na associação com Blimunda.
A riqueza interior de Blimunda apresenta-se, simbolicamente, pela força do seu olhar, possuidor de um poder mágico.
Metaforicamente, surgem as duas mil “vontades” necessárias para realizar o sonho do padre Bartolomeu. Trata-se de vontades humanas que, ao longo dos tempos, originaram o progresso do mundo com a invenção de “aparelhos voadores” e de todos os objectos concebidos pelo homem. Não será por acaso que essas vontades são metaforizadas pelas nuvens. Estas ocupam um lugar ascendente em relação à terra, um espaço intermédio relativamente ao céu. Também lhes está associada uma ideia de verticalidade. Por estes aspectos, as vontades (nuvens) estão carregadas de um carácter eufórico (positivo); contudo, de difícil acesso. Só uma personagem como Blimunda conseguiria interpenetrar neste mundo não material.
Ainda no que concerne à simbologia dos números, o sete não aparece sé associado aos nomes de Baltasar e Blimunda, como também à data e à hora da sagração do convento, aos sete anos vividos em Portugal pelo músico Scarlatti, sete vezes que Blimunda passa por Lisboa à procura de Baltasar, às sete igrejas visitadas na Páscoa, aos sete bispos que baptizaram Maria Xavier Francisca comparados a sete sóis de ouro e prata nos degraus do altar-mor (“Sete bispos a baptizaram que eram como sete sóis de ouro e prata nos degraus do altar-mor”).
O número nove surge também a simbolizar insistência e determinação quando Blimunda procura o homem amado durante nove anos. Este número encerra também simbolicamente a ideia de procura. Segundo Chevalier e Gheerbrant, o nove «simboliza o coroamento dos esforços, o concluir de uma criação e o recomeço», o que realmente acontece a Blimunda que, após os nove longos anos de busca, reencontra finalmente Baltasar; não, agora, um encontro físico, mas místico e completo («Naquele extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda. (…) E uma nuvem fechada está no centro do seu corpo. Então Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu par as estrelas, se à terra pertencia e a Blimunda»)."




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The signal from American tanks to the Kremlin was clear: "Don't mess with Poland, or any other NATO member — an attack on one, is an attack on all."


"Not just a training exercise": NATO shows off its firepower
It's the biggest U.S. deployment in Europe since the end of the Cold War.

NBCNEWS.COM|POR NBC NEWS

Poema meu=Obra REGªªªªªªª!!!!!!!!!!














Poema:

Poema:

RELVA DE SONHOS


Alfabeto com que escrevo a minha presença no mundo,
tu és O tudo que os mitos retratam no Tempo,
sem conhecerem a realidade de um teu único segundo.

E eu beijo-te, sem boca…
Toco-te, sem mãos…
Afago-te com uma ternura ausente-sempre-presente,
ao despir a túnica com que a Lua me escondeu
do teu olhar profundo…]

No calendário dos dias-que-sou,
tenho a tua alegria na cor viva dos sentidos,
telas coloridas da alma intensa que te dou,
suspensa dos pincéis de requintados pintores.

Empresta-me o teu rosto…só por um momento…
…o tempo necessário para que a esperança seja verdade,
fora dos cadernos de ternos apontamentos
__________________que se debruçam sobre as palavras
__________________ que suspiram sentimentos.

Queria deitar-me a teu lado…assim…teus olhos nos meus…cabelos espalhados num travesseiro de seda, feito de brilhos de estrelas que batem, descompassadas, à vidraça das janelas.

Queria deitar-me assim…deitar-me, apenas, fora da relva dos sonhos, esses sulcos estriados da alma que se desfazem como areias violentadas pelo vento, ao mover pedras das marés, afastadas da força dos desertos.

Queria que a noite, em passos apressados, saísse do ventre das mágoas, para entrar no espaço dos meus braços-nos-teus, num sensual patamar do sono…que não sentimos…mas que sabemos…

Não saio desse tempo nem desse espaço, mesmo que um sopro de vento nos queira vencer, pelo cansaço, soprando os sonhos para longe do nosso abraço.

Queria deitar-me em lençóis-páginas-longínquas, de poemas que estão por Acontecer.

Qualquer árvore sabe a sua Hora de florescer…Qualquer pássaro sabe de cor o rumo que deve tomar, ao esvoaçar…ao correr, livre, pela sombra das nuvens…Qualquer gota de mar sabe, que é em colherinhas de relvas feitas conchinhas, que a vou beber…

Eu sei que a tua sede se pode transformar em fonte, para me dares de beber…

Maria Elisa Ribeiro
AGOSTO/2014


De Racine, in Net:

Um coração nobre não pode suspeitar que haja nos outros a baixeza e a malignidade que não existe nele.

Jean Racine

Do nosso António Feijó

De António Feijó(1859-1917), in Net:
O Amor e o Tempo
Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia, 
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.
Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.
— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»
Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,
Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!
António Feijó, in 'Sol de Inverno'


Bom dia, meus queridos amigos, neste lindo dia de sol, que faz a alma sorrir!

domingo, 28 de janeiro de 2018

Do nosso Nuno Júdice



De Nuno Júdice( 1949- ), in Net:

Não é no horizonte que fica para além do
......horizonte, nem em tudo o que adivinho no fundo
dos teus olhos, que o poema se inscreve. O
que é infinito não tem expressão através
de palavras, e o que o teu silêncio
me diz não se pode traduzir neste verso
que dobro para que o teu corpo me surja,
do outro lado da estrofe, como se
houvesse uma outra música no instante
em que dois olhares se cruzam, para
lá do tempo e do espaço de cada um. E
é ao ouvir o que me dizes, por entre
um murmúrio de regato onde se reflecte
o bater de asas do anjo que rasgou
o azul, que sinto a tua presença, como
se a tua mão pousasse no meu ombro e me
puxasse para ti


Nuno Judice

Bom Domingo, amigos!

Bom dia, meus amigos!
(Foto Pinterest)

sábado, 27 de janeiro de 2018

RECORDAR AUSCHWITZ



Nota:

Não, não me esqueci dos 73 anos de Auschwitz. Quis deixar em paz o nosso pensamento, melhor dizendo , quis deixar que as consciências tivessem um dia para pensar que,apesar de longe em termos de anos, nunca o Mundo esteve tão perto desses tristes tempos e desses dramáticos acontecimentos.
Oxalá tudo tenha passado e não sejamos forçados a falar de Satanás, novamente, por causa da desumanidade que caracterizou quem teve conhecimento do horror e não falou, não escreveu, não protestou.
Será difícil que as consciências de livre pensamento estejam sossegadas, ao ver ressurgir o DRAMA nas pessoas de TRUMP, de Le Pen, de Assad...
Resta-nos a liberdade de falar, de escrever, de poetizar este triste mundo em que agora vivemos, para chamar o coração dos homens à razão
É hora de gritarmos contra os grupos de Extrema Direita e contra os falsos democratas que por aí abundam, e que deviam ter "ido", há muitos anos, com a carga do genocídio às costas.
Dizem que a História se repete. Não quero acreditar neste determinismo histórico!
O antigo Presidente GORBACHOV afirmou hoje que, a ver o rumo que o Mundo está a tomar, até parece que os homens se estão a preparar para uma nova guerra! Mas o Mundo já está em guerra, senhores!
Ontem, soube-se que os cientistas adiantaram o "Relógio do Apocalipse" meio minuto. ao verem o rumo distorcido que o mundo está a levar, principalmente depois da eleição do louco TRUMP!
Usemos a PALAVRA! Conversemos, uns com os outros!É nosso dever, de CADA UM DE NÓS! sermos uma barreira contra o MAL.
E, poetas, escritores, pensadores, gente humana, é hora de começarem a usar o vosso Pensamento, a vossa Linguagem no sentido de puxar pelas orelhas dos narcisistas, dos detentores da VERDADE-MENTIRA, em nome do FUTURO de todos nós e dos nossos filhos!


Maria Elisa Ribeiro-JAN/018

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Jornal da Mealhada-PORTUGAL


Jornal da Mealhada
Ontem às 12:27 ·


Bom dia!
Veja a capa da edição de hoje.
(Nº 1014 - 24/01/2018)




ÁGUEDA- BAIRRADA-PORTUGAL


Jornal da Bairrada partilhou uma ligação.
Ontem às 11:19 ·



Águeda atinge número recorde com 10 mil visitantes em 2017 | Jornal da Bairrada
O Posto de Turismo de Águeda registou em 2017 cerca de 10 mil visitantes, um incremento de 10% face a 2016. Já a Campanha Visit Águeda alcançou mais de…
JB.PT

Jornal da Bairrada-Portugal!


Jornal da Bairrada partilhou uma ligação.
Ontem às 12:24 ·



Rosinda de Oliveira e Arsélio Pato de Carvalho homenageados na Mamarrosa | Jornal da Bairrada
Rosinda de Oliveira e Arsélio Pato de Carvalho homenageados na Mamarrosa Publicado por Oriana Pataco | Jan 24, 2018 | Bairrada, Destaque, Mamarrosa,…
JB.PT

Jornal da Bairrada-Portugal


Jornal da Bairrada
Ontem às 9:27 ·


A atualidade regional em mais uma edição do seu JB!




OBRA REGªªªªªª!!!!!!!!!!!!!!



Poema:

NEM SEMPRE SOU O QUE ESCREVO

Fugimos da solidão, quando temos medo dos nossos pensamentos…
…porque precisamos de dar um sentido humano a todas as nossas “construções”!
Nada aparece em frente ao Homem já construído. Somos , todos e cada um de nós,
quem tudo deve construir, para ir “palpando” a sua catedral, o seu mundo.
Construímos o nosso carácter…afirmamos a nossa personalidade,
cometemos erros, caímos e levantamo-nos…lutamos!
A nosso lado temos a Beleza e a Arte…as flores dos cantos e dos recantos,
os lírios e as papoilas, as giestas, as urzes,
as árvores descomunais com tantos anos e Muitos Mais!
Mas a poeticidade da minha Língua precisa de ver as aves que rodopiam…
Na solidão, ouçamos a alegria com que cantam, a dizerem-nos que não estamos sós!
A Razão diz-nos que a vida, para quem vive, começa todos os dias…
Todos os dias somos OUTRO!
Somos diferentes a todas as Horas, a- cada- Minuto- dos- tantos- milhões- de- Segundos,
mesmo que a solidão nos abata, nos queira desequilibrar e vencer.
Sei escrever só o que sou…mas devo ser sincera…nem sempre SOU-O-QUE-ESCREVO!


Maria Elisa Ribeiro
NOV/017




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De Jorge Guillén...



De Jorge Guillén, in Net:

Jorge Guillén (Valladolid, 18 de Janeiro de 1893 — Málaga, 6 de Fevereiro de 1984) foi um poeta e crítico espanhol , membro da famosa Generación del 27. Em 1977, recebeu o prémio Miguel de Cervantes, o prémio literário mais importante de língua espanhola.

OS NOMES


Madrugada. O horizonte
Entreabre as suas pestanas
E começa a ver. O quê? Nomes.
Nomes inscritos na pátina

Das coisas. A rosa, porém,
Ainda hoje se chama rosa
E a memória da sua
Transformação, pressa.

Pressa de viver mais.
Que um amor longo nos eleve
À pujança intempestiva
Do instante, tão ágil

Que mal atinge a sua meta
Logo impõe o depois.
Alerta! Alerta! Alerta!
Eu vou! Eu vou !

E as rosas? Pestanas
Cerradas: Horizonte
Final. Talvez nada?
Porém, ficam os nomes.

(tradução de ?)

Eu e a chuva



Chuva e flores:

A luz solar e uma leve chuva, de vez em quando, mantêm as flores crescendo felizes.As flores amam a água, e nunca são tão belas quanto são depois da chuva. A impressão que temos é que, depois de seu banho,as suas cores se renovam e ficam ainda mais lindas. O mesmo vale para outras plantas e até mesmo insectos ...O mesmo se passa com o Homem, que parece rejuvenescer com o tempo chuvoso, sem o querer, muitas vezes, admitir!Amo o tempo chuvoso!
Bom dia, meus bons amigos! Chove, por aí...Que bom!


De Cummings, in Net:

“A arte é um mistério. Mistério é algo imensurável.
Enquanto cada criança, cada mulher e cada homem forem imensuráveis, a arte será o mistério de cada homem, mulher e criança. Enquanto o ser humano for um artista, céus e montanhas e oceanos e raios e borboletas serão imensuráveis; e a arte será todo mistério da natureza.”
[Prefácio a uma exposição (1944)]
― Edward Estlin Cummings


-



Frases e Pensamentos de Edward Estlin Cummings
Coletânea de frases e citações de Edward Estlin Cummings

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Boa noite, meus amigos!


AVE MARIA by Leo Rojas - SOUL BIRD

Adiemus

ADIEMUS / Carmina Slovenica, Karmina Šilec

A GOOGLE investe em Portugal...


Público
57 min ·


Boas notícias de Davos: vem aí um hub tecnológico da Google.


Google abre centro de serviços em Portugal e vai criar 500 empregos
Primeiro-ministro diz que nova operação criará 500 empregos.
PUBLICO.PT

O Filme...


Público
20 min ·


"The Post" explora a proximidade e a promiscuidade entre o jornalismo e a política, as duas faces de um mesmo poder que poucas vezes está em desacordo.


“The Post”: a verdade morre no escuro
No cruzamento de três vias entre a política, o jornalismo e o cinema, Steven Spielberg escreve um capítulo romântico que não revela a história toda.
PUBLICO.PT



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TRIBUNAIS
O Estado de direito no fio da navalha
José Ribeiro e CastroSeguir


24/1/2018, 6:48


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O cortejo de políticos, mais ou menos retirados, dedicados a empresas ou escritórios, opinando de modo alarmista e enviesado e exercendo pressão sobre o processo, deixa-nos ficar muito mal como país.



O julgamento da Operação Fizz que começou em Lisboa não é só um teste (e um desafio) à solidez das relações entre Angola e Portugal; é sobretudo um teste (e um desafio) à solidez do Estado de direito. Ambos os planos são importantes. Não podemos achar um mais importante do que o outro; mas não podemos deixar um na sombra por cuidarmos apenas do outro.


A atenção política e jornalística a respeito do caso tem-se focado no ângulo das relações Angola/Portugal. A atenção económica, também – é de presumir. E é natural que assim seja: um caso em que é suspeito, entre outros, uma figura como o Eng.º Manuel Vicente, personalidade relevante na elite dirigente angolana, ex-líder da Sonangol, ex-Vice-Presidente de Angola (dado como possível sucessor de José Eduardo dos Santos), actualmente deputado de relevo na Assembleia Nacional, não poderia deixar de incendiar a curiosidade, adensar as especulações e multiplicar as pressões. Não é de estranhar. Mas é de lamentar que, em Portugal, seja essa a abordagem quase exclusiva, apagando o outro plano, de grave risco para todos: o risco em que está colocado o Estado de direito.


Quem considere da mais alta relevância as relações entre Portugal e Angola só pode desejar que isto não estivesse a acontecer. Quem deseje que as relações entre angolanos e portugueses fluam e floresçam em clima de amizade franca, cooperação estreita e intercâmbio aberto só pode querer que esta prova não existisse. Mas, para que não estivéssemos confrontados com este transe, era essencial que não se tivesse gerado a suspeita de corrupção de um alto magistrado do Ministério Público. Não é uma questão de somenos. Como pode sugerir-se ao Ministério Público que ignorasse um caso de corrupção? Como ignoraria logo o Ministério Público a corrupção, possivelmente, de um dos seus?


O Presidente da República de Angola, João Lourenço, tem vindo a conduzir uma vasta agenda de mudança e de reformas, que gera compreensão e simpatia generalizadas dentro do país e internacionalmente. É muito importante acompanhar esse desenvolvimento da política angolana e significar apreço, apoio e aplauso por cada um dos passos que sejam dados e consolidados na rota de tornar Angola uma grande Nação democrática, com pleno Estado de direito, crescimento económico sólido e intenso, justa distribuição da riqueza, administração descentralizada e uma sociedade de bem-estar. Tudo o que possamos fazer para ajudar a esse caminho, apoiando os angolanos e as suas autoridades, é bem-vindo ao futuro.


É compreensível o mal-estar que as autoridades angolanas expressam perante este caso. Também elas, sem dúvida, desejariam que isto nunca tivesse acontecido. E é perfeitamente compreensível que o Presidente angolano dê voz a esse desconforto. Não poderíamos esperar outra coisa. Mas não é correcto dizer-se que a Justiça portuguesa disse que não confiava na Justiça angolana, assim como quem diz “nós somos bons, vocês não prestam”. Nunca tal coisa foi dita – tanto quanto sei, nem sequer foi sugerida. Seria uma enormidade intolerável. Não pode confundir-se um título de imprensa bombástico, escrevendo uma interpretação incendiária, com as posições escritas oficiais da Procuradoria ou do tribunal. E é muito mau que, em Portugal, vozes qualificadas e experimentadas da política ecoem, com falsidade, um juízo que nunca foi proferido, multiplicando pressões infundadas sobre os nossos magistrados e os nossos tribunais. Assim como é mau que, em Portugal, se acuse a Justiça portuguesa de negligenciar e ofender acordos internacionais celebrados no âmbito da CPLP, mostrando essas mesmas vozes enorme leviandade na leitura dos acordos e no relato dos factos.


Por que estaria a Justiça portuguesa a violar deveres de cooperação judiciária com Angola, ao não ter remetido à Justiça angolana o caso relativo ao Eng.º Manuel Vicente, e a Justiça angolana não teria violado esses mesmos deveres de cooperação judiciária ao não ter procedido à notificação que lhe foi solicitada? Face à recusa dessa notificação

In Observador-Portugal


Observador
3 h ·


Depois de ter sido condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção em julho de 2017, Lula sabe hoje se a sua condenação é confirmada.

Acompanhe aqui o decorrer da sessão.


Em direto/ Procurador acusa Lula e cita “Crime e Castigo” para dizer que “numa república todos os homens são de carne”
OBSERVADOR.PT

De Guy Debord...



De Guy Debord, in O Citador:

Valoriza-se mais o Ter que o Ser
A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social levou, na definição de toda a realização humana, a uma evidente degradação do ser em ter. A fase presente da ocupação total da vida social em busca da acumulação de resultados económicos conduz a uma busca generalizada do ter e do parecer, de forma que todo o «ter» efectivo perde o seu prestígio imediato e a sua função última. Assim, toda a realidade individual tornou-se social e directamente dependente do poderio social obtido.


(...) O espectáculo é o herdeiro de toda a fraqueza do projecto filosófico ocidental, que foi uma compreensão da actividade dominada pelas categorias do ver; assim como se baseia no incessante alargamento da racionalidade técnica precisa, proveniente deste pensamento. Ele não realiza a filosofia, ele filosofa a realidade. É a vida concreta de todos que se degradou em universo especulativo.
A filosofia, enquanto poder do pensamento separado, e pensamento do poder separado, nunca pode por si própria superar a teologia. O espectáculo é a reconstrução material da ilusão religiosa. A técnica espectacular não dissipou as nuvens religiosas onde os homens tinham colocado os seus próprios poderes desligados de si: ela ligou-os somente a uma base terrestre. Assim, é a mais terrestre das vidas que se torna opaca e irrespirável. Ela já não reenvia para o céu, mas alberga em si a sua recusa absoluta, o seu falaccioso paraíso. O espectáculo é a realização técnica do exílio dos poderes humanos num além; a cisão acabada no interior do homem.

Guy Debord, in 'A Sociedade do Espectáculo'

O clima que pode tornar-se um drama...

RTP Notícias
23 de Janeiro de 2016 ·


Em Portugal, 14 dos 15 anos mais quentes foram registados após 2001


Mapas animados da NASA comprovam aquecimento global da atmosfera
O ano de 2015 foi o mais quente de sempre em todo o mundo.
RTP.PT

Poema Obra Regªªªªªªª!!!!!!!!!!!!











Poema

BREVES

Queria sentir bater o forte coração da luz/
dessa luz que pode ser dia encarcerado
no íntimo das estrelas/
que são sombras escondidas
até ao desabrochar da bruma do entardecer/


Queria sentir essa luz
rasgar o ventre das montanhas/
ouvindo sorrir a neblina
que pousa, suave, no cume delas/
~

Se é da noite que nasce o incêndio de qualquer alvorada/
queria ouvir o pólen dos sóis, no horizonte,/
com o mar revolto a correr em ondas apopléticas pelo branco areal/
para, logo depois, ir beijar praias do infinito,
por revelar/

Maria Elisa Ribeiro

DEZ/014

BOM DIA!

Bom dia, meus amigos!
(Foto google)

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Texto generalista sobre Fernando Pessoa, até aos Heterónimos, que publicarei dentro de dias!


Fernando Pessoa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




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Fernando Pessoa

Fernando Pessoa em 1914
Outros nomes Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares etc.
Nascimento 13 de junho de 1888
Lisboa, Reino de Portugal
Morte 30 de novembro de 1935 (47 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Português
Progenitores Mãe: Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa
Pai: Joaquim de Seabra Pessoa
Ocupação Poeta, escritor e tradutor
Profissão Correspondente comercial e tradutor
Influências
Lista[Expandir]
Influenciados
Lista[Expandir]
Principais trabalhos Mensagem (1934)
Livro do Desassossego (1982)
Prémios Queen Victoria Prize (1903),[1]Prémio Antero de Quental (1934)[2]
Movimento literário Modernismo
Religião Neopaganismo
Gnosticismo
Causa da morte Cirrose hepática[3]
Assinatura



Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888Lisboa, 30 de novembro de 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português.

Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitmanrenascido",[4] e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental,[5] não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.[5]

Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto[6] e Almada Negreiros) para o inglês.[7]

Enquanto poeta, escreveu sobre diversas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros." [8]



Índice [esconder]
1Biografia
1.1Primeiros anos em Lisboa
1.2Juventude em Durban
1.3Regresso definitivo a Portugal e início de carreira
1.4Morte
1.5Legado
2Obra poética
2.1Ortónimo
2.2Heterónimos e Semi-heterónimos
2.2.1Álvaro de Campos
2.2.2Ricardo Reis
2.2.3Alberto Caeiro
2.2.4Bernardo Soares
3Visões sobre política
4Visões sobre religião
4.1Gnosticismo
4.2Neopaganismo
4.3Ocultismo
5Cronologia
6Referências
7Ver também
8Ligações externas


Biografia
“ Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,Não há nada mais simplesTem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.Entre uma e outra todos os dias são meus. ”

Primeiros anos em Lisboa

Fernando Pessoa nasceu neste edifício, no bairro do Chiado, frente à ópera de Lisboa, a 13 de junho de 1888.

A 13 de Junho de 1888, pelas 15h20, nasceu Fernando Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos), freguesia dos Mártires. De famílias da pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra Pessoa (38), natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do «Diário de Notícias». A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (26), era natural dos Açores (mais propriamente, da Ilha Terceira). Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e Emília.

O poeta, pelo lado paterno, tem as suas raízes familiares no concelho de Arouca, nas freguesias do denominado «Fundo do Concelho» de Arouca.[9][10]

Fernando António foi baptizado em 21 de Julho na Basílica dos Mártires, ao Chiado, tendo por padrinhos a Tia Anica (D. Ana Luísa Pinheiro Nogueira, tia materna) e o General Chaby. A escolha do nome homenageia Santo António: a família reclamava uma ligação genealógica com Fernando de Bulhões, nome de baptismo de Santo António, tradicionalmente festejado em Lisboa a 13 de Junho, dia em que Fernando Pessoa nasceu.

A sua infância e adolescência foram marcadas por factos que o influenciariam posteriormente. Às cinco horas da manhã de 13 de Julho de 1893, o pai morreu, com 43 anos, vítima de tuberculose. A morte foi anunciada no Diário de Notícias do dia. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano, a 2 de Janeiro de 1894.[3] A mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi também neste período que surgiu o primeiro heterónimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, facto relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterónimos. Ainda no mesmo ano, escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã.

Em Outubro de 1894, o comandante João Miguel Rosa (1857-1919) apaixona-se por Maria Madalena ao vê-la passar dentro de um "americano", numa rua de Lisboa, comentando para um amigo: «Vês aquela loira? Se não quiser, não me caso com ela.»[11] Em breve lhe fazia a corte e se tornavam noivos. Destacado o noivo como cônsul português em Durban, África do Sul, casam-se por procuração a 30 de Dezembro de 1895, na Igreja de São Mamede, em Lisboa.
Juventude em Durban

O padrasto e a mãe.

A 20 de Janeiro de 1896, mãe e filho, acompanhados por um tio, Manuel Gualdino da Cunha, partem rumo à Madeira, e a 31 embarcam para Durban. Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street, onde fez a primeira comunhão, e percorre em dois anos o equivalente a quatro.

Em 1899 ingressa no Liceu de Durban, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma. No mesmo ano, cria o pseudónimo Alexander Search, através do qual envia cartas a si mesmo. No ano de 1901, é aprovado com distinção no primeiro exame Cape School High Examination e escreve os primeiros poemas em inglês. Na mesma altura, morre sua irmã Madalena Henriqueta, de dois anos. Em 1901 parte com a família para Portugal, para um ano de férias. No navio em que viajam, o paquete König, vem o corpo da irmã. Em Lisboa, mora com a família em Pedrouços e depois na Avenida de D. Carlos I, n.º 109, 3.º Esquerdo. Na capital portuguesa, nasce João Maria, quarto filho do segundo casamento da mãe de Pessoa. Viaja com a sua família à Ilha Terceira, nos Açores, onde vive a família materna. Deslocam-se também a Tavira para visitar os parentes paternos. Nessa época, escreve o poema "Quando ela passa".

Tendo de dividir a atenção da mãe com os filhos do casamento e com o padrasto, Pessoa isola-se, o que lhe propicia momentos de reflexão.

Tendo recebido uma educação britânica, que lhe proporcionou um profundo contacto com a língua inglesa, os seus primeiros textos e estudos foram em inglês. Mantém contacto com a literatura inglesa através de autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe, John Milton, Lord Byron, John Keats, Percy Shelley, Alfred Tennyson, entre outros. O Inglês teve grande destaque na sua vida, trabalhando com o idioma quando, mais tarde, se torna correspondente comercial em Lisboa, além de o utilizar em alguns dos seus textos e traduzir trabalhos de poetas ingleses, como "O Corvo" e "Annabel Lee" de Edgar Allan Poe. Com excepção de Mensagem, os únicos livros publicados em vida são os das coletâneas dos seus poemas ingleses: Antinous e 35 Sonnets e English Poems I - II e III, editados em Lisboa, em 1918 e 1921.

Fernando Pessoa aos seis anos.

Fernando Pessoa permanece em Lisboa, enquanto todos seus familiares — mãe, padrasto, irmãos e criada Paciência, que vieram com ele — regressam a Durban. Volta sozinho para África no vapor Herzog. Matricula-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino nocturno, enquanto de dia estuda as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever contos em inglês, alguns dos quais com o pseudónimo de David Merrick, que deixa inacabados. Em 1903, candidata-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame de admissão, não obtém boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebe por isso o Queen Victoria Memorial Prize («Prémio Rainha Vitória»).[1] Um ano depois, ingressa novamente na Durban High School, onde frequenta o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofunda a sua cultura, lendo clássicos ingleses e latinos. Escreve poesia e prosa em inglês, surgindo os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Nasce a sua irmã Maria Clara. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado "Macaulay". Por fim, encerra os seus bem-sucedidos estudos na África do Sul com o Intermediate Examination in Arts, na Universidade, obtendo uma boa classificação.
Regresso definitivo a Portugal e início de carreira

Orpheu n.º 2, 1915.

Deixando a família em Durban, regressa definitivamente à capital portuguesa, sozinho, em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia e as duas tias na Rua da Bela Vista, n.º 17. A mãe e o padrasto regressam também a Lisboa, durante um período de férias de um ano em que Pessoa volta a morar com eles. Continua a produção de poemas em inglês e, em 1906, matricula-se no Curso Superior de Letras (atual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que abandona sem sequer completar o primeiro ano. É nesta época que entra em contacto com importantes escritores portugueses. Interessa-se pela obra de Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira.

Em Agosto de 1907, morre a sua avó Dionísia, deixando-lhe uma pequena herança, com a qual monta uma pequena tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º, sob o nome de «Empreza Ibis — Typographica e Editora — Officinas a Vapor», que rapidamente vai à falência. A partir de 1908, aluga o seu primeiro quarto no Largo do Carmo 18, 1º Esqº, dedica-se à tradução de correspondência comercial, uma ocupação a que poderíamos dar o nome de "correspondente estrangeiro". Nessa atividade trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública.

Inicia a sua atividade de ensaísta e crítico literário com o artigo «A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada», a que se seguiriam «Reincidindo…» e «A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico» publicados em 1912 pela revista A Águia, órgão da Renascença Portuguesa. Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio adoptivo, o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café A Brasileira, no Largo do Chiado em Lisboa. Mais tarde, já nos anos vinte, o seu café preferido seria o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, onde escrevia e se encontrava com amigos e escritores.

Em 1915 participou na revista literária Orpheu, a qual lançou o movimento modernista em Portugal, causando algum escândalo e muita controvérsia. Esta revista publicou apenas dois números, nos quais Pessoa publicou em seu nome, bem como com o heterónimo Álvaro de Campos. No segundo número da Orpheu, Pessoa assume a direcção da revista, juntamente com Mário de Sá-Carneiro.

Em Outubro de 1924, juntamente com o artista plástico Ruy Vaz, Fernando Pessoa lançou a revista Athena, na qual fixou o «drama em gente» dos seus heterónimos, publicando poesias de Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, bem como do ortónimo Fernando Pessoa.

No número três da revista Sudoeste: cadernos de Almada Negreiros de Novembro de 1935 (mês da sua morte) encontra-se um breve artigo da sua autoria [12] intitulado "Nós os de Orpheu" e o poema "Concelho".[13]
Morte

Última residência do poeta, atual Casa Fernando Pessoa, Lisboa.

Fernando Pessoa foi internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa, com diagnóstico de "cólica hepática" causada por cálculo biliar associado a cirrose hepática,[carece de fontes] diagnóstico que é hoje contestado por estudos médicos,[carece de fontes] embora o excessivo consumo de álcool ao longo da sua vida seja consensualmente considerado como um importante factor causal.[carece de fontes] Segundo um desses estudos, Pessoa não revelava alguns dos sintomas mais típicos de cirrose hepática, tendo provavelmente sido vítima de uma pancreatite aguda.[14] Morreu no dia 30 de Novembro, pelas 20h00, com 47 anos de idade. No dia anterior, tinha escrito a sua última frase, em inglês: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará"). O funeral realizou-se a 2 de Dezembro no Cemitério dos Prazeres.
Legado

Espólio de Pessoa: a célebre arca, com mais de 25.000 páginas, e a sua biblioteca pessoal.

Pode-se dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterónimos, o que foi a sua principal característica e motivo de interesse pela sua pessoa, aparentemente muito pacata. Alguns críticos questionam se Pessoa realmente teria transparecido o seu verdadeiro eu ou se tudo não teria passado de um produto, entre tantos, da sua vasta criação. Ao tratar de temas subjetivos e usar a heteronímia,[15] torna-se enigmático ao extremo. Este facto é o que move grande parte das buscas para estudar a sua obra. O poeta e crítico brasileiro Frederico Barbosa declara que Fernando Pessoa foi "o enigma em pessoa". Escreveu sempre, desde o primeiro poema aos sete anos, até ao leito de morte. Importava-se com a intelectualidade do homem, e pode-se dizer que a sua vida foi uma constante divulgação da língua portuguesa: nas próprias palavras do heterónimo Bernardo Soares, "a minha pátria (sic) é a língua portuguesa". O mesmo empenho é patente nesta carta:
“ Agora, tendo visto tudo e sentido tudo, tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar, quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade ”


Analogamente a Pompeu, que, segundo Plutarco, teria dito a frase "navigare necesse, vivere non est necesse" ("navegar é necessário; viver não é necessário"),[16] Pessoa diz, no poema Navegar é Preciso, que "viver não é necessário; o que é necessário é criar". Outra interpretação comum deste poema diz respeito ao facto de a navegação ter resultado de uma atitude racionalista do mundo ocidental: a navegação exigiria uma precisão que a vida poderia dispensar.

O poeta mexicano Octavio Paz, laureado com o Nobel de Literatura, diz que "os poetas não têm biografia. A sua obra é a sua biografia" e que, no caso de Fernando Pessoa, "nada na sua vida é surpreendente — nada, excepto os seus poemas". Em The Western Canon, Harold Bloom incluiu-o entre os cânones ocidentais, no capítulo Borges, Neruda e Pessoa: o Whitman Hispano-Português (pg. 451, 1995).

Na comemoração do centenário do nascimento de Pessoa, em 1988, o seu corpo foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos,[17] confirmando o reconhecimento que não teve em vida.
Obra poética

Estátua de Fernando Pessoa da autoria de Lagoa Henriques, no café A Brasileira, no Chiado, Lisboa.
“ O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente. ”


Considera-se que a grande criação estética de Pessoa foi a invenção heteronímica que atravessa toda a sua obra. Os heterónimos, diferentemente dos pseudónimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Entre os heterónimos, o próprio Fernando Pessoa passou a ser chamado ortónimo, porquanto era a personalidade original. Entretanto, com o amadurecimento de cada uma das outras personalidades, o próprio ortónimo tornou-se apenas mais um heterónimo entre os outros. Os três heterónimos mais conhecidos (e também aqueles com maior obra poética) foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterónimo de grande importância na obra de Pessoa é Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX. Bernardo é considerado um semi-heterónimo por ter muitas semelhanças com Fernando Pessoa e não possuir uma personalidade muito característica, ao contrário dos três primeiros, que possuem até mesmo data de nascimento e morte (excepção para Ricardo Reis, que não possui data de falecimento). Por essa razão, José Saramago, laureado com o Prémio Nobel, escreveu o livro O ano da morte de Ricardo Reis.

Através dos heterónimos, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último fator possui grande notabilidade na famosa misteriosidade do poeta.
“ Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje,que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos,ou quando menos, os seus companheiros de espírito? ”


Diversos estudiosos de Pessoa procuraram enumerar seus pseudónimos, heterónimos, semi-heterónimos, personagens fictícias e poetas mediúnicos. Em 1966 a portuguesa Teresa Rita Lopes fez um primeiro levantamento, com 18 nomes. Antonio Pina Coelho, também português, elevou em seguida a relação para 21. A mesma Teresa Rita Lopes apresentou um levantamento mais detalhado em 1990, chegando a 72 nomes.[20] Em 2009 o holandês Michaël Stoker chegou a 83 heterónimos. Mais recentemente, o brasileiro José Paulo Cavalcanti Filho, utilizando critério mais amplo, apresentou uma lista com 127 nomes.[21]
Ortónimo

Mensagem, de Fernando Pessoa, 1ª ed., 1934.

A obra ortónima de Pessoa passou por diferentes fases, mas envolve basicamente a procura de um certo patriotismo perdido, através de uma atitude sebastianista reinventada. O ortónimofoi profundamente influenciado, em vários momentos, por doutrinas religiosas (como a teosofia) e sociedades secretas (como a Maçonaria). A poesia resultante tem um certo ar mítico, heróico (quase épico, mas não na acepção original do termo) e por vezes trágico. Pessoa é um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. Uma explicação para a criação dos três principais heterónimos e o semi-heterónimo Bernardo Soares, reside nas várias formas que tinha de olhar o mundo, apoiando-se no racionalismo e pensamento oriental.[22]

O ortónimo é considerado, só por si, como simbolista e modernista pela evanescência, indefinição e insatisfação, bem como pela inovação praticada através de diversas sendas de formulação do discurso poético (sensacionismo,[23] paulismo, interseccionismo, etc.).[24]

Fernando Pessoa foi marcado também pela poesia musical e subjetiva, voltada essencialmente para a metalinguagem e os temas relativos a Portugal, como o sebastianismo presente na principal obra de "Pessoa ele-mesmo", Mensagem, uma coletânea de poemas sobre as grandes personagens históricos portugueses. Publicado em 1934, apenas um ano antes da morte do autor, este foi o único livro de Fernando Pessoa em Língua Portuguesa editado em vida. Foi contemplado com o Prémio Antero de Quental, na categoria de «poema ou poesia solta», do Secretariado da Propaganda Nacional (SPN).[2]