terça-feira, 30 de novembro de 2010

NOVO CANTO




…plantação arrojada
fruto da floresta-vida…
reabro…


…arara ferida
que salta de ramo em ramo
na consagração querida…


…sôfrega, quero mais…
… algo que ponha a alma que tenho
à espera do que não tenho…


…sonâmbula da felicidade,
acordo e num repente
o PRESENTE perdeu o PASSADO
na idade tenra…
…tempo da doce verdade…

…canto o choro das montanhas desbotadas,
…dos rios de águas paradas,
poluídas…excrementadas…
Grito os aços que ferem
…que querem, sempre , doer,
em cada AMANHECER!

…tendão dos Sonhos…
…calcanhar de factos medonhos!
Ancianidade da VERDADE reposta em MIM…
…lamento não ser um SIM…


…muralha frágil,
caí das alturas prováveis do amor,
crente da DOR do SENTIR
a mentira que não dou…

Explodi meu fogo na lava dos vulcões.

Por fim…
… canto a música de pianos enlouquecidos
de sentimentos vividos, dedos feridos…
e_____________ desabrocho para a VIDA______________
que não rebenta em mim,
no prazer da hora de SER –MULHER_____________!

Então, ACONTEÇO na origem do COSMOS_________
______________embrião a ressuscitar do RENASCER___________

…quero a VERDADE do SER,
que transfigura a fissura do meu NÃO-SER!

C9I- NOV/010

POEMA: VIVO ILUSÕES...


VIVO ILUSÕES…



Some-se o TEMPO na noite que passa
Devagar,
Desiludida de MIM
Que não ouso ACREDITAR…

Atravessa, (ele), a ponte da minha desilusão…

Espera-me (ele) no meio da sensação
De PERDIDA que marca, hoje, minha VIDA.

Falta-me um toque de mãos,
Um beijo diferente…
Um aperto no coração
Lembra teu olhar distante…

E o sino da minha igreja interior
Continua o seu tocar a rebate…
Acorda-ma na melancolia
Do nascer um novo dia…

POETISO a sensação de vazio…
Engano-me na ilusão…
Minto-me para além do desvario…
A dor é uma excepção…

E sinto nos pés
A estrada que ainda não percorri…
Anseio por encontrá-la
No cruzamento místico de TI, COMIGO…

VIVO ILUSÕES…

Meu DEUS…que VIDA pequena me propões!
Não tenho TEMPO de encontrar meu caminho…
Estou sozinha na vontade de superar o mero SONHO
Que me mantém afastada do AMOR,
Que-confio! - há-de, por fim, aparecer!

Barco sem rumo…
…à volta, tudo é fumo, nevoeiro denso, intenso…
Estou dentro de tormentos…
…de vagas alterosas dos meus sentimentos!

No Horizonte, vislumbro
Um vulto cavalgante…
…meu “SEBASTIÃO” da HISTÓRIA?

Volto ao cais…
Abraço tua miragem…entre os demais…
…sem a certeza desse encontro de mortais…

VIVO TRISTES ILUSÕES…

C9I-56(mqc)- NOV/010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


APOGEU



Apogeu da minha eternidade
escorre em tom de pérolas doiradas
pela face…
essa estrada,sulcada,
não explorada
de MIM…

Gotas de oiro sagradas…
Tenho-as guardadas
para te banhar a pele no dia em que,
num círculo de FOGO,
estivermos num anel…

SONHO…
Desespero, porque sonho!

Uma linda rosa rubra
Saída do meu jardim,
olha, surpresa, para mim…

Que faço dela, Senhor?
Eternizo-a em mim,
que me piquei no vermelho seu…
quando me ofereceu o Céu?

Refúgio do lirismo prenhe do meu EU…
Doce entardecer do meu alvorecer…
Vida que se esgota na vida…
Derrame na minha ferida…
Sonho do VIVER meu!

QUE MAIS PODERIAS SER?



C8H-13/68—JLH/010

domingo, 28 de novembro de 2010




Este texto sobre a obra de EUGÉNIO DE ANDRADE É UM APOIO, APENAS!- PARA OS ALUNOS DO 12º ANO , que terão o poeta como objecto de estudo, para o exame nacional.Não dispensa as aulas de PORTUGUÊS!!!
O TEXTO NÃO RESPEITA AS REGRAS DO ACORDO ORTOGRÁFICO.


De Eugénio de Andrade diz ANTÓNIO LOBO ANTUNES:
“Este poeta é o amigo mais íntimo do sol…mas é, igualmente, o conhecedor melancólico da sombra.”

A poesia de Eugénio de Andrade (E.A) foi sempre, apesar da transparência (aparente…) e da simplicidade, um campo onde o sol alterna com a sombra, a terra com o céu, a justiça com a injustiça, e assim por diante, no campo de todos os opostos que caracterizam as vivências humanas.
Desse modo, do que sei sobre este poeta, posso dizer que ele trabalhou, com lágrimas nas mãos, os temas mais naturais da Vida do HOMEM-SER: a casa, a terra, o ar, o fogo do amor e da vida, da paixão pelo que somos e fazemos…guardando, nessa poesia, um lugar muito especial para a figura da MÃE: …”No mais fundo de ti/ eu sei que traí, mãe. /Tudo porque já não sou/ o menino adormecido/ no fundo dos teus olhos. /…Ainda oiço a tua voz: “Era uma vez uma princesa/ no meio dum laranjal…”
Não me esqueci de nada, mãe. /Guardo a tua voz dentro de mim.”
A poesia de E.A sentiu-se envelhecer, à medida que envelhecia o poeta: foi uma vida a dois, com a qual ambos lucraram; nos ardores da juventude e, mais tarde, naquela idade em que, apesar dos “enta”, ainda nos sentimos capazes de ser jovens…foi isso mesmo que o poeta fez com o leitor, oferecendo-lhe uma mensagem poética clara, diurna, solarenga, em que ele quase nos pede que peguemos a vida nas mãos, tão maravilhosa ela é!
Mas o poeta tem consciência do fatal envelhecimento e das fracturas que provoca, em todos nós, pois começamos a ver diminuir os dias que faltam para a fatal Verdade do homem. A noite cerca-nos e a solidão, mesmo que acompanhados, dói:” Hoje deitei-me ao lado da minha solidão…” E então, a velhice torna-se para o poeta “uma doença da alma”.
Para nos ajudar na interpretação da sua poesia o poeta busca, afincadamente, a PALAVRA certa, aquela de que qualquer um precisa, “naquele exacto” momento para lançar aos ventos a Mensagem. Por isso, sofre, pois, tendo tantas à sua disposição…há sempre outra que talvez “ali” ficasse melhor…
Sobre as palavras diz, então, E.A:”São como um cristal…/…Algumas, um punhal, um incêndio…orvalho…secretas…inseguras…pálidas…desamparadas…cruéis…desfeitas…”
A sua linguagem sentida tem por função despertar no leitor as emoções indispensáveis à “leitura”, à compreensão da mensagem poética.
E sabe-me a música qualquer poema deste homem superior, tocado pela Musa!
O escritor Vergílio Ferreira chamou-lhe “Poeta da intensidade”; e essa intensidade espalha-se de tal modo a toda a sua temática que é forçoso ver na sua obra a preocupação humanista, nomeadamente quando se refere ao corpo humano, à mãe, à terra, à casa- lar, à saudade, ao corpo, à luz e às sombras.
ERNST CURTIUS diz:”…tema é tudo o que tem a ver com as relações primitivas da pessoa com o mundo.”
Ora, há por aí gente que, como as plantas mirradas, nunca chega a desabrochar. Ou, por razões que a própria razão desconhece, ou porque não conseguem abrir-se ao mundo devido a um número elevado de motivos, que se prendem até com condições educacionais, sociais e/ou político-filosóficas, impeditivas do conhecimento, que as pode engrandecer. Isso não aconteceu com o nosso poeta de hoje, o qual, apesar das adversidades, se impôs, “libertando-se da lei da morte”, como dizia Camões, dos outros heróis, de antigamente.
O amor, sobretudo, e particularmente, atravessa a sua obra; reparem na beleza que se expande do poema “Urgentemente”: “É urgente o amor…/É urgente destruir certas palavras, / ódio, solidão e crueldade;/ alguns lamentos, / muitas espadas/…É urgente inventar a alegria!”
Eu diria, “ reinventar”…pois, entendo o poema também como um apelo à PAZ, a tudo o que possa unir o Homem à terra em que habita e com a qual forma um corpo místico, uno.
A terra, o nosso mundo, tal como nós próprios, é imperfeita, dado que nós para isso contribuímos e, por esse motivo, alterna sol com sombras…Ora o poeta anseia por luz e claridade, pelo discernimento que encaminha a personalidade para o aperfeiçoamento.
Assim, sofrendo com as dores do mundo que o rodeia, declara-se, abertamente contra o “ nuclear”, por exemplo, dando um testemunho importante para essa questão, no poema: “Ao Miguel, no seu 4-0 aniversário e contra o nuclear, NATURALMENTE!”
Amigos leitores: mesmo que pensem que não gostam de “versos”…façam de conta que gostam! Andem lá…leiam um bocadinho de qualquer um, dos tantos melodiosos poemas da nossa história literária e, se quiserem, tirem dúvidas comigo!
Deixo-vos, hoje, com um pensamento de Montaigne; nem importa quem ele é…Basta que reparem na sua mensagem: “O fim último da vida não é a excelência mas sim, a felicidade.”

sábado, 27 de novembro de 2010

POEMA "NÁCAR"

FOTO GOOGLE



“NÁCAR…”


Pérolas
De água salgada
Poisam
Na pele seca, enrugada.

O horizonte
Em fogo
Cheira a incenso

Olhos de navegante
Molhados
De areia de Belém
Perdem-se
Na aura
Da Saudade
Da mulher e da mãe

Horizontes
Sonhos prometidos
Esforços dobrados
Com temor

Adamastor de todos os dias,
Acende a coragem das maresias

Mar intenso
Moldura
De meu país
Em suspenso

Mar
Do tempo lento
Que
A vida prometeu…

Bengala
Do comprimento
Na largura de EXISTIR!
Perde-se a vista
Na montanha
Lá atrás
A chorar…

Singela tremura…
O SONHO?
PERDURA…



C7G- (OI)-45/48- JAN/010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O drama vergonhoso da FOME...


Portugal...século XXI da "era do senhor"...sócrates!



A fome é uma consequência da falta de respeito dos governantes pela mais elementar dignidade humana.
A Vida não é-não deve NUNCA ser-um passeio de virtudes! Isto, porque o HOMEM tem o dever de a transformar ,em prol do seu próprio bem; e, para isso, dispõe de meios que o ajudem a cumprir a sua missão...Mas que fazer quando, no caso da fome, não conseguir superar as terríveis estradas, que a ela conduzem?
Este fim de semana decorre por todo o nosso país, o habitual peditório dos voluntários dos "BANCOS ALIMENTARES CONTRA A FOME", num momento difícil da vida desta estranha TERRA, que é a minha, onde nasci e vivo.
Momento difícil, porque não temos políticos à altura da grandiosidade do povo que (des)governam! Não ,não me enganei! Disse-o voluntária e conscientemente: não temos gente capaz de governar o país, porque se vão governando primeiro a eles mesmos!

Não somos virtuosos, como seres humanos...não somos perfeitos...temos milhentos defeitos e pouca vontade de os admitir e corrigir!Não sabemos usar o nosso livre arbítrio para nos valorizarmos aos olhos do senhor, seja Ele Quem ou O que for!

Como Humanista,não costumo deixar passar em branco a importância que certos acontecimentos podem ter, no contexto da vida humana.Por isso vos falo ,hoje, com lágrimas nos olhos, deste dramático momento da vida de um povo que foi e é grande, mas que nunca teve governantes à altura dessa grandeza, tornando-se, por conseguinte, pequeno, por não saber como resolver o drama da FOME, do DESEMPREGO, da MENTIRA em que nadam os seus governantes de nome... Sim, de nome!- porque não governam sem sugar até à medula , o sangue dos seus irmãos de sangue!

Há fome em PORTUGAL! Há miséria cruel que permite que as crianças portuguesas cheguem às aulas, sem comer!
Há milhares de desempregados, desempregados de curta e longa duração, há milhares de jovens licenciados a procurar as limpezas e as fábricas de encher chouriços , no estrangeiro, para poderem sobreviver e ajudar as famílias quase indigentes, há milhares de sem-abrigo a dormirem na rua (estamos com temperaturas quase negativas!), a quem algumas almas devotadas à causa, distribuem ,no frio da NOITE, uma ligeira refeição quente...Pela boca do inqualificável ministro das finanças que temos, perfeitamente sintonizado pelo pensar -(des)pensado de sócrates, ficamos a saber,hoje, que "dê lá por onde der" a crise tem que ser combatida com o sangue o suor e as lágrimas deste povo, que não tem pão! mas tem que pagar os erros da governação deles! Mesmo sem dinheiro , com impostos sobre impostos sobre impostos, num não mais acabar de miséria, os portugueses vão ter que ver o déficit baixar!

Não há aumentos de ordenados...mas todos os bens de consumo , indispensáveis a uma vida digna, sobem ,diariamente, num turbilhão de loucura , que não sei no que vai dar. Desde os tempos de SALAZAR que não se via uma miséria tal... AS instituições de caridade e as portas das igrejas são poiso obrigatório para quem não sabe o que há-de fazer à vida! Os párocos pedem ajuda ,que lhes não chega de lado nenhum, pois este governo "emigrou" para os aeroportos novos, para as mega pontes, para os combóios de alta velocidade , para os carros blindados para a CIMEIRA DA NATO, que só chegam...chegarão?depois da cimeira, que já FOI...
A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA aprovou ,hoje, só com os votos do PS ajudado pela abstenção do PSD, o novo orçamento de estado para o próximo ano...Mais miséria a caminho de se encontrar na encruzilhada da miséria...
Os idosos, com meia dúzia de euros de reformas ultrajantes e indignas da dignidade humana, vão pagar impostos para pagar as mentiras do tal sujeito que foi, no passado ano, nominado por revistas económicas estrangeiras, como "o pior ministro das finanças da comunidade europeia! As grandes empresas têm lucros escandalosos que repartem pelos administradores ,directores e outros "grandes senhores"!

A greve geral do dia 24 deste mês foi classificada como "greve parcial" por um dos ministros de sócrates, o da economia...é quase impossível contabilizar a pobreza em PORTUGAL... fala-se de mais de 30% de pobres ...mas os miseráveis são mais... Nota-se no talho, na loja da aldeia onde estão na moda , como há 40/50 anos ,os livros de "FIADOS"! Não há classe média em PORTUGAL! DESAPARECEU debaixo da manta negra do desgoverno dos socialistas!Quantas vassouras são precisas para varrer o lixo português? Ninguém já sabe...

FIM DE SEMANA DE ESMOLAS PARA OS POBRES E FAMINTOS DE PORTUGAL!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

REFLEXÕES...(I)


PERCURSO INTERIOR…

Reflicto sobre “as margens”do rio do meu viver.
Cheio de percalços e poucas venturas, o caminho traçado pelos deuses para eu executar, havia de ser-como foi !- duro…
REMEMORO…
Algumas das minhas realizações ajudaram a tornar mais claro o cenário em que me movimentei.Com coragem decidida por meu calor interior, qual barco de aço cortando os mares de gelo, fui vencendo etapas…Orgulho-me de nunca ter deixado cair os braços; antes pelo contrário, levantei-os sempre até aos ramos das árvores mais altas, para colher seus frutos. Alguns, apanhei-os…Outros caíram no chão, apodreceram e deram húmus para a TERRA rejuvenescer.
Lágrimas, desespero e falta de Esperança ladearam meus sorrisos, alegrias, ilusões…
VIVI “músicas” tremendas, no meio de desconfianças…As mais sonantes perduram no meu espírito e enriquecem momentos de exploração interior…Soam suaves, ao sabor das reflexões e dão vida …Vida…que é o maior desafio que o HOMEM tem de enfrentar, que é eterna peregrinação com mãos vazias, para poder atingir algo de novo…E quando se passa a vida a peregrinar…vê-se, de repente, que a vida se adiantou no TEMPO, QUE o caminho deve, apesar de tudo, seguir em frente…A vida, torna-se, então, uma aprendizagem contínua, a qualquer hora e em qualquer lugar, até ao fim do FIM.E também, apesar de tudo, sendo a vida um presente, por ele devemos estar gratos, tudo fazendo para que os olhos do coração a possam apreciar, dando-nos nota das suas apreciações…
Foi a vida que deu forças À PRÉMIO NOBEL BIRMANESA, AUUN SUU KY, mulher martirizada sem direitos e sem liberdade, por mais de 15 anos, ao longo dos quais perdeu marido e a felicidade de se sentir nos braços do amor, para esperar, serenamente, pelo dia da sua libertação. A VIDA dá forças aos povos martirizados por ditaduras ferozes, para a resistência diária…isto, porque ela é a maior VERDADE do HOMEM, a que ele deve ser fiel! Ela é, ainda, o projecto que temos o dever de ir alcançando, desde que vimos os primeiros raios de luz, ao nascer.
Vivi também “músicas “ desconcertantes que soam, cá dentro, com a força de um bofetão e lembram, por vezes, o tiro de canhão contra almas indefesas, esfomeadas, amarguradas pela desesperança, nas perspectivas futuras de um lampejo de sobrevivência.
Vem-me à memória a Redondilha onde CAMÕES desconcerta a vida, através do tema da justiça:
“Os bons vi sempre passar/no mundo graves tormentos;/
E, para mais me espantar, /os maus vi sempre nadar/em mar de contentamentos. /(…)
Hoje, mais contemplativa, pelo menos à moda de Camões, dou graças a Alguém que me tem forçado a encontrar um pouco da minha verdade. E, sinto-me uma Eternidade…sinto que perduro nas dores e alegrias, nas dúvidas e certezas…Cá dentro, vou encontrando, ora suave ora desalmadamente, um braseiro, onde se aquecem os deuses que tentam explicar-me o mundo…o meu e o dos outros…
Concilio-me, reconcilio-me…
Desisto de mim, quando o próximo depende do sorriso do meu olhar, da brancura do meu falar e da força do meu (escasso!) rezar. E lembro o que os Filósofos pensam e dizem sobre a VIDA…e farto-me de rir, pois eles, ao terem que viver, cumprindo o seu “percurso”, não pensam nem falam de outra coisa… vão vivendo…
Já nem falo dos EXISTENCIALISTAS!....
Mas, vejam MARCEL PROUST E JOYCE: este último, reduz a vida humana a um qualquer dia, de um qualquer homem…O primeiro, PROUST, dilata-a até acumular várias gerações!
Falava, ali atrás, do rezar…Eu sei REZAR! Sem palavras, embora…Levanto os olhos para o céu e ,no meu silêncio, o Pensamento encolhe-se perante a “GRANDEZA DESCONHECIDA”…Respiro o ar das montanhas e a maresia das ondas do MAR…Extasio-me com o chilrear das avezinhas que cumprem uma missão, dando a alegria à minha solidão. Sinto o Vento passar pelos meus cabelos e entrefechar meus olhos…Oiço o cantar misterioso do mundo que me rodeia…Esqueço as tristezas que me dá quem me chateia em absurdos jogos de palavras ,viradas para as tristezas , as estrelas cadentes, para a morte das gentes…
Imagino-me num cavalo mágico que me leve ao AMOR…É pedir muito, SENHOR?
Então, fujo de lagos paúlicos de aniquilamento interior…Com fervor na minha floresta- vida, afasto pedras e galhos… confio nos atalhos do meu EU, na caminhada pela VIDA…Alguns, magoam e resistem…Tantos enganos danados … MAS continuo…Eu sou assim: caio e levanto-me…crente, resistente, desconfiada e confiante…Paradoxal verdade?
O chão quente, de caruma coberto, não é um puro deserto! Vejo-o, sinto-o por baixo dos pés, toco-lhe colhendo ervas…filhas da floresta do meu desespero telúrico. Sinto a Vida a chamar-me nas vozes enganosas de algumas expectativas goradas…Repouso do cansaço, cansando-me…interrogando-me…
Guardo, tudo, depois, na prateleira da memória…
Sou o único obstáculo a MIM PRÓPRIA…Confio em Sonhos sem fim que estão a dar cabo de mim… O meu doce interior, leal, sincero, frontal, não está pronto para o mal que me fazem…
Pressinto a mentira na voz do cavalo alado…que relincha de dor, perante meu coração magoado…
Vacilo entre o muito que dou e o nada QUE RECEBO, EM TROCA.
Concluo que sou a minha Eternidade, minha culpa, meu desvario, minha rara alegria, quando esta eternidade permite .

terça-feira, 23 de novembro de 2010

POEMA: "Pensamento vadio...


fotos google



“Pensamento vadio…”

Movi-me. Fui olhar o manso rio, ver correr a água doce.
Vi folhas mortas sumirem no Ocaso da sua vida…
Segui-as com o olhar…Pareciam palpitar, pisando seixos fininhos!

As mãos, pu-las de molho!
Mergulhei-as lá, bem fundo;
Sentei-me, depois, nas margens, vendo deslizar as águas
que corriam para o mar…

Seres mágicos paravam… fadas, gnomos, duendes
escondidos em tenras ervas,
sentaram-se…seguiram-me o pensamento…
Despi-me de estranhas névoas;
entrei na minha humana dimensão…


Sou a minha própria casa…
(…CASA DAS MINHAS MEMÓRIAS…)
…poucas boas, tantas más!

Pego nas páginas do meu livro pessoal.
Vejo o bem e vejo o mal…
E enquanto as águas correm,
sabendo que nunca morrem,
passo os tempos a viver,
desde que me vi nascer…

(CHEGO A CONTEMPLAÇÕES DE MEUS SONHOS E AMBIÇÕES.)

Corre o rio…sinto frio…

AH! PENSAMENTO VADIO…
SEMPRE PRESO POR UM FIO….




C7G-9/97- NOV/09

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Blogs : São Tomé e Príncipe

Blogs : São Tomé e Príncipe

Blogs : São Tomé e Príncipe

Blogs : São Tomé e Príncipe

POEMA : "FEITIÇO..."

foto google


“FEITIÇO…”


Feiticeira me vejo
Na ponta da estrela polar,
Que não denuncia minha loucura
E me cobre, com sua própria magia…

Faz frio!
Nevoeiro denso, bruma enervante…
Lampeja, por instantes,
A estrela dos pólos mágicos
Da minha gravitação
Nesta imensidade do firmamento,
Em agitação…

Teço pérolas de orvalho
Retiradas da branca névoa
E enfeito-me com a magia
Que escorre da fantasia!

Meu vestido rodado,
De gotas de água tecido
Afaga-me…
Tão natural como aurora boreal
De milhentas cores urdido!

Desprende-se de mim
O ar daquela magia esquiva…
Rodopio, limpo a face,
Torno à nuvem mais próxima
Que se desfaz nos raios de sol
E me coloca, lá no alto,
Como um marco…um farol…



C7G- 32/44- (mds) -NOV/09

domingo, 21 de novembro de 2010

"OS GAITEIROS DE PORTUGAL"


fotos google



Os amigos estão habituados a ver-me postar outro tipo de música...
Esta, que ontem aqui coloquei, genuinamente popular, teve uma intenção: mostrar-vos quanto é bem mais bonito olharmos para as nossas raízes, que para uma CIMEIRA de um mundo que fala da guerra, pura e simples, sem se preocupar com as doenças, a miséria e a fome!
Pretendi contrapor aos Hinos nacionais dos "CIMEIRISTAS", a música do meu povo, do povo que vive e trabalha nas aldeias raianas, paredes meias com a ESPANHA, de quem nos separámos ,como país independente, por volta de 1143...
Estes gaiteiros são a prova viva de que as nossa raízes, a nossa génese, o "rizoma" que nos foi projectando pelos séculos fora, se mantêm intactos, na genuinidade do que somos ,como país!

Os gaiteiros de PORTUGAL têm um som que arrepia e comove!
Falam-nos dos tempos em que o "REI LAVRADOR"(D.DINIZ) nos presenteava com CANTIGAS DE AMIGO E DE AMOR...dos tempos em que não havia BANDAS FILARMÓNICAS nas cerimónias religiosas...em que não havia GRUPOS DE MÚSICA ROCK, nos arraiais...

Remontam ao tempo da magia dos árabes...e se eram meio de expandir a alegria verdadeira do povo simples nos seus usos ,costumes e tradições, eram também meios de comunicação entre os povos das diversas aldeias do interior, contra a aproximação dos inimigos...Lembremos que fomos Habitados por Celtas, Iberos, Lusitanos, Romanos, Árabes, Godos e Visigodos, Judeus,ETc... tantos! e que,hoje, somos ,genéticamente, uma mistura complexa de "MAGMAS SANGUÍNEOS" que nos tornam um povo especial, diferente, dentro do contexto das nações!

A minha sentida homenagem à genuinidade do toque doa "GAITEIROS"!

sábado, 20 de novembro de 2010

"LUSIBERO...próximo do fim?"

Tenho pensado nessa hipótese...Só o respeito pelos seguidores, mesmo os que nunca fizeram um comentário, me tem bloqueado a vontade de parar...
Desde que estive doente , no ano passado, não consegui pôr em dia as minhas obrigações para com quem me comentava. Comentário sobre comentário, fui ficando para trás e tenho conseguido manter o contacto, só com alguns, desinteressados, amigos... que muito prezo!
Por outro lado, este blog tem quase 20.000 visitas ao perfil, quase 7000 visitas no "WIDGET" de estrangeiros e portugueses e mais de 4000 no outro WIDGET...
SERÁ JUSTO ABANDONAR TODOS OS MEUS CAROS AMIGOS?
Sei que os há, que gostam dos meus contactos...Irei ver quando e se ponho tudo em dia...Caso contrário, terei que repensar este meu espaço.
UM bEIJO AMIGO
Mª ELISA

CIMEIRA DA NATO EM LISBOA


MAS...nem um terrorista....?


- Portugal enlouqueceu, ao longo desta semana,que hoje termina.
A CIMEIRA DA NATO fez mover milhares de homens de tudo quanto se possa chamar "forças de segurança", para, com denôdo, não deixar os seus créditos por mãos alheias e receber os milhares de VIPs e seus normais acompanhantes, "comme il fault"...
Ruas fechadas na capital e arrabaldes, o ACORDO DE SHENGEN suspenso para evitar a entrada, em PORTUGAL, de "INDESEJÁVEIS"e habituais "DELINQUENTES"..neste tipo de situações...Controle de pessoas e bens...deram nas vistas...!e lá estava sempre um repórter para testemunhar a eficácia das forças de segurança...Enfim...comédias à portuguesa!

"Nunca tal se viu" no nosso país, dizem os entendidos bem como os meios de comunicação social, que exultam com este "material" que enche páginas de jornais e tempo de antena das TVs, por todo o mundo, fazendo crer que a "Dona crise" não está cá...
E o "anão" da EUROPA...já corcunda da crise de valores e de falta de dinheiro, dá saltos de contentamento" porque está a ser falado em todo o mundo...!

As forças de segurança portuguesas, que nunca estão por perto quando os ladrões e delinquentes mafiosos assaltam ourivesarias e casas particulares com requintes de barbárie, que lembram o primitivismo "rizomático" das civilizações,-as forças de segurança, dizia eu-têm-se multiplicado em acrobacias de vigilância nos "pinotes" dos prédios, encarrapitadas em escadas e escadões/ escadotes!perfurando os ares com binóculos magmáticos...

E foi pena não terem chegado os tais carros anti-motim, no valor de 5 milhões de euros, (que a nossa GNR já tinha cá- IGUAIS, aliás!)para serem usados em qualquer perigosa eventualidade!Ouvi na rádio que só chegarão depois de toda esta COMÉDIA, a que estamos a assistir...
Tudo isto, imaginem só!para lutar contra as tais forças subversivas e os terroristas...

Ora acontece que ,no entretanto, os repórteres e jornalistas dos nossos jornais e estações de TV, num assomo de inteligência flagrante, lembraram-se de ir pelas aldeias raianas perguntar a quem por lá vive ,distante do palco cénico de LISBOA, o que pensavam de tudo quanto se estava a passar...se as forças de segurança por ali passaram...se havia caminhos por onde se pudesse entrar em PORTUGAL, sem ser detectado...se...se...se...

E o povo genuíno, o que sofre a falta de cuidados de saúde, de escolas, de dinheiro,
o povo português que, como é hábito, se queixa primeiro da miséria estigmática em que vive...lá foi dizendo que não...que não tinham visto ninguém por ali...e que sim, que era poss´+ivel entrar e sair de PORTUGAL por todos "aqueles...ali..." carreiritos ,que antigamente foram usados por contrabandistas e por homens e mulheres que "iam a salto" para a ESPANHA e depois , para FRANÇA!

Ironia das Ironias!-São 19 horas deste sábado...e ainda nem um terroristazito de meia tigela se deixou tentar e entrar em PORTUGAL!
Já não metemos medo aos terroristas...eles nem se incomodaram em pôr à prova as nossas medidas de segurança!

Fora de brincadeiras, amigos, estes assuntos dariam para rir, se não fosse o estarmos na maior das misérias...se não gozassem com a cara deste povo e lhe dissessem as verdades nuas e cruas e lhe contassem a história de como se vai sair da crise que nos tem na corda bamba da banca rota, sem ver a luz ao fundo do túnel...se lhe explicassem por que é que se têm instalado, entre nós, com a maior tranquilidade possível, os mafiosos de todo o mundo, que já conhecem a nossa atávica falta de segurança e actuam , por cá, na impunidade total...

Valha-me DEUS...Mas se apanham umas navalhitas...uns folhetos contra a NATO...onde estão os terroristas?

Uma pergunta, meramente retórica: QUEM PAGA????

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PRESENTE…átimo de MIM…




(Fotos Google)


EXISTIR É SOFRER…
NATURAL…ESPONTÂNEO…



Sente-se o apelo da NOITE
na proporção da normalidade vital…
O dia, consequência natural das forças universais
que giram na GÉNESE da existência cósmica,
saúda as promessas do caminho para o aperfeiçoamento…
“ESTRADA” do meu tormento… meu dia a dia faminto…
…sopro ideias para me não trair…

Sinto-me um inchaço do cansaço
que não quer evoluir
rebentando como flores de jardim…
Música de árvores batidas pelo vento, turbulento, sensual…

A música esconde-se no meu interior
pondo BACH em ligação com as angústias,
sem perspectivas de VER ACONTECER
o meu VIVER, nos braços enlevados do AMOR…

Tanto gostava de sentir a franqueza desnorteada
da TERRA, quando explode o magma…
…seu esperma natural…
…que em vez da vida dá morte…
no corpo da terra assustada… excitada!

E fujo dessa obsessão vagueante
…deslizante…nas encostas sofridas
do meu SER penitente!
Amo a VIDA! Amo a TERRA genesíaca…
Minha AFRODITE fatal…telúrica… sensorial…
Amo a pintura impressionista de ambientes escaldantes
(mesmo que, só por instantes…) no profundo de mim, ORIGEM
do PRINCÍPIO, COM FIM…

HÁ VERDADE NESTE MOMENTO DE MIM!

Por isso, PROMETO o meu PRESENTE…
átimo da minha EXISTÊNCIA
em cadeia de elementos dispersos
nos versos da TERRA…
em forma de FOGO, AR, ÁGUA e húmus fertilizante…

Odeio a intelectualidade do pedaço de boroa que me alimenta…
…fruto do cereal pujante
que a seara pariu, em dia de calor e extrema dor…

Ele foi farinha brilhante, pujante,
tal TU a arder no meu interior vulvar…
AMOR É COMO O PÃO…
…SEM FARINHA…não existe,

NÃO!



C9I-(mqc)-57/NOV/010

POEMA: TEMPESTADE...


FOTOS GOOGLE



TEMPESTADE

Pressinto-a…
Ares frios…palavras desconexas…de circunstância…
Visão de um “nocturno” que incomoda, que afije…
Me deixa suspensa…
Tensa…
Sem vontade de pensar…

SINTO-ME INSEGURA!

A Noite Escura volta a aproximar-se
Em tom sensual…
O meu Sentir a VIDA não é normal…
Mudas com tal frequência
Que as minhas questões de maior evidência
Ficam sem resposta…tal a impossibilidade de transpor o teu muro…
Começo a não querer entender…

Os ares das negras nuvens
Desabam impiedosos
Sobre as águas do meu mar interior…
Vontade de me desprender!
Não é justo desconhecer
Sem que me deixem entender…

Fica-te pelas tuas oscilações entre DIA e NOITE…
Não me arrastarás na voragem do teu egoísmo atroz…

Pedra difícil de moldar…és tu, nesse persistir na dor…

Não há amor que consiga resistir
Quando não pode compreender
Porque não consegue sobreviver…
Até as pedras mais duras
Se deixam burilar…
E daí, deixam entrar flores que se perfilam
Resistentes, aos espaços mais carentes…
Tua aridez faz-me mal!
Teu fechares-te numa concha de coral,
Muito egotista, muito tua,
Pouco natural,
Não consente que, em ti, se desenvolva
A PÉROLA IDEAL…

TEMO-TE,- ser de improvisos!-
com permanentes avisos de… “sou…mas não posso ser”…

Admito que me engano nos pressentimentos…
Mas …- NUNCA!- a vontade da FELICIDADE
Afastou a minha noção de VERDADE!

Não verás as estrelas do firmamento…
Verás só “AS”…do momento…

Vai-te com a tua “dor”…
DEIXA-ME , EM PAZ, por favor…

C9I-(oi)/50/NOV/010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

NOTAS COM CHEIRO A POLíTICA LOCAL...

foto google


1-Continua a "dança do ENTRA -NÃO-ENTRA"...

O pobre do desvairado ministro das nossas exíguas finanças anda tão taralhoco, que já não sabe o que dizer sobre o FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL(FMI)!
DE manhã, encara os jornalistas, perfeitos abutres do descanso do homem, e diz-lhes uma coisa; ao longo do dia , vai vendo como páram as modas e depois diz outra coisa!
Nós, portugueses, que estamos a pagar as loucuras dele e de sócrates, já apagamos a TV ,de cada vez que eles abrem a boca , pois sabemos que,nos tempos que correm e do modo que vão correndo as coisas, ou entra mosca ou sai asneira...!
Pode parecer desrespeitoso, a quem não vive em PORTUGAL, o falar deste modo dos governantes que temos...Mas não se ofendam ,amigos, eles não merecem respeito nenhum!
Continuamos a ouvir falar de ministos , Ex-ministros, personagens "importantes", alegadamente metidos em casos de corrupção, tipo sucatas de MANUEL COUTINHO, banqueiros do BPP, etc...
E os desempregados continuam a aumentar...e o DIRECTOR do Instituto da DROGA já veio alertar, que se começa a sentir que o alcool e as drogas para esquecer a dor, começam a aumentar...E o povo já nem tem vergonha de ir, durante o dia, aos contentores do lixo dos supermercados e dos restaurantes, procurar restos de comida...
E a chanceler alemã não vê a hora de controlar as finanças da EUROPA...Coisa feia...que faz lembrar outras, antigas, coisas feias...


Vem aí uma greve geral ,no dia 24 de NOVEMBRO, que nunca teve a adesão de tantas centrais sindicais, de tantas classes laborais como Juízes, por exemplo...como tudo quanto é trabalhador da TAP, pessoal de terra e do ar...médicos ,enfermeiros, professores, forças policiais ,sargentos...


Estejam atentos ,pois PORTUGAL vai parar...Já tanto faz...O país já bateu no "POÇO dO INFERNO"...

2- Relacionado com este estado de coisas e ,dado que os "grandes" não gostam de fazer sacrifícios como faz o povo, que passa fome...acontece que os médicos estão a fugir para "os PRIVADOS" , onde lhes pagam mais... pois este governo tudo quer roubar a todos!
Os grandes "quadros" da CAIXA GERAL de DEPÓSITOS (CGD), insatisfeitos por irem ter cortes salariais estão, alegadamente, a querer fugir para onde lhes paguem melhor!
SACRIFÍCIOS???? Que os faça o "ZÉ"....

3_ Outra novidade portuguesa que está a dar que falar ,no pior sentido, pois ninguém sabe nada de como fazer alguma coisa, é o famigerado assunto dos pagamentos de portagem nas SCUTS( estradas sem custo para os utilizadores...)
A cobrança nas portagens não funciona...os estrangeiros não sabem o que fazer ou como pagar...as cobranças abusivas, com as respectivas queixas, estão a aumentar...
o sistema não funciona e está a penalizar e discriminar turistas e visitantes do nosso país, que afirmam aos órgãos de comunicação social não estarem na disposição de voltarem cá...
E PORTUGAL precisa deles como o pão para a boca...é que sócrates continua a pensar nos TGVs de um povo que compra armas e carros de guerra...mas não tem dinheiro para os POBRES!!!!!!!!

DE outros assuntos, irei falando, para não vos cansar...

NOTA: este texto não respeita as normas do, - chamado ,- ACORDO ORTOGRÁFICO!

MARIA ELISA
foto google


Grades de saudades…


Pétalas
De água
Escorrem-me
Pela face.
São sons
Doridos
Que da alma
Rebentam…

Momentos
De grades
Nas saudades
Que magoam…
Pérolas
Enfiadas
A dar
Um fio de dor
Que vai
Acabar
No mar
Do AMOR…

Horas passam
Levando o Tempo
Ao sabor do Vento
Com amargor.

Rio
Que flui
Calmamente
Pelas artérias
Da Razão…
Lava-me!
Esfrega
Esta solidão
Nas masgens
Do verde orvalho
Da manhã…

Estende teus braços
Por todos os espaços!
Não corras depressa
Rio da minha
Insatisfação!
Põe a mão
No peito ferido
Pelo amargo
Valor
Do PASSADO-IDO…

E as pétalas
De água
Recolhem ao cais
De partida…
É importante
Chegar
Com a VIDA
No seu lugar!

Recolho
As velas
Das caravelas
Do meu penar…
Persistir!
Sofrer!
Resistir!
Viver,
Persistir…AMAR!

C9>I/OUT/010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

POEMA: Évora...loira seara...

foto google





“ÉVORA…LOIRA SEARA…”


Longínquos sussurros de searas ondulantes
atenuam raivas, contidas no “Presente”;
Cabelos de trigo esparsos aos ventos
lembram algas de velhos “campos”…

Searas sereias da terra doirada
mergulham em tons de mar azulado,
dispersas nos braços do suave encanto
dos queixumes da minha beleza “ESPANCA”…

Dores magoadas de amores perdidos
nos longos antros da melancolia,
despiam-te a alma, que ainda espanta
quem te lê e te crê, no dia a dia.

Trigo loiro de ÉVORA! riqueza
de oiro vestido, sem qualquer surpresa!

Teus cabelos ondulantes de POESIA gritante
contrastam com o outro loiro, brilhante.

Vem, amiga, senta-te à mesa!
Bebe teu cálice, longe da tristeza!

“Presente- ausente” no meu dia a dia
aqui estou, distante,
em tons de vento ululante
cantando searas doutras caravelas
que, em poesia, se tornam mais belas!

Meço teus passos, no labirinto
de tua alma sentida POESIA…
O vento desperta…
O ar aquece e o tempo alerta.
Teu Alentejo de nobres rumorejantes ondas
canta de tons ora azuis…ora loiros…ora moiros…

E eu, no meio deste trigo loiro,
cheiro-me seara humana,
pronta a encontrar a alma
que dimana, de um campo de oiro…

Mª Elisa Rodrigues Ribeiro

C6F -147-18 –SET/09

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

POEMA: A MIGUEL TORGA


fotos google




A Miguel Torga

São Martinho de Anta acorda!
Chega o poeta e tudo se move: a terra, o ar, a água e o fogo.
A alegria do seu retorno provoca a desorientação discreta
da “mãe -natureza".
Riem torgas, urzes, rosmaninhos, pelos montes!
Ruge o vento ao bater nas pontes!
Inclinam-se as fragas, em sentida emoção!
Cantam as fontes no perene correr
das suas águas,em sinal de saudação.
A Natureza revive pela força da presença do homem
com ela sempre em união!
A Terra-mãe, ventre profícuo da semente escondida,
promete searas vivas, plenas, pujantes,
na serena convicção de que é assim, sem medida,
que agrada ao poeta, que ali arriba!
Vergam-se as árvores, prenhes de fruto,
à passagem desta personagem de vulto,
Que faz despontar a “vida - terra”…
Que poder tens tu, homem de São Martinho,
que tal caos provocas,
na “ terra - pó”, onde tens teu ninho ?
Os teus pés pisam vinhedos do Douro,
desencantando velhos segredos do “ ar -mosto”,
que respiras, suspirando…
As tuas mãos,
misterioso elemento da criação do teu mundo,
legam-nos, no ar do teu pensamento profundo,
todos os “nadas” que são, afinal, “tudos”…
Parece fugir-te o Mar,
que deu vida à vida do teu rectângulo sofrido!
Mas é nas claras águas do Mondego
que revive a tua memória sem medo;
tempos de saber…de poesia e de segredo!
Abrasam-te ares do Norte ,
com a força da lareira que arde,
no teu viver forte…
Vive, poeta! Vive ainda e sempre, em nós,
pela “ obra -terra”que nos legaste,
em momentos de vivo confronto, a sós,
com Aquele que nunca encontraste!
Que presença tão constante advém da tua aura!
Se fujo, tu vens comigo(dura ilusão...)
dando-me a força telúrica, de quem não abandona-nunca!-
a terra-mãe, que se ama, até à loucura,
por ser o berço da constante Procura.

Com essa tua aura, chega também,
o doce cheiro do orvalho das manhãs.
Contigo, na neblina, comungo das sensações
da pureza dos elementos!
Quando me estendes a mão, encontro, por fim, então,
todos os meus alimentos: terra, ar, fogo e água!
E, sem surpresa, as torgas rejuvenescem,
os ares purificam,
o fogo vivifica,
as águas deslizam, cantantes, saltitantes...

SET./08-Cad.5C

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PoEMA:EU e mais EU...


Não imito!

Reciclo ideias,

gestos, atitudes,

mesmo que banais...



Amo a VERDADE na LIBERDADE!



Sou um duo:

EU e mais EU,

meu alter-ego,

por vezes...cego!



Voo bem alto

do sobressalto

da água parada,

paúlica,

sem vida!



Corro nas asas do rouxinol,

que morre, cansado

de tanto correr...

...Sinto as tremuras

dos ares do tempo,

que passa, apressado,

para não cair...



Parar é morrer!

Tempo não morre...

Passa a correr!



Ó Natureza

da minha vaidade

de ser flor!

- árvore amiga

...giesta rosada...

urze violeta!



Dou-me, lasciva,

à tua beleza

que cheira a resina,

erva -menina

...rosa florida!



E renasço...

e reciclo-me...

...e revisto-me ...

...de MIM-OUTRA!



C8H- 117/NOV(mqc)-2010



Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LITERATURA PORTUGUESA--SOPHIA DE MELLO BREYNER E ANDRESEN


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REPOSIÇÃO DO TEXTO, A PEDIDO


LITERATURA PORTUGUESA: SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (PORTO, 1919-2004)
Palavras da poetisa: ” Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito da verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem.”
Mais ainda: em 11 de Julho de1964, quando a SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES A HOMENAGEOU, ATRIBUINDO-LHE O GRANDE PRÉMIO DE POESIA, pela obra “LIVRO SEXTO”, disse SOPHIA, num texto do qual a minha sensibilidade destaca algumas frases: “e o tempo em que vivemos é o tempo de uma profunda tomada de consciência (…) Não aceitamos a fatalidade do mal. (….). Como ANTÍGONA, a poesia do nosso tempo não aprendeu a ceder aos desastres. (…). A obra do artista vem sempre dizer-nos “que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência, mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser.” In “DIMENSÃO LITERÁRIA”- PORTO EDITORA-ISBN 972-0-40055-2- (página 335).
Por vezes, o que aparentemente é fácil, torna-se, de repente, difícil. Isso acontece-me, frequentemente, quando começo a medir as palavras para falar de temáticas que se relacionam com a obra de certos vultos literários, como é o caso da poetisa que hoje vos trago e que é, nem mais nem menos que SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (S.M.B.A.).
A sua poesia é uma das mais lindas dos últimos tempos da Literatura Portuguesa. Sei que nem todos apreciam; mas sei também que, na minha qualidade de Professora de Português, aprendi a amar as suas palavras e a sua visão do mundo, em função dos meus alunos e do programa desta disciplina. Quanto maior é o amor de um Professor pelo que transmite aos seus alunos, maior é a possibilidade de êxito dos mesmos. A poesia de S.M.B.A. é linda, colorida, cheira a mar e à Grécia antiga…brilha no Sol dos sentidos, atirando-nos à face a água do mar e da infância, o cheiro das paredes da casa da meninice, a maciez das areias da praia, a espuma das ondas quebradas aos seus pés…
Poema “CASA BRANCA”: “Casa branca em frente ao mar enorme, / Com o teu jardim de areia e flores marinhas/…A ti eu voltarei após o calor incerto…/(…) Passados os tumultos e o deserto/Beijados os fantasmas… da terra indefinida./”
Dado que a leitura nos enriquece e a poesia nos transmite sensibilidade para melhor entendermos o mundo que nos rodeia e em que estamos inseridos e dado que somos seres dotados de capacidades que escapam a outros seres da criação, aconselho os amigos leitores a aprofundar esta matéria a vosso bel-prazer, na certeza de que saireis enriquecidos…
A obra poética de S.M.B.A. é contaminante e, se nos esforçarmos, permanece em nós o desejo de continuar a “ser contaminado”. Esfusiante na afirmação dos valores que devem reger a vida do Homem, enquanto ser superior da criação, encontramo-la, em vários poemas, a lutar contra o farisaísmo e a hipocrisia, a discriminação, as injustiças sociais, a falta de liberdade das gentes no período salazarista, a miséria, etc.
Vejamos extractos dos poemas “OS FARISEUS” e “ AS PESSOAS SENSÍVEIS”. O primeiro compara o sofrimento humano ao de Cristo, traído pelos fariseus, vítima maior da hipocrisia humana, segundo a vontade do PAI. O tema é abrangente, na medida em que “toca” os que vivem atirando a pedra, ao mesmo tempo que escondem a mão; daí que a poetisa termine, dizendo:”NEM UMA NÓDOA SE VIA/ NA VESTE DOS FARISEUS.”
No poema “AS PESSOAS SENSÍVEIS”, impera, igualmente, a temática da mentira, do farisaísmo e das injustiças sociais, das quais a exploração dos pobres pelos ricos, sobressai, quando ela diz: ”As pessoas sensíveis não são capazes/De matar galinhas/ Porém são capazes/ De comer galinhas/, (…) Ganharás o pão com o suor do teu rosto/” e não:”Com o suor dos outros ganharás o pão.” Este poema termina com uma frase lapidar: “PERDOAI-LHES SENHOR/ PORQUE ELES SABEM O QUE FAZEM. ”
Amante do MUNDO CLÁSSICO Grego, sobretudo, S.M.B.A transporta esse mundo e esse amor para o século XX, em poemas onde refere a grandiosidade dos muros de Knossos, a dura luz de CRETA, DELFOS do Oráculo, onde “ressurgiremos” de um mundo mau, isento de harmonia, cheio de desigualdades sociais e de tiranias opressoras (alusão ao período salazarista) ideias que imortaliza no poema “PÁTRIA”: “ (…) Por um país de luz perfeita e clara( ideia de liberdade), (…)Pedra rio vento casa/Pranto dia canto alento/Espaço raiz e água/ Ó minha Pátria e meu centro / Me dói a luz me soluça o mar/ E o exílio se inscreve em pleno tempo (LIVRO SEXTO ,1962). Ao fazer tais afirmações, Sophia recorda-nos a grandiosidade d’outrora que já não o é mais, porque o povo sofre a “miséria que o tempo desenhou”, no tempo da ditadura salazarista. Esta mulher, uma das mais notáveis poetisas portuguesas do séc., passado, condição que perdura pois o poeta é intemporal, foi também uma lutadora anti-fascista ao lado de seu marido, Francisco de Sousa Tavares, atitude social que se pode ver, nomeadamente, no poema “Este é o tempo”: “Este é o tempo/ da selva mais obscura/Até o ar azul se tornou grades/ E a luz do sol se tornou impura/ Esta é a noite/Densa de chacais (…) Este é o tempo em que os homens renunciam. ”
Fala Sophia, em vários poemas, do tema “exílio”, o que não é senão um modo de avivar o espectáculo degradante da emigração, na década de sessenta, em que se viam os portugueses a fugir do regime e da miséria atávica. Como sabemos todos, hoje, século XXI, continua este nosso ir pelo mundo fora, à procura de empregos que cá não temos, buscando “outras canelas e pimentas”, sofrendo novas despedidas, novos lenços a acenar, novos trajos negros a derramar lágrimas de dor…
É impossível não detectar na sua obra influências de Fernando Pessoa. Amando, como demonstra amar, os clássicos, mereceu-lhe especial carinho o heterónimo RICARDO REIS, a quem dedicou um poema, onde, seguindo as suas pegadas, reafirma que só o Presente conta, já que o Futuro é uma incógnita e o Passado de nada já pode valer. Nesse poema lembra a lição dos deuses ausentes, porque: ”O seu olhar ensina o nosso olhar:/Nossa atenção ao mundo/ É o culto que pedem. ” In “DUAL” (1972)
Esta é uma perfeita atitude epicurista, clássica-pois claro!- de quem usufrui plenamente do momento presente, pois KRONOS( deus do tempo) passa, inexoravelmente, sem nos conceder mais tempo que aquele que os deuses nos destinaram…Mas SOPHIA identifica-se também com ALBERTO CAEIRO, outro heterónimo de PESSOA, no amar a Natureza com a simplicidade dos sentidos; por isso fala tanto da maravilha que é apanhar búzios, conchas, ter as mãos e os pés
enterrados na doçura da areia , sentir a água do mar a fugir-lhe ,por entre os dedos …
MALLARMÉ, poeta francês do século XIX (1842-1898) afirmava, sobre a tarefa dos poetas: “dar um sentido mais puro às palavras da TRIBU, é uma missão do poeta.”
E como SOPHIA cumpriu essa missão! Linda de se ler, bela de se ouvir, rica de aprender!
Podemos, para concluir, afirmar que é belo tudo quanto nos possa vir à ideia, depois de a lermos: o Parthenon, a estátua de Apolo, o templo de SÃO PEDRO, EM ROMA, a incomensurável MURALHA DA CHINA, o TAJ MAHAL… pois tudo, à semelhança da poesia de S.M.B.A., foi feito pela mão e pela mente do Homem, com alegria e dor, na tentativa de “cantar” e elevar a “obra” para DEUS, esse Ser que para uns é DEUS, para outros ALÁ, para outros Jeová…Buda…Confúcio… KRISHNA… todos objecto de admiração do ser humano, o mais imperfeito dos seres perfeitos do PLANETA …
SOPHIA não foi poetisa, somente, pois talvez pelo facto de ter sido mãe de cinco filhos, cedo se dedicou à escrita de contos, que AINDA hoje fazem parte do universo literário dos programas de PORTUGUÊS. RECORDEMOS: “A FADA ORIANA”, “ O CAVALEIRO DA DINAMARCA”, “ A FLORESTA”, “ A MENINA DO MAR”, por exemplo. Não se esgota o tema “ SOPHIA”…Devem os leitores interessados aprofundá-lo, se assim o entenderem. Diz o povo que “o saber não ocupa lugar”… SOPHIA afirma: “Um verdadeiro livro propõe sempre uma maneira de ser”
Mª Elisa Rodrigues Ribeiro

terça-feira, 9 de novembro de 2010

TEXTO REFLEXIVO: "O FAROL"...




NOTA: este texto não cumpre as regras do ACORDO ORTOGRÁFICO.


“O FAROL…”

Por entre as ruas da cidade, caminho ao cair do sol, de uma noite de Julho. É noite de lua, redonda e fresca, que se reflecte ao cimo da água do mar, como de aquele luar escorresse, trémulo, sob a forma de mil fios de luz…Ilumina, naturalmente, os passos que dou, tal como os d’ outros caminhantes que aproveitam o fresquinho da noite aconchegante, para partilhar aquele ar saudável com os seus músculos e a sua espiritualidade. Para quem é um pensador, como eu, este é um momento único, pois o branco do dia desmaia perante o pôr-do-sol, que sucumbe à luz da lua, pujante, no momento em que se entranham, que se misturam…
No jardim, em frente à Câmara Municipal, um banquinho de pedra espera por mim. O horizonte avermelhado dá um ar de mistério, solene, ao meu quedar-me, ali. Crianças, acompanhadas de pais e avós, correm, saltam, gritam alegremente, inconscientes do mundo e das preocupações dos mais velhos.
Estou só, no meio desta gente toda! SÓ, porque quero, pois comigo passam férias os meus dois filhos e os meus três netos. Sinto que esta é a minha Hora… aquele momento do dia em que, em paz, me encontro com o que vi, vivi e convivi, ao longo do dia. Este entardecer multi color é uma dádiva do Criador, que nos mantém longe de acidentes dramáticos, como são as guerras, as lutas, as hecatombes naturais ou não.
E sinto que o pensamento cede à emoção, comovendo-me ao pensar que existo! Pensamento/razão e emoção compõem a metafísica do meu ser. É por isso que é impossível ser indiferente ao “barulhar” dos passarinhos já recolhidos nas árvores, a meu lado, piando de vez em quando, como que clamando pela minha atenção, para que sinta que não estou sozinha, de todo…
Levantei a cabeça, para ver o derredor…Dou de caras com a torre da Igreja local, iluminada, abundantemente, como nos dias de festa…Lembra-me um FAROL a indicar o caminho aos cépticos, aos não crentes, aos seres problemáticos que todos somos.
Um farol tem essa função: indicar o caminho, por meio de sinais luminosos e sonoros, aos pescadores, em noites difíceis da peregrinação, que é a busca do pão do mar…Fascinou-me, aquela torre! E, como a Razão não se separa da existência, dei comigo a procurar aquele “farol”, dentro desta noite comigo. Levantei-me, peguei na carteira, no meu livro e no meu inseparável caderno de apontamentos e dirigi-me, pela rua principal, à procura daquele raio de luz.
KANT, filósofo alemão, diz:”O homem é a finalidade última do mundo, não como sujeito conhecedor ou como ser sensível, mas como ser moral.”Esta é uma afirmação de carácter subjectivo, como o são, aliás, todas as afirmações dos filósofos, às quais se opõem as de outros filósofos…Razão tinha Alberto Caeiro, o heterónimo de Pessoa que se recusava a pensar, “porque pensar dói, como andar à chuva…”É claro que, ao recusar-se a pensar, explicando as razões dessa atitude, ele que se auto proclamava anti-pensador, passa, imediatamente, a ser um pensador!
Tudo isto vem a propósito do meu decidir-me a procurar o tal “farol”…Sendo, como sou, um ser emocional e pensante, estas duas características guiaram os meus passos àquele espaço sagrado; católica como sou, educada num colégio de freiras da Congregação de S. José de Cluny e, apesar de me ter desligado dos princípios que me foram incutidos nesse tempo, por força dos “trambolhões” da vida, não reneguei NUNCA a minha vontade de procurar um espaço destes.
Entrei. Pus os cotovelos sobre o banco e olhei para o altar, em frente. Não rezei! Não sou capaz de o fazer sob pressão, mesmo que seja eu a exercê-la sobre mim. Bastou-me estar “ali”… Senti naquela Igreja o meu farol, chamando-me a bom porto, onde ainda não aportei.
Concluo que encarno uma aspiração…Não me decido a saber qual é… sei que o “farol” estará “ali”, pronto a desviar-me dos “rochedos”, para que não deva naufragar… já bastam os d’outrora que, apesar de crentes, naufragaram à procura “do Oriente a oriente do oriente”, como dizia Álvaro de Campos, outro heterónimo de Pessoa, no poema “Opiário”.
De volta a casa, havia uma paz estranha em mim…
Mas, onde está o “farol “misterioso e omnipotente, que me pode conduzir ao “caminho”? Não quero sentir-me como “Alberto Soares”, narrador- personagem e alter-ego de Vergílio Ferreira no romance “Aparição”: perdido, desnorteado, místico e desvairado de insegurança.
HOJE, CREIO TER CAMINHADO PARA A LUZ DESSE “FAROL”…
E, com tenacidade, vou continuar a “peregrinação…Começo a ver uma luz, ao fundo do túnel das grandes dúvidas…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

POEMA: FASCINAÇÃO...( hino I)


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Uma irreprimível vontade bateu em teu coração...

Fiquei ali, fascinada, vendo teu nome a "piscar"!
Força do AMOR, fez-me clicar...Alguém chamava piscando?
Não queria acreditar!
Uma coisa misteriosa me dizia: "não vás...fica aí..."

DOMINGO de chuva...fico mesmo por aqui!

E deixem-me ser egoísta, egotista...SOU FELIZ!

Se é verdade que os Anjos passeiam a nosso lado...
ali estava o meu,de certeza...coração enamorado...

FASCINAÇÃO!
Serenatas de Chopin, tocatas de MOZART, sentimentais de SCHUBERT...
Música perfeita obra do DEUS da CRIAÇÃO, alegra a aura de MIM...
Doce Luz no silêncio da tristeza...
...eis tua voz a falar...a revelar...a confiar..
PRECISAVA TANTO...QUERIA CALAR MEU PRANTO...

E vi que não perdeste o trilho do AMOR...
Não permitiste que as ervas nele crescessem
ou que o escondessem na paisagem
agreste da vida do campo silvestre,
onde se perdesse o nosso brilho...

(E hoje, o UNIVERSO silencioso na HORA Do AMAR,
permite oouvir o som da nossa respiração, a arfar...
MOMENTO DE FASCINAÇÃO!
SOU FELIZ neste crescendo de excitação, na ALEGRIA!
VOLTASTE! FASCINAÇÃO!

(GRAÇAS, SENHOR, por me mostrares seu amor!)

"Tenho fome de RECUPERAÇÃO..."

E tu falas, como nunca falaste!
E eu creio nessas palavras ...
Flor de cheiro celeste,
fonte da minha Inspiração!
Não fales, agora...
não digas uma palavra...
não quebres o encanto de, mesmo longe,
sentir teu corpo no meu...assim quente...
...assim lânguido...repousado...
perto de chegar ao meu CÉU...

FASCINAÇÃO!

...e lá fora, a TERRA faz-se CÉU
e eu desperto para o corpo teu...

TEU OLHAR-FASCINAÇÃO!-é a terra do ter ficado perdida...
...quando te dava a VIDA!
Meu repouso ansiado...?
Não mo roubes mais...isso não!

Ao ouvir a tua voz, não sei quem sou...pois já FUI...
aflita, angustiada, descrente de tudo e de nada...
Na minha caminhada, não quero errar, nem julgar...
nem soltar ais doloridos...
Não me roubes o repouso ansiado,- ai não!-
pelo fogo dos teus olhos...no tremer das tuas mãos!

FASCINAÇÃO...

Reencontro o êxtase na leveza dos teus olhos cintilantes
e deito-me na ÁGUA desse teu brilhar...
Apetece-me pecar...não apenas amar...PECAR, AMANDO!
E ,a seguir, lavar a ALMA, AMANDO mais e ainda...

Perco-me, no sorriso sem núvens do teu céu a cintilar...
...do teu sangue a ferver...
no som do meu respirar!

FASCINAÇÃO, meu AMOR!

Solto suspiros ao VENTO lento
que prossegue, devagar,
levando mensagens novas,
feromonas de felicidade
que vão cair onde as apanhares...

FASCINAÇÃO, coração...
FICA AÍ...
CONTIGO fica meu brilho...

FASCINAÇÃO...



POEMA C9I-10(mqc)-NOV/010- Mª Elisa Ribeiro

PASSAGEM DE OLHOS PELOS JORNAIS...


Nem quis ler os jornais ,ainda...Há matéria suficiente no coração, para "mostrar" neste espacinho...

1-O Futebol Clube Do PORTO (FCP) goleou o meu desnorteado Benfica(SLB)Por cinco bolas a zero!Parabéns AO FCP! Vitória merecida! Sou benfiquista, mas não posso deixar de reconhecer o valor do treinador portista!
Por outro lado, abomino a altivez de "JESUS" !Conhecendo, como conheço , a cabeça de LUÍS FILIPE VIEIRA, sei que ele já pensa no caso, sem nos dizer nada...
PARA mim, está encontrado o novo CAMPEÃO DE PORTUGAL!Com 10 pontos de vantagem, neste momento






2- Continuam as descobertas dos implicados no caso das sucatas de MANUEL GODINHO...ex- ministros, banqueiros, tubarões da política e dos negócios...todos comiam ,minha gente , desta pobre "manjedoura" que se chama...PORTUGAL!Hoje, compreendo porque é que o país está "tão magro" e os tipos da "massa" gordos que nem nabos rechonchudos...a "gamela" era boa...e o pobre país está na banca rota!
E nós a vê-los passar para "as pastagens", pagando das nossas reformas para esse ditador de meia-tigela, o homem das finanças...
No entretanto,a gravidade da crise que eles sempre negaram e aquilo que continuam a esconder , faz prever que o país, exangue, não veja o fim da miséria nos próximos anos!Os problemas estão a fazer novos delinquentes,B~ebados , drogados,assaltantes como nunca, gente que sem a crise até poderia ser normal mas que ,ao afogar a miséria no álcool, se transforma ,periculosamente, face à sociedade que os repele...O desemprego escandaloso e galopante atira-se-nos pelos olhos dentro, na figura de idosos que não ganham para comer e que têm que pagar impostos para viverem...Os olhos tristes das crianças sem alimentação adequada, lembram os anos 50/60 da nossa história...Como vai isto acabar, quando os pobres desempregados virem os filhos com fome?

3- e aí está aquilo a que os socialistas chamam ORÇAMENTO DO ESTADO /2011!
Mais taxas impossíveis de pagar...mais serviços de apoio ao cidadão a fechar," para poupar" , dizem eles...
Estão, aos poucos,a reduzir o país a meia dúzia de pagadores pobres ,dos impostos que os ricos não pagam...
O PSD prepara-se para ser governo:parece-me que, se CAVACO SILVA ganhar a reeleição, como tudo leva a crer,o seja ,a médio prazo...
Não confio neles...a "cama" já a fizeram ,ao permitir o que socrates queria...não sei não...mas não auguro boas coisas e penso que o pior ainda está para vir...

4-Passeou por cá, durante dois dias, o presidente da china, o "GRANDE PANDA", que a revista FORBES classificou já, como o homem mais poderoso do MUNDO!
"QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ"...
"Persona non-grata"para muitos portugueses, que se viram afastados da proximidade do homem, com a proibição de manifestações, não pretendendo ver o meu país transformar-se num novo TIBETE, abomino destes políticos que não fizeram mais que "estender" a mão ao ditador feroz...
PORTUGAL É UM PAÍS INDEPENDENTE! VIVA O POBRE PORTUGAL!NÃO QUERO VER LEVANTAREM-S DAS CAMPAS OS HERÓIS DOS SÉCULOS PASSADOS QUE NOS ENGRANDECERAM,POR TODAS AS "PARTIDAS" DO MUNDO!!!

domingo, 7 de novembro de 2010

POEMA: ACTOR-POETA...




Ouso ensaiar os primeiros passos do actor,
Nos momentos em que me sinto viver melhor.
O palco é imaginário, sem quaisquer esplendores:
É o mundo em que habito, com seus bens e seus horrores!


Nunca estudo os meus papéis!
Sou apenas personagem, às vezes, com mais coragem…
Em dias alternados da permanente viagem
Actuo cenas cruéis, sempre que estou de passagem!

Cenas cruéis, tão patéticas, como o actor que eu sou…
Ao olhar o palco indago para onde vou…
Choro e rio, simultaneamente!
Sou louca e sou sagaz,
Preguiçosa e pertinaz,
Igual ao vento feroz
Que, pouco a pouco se desfaz!

Ser actor põe-me num grande dilema:
Repetir a mesma cena, recomeçar,
Parar, recomeçar…
Procuro na personagem novos sentidos
Para uma velha vida, de maneira desmedida.

Sigam-me outros actores!
Façamos do nosso mundo,
Um palco de só valores…


C1A-AGOSTO/07