sábado, 31 de dezembro de 2011

O velho ano moreu...VIVA O NOVO ANO/2012





É já sábado, 31 de Dezembro de 2011, véspera de um novo ciclo, para toda a Humanidade.
Ao longo dos 12 meses que hoje terminam, realizámos sonhos (ou não...), tivemos flagrantes e dolorosas desilusões, confundimo-nos com atitudes estranhas vindas de quem não as esperávamos, rimos, chorámos, perdemos entes queridos e perdemo-nos, também na "estrada", onde esbracejámos de bravura, para que nos encontrassem... Pedimos ajuda ,sem falar...Uns , responderam...outros , continuaram, impávidos e serenos como se só o seu mundinho fosse o mais importante.
Um ano que passa é a coisa menos indiferente que possa haver, precisamente porque ele é nós e nós somos ele, que o sentimos passar nas brisas dos ventos; sacudiu -e de que maneira!-os nossos pedaços de tempo a que chamamos dias, iludiu-nos com esferas brilhantes mas vazias, ocas de conteúdo, deu-nos dias telúricos de sol e chuva, baralhou-nos a seu bel-prazer trocando as cartas das ilusões e SEMPRE-com-a-força-sobrenatural- do- cosmos , levou-nos, um passo mais adiante.
Antevejo o novo ano com uma tristeza que não posso explicar e que confesso com lealdade. Nada de políticas...precisamos de PAZ e serenidade. Refiro-me a cristais de sonho...a pedras carecidas de aperfeiçoamento, que não encontrei....a danças e coros de baleias e golfinhos, que não deixaram viver no OCEANO do MUNDO DA VIDA, em pressupostos-de-humanidade-a-acontecer num momento em que a mesma tremeu de inglória, deixando importantes pilares mal implantados nos seus alicerces...

Desejo-vos, amigos que o sois, bem como a todos os que vos rodeiam e acarinham, muitos"copos de borbulhas", de novas Esperanças.

FELIZ ANO NOVO / 2012!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

POEMA: AQUARIUM


AQUARIUM


Príncipe dos mistérios do doce fogo
que minh’alma corrói!
Deus do esconderijo dos segredos,
a brincar com a calma dos meus medos…

Fogo nos sedutores areais dourados
onde pernoitam almas perdidas, no passado…

Permaneço, por momentos, em contemplativa hipnose,
na riqueza dos mares viajados.

Mas, é o mar, o misterioso mar das baleias apaixonadas,
ao lado de golfinhos desenfreados,
a beleza do encanto do teu olhar!
Submerjo!
Mergulho no calor dessa água brilhante
e abençoada pelos raios do luar,
que é o TUDO no NADA da VIDA!
Florestas de coral servem de abrigo
ao enlouquecer do cio das espécies-em-acto-génese!

Altos pinheiros de altas montanhas falam de nós…
Fotografam, sem que o saibamos,
o som da nossa voz.
E inclinam-se para o mar esperando o nosso aportar!
Línguas de areia, perdidas das marés ondulantes,
falam O marulhar do cúmplice oceano,
no pinhal-do –então-navegar…

Sento-me à mesa de um Aquarium de sonhos.
Entro no projecto profundo
e queixo-me à gerência do mundo
por não encontrar, no meio dos peixes ,
teu olhar risonho.

Bucólica paisagem, a do meu segredo interior…
Não tocam flautas nesse mar em flor……………mas………….
…há quintais com árvores da beleza cor-da-infância…
…há felizes aves a chilrear a vida da Natureza…
…há neste meu aquarium, ainda,
naus e caravelas engalanadas no Partir ao Chegar!
…há o amor da espera, paciente e determinada,
como soldado perfilado esperando a voz de um mágico comando!

O odor suculento da Palavra leva-me a viagens
do mundo, no mundo da Poesia!
Transporta-me à vida do Mito,
onde o príncipe dos mistérios do fogo
não será uma lenda
que ,por magia se entranha …e se desvenda!


Marilisa Ribeiro
C11L-86-(mqc)-Set/011

"LUSIBERO" EM CLIMA DE ANIVERSÁRIO.


Estão a completar-se 3 anos, no meu bolinho de aniversário!
Tenho-os vivido com meus amigos e seguidores, ora por aqui, ora pela página do FACEBOOK.
Caminho duro, com bastantes percalços, quer na vida ,quer no próprio BLOG, que, finalmente, me parece ter encontrado um "caminho"-a-caminho da resolução dos problemas que o afectaram. Não sem segredos e artimanhas, que ,entretanto, fui descobrindo , para contactar com os meus seguidores.

Muitos, ainda os não posso comentar, mas, pelo menos, vou-os encontrando nas páginas do Facebook e, em muitos casos, comunicamos.

Quero agradecer a vossa presença, amigos .

Quero dirigir-me ,também , aos que me seguem de muitos países do Mundo, que eu penso serem portugueses, na diáspora.

Desejo a todos vós um Futuro risonho um ANO NOVO FELIZ e uma vida cheia de paz, saúde e bem estar.



FELIZ ANO DE 2012!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

POEMA: BOCAS DE LUAR...


BOCAS DE LUAR…


“…e arcos-íris feitos de diamantes dos sonhos
pernoitam, enfeitiçados,
sob o manto de brilho
natural e mágico,
até que o teu respirar os prenda na mão
para, numa rosa ,os poisar.

Nas prateadas areias das praias de luz a abarrotar
Haverá pontes-sacrários para te poder encontrar!
Repousarás, então, na minha alma brilhante de cheiro a
rosas floridas da maresia do ar!
Bocas de luar flamejantes incitam a esperança de ver, ao longe
doces olhos a brilhar.
Não, não é miragem ofuscante!
Enganosas, talvez…Fazem-me sonhar no fundo da escura noite
com teus braços ternos acarinhando meus infernos de solidão.
E, nos meus sonhos adormecidos
sinto abraços enternecidos
transfundindo sangue quente para os sentidos!
Seguro-me ao calor de teu peito
sonhando que me deitas em teu corpo-leito!
Desperto-te com o sorriso que a alma guardou.

Tuas mãos percorrem o mundo das caravelas
na asa de uma gaivota marota
que anteviu o paraíso!
O Fogo está escrito na fímbria do Tempo…
…eu sou Tempo…
…eu sou Fogo…
…aluimento magmático de um explodir de aromas,
na sombra quente de raios cintilantes…

Deliro…ai, de certeza!

Converso com Imagens de Metáforas nas Alegorias sinestésicas de Mim!

O Sonho…esse, não tem fim!
Tornou-se desejo premente a florir
no âmago de uma rosa-a-ser…
Permanece nos sentidos, à flor da pele …sem viver…

Creio que estou virada do avesso
na antropologia-rizomática-do-meu-ser !

Penetro nas Palavras com os sentidos desmistificados,
como se disso dependesse o raiar da Vida!

Procuro um GRAAL de seda
onde possa repousar a vaga- voluptuosa -de -mim …”



Marilisa Ribeiro
C12M-82- (ERTS) -NOV/011

sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL/2011




Meus queridos amigos e seguidores:
Não podia deixar de vos saudar, nesta véspera de Natal, sem vos falar, a todos vós que me acompanhais, vai fazer três anos, no dia 1 de JANEIRO de 2012!
Hoje é a noite de CONSOADA.No país e pelo mundo inteiro, os portugueses irão estar no seio das suas famílias, na alegria da partilha dos sentimentos e de outras delícias ,mais materiais.
Desejo que todos estejam connosco, os de "cá", nas preocupações mas também, e principalmente, na Esperança!
A todos os que me dão a subida honra de me lerem, aqui e em mais 53 países, o meu "muito obrigada", na certeza de que continuarei a dar-vos notícias de mim e do país, no meu estilo habitual! Juro que quero dar-vos notícias mais alegres. Juro-vos que, apesar de tudo, temos Esperanças!
Uma palavra de amor para os velhinhos, as crianças ,doentes e com fome, os presos que podem estar por trás de todos os tipos de muros, os imigrantes de todos os países do mundo,que, apesar de todas as dificuldades, continuam entre nós, como nós fizemos ,ao longo dos séculos, na terra deles. Um forte abraço para os emigrantes portugueses ,em qualquer parte do mundo...Que a Pátria vos permita voltar ao nosso seio, assim que quiserdes!
FELIZ NATAL------------FELIZES FESTAS 2011!

Mª ELISA-24 de DEZEMBRO DE 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SOBRE O NATAL...


Há muitas maneiras de nos sentirmos sós, muitos graus na pungência desse sentimento que é a solidão e várias fases na descoberta daquilo que ela possa significar.
Estamos, felizmente, às portas de um novo período natalício.
Pelo mundo fora acendem-se lâmpadas para iluminarem as ruas e os espaços onde deve, por força, sentir-se um espírito diferente dos outros dias, que têm sido ,principalmente para os portugueses, demasiado angustiantes. São muitas menos , as lampadinhas do Natal, este ano; a crise dita o rumo dos acontecimentos e nem todos têm disposição para "sentir" que é Natal.
As lojas vão resistindo, num último fôlego para fazerem entrar clientes e vão fazendo saldos fora do tempo, acendendo "néons" apelativos...
É difícil pensar este Natal de há poucos anos a esta parte, como uma época que dá alegria pois não se pode esquecer a miséria "vil" em que caíu o país.
Mas o Natal é de todo o mundo, dito cristão; e cada um tem o Natal que pode ter...excepto as bolsas cheias dos "grandes", que o vivem sem pensar nos que, cristãos ou não, nada têm que lhes lembre que "há milhares de anos, um menino nasceu, dizem, numa gruta de Belém da Galileia" para trazer a salvação, a Justiça, a Equidade, a Solidariedade e o amor da salvação? a todos os homens.
VERLAINE dizia que não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma...
diz o povo que "Natal é sempre que o homem quiser" ou "é sempre que nasce outro ser".
Que Natal haverá em tantos países do mundo, onde uma mulher é assassinada por amar...? Que natal pode ter uma criança a quem a fome e a miséria, as ditaduras e os genocídios , os cataclismos como as guerras, roubam todos os direitos , quando, afinal," um menino nasceu numa gruta, há dois milhares de anos e se "esqueceu" de a salvar das armas, dos canhões, das doenças, enquanto sua mãe a dava à luz, escondida do medo ,por trás de rochas e cavernas, onde nem podia gemer?
Estou a divagar...mas, entendo que a divagação e a poesia se sobrepoem á erudição por terem mais a ver com a subjectividade, as emoções, o interior imaterial do sujeito do que uma qualquer escrita erudita.
A vida é uma batalha contínua e ,quando menos esperamos, encontramo-nos no centro da refrega mais cruenta, mais árdua que podemos imaginar, chegando a perder as forças para essa luta, precisamente no momento em que mais temos que bracejar contra " as ondas alterosas de sentimentos ", que podem resultar em meras frustrações...

Meus amigos: desejo-vos ,do coração, uma Feliz temporada natalícia, junto de todos os que vos aquecem o coração, nestes dias de Inverno! Bom Natal!

Mealhada, 22 de Dezembro de 2011
Mª Elisa Ribeiro

POEMA: PEDRA De ROSETA


Vou vadiando, ao luar,
tecendo fados, que quero cantar…

(Vou jejuando felicidade…)

Teço novenas da Vida,
enovelo imagens de ermidas
onde as deponho…
…(Vou aromatizando a alegria, esperando que
se descontrole e me sorria…)

Vou pervagando por entre raios de Lua,
na noite escura, engalanada de Perseidas;
subo a colina dos tormentos…e oro, por momentos,
aos FADOS dos enganos…

(Vou arredando espinhos…
pedras agudas e ervas, dos meus caminhos…)

Vou sonhando…
Sonho tesouros incontáveis…
…construo catedrais do Impossível…
…cálices de líquidos doces…
…relíquias do agridoce que é o meu dia-a-dia,
esta alegria de Noite, de Luar, de Sol…

(Vou furando por entre multidões
que não existem…)

E encontro junquilhos místicos,
cuja doçura está no olor
espalhado em meu redor!

Vou resistindo…esperando perder-me
na beatitude do pecado…
que mora em mim, mesmo ao lado
das flores do meu íntimo jardim…
torno-me documento arqueológico
que se vai descobrindo…
…“Pedra de Roseta”…Esfinge…Champollion do meu mistério!

Na ponta dos dedos, seguro o teu orvalho…
…sémen de vida da flor erecta, aguerrida…
aberta aos mistérios dos galhos endurecidos
que se mantêm na floresta, enlouquecida…

(Penitencio-me na ermida da verde colina…
…meu oratório druidico…minha Natureza-Mãe!)

E sinto a aragem do teu MAR potente e grandioso…
ansioso…
Tem ALMA, o seu suspirar…
…e cheira-me a rosmaninho das ruas
De Jerusalém…camélias rubras do teu bem!

Vou indo, do inconsciente para o consciente,
para o objectivo ideal humano…
…e és meu deus no fim do princípio, encetado na mente…

Sou meu narrador omnisciente e omnipresente, EM MIM…
Quero ir chegando ao teu fim…
Vou andando…vou chegando…a desejar-te!

Fujo das fendas na muralha do EU,
que vou projectando no luar do olhar teu…

QUE ESPERA! QUE CANSAÇO!

R/ C11L-56-(ERts)-MAIO/011
Marilisa Ribeiro

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FERNANDO PESSOA: cont. do estudo dos HETERÓNIMOS-ÁLVARO de CAMPOS


LITERATURA PORTUGUESA: OS HETERÓNIMOS DE FERNANDO PESSOA (FP) - (CONT.)

FERNANDO PESSOA (FP):
O HETERÓNIMO ÁLVARO de CAMPOS (AC):
Afirma o PROFESSOR CARLOS REIS:”Se a poesia de AC é, em muitos casos, o lugar de encenação de um febril entusiasmo modernista (na mais literal acepção do termo), ela acaba por conduzir, também, a estados de espírito em que o desencanto e o tédio são dominantes (…)
In”Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea”, UA, 1990.
Nesta viagem que nos tem levado a conhecer, um pouco melhor, o grande poeta português FP, paramos, hoje, em Álvaro de Campos, o heterónimo das SENSAÇÕES FUTURISTAS, cuja poemática se pode dividir em três fases distintas: a fase DECADENTISTA, a fase FUTURISTA-SENSACIONISTA e a fase do CANSAÇO (PESSIMISMO).
Devo dizer que há estudiosos da obra pessoana que consideram outro tipo de divisão da poesia de AC. Pessoalmente, como estudiosa e amante de Pessoa, opto por esta que acabo de enumerar.
FASE DECADENTISTA: -Um único poema, “OPIÁRIO”, a identifica. Na vida, todos temos momentos melhores e momentos piores; por vezes, até nos escapa dizer: “ Que droga de vida!”Procuramos, então, se desejamos ultrapassar as agruras, encontrar soluções morais, espirituais, sociais, de simples vivências remodeladas…E umas vezes “a coisa” parece dar uma volta para mais tarde, voltar ao mesmo! Nada nos satisfaz, senão no momento…Somos incompletos, insatisfeitos, imperfeitos, indagantes, angustiados, delirantes…Eu sei lá que mais!
E ,na maior parte das vezes, por todos esses motivos e mais alguns, enveredamos por caminhos ínvios, que denigrem a nossa condição social e o nosso estatuto de seres pensantes.
Uns procuram refúgio às margens da dignidade humana com drogas, vinho e o cometer de actos indignos; outros, como FP (que também abusava dos seus copitos!), refugiam-se em “vidas” quase paralelas à vida, na POESIA, na música, na leitura, nas artes …E aqui, volto a AC, que se refugiou na poesia de todo o tipo de SENSAÇÕES!
( É útil ,para o nosso artigo, recordar aos leitores os tempos conturbados ,a que já me referi, noutro artigo, do contexto nacional e europeu: o ULTIMATO INGLÊS, a crescente industrialização da EUROPA, com as piores consequências a níveis social, político e económico, as revoluções para implantação da REPÚBLICA, os conflitos anglo-germânicos que culminaram com o eclodir da 1ª Grande Guerra…etc.
No poema “OPIÁRIO” AC encontra-se a bordo de um grande paquete transatlântico, no Canal do Suez, e logo na 1ª quadra diz-nos que procura, para a sua angústia, um remédio, “uma droga” que estará, presumivelmente, num “…Oriente a o oriente do Oriente…”Atenção que “estas drogas” e “estes ópios” são Metáforas de Vida, de calma, harmonia e descanso interiores .No poema, AC declara-se, abertamente, um decadente, cansado de problemas, à procura de um recanto onde possa ser feliz, como qualquer outro ser! O poema é em estilo confessional, brusco, animado e até divertido, agrupado em quadras de versos decassílabos, à maneira da poesia tradicional portuguesa, neo-garrettiana.Foi dedicado ao seu amigo, o poeta Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) que se suicidou, em Paris. Vejamos alguns exemplos dos versos deste poema, (de que aconselho a leitura):…”…E afinal o que quero é fé, é calma,/ e não ter estas sensações confusas./Deus que acabe com isto! Abra as eclusas!-e basta de comédias na minh’alma!/”
A fase seguinte de AC, em termos de poesia, é a do Modernismo Vanguardista –Sensacionista!
Afinal, o que é preciso é SENTIR TUDO DE TODAS AS MANEIRAS! Fosse a força da explosão dos motores das fábricas e dos carros, a força da velocidade ou das engrenagens, os ruídos ensurdecedores da vida industrial…
Bem, vemos que a decadência era isso e não dava mais nada! Começam a surgir poetas e ideias que relevam AS SENSAÇÕES como o modo de se poder ser feliz e menos entediado. Um destes homens é um italiano, de seu nome MARINETTI, que AC seguiu de tal modo, que parecia ter encontrado a resposta de totalização de todas as possibilidades da sua humanidade. Mas, MARINETTI não foi o seu maior inspirador desta fase. Quem, verdadeiramente o influenciou, foi o poeta norte-americano WALT WHITMAN (1818-1892), seu émulo desde que o estudou na África do Sul, poeta que celebra a natureza humana e a vida, em geral, dentro de um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o EU representa. Na poesia, introduz uma nova subjectividade na concepção poética, que transforma essa poesia num hino à vida.
De notar que Alberto Caeiro também foi um sensacionista! Mas com uma diferença muito importante: Caeiro considerava a sensação captada pelos SENTIDOS como a única realidade, rejeitando o pensamento! Álvaro de Campos (AC) é racional, é engenheiro, é técnico…
Vejamos alguns versos de dois textos emblemáticos desta fase, “ODE TRIUNFAL” e “ODE MARÍTIMA”:”…Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do jantar! / Eia aparelhos de todas as espécies, férreos, brutos, instrumentos de precisão, aparelhos de triturar, de cavar, …/EIA! Eia!eia!/Eia todo o passado dentro do presente!/Eia túneis, eia canais, Panamá,Kiel, Suez!/
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!”
Resumindo a 2ª fase: amor ao triunfo da máquina e da força mecânica, na civilização moderna! Amor à beleza da força e da máquina por oposição à normal concepção de beleza! Sensacionismo “ sentir tudo de todas as maneiras”!
Na 3ª fase literária de AC, o pessimismo retorna! Afinal, nada contribuiu para que ele se transformasse num ser, relativamente feliz, relativamente normal, emocionado perante a vida…Sente-se cansado, abúlico, pessimista como nunca, amargo e angustiado…Voltou o espírito de abatimento do período decadentista.Mas, diferente do decadentismo pós-simbolista da 1ª fase, pois esta nova “decadência”, digamos assim, traduz uma REFLEXÃO INTIMISTA e angustiada de quem apenas sente o vazio, depois da “caminhada heróica”.
Encontramos poemas como “Esta velha angústia”, “Apontamento”, “Lisbon revisited”, “Dactilografia” e esse monumento poético que é o poema “TABACARIA”, entre outros. A temática é a do desapontamento, do cansaço da vida, do aborrecimento de tudo e por todos os motivos, que se revelam em versos como estes, a seguir:” Esta velha angústia…que trago em mim há séculos…transbordou…Mal sei como conduzir-me na vida…com este mal-estar a fazer-me pregas na alma…Este pode ser…Este quase…ISTO! “ E ainda: Não, não é cansaço…É uma quantidade de desilusão/Que se entranha na espécie de pensar, / É um domingo às avessas do sentimento…/ “ O que há em mime sobretudo cansaço…Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo…Cansaço!/”
FERNANDO PESSOA: um mundo! Não se esgota! Não custa saber alguma coisa sobre o grande POETA, lido, traduzido e estudado, em vários- muitos! países do mundo!


Mealhada, 15 de Dezembro de 2011-12-15
Mª Elisa Rodrigues Ribeiro
maria.elisa.ribeiro@iol.pt
http://lusibero.blogspot.com

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"Não há trabalho em PORTUGAL? Emigrem!"


Já há 15 dias, mais ou menos, um douto secretário de estado de Passos Coelho, tinha, com uma coragem inaudita, dito isto aos portugueses que estão desempregados, nomeadamente aos jovens licenciados, nos quais todos investimos, com os super impostos que nos roubam.
Vi logo que aquelas frases não vinham da cabecinha do secretário...Havia ,ali, qualquer coisa que não cheirava bem...

Anteontem, viu-se de onde provinham as suas tristes ideias: da cabecinha louca do próprio primeiro ministro, "elezinho" em pessoa ! Isto, quando, ao dar uma entrevista a um órgão de comunicação, em atitude derrotista e de um homem que anda às aranhas, sem saber que fazer senão roubar os proventos e as reformas dos portugueses, alvitrou que, estando para serem despedidos milhares de Professores, o melhor seria que pensassem em emigrar, nomeadamente para os países lusófonos, que tanto precisam deles!

O que mais choca é a falta de visão deste homem, para o país que o elegeu , sem saber o que ia naquela cabecinha oca , que só pensava no poder ,nas cadeiras a distribuir pelos amigos e em poupar os ricos ao pagamento de impostos dignos ou mesmo mandar para a cadeia quem fez a sua fortuna em paraísos fiscais, podendo, à custa do sangue dos portugueses andar a passear por Paris, uma licenciatura QUE PARECE QUE NUNCA HOUVE!

Arrojo, falta de humanismo, incapacidade em ver e antever um futuro que, sem os portugueses que possam emigrar, aqui não porão mais um tostão!

Sabemos que a ISLÂNDIA está ,aos poucos, sem ajuda dos "comedores " do FMI, a crescer ,a olhos vistos, tendo, primeiro que tudo, julgado e metido na cadeia , os ladrões e corruptos que puseram o país na banca rota!Mas , ali, a JUSTIÇA escreve-se ,com letra maiúscula! Aqui, país latino, não há justiça senão para o pobre! Não há justiça, como não há saúde, como não há segurança interna, como não há educação, como não há pão para matar a fome mais miserável que já se viu ,desde há mais de cem anos!

deixo uma ajuda ao primeiro ministro de Portugal: por que não emigra ele para Angola ,de onde veio, levando num cesto toda a MERDA que o rodeia?????????'

sábado, 17 de dezembro de 2011

Morreu Cesária Évora.

É assim a vida! Não pedimos para nascer...vamos vivendo, aos trambolhões, ao sabor das ondas da alegria e da tristeza, embalados por ventos mais calmos ou mais inquietos, resmungando injustiças, cheirando corrupções, cantando baladas...sonhando e acordando.

E um dia, chega a hora de qualquer fénix...reduzimo-nos a pó...Deixamos traços de nós...filhos, obra, sonhos não cumpridos...felicidade não vivida...Lutamos por tudo o que pensamos que nos pode completar e TODOS morremos ,incompletos!

A vida contém a morte, mas a morte contém a vida!Mas tudo vale a pena para viver uma vida? Sim!Mesmo as lágrimas que choramos ,em momentos de amargura e solidão! Tudo é lindo quando se vive! tudo é uma maravilha, ao acordar e abrir as cortinas que dão para o sol que bate nas estradas, nas árvores, nas águas do rio que corre...O homem deve dar um sentido à sua existência, uma vez que ele é o produto do que fizer por si mesmo; isto dizem alguns dos filósofos do Existencialismo.O que se sabe é que o homem está ligado à vida de todos os outros homens.Por conseguinte, quanto melhor fizer por si, melhor e mais harmoniosa é a sua vida!

Cesária Évora viveu em função de si, com a música que enche os nossos corações.Viveu para nós , também...nós que continuaremos a cantarolar "SÔDADE"...

Paz à sua alma!

SENTIDOS PÊSAMES AO SEU POVO E AO GOVERNO DE CABO-VERDE!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

POEMA: QUASE...QUASE...


Quase, quase…afastava o álgido olhar
que
nas correrias do vento, se insinuava tormento!
Quase, quase…apanhava o raio de sol
a brilhar
que se escondia em teu olhar!

Quase, quase…era EU em TI!

Tão pouco faltou para, quase, desabrochar
em teu jardim aromático
a florescer no ar tépido!
Fugiria, nas asas de um sorriso, aos promontórios rochosos,
descarnados, como as agruras da vida!

Quase…amor!

Não pude parar o Tempo, que vinha na força do Vento…
Virei os sentidos ansiosos para o teu horizonte
e deixei-os, ali, sentados,
a descansar, por momentos!

No céu da minha mente
passeias, altaneiro,
por pétalas tecidas pelos raios de luz
que à noite nos seduz!

No mar da divagação-em-ti, esbracejo em ondas alterosas
dos sentimentos-que-são –quase-frustrações…
…temíveis flocos de algodão que se dissolvem
na mais leve onda de calor, da emoção.

Quase, quase…fomos dois em UM!

Sento-me a teu lado, em ténues sinais de vida…
…em pássaros que correm os ares das montanhas…
…no vento que os acompanha…
…nas flores que não param de cheirar…
…nos rios a correr , ansiosos por chegar ao mar !
Quase, quase…atrevo-me a desafiar o teu mistério!
Mas o Tempo é frio e a água escasseia…
Receio que as finas areias e as pequeninas pedras
Cheguem primeiro ao teu sorriso, que me rareia…
Estás sempre mais ALÉM…
Mais perto do teu infinito, que não é o meu…

E…quase, quase…evoco a POESIA que perdeste,
Sem ver-a-vida-a- viver…
O Tempo não tem Tempo para brincar!
Soluça nas árvores, nas flores, nos doces amores
O seu continuar a SER!

E eu sou, hoje e ainda, o que Fui
no enigma da dúvida do SEREI!

Marilisa Ribeiro
R-C12M-48-MQC-NOV/011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

COMEÇAMOS A MOSTRAR DESAGRADO?


Parece que ,finalmente,(e já não era sem tempo!)o povo começa a dar mostras de desagrado, contra este primeiro ministro, que não passa um dia em que não venha dizer-nos que vamos pagar mais por isto e por aquilo e mais aqueloutro!

Passos Coelho foi, hoje, recebido em Matosinhos, com uma vaia tremenda e alguns epítetos que não lhe devem ter agradado.Enquanto discursava ,num evento qualquer, ao lado de AZNAR, antigo primeiro ministro de Espanha, foi vaiado ,também!

Ao sair do evento, continuou a ser "brindado"com mimos pouco agradáveis de ouvir!

Espero que não se pare, pois estão na forja medidas que ferem a nossa dignidade e a democracia: o ministro da (DES)SEGURANÇA SOCIAL, um tipo do CDS que era a última pessoa que se podia imaginar como ministro, deu a saber que estão a pensar passar as pensões de reforma para um tecto! que eles vão decidir!

Só que ,tal como no corte dos subsídios de Natal, eles, os que governam e os amigos que os apoiam, esses, de certeza, vão continuar a receber ordenado por inteiro, sem cortes! e terão, também de certeza, certezinha! as pensões que eles quiserem, quando estalarem os dedos ao chefe!

O desemprego vai já nos 13%! Os desempregados e os famintos aumentam a olhos vivos! QUERO DIVORCIAR-ME DESTE MISERÁVEL PAÍS!

POEMA: PROCURA


PROCURO-ME…


Procuro-me, nos dias de triste solidão…
Procuro-me, na escuridão da absurda alegria…
Procuro-me, nos olhos tristes de quem está a sofrer
e no rosto das crianças a quem não deixam viver…
Procuro-me, na minha infância perdida, que foi triste…
…não foi vida…
Procuro-me, nos teus raios de Luar, dispersos por universos OUTROS…
Procuro-me, dentro de mim, onde sei que me perdi…
Procuro-me, sem me encontrar, pendente do teu olhar…

Encontro-me, no ar que respiras, sem que o saibas
ou que o sintas…
Encontro-me, nos dias alegres que não tenho…
…no cansaço de uma abulia…disfórica e em dessincronia…
Encontro-me, eu sei, nas passadas que tu dás
sem saberes que vou atrás…
Encontro-me, na sombra da árvore onde te encostas,
deus mortal quase imortal…
Encontro-me, quando respiras meus olhos
e ,naturalmente, me acolhes.

Procuro-me, no ardor que em tudo pões,
quando, a teu lado, me repões…
Procuro-me, no suspirar dos Sentidos,
quando sou teu fogo-vivo…
Procuro-me, no teu leito, onde sei que não me deito!
…e nas águas do rio que deslizam o desvario do Amor…
Procuro-me, NO TEU PEITO AO MEU COLADO,
…na entrega desmesurada de uma troca de Sentidos-esvaídos-a-Viver…
Procuro-me, no meu corpo desejoso, ansioso por se DAR…
Procuro-me, nas tuas mágoas, no porquê do teu sofrer,
…que quero compreender…

Encontro-me, no que te dou numa entrega total,
sem saber o que dela fazer…
Encontro-me, no meu refúgio escaldante,
…magma-ardente-do- sentir- lava-a-escorrer-me –no- ventre!

SÓ EU SOU O MEU CALMANTE DA PAIXÃO A ACONTECER…

Quero água! Quero fogo! Quero a tua terra quente,
sem ar para a arrefecer!
Quero dar-te uma montanha de Amor,
com frestas a preencher,
onde te deves perder, para poderes ENCONTRAR-ME!

DEPOIS…beijo teus olhos…
…aliso teus cabelos…
…passeio-te com minhas mãos…
…ancoro nos teus segredos…
…levo-te noutra viagem, onde eu me sinta SER!

Doce miragem! Oásis a arder!
Continuo a procurar-me
p’ra me Encontrar no teu SER…

C12M-12- (ERCS) -SET/011
Marilisa Ribeiro

sábado, 10 de dezembro de 2011

POEMA : "SEIVA"(experimental)

ÁGUAS-AZUIS…
SEIVAS MORTAIS….
Génese de ambições naturais,
Algas que prendem pobres mortais,
QUE OUSARAM AMBICIONAR MAIS!

MARES-NOSSOS/VOSSOS, ó MUNDO/
Que não soubeste SONHAR A BÚSSOLA DA NAVEGAÇÃO ERRANTE
PROVOCANTE/ ANTE-OS-DEMAIS…

RITMOS SENSUAIS DE ONDAS INQUIETAS
PENETRADAS POR MEROS/INSIGNIFICANTES/ MORTAIS-------------------

ÁGUAS …profundas, limpas, fecundas de mistério…
…TAL A MULHER A RECEBER O SEU IMPÉRIO SENSUAL…
…ADENTRADA…COMO BARCA OUSADA ,
DA IMENSIDÃO TUMULAR DO OCEANO A GRITAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

VELAS-ERRANTES…
Sonhos?
SEMPRE OUSADOS… ANTES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

MAR…RESERVATÓRIO DE CORPOS!
…AMBULANTES ESQUELETOS-PUTREFACIENTES DA NAÇÃO
…ENTÃO –A-SER…………………………………………………………………….
Rasgam as quilhas , o mar cavalar com a força do VENTO DO TEMPO a passar.

Choraram Homens a dor do PARTIR-SEM-CERTEZAS-DO-VOLTAR!!!!!!!!!
GLÓRIAS –VÃS/ GLÓRIAS DAS HISTÓRIAS
DO POVO-QUE-OUSOU-O – DESCONHECIDO-ONDE – SE – AFUNDOU----------!

Almas no profundo do mar, engolidas…
…movem marés que salvam outras vidas,
Ao trazer de volta o peixe-pão…………………………………………………………………………








CALEIDOSCÓPIO –DOS-SENTIDOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
MAR-A-ENGOLIR-HOMENS-VIVOS!
FOICE –TREMENDA-DO-SONHO-VIVIDO
PELO LUSITANO AMBICIOSO,
DE FAMA-SERVIDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Masturbam-se rochas no fundo do húmido elemento,
Excitadas por um novo momento de ACOMETIMENTO RIZOMÁTICO
VÍVIDO-MIRÍFICO/ONÍRICO
Do povo ao lado, castelhano denominado….
Dor sensual da GLANDE DO MAR EXCITADO!

VOLTARÁS, POVO DO MEU PAÍS,
A PERDER A CABEÇA NO CENTRO DA RAÍZ DO MUNDO?????????????????????

C10J/13-DEZ/010 (MSG11)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

LITERATURA PORTUGUESA:um "cheirinho de VERGÍLIO FERREIRA


LITERATURA PORTUGUESA: uma “viagem” à obra de VERGÍLIO FERREIRA (1916-1996)


Palavras do próprio Vergílio Ferreira (VF): “O grande sonho de todo o escritor - se o tiver! -será o de nunca encontrar o leitor “ideal”. Porque, se o encontrasse, a sua obra morreria aí! E é isso o que nenhum escritor pretende, pois cada leitor “recria”, digamos assim, a obra que lê. Todas as obras literárias são o que qualquer seu leitor dela vai “vendo”, o modo como a vai “recriando”, sem seguir qualquer intencionalidade do seu autor.”
Partindo desta afirmação do escritor em análise, penso ser esse o motivo por que as obras de escritores como Fernão Lopes (escritor cronista do século), Gil Vicente (dramaturgo dos séculos XV/XVI), Eça de Queirós e outros, se mantém vivas no espírito literário de quem as interpreta ou interpretou, num dado momento da vida.
VF, autor de obras como”Manhã Submersa”, “Aparição”,”Pensar”, escreveu ainda para revistas literárias como “COLÓQUIO LETRAS”,”CONTA CORRENTE”( aqui em forma de diário nos tomos I,II,III,IV e V), “EM NOME DA TERRA”, “CONTOS”, “NA TUA FACE” e tantas outras mais, que nem é necessário referi-las ,se os leitores estiverem interessados em conhecê-las, tal a variedade e complexidade das temáticas nelas tratadas. Nascido em Melo, Gouveia, estudou em Coimbra e foi Professor, nomeadamente em Évora.
Mesmo tratando temas difíceis, como “o saber não ocupa lugar”, não se perde nada ganhando conhecimentos, pelo que eu decidi aflorar essa obra, referindo-me à que melhor conheço, que é “APARIÇÃO”. Deste autor li também “Manhã Submersa”, que não me cativou por me lembrar do que foi a minha meninice, num colégio de freiras. De tudo o que possa dizer-vos de VF, fiquem com a certeza de que muito ainda ficará por dizer…É aí que eu quero aguçar o vosso apetite a respeito desta matéria! Voltei a ler VF, já Professora de Português, pois “Aparição”fazia parte do programa do 12º ano. Esta obra exigiu de mim um esforço tremendo de pesquisa e estudo, pois a temática é complexa mas linda, tendo a ver com a existência do Homem. Afinal, quem nunca se questionou sobre esta outra metade da Criação? “Quem sou eu?” De onde venho, para onde vou? O que é DEUS, quem é DEUS, onde está, como posso ou devo crer n’ELE?
A personagem principal de “Aparição”, o DR. Alberto Soares, perfeito “alter-ego” de VF, decide “levar” com ele todas estas questões, para as quais, como seguidor da doutrina filosófica, que é o Existencialismo, ele acha que já tem resposta. Em Évora, esquece-se de que aquela é uma sociedade fechada, quase labiríntica, pouco aberta a este tipo de problemas existenciais.
Personalidade perturbante e perturbada, o novo Professor esqueceu-se de que nem todos tinham os mesmos problemas que lhe advieram de leituras que fez de SARTRE, GABRIEL MARCEL, HEIDEGGER, KIRKGAARD e JASPERS, nomeadamente. Só que VF seguiu o Existencialismo de SARTRE, que era ateu! -e que diz e pensa que “Existencialismo é humanismo”! Para ele, Deus não pode existir e o homem está condenado a ser livre. Se assim fosse, a nossa existência seria o que dela quiséssemos fazer… A verdade é que a “Mensagem” não passou e até foi mal entendida por Carolino, seu aluno, que chegou à triste errada conclusão de que podia, ele próprio, ser um deus e dar ou tirar a vida aos outros, se lhe desse na real gana! O próprio VF, na sua linha de pensamento, diz:”Vim para perturbar, não trago comigo a paz, nem para mim, nem para os outros.”E, questionando a existência humana, afirma, na revista “Colóquio Letras Nº 90”:” de nascer Só para ter existido, valeu a pena existir. A maior recompensa da VIDA é ela própria… (…) Foi bom ter nascido. Foi bom não ter acabado ainda de nascer…”
E que grande verdade, leitores! Continuamos a nascer, crescendo, existindo…Só é triste, e com isso não nos conformamos, que um dia tenhamos que deixar de nascer, deixar de existir, para cumprir o mais escuro desígnio de DEUS, o qual, “tendo-nos feito à sua imagem e semelhança”, permite que desapareçamos, feitos em pó…ELE, que não tem princípio, meio ou fim…
No romance “APARIÇÃO”, editado antes de “CÂNTICO FINAL”, a personagem principal, Dr. Alberto Soares, transmite aos alunos a ideia de que ”Escreve para ser”, o que completa perfeitamente o próprio percurso da arte, como a entendia V.F:”O HOMEM É, sendo, existindo…” No que diz respeito à acção, esta decorre entre dois espaços anti téticos, ABEIRA interior e o ALENTEJO, Évora, mais precisamente. Montanhas cobertas de neve e batidas pelos ventos frios, onde se situa a casa da família SOARES e a sedenta planície alentejana, queimando num brasido de sol e de paixões.
É impossível não “ver” Florbela Espanca nas ruas da cidade e na planície em chamas, como tão bem a descreve a personagem principal… em chamas, mas coberta pelo “luar da morte” e “pelo odor dos largos ventos”. A loucura do primeiro contacto do homem consigo mesmo, a primeira indagação em torno do seu EU, teve-a Alberto em pequenino, em frente ao espelho quando, ao mirar-se, disse: ”E vi, vi com os olhos, a face desse alguém que me habitava, que me era!” (cap.VI) Aqui começou a Aparição, que, afinal, somos nós, perante nós próprios…Hoje, com defeitos, amanhã com virtudes… e acabamos, então, por ser, como afirmava SARTRE, em meados dos anos cinquenta do século passado,”O homem-é-um-ser-para-a-morte”. Ao desafiar DEUS, desde pequenino, ao abandoná-Lo, Alberto demonstra ter vontade de chegar à sabedoria total sobre si mesmo e sobre os outros. Por atitude semelhante, ”ADÃO e EVA” foram postos fora do paraíso terrestre, falando em segundo sentido É CLARO! Mas, infelizmente a sua dura mensagem teve consequências dramáticas: Carolino subverteu a mensagem, entendeu-a mal e acabou por matar uma galinha como quem solta uma gargalhada, porque se sentia DEUS, capaz de tirar a vida a quem quisesse: e provou-o quando, numa noite de tempestade, tentou matar o Professor na CASA DO ALTO e na noite rubra de S. João, assassinou Sofia Moura.
A Morte, como não podia deixar de ser num romance desta temática, é assunto frequente: morre o cão “Mondego”, morre o pai do Professor, morre Cristina Moura, uma criança- génio da música, morrem Sofia e o “Bailote”…No epílogo da obra, integrado no POSFÁCIO, encontramos Alberto Soares já velho, cansado das lutas existenciais, ciente de que, afinal, a liberdade não o podia salvar da “hora fatal”, à espera “de que alguém o chame para a última comunhão” … Assim, o homem VF, depois de uma vida sofrida a tentar fazer valer a ideia de que DEUS não existe, acaba por compreender e aceitar o inevitável: iremos, todos, quando Alguém nos chamar para a nossa última comunhão…
MARIA ELISA RODRIGUES RIBEIRO

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

POEMA: CAMINHAR, PARA ALÉM DO AMOR...


CAMINHAR, PARA ALÉM DO AMOR…

Subo, a pulso, os degraus do meu poema,
ouvindo vozes distantes
que clamam, nos versos inquietos da alma!

Para o alto subo, sem os virar do avesso,
sentindo os cheiros da terra
nas poeiras incongruentes
do Estar no mundo ,de mim distante….

E teimo em escalar distâncias pelos degraus da vida,
génese do deslumbramento de um traço
da eterna procura, do Mais que se perde
no brilho das estrelas serenas…
… que vão levando o poema
para –a- torre -de -menagem-da-subida!

Navios sobem a corrente enquanto, ao longe,
pinheiros de rama verde cheiram a naus de Outrora,
galgando fusos horários, espaços interplanetários de madeira dura,
pátria, cheirosa e pura.

Não posso parar na subida para pensar o olhar
camélias rubras, nenúfares brancos, jacintos ou lírios do campo!

Lá, no Alto que procuro, passo, deliberada e teimosamente,
por cima de túmulos da humanidade…cujas estórias não fazem caminho na POESIA,
…sarcófago da sensibilidade, erecta no centro cósmico da Verdade!

Olho-me ao espelho dos sons dos passos da minha escalada de degraus…
…onde vejo os tons da minha subida no que VOU-ACONTECENDO…
E continuo a desejar ser nervura de folhas sadias, de pétala de rosas macias…
…melodia de MOZART…escarpa ou ravina a pique,
no cimo de uma montanha-a-ser!

Vem-me a vontade de dançar ao som da chuva, nas nuvens
prenhes
a rebentar água-vida, no ar!


E uma música nova perdura nesta viagem, dentro da bolsa das emoções…
…a música da Esperança, que toca os corações!
Passa o Tempo ao meu lado, levando-me por dentro, a mim,
… que vivo cá fora desse Dentro…

Andorinha cansada abriu asas pousando num degrau desta magia,
humana e ousada.

Águia das aragens planadas
como rio, estrela ou degrau…é POESIA!

É um universo consciente por cujos lábios falam
a pedra, o nevoeiro, o deserto…

Páro na subida da minha eterna escada…descanso, para prosseguir…
Vejo que, o que mais ocultamente sinto
é o que de mais verdadeiro há em mim…Coragem!

Não vejo o espírito dos astros imortais!

A Noite pode ser emotiva e plena de ternura,
nesta dura caminhada,
se a meu lado, o Sonhar se não perturbar com a voz do Vento…
elemento fragmentado dos esqueletos
que abandonei, ao longo da escalada!

Cheira-me a Sol, a Vénus-deusa, a mar de maresia
onde nos perdemos, um dia…

Cheira-me a POESIA!

E sou a luz, a noite, o dia das emoções nos trambolhões da bruma…
…nevoeiro odiento a perseguir a força das palavras
nos cheiros do Amor!
Cheira-me a distâncias dissipadas…
a canela do teu respirar, onde eu quereria repousar…

Que estranha Saudade me forçou a parar AGORA?

Converso com as palavras e elas nada me segredam…
Esperam as minhas descobertas na plenitude
que não posso atingir!

Meu Deus…Sou tocha a arder, sem a luz que me seduz!

Deito fora a máscara! Páro por aqui! Não sei caminhar,
para além do Amor!
sem o Amor…



Marilisa Ribeiro
C12M-81-(vds)-DEZ/011
IGAC-USR12038

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A CRISE...

DE TUDO UM POUCO
ANÁLISE DA SITUAÇÃO POLÍTICO/SOCIAL
A CRISE …E NÂO SÓ…

Diz COLIN CHAPMAN, jornalista e analista de problemas europeus:”Os leaders europeus-políticos, banqueiros e burocratas-parecem fechados numa quase permanente sessão, para tentarem encontrar um caminho para a crise em que o Continente está mergulhado. Só retórica!”

E ste é o tema de jornais e televisões, por todo o mundo. Estamos enjoados com a temática, mas, infelizmente, temos que discuti-lo, pois estamos metidos nele, quase até à ponta do cabelo mais comprido que nos cobre.
Nada percebo de economia e Finanças, a não ser gerir os meus tostões; no entanto, tenho o triste pressentimento de que quem deveria perceber alguma coisa, também não percebe…
Vejamos o Sr. Presidente da República, ilustre Professor de Economia…Instado a pronunciar-se sobre a miséria do país que superintende, nunca tem “nada a dizer sobre assuntos da governação”…até ao momento em que alguém “lhe pise os calos”…porque, então, não deixa por mãos alheias a capacidade de responder a tudo e mais alguma coisa…
Estão na “berra” as fotografias de Sarkozy e Merkel a propósito do domínio das privadas conferências, a dois, quase sempre! sobre os problemas da crise da zona EURO. Em todos os jornais, revistas, ensaios etc, não sei se já repararam, mas as mesmas nem sempre favorecem as duas figuras públicas, nomeadamente a do chanceler alemã, que ajudam a que a vejamos como uma figureta antipática, quase irreal, no mundo político, tais são os disparates que os entendidos dizem que ela profere.
Ouvi, ontem, que o antigo chanceler alemão, Helmut Schmidt (HS), lembrou à dita senhora que, quem ajudou a Alemanha a levantar-se e a reconstruir-se, nomeadamente depois da segunda grande guerra (1939-1945), foram os parceiros europeus, que ela, hoje, repudia como pobres indesejáveis, quando todos deveriam ser ajudados, no sentido de “elevar” a Europa aos níveis que o Continente merece, no contexto mundial. Apelava ao Humanismo, HS, do alto da sua experiência política, dizendo à Alemanha, que tem hoje o dever de pagar na mesma moeda humanista, com o intuito de fazer a tal senhora entender que deve contribuir para um plano de recuperação dos países com menos poder económico.
(“Qualquer coisita” lhe ficou nos genes…mesmo que fosse pequenita, nessa altura…)
O pior, penso eu, que não sou ninguém, é que MERKEL e Sarkozy, com o poder agarrado à pele e a pensarem em próximas eleições, estão-se perfeitamente borrifando para os pobres…Ora EUROBONDS sim, ora EUROBONDS não…lá vamos nós gramando as duas antipáticas e ditatoriais figuretas desta EUROPA em que eles já mandam, como se fosse sua…
A Europa, sem “garra”, nem se reconhece. Não há ninguém que reaja ao “duo” de comandantes do barco, de que não são donos. Em Portugal, Passos Coelho anda “às aranhas”, completamente desnorteado, ultrapassando tudo quanto é justo, humano e razoável, mesmo sem mandato da “troica”, para acentuar a sua loucura de “posso, quero e mando”.
Acontece, entretanto, uma entrevista do primeiro ministro de Portugal, ao jornal “PÚBLICO”, à jornalista Mª João Avilez. Foi ontem e eu li, como muitos outros leram. Tinha o senhor, escondido na cartola, um montante de 2mil milhões de Euros a mais, para pagar dívidas do Estado, a fornecedores de serviços! Mas, afinal, ele não tinha afirmado que o governo anterior tinha deixado um buraco, dessa dimensão, para os funcionários públicos e os reformados pagarem, com o corte dos subsídios de Natal? Em que ficamos?
Notícia de abertura de todos os jornais e telejornais, hoje de manhã, são os novos e assustadores aumentos nos serviços de Saúde, para os quais somos forçados a pagar os impostos e do s quais já quase não beneficiamos!
Supermercados e lojas fecham, caindo como tordos sob o peso dos impostos e a falta de poder de compra do povo que, segundo notícias de todos os dias, já começa a cortar nos bens alimentares.
Pois, nessa entrevista do “rei que vai nu” , a Mª João Avilez, diz o Dr. Passos Coelho que não está a seguir as ordens da Alemanha…que é pura coincidência com o que ela diz e pensa, o que ele e os seus tristes ministros por cá vão fazendo. Aqui, dei um salto! Está mais que visto que a senhora Merkel está a passar por uma “menopausa mental”,q ue lhe retira a capacidade de pensar a Europa, as políticas europeias e a independência e soberania de todos os países que não sejam a Alemanha ! E isto, com o devido respeito por todos os que passamos por essa fase da vida que reafirma a nossa maturidade etária e espiritual, o nosso humanismo, as nossas ideias, a sabedoria de um outro amadurecer…
Como pode correr para o amadurecimento humano, quem deixou de ter ideias?
Outra, à maneira do antigo Sócrates: tema de 1ª página, no jornal” Público”: GOVERNO IGNORA “TROIKA” E SUBSTITUI GESTORES HOSPITALARES DO PS POR OUTROS DO PSD E CDS”
A nova versão dos “jobs for the boys! Que Passos Coelho, durante a campanha eleitoral afirmou que não faria! Estão a esfregar as mãos de contentes os novos homens-a-enriquecer!
A ambição de chegar ao poder é tanta que um homem perde a dignidade e o crédito para pagar os favores que lhe fizeram! E a vergonha na cara…não conta? Decididamente, NÃO!
Conta o amiguismo da pior espécie, de mão dada com as “cunhas” que levam à corrupção! E …paga, povo! Uns defendem que o Parlamento devia ter mão nas situações de transparência, criando mecanismos de supervisão para situações, como esta…Deixem-me rir!
Mas, quem domina o Parlamento, por vontade dos portugueses que nunca mais aprendem as lições do passado, mesmo que só do mais recente?
Termino, deixando-vos com esta frase, que encontrei na NET:
“A maior corrupção encontra-se onde a maior pobreza está ao lado da maior riqueza.”
( José Bonifácio de Andrade e Silva)

domingo, 4 de dezembro de 2011

POEMA:MADRUGADAS

FOTO GOOGLE



MADRUGADAS …



Madrugadas de cheiro a alecrim
no rosmaninho selvagem…
carregadas de orvalho, que desliza despudorado
e lânguido…
Folhas de árvore, lambidas pelo mistério da noite,
abrem-se, sensuais, aos raios do sol, penetrante…

Épica viagem do orgasmo da nocturna NATUREZA!

O precioso líquido derrama Vida a esmo…segredo puro…
…ilha dos amores desencantada…Ogígia desbravada…vida namorada…
Louros, silvas, giestas…ervas doces a acordarem em festa!
Madrugadas, prenúncios do dia,
entremeadas por pedaços do prazer da noite!
Noite vivida…sentida…sofrida no arfar do Amor letal…
…vital…senhor da minha eternidade material…

Noite de estrelas estendidas sobre o corpo do MUNDO,
espalhando luz e cor na minha melancolia,
roubando-me sentimentos de abulia…

Ergo histórias sensuais na noite,
nos pináculos da felicidade erecta,
que toca os céus de uma intrigante meta…
Anulo-me na deliciada impressão de que estou
a alvorecer, vinda da rota do prazer…
Almofadas pelo chão…orvalho sacro na minha mão…
Afago o corpo, descansado…
… num novo cansaço!

Cheira-me a ti, esta madrugada serena e louca,
que a natureza morreu de paixão….

Abro a janela.
Espreito a mata, onde o dia se atrasou…
Parece que deus envelheceu…a noite continua tensa
sem o calor espasmódico da tua presença…

Ciente do orvalho desta noite imensa,
sinto o fogo, divindade intensa, no centro da TERRA,
minha ilha DO sempre…eternidade permanente,

Lá …naquele ORIENTE…
ESTE…ardentemente…



C11L- (vds) 116/ MRÇ/011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

POEMA: INQUIETAÇÃO

FOTO GOOGLE




Inquieta-se o mundo corporal
Nos gumes de uma lâmina
Ardente
Quente como restolho-flama.
Inacção.
Deambulo, esqueço
E mergulho na água de um rio quente-frio
Que se apodera de mim.
Frio…amansar dos sentidos.
Penso em ti.
………

Entrego-me às aberturas mais profundas do meu SER,
ao desejo de te ver,
de te sentir o Querer,
nas mãos, nos olhos, no corpo drogado
de prazer…
E queimo-me num odor que não permite repousar…

Murmuro-te…recordo-te…revejo-te…
…expludo de sensações que vivem, guardadas num agitado prazer!

Levaste-me TODA contigo! Possuo o APENAS-VITAL

Como matar esta fome, que de repente me consome ??????????????
Se tudo levaste…Apenas o odor deixaste,
na lembrança pulsante de acto de Amor!
…irrepetível? Talvez…Impossível de viver,
sem o toque dessas mãos
que falam magia de morrer, num orgasmo que dói…que flui
como rio deslizante numa cama de sofrer…

Pudesse eu ter-te AGORA-HORA!

Guardaria o teu ardor,
sem a ânsia que me habita…
Fugir-te-ia…ver-te-ia sucumbir a sopros tempestuosos,
gritantes
daquele INSTANTE!
E beijaria teus dedos até poder derretê-los…

Que filme duro, o DESEJO…mesmo que são, correspondido,
Ingrato… ao ACABAR-ALI…

Mais TE PENSO…Todo TE QUERO!

Entreabro aquela porta fechada da qual tu tens o segredo.
Mergulho nela, sem medo…Escondo-a no teu fascínio!
O revelar-me TEMPORAL, no acto de me dar,
é sequência musical de um BACH transtornado,
fascinado , ansioso por escutar…

É pela Beleza que chegamos à Liberdade…os dois, na Hora da Verdade!

E se olhares os campos, Amor, verás flores-mil,
ansiosas por abrir, nos raios do teu olhar!

Sabes? Peco comigo, quando não estou contigo…
Tenho, no coração e no corpo, mensagens de aragens a flutuar
no viver do teu olhar.
Tu sabes que é assim…
E não te rebelas!
Fala a EXPLOSÃO-MAGMA ,
correndo lenta pela encosta da minha colina escondida,
o teu rio, suculento, a fluir…

E dissolvo-me em ti…para abrir a porta do teu florir- a- crescer…

Calo-me…vou deixar que o Amor te toque, nas tuas “Quatro Estações”…
… VIVALDI das tuas sensações genésicas…
Ávida dos sons das aves-do - paraíso, peregrina de teu piano mavioso,
recebo de um sol cor de mel, um hálito de luz ,radioso…
Existes, para mim, num outro mundo…
E a beleza dos teus acordes, é a asa desse mundo…
Pode ser que, para amar, exista todo o tempo do mundo.
Mentira refutável!

Um murmúrio de desespero invade a minha sonata…
Nuvens rastejantes querem toldar-me os sentidos,
que, para ti, mantenho vivos, num céu puro e musical,
num mar de sons majestosos, onde as vagas, raivosas,
discutem o nosso canto de amor…

Todo o tempo do mundo não existe…


Marilisa Ribeiro
R- C11L- (ERTs)-49/ MAIO/011