quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Happy New Year Songs 2022 🎉New Year Music Mix 2022 🎉 Best Happy New Year...

POEMA







 O MEU DESTINO OLHA-TE

 

 

 

O longo Inverno que cansa as copas das árvores extáticas

Começa a nascer no vento azul---tão alto!---que dá cor ao céu,

Enquanto vai com ele

                       arrastando o aroma das flores que sobreviveram.

 

É um azul mágico-eterno que a noite ordena que a acompanhe.

Da minha nocturna angústia

                           chega-me a vontade de puxar uma cadeira,

para assistir ao desfile melodicamente ventoso e suavemente iluminado

dos astros,

                              das estrelas luminosas e das constelações formosas.

 

 

Por vezes sinto que devo esperar-te...É que o coração debruça-se

No peitoril da janela, fixa comigo a Lua e as outras belezas espaciais

Que vão tremelicando, viajando a medir distâncias e a mudar de lugar.

 

O meu destino olha-te...

Mas dentro do intervalo dos nossos olhares há parcelas

Incompreensíveis----insensíveis----dolorosas----

O destino costumava abusar dos meus lábios...

Então, vendi-os a mim própria,

 e agora bem vejo como ele se rebola,

quando me vê chegar às tuas mãos

                                           distintas e saborosas.

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Direitos reservados

SET/2021

 

 

NOTA: esta autora não  segue o “chamado Acordo Ortográfico

POEMA:

 







CANTO A CHORAR

 

 

Dizem que chorei quando nasci.

Agora, canto para abafar as dores

E afastar os, mais que naturais, cansaços demolidores.

Canto deslizando a voz chorosa como as águas do rio,

E como as ondas do mar, que me querem levar. Canto,

Porque estou tão triste que,

 Se me alegro, não sei deixar de chorar. Estende-se meu sangue

Com uma voz poderosa, pela solidez da terra que nos ouve existir.

 

Na sua sólida harmonia ,pedem-me as ondas do mar, que cante

As rotas de viajar,as riquezas achadas, as ilhas sonhadas e todas as belezas

 não encontradas.

E eu canto...

Canto os batéis a despejarem bens nos naufrágios e nas areias dunais...

As canelas, as pimentas, os damascos-pano, os corais, os jasmins...e que mais?

 

Canto para afogar a dor de saber que os valentes nem sempre

Tornaram ao cais de partida...

Aos lenços de acenar o adeus à casa da lareira acesa, onde ,quente,

Esperava a pobre-riqueza do jantar.

 

Mesquinho formigar do Homem-do-Mundo

Que nada compreende

Do profundo canto da Cigarra do calor!

...e canto mais ainda o perfume do orvalho que me beija

Ao alvorecer,

 depois de ter fechado a noite sob as minhas pálpebras.

Canta o mundo a acordar os insectos, as ramas dos arbustos,

As oliveiras e as árvores de fruto.

 

Sento-me à mesa a tomar o café e canto o sabor...

...Só com as flores, nem me lembro de empalidecer...

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Direitos reservados

DEZ/2020

 

Bom dia, meus amigos!


 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

POEMA de Camilo Pessanha






 

Porque o Melhor, Enfim

Porque o melhor, enfim,
É não ouvir nem ver...
Passarem sobre mim
E nada me doer!
_ Sorrindo interiormente,
Co'as pálpebras cerradas,
Às águas da torrente
Já tão longe passadas. _
Rixas, tumultos, lutas,
Não me fazerem dano...
Alheio às vãs labutas,
Às estações do ano.
Passar o estio, o outono,
A poda, a cava, e a redra,
E eu dormindo um sono
Debaixo duma pedra.
Melhor até se o acaso
O leito me reserva
No prado extenso e raso
Apenas sob a erva
Que Abril copioso ensope...
E, esvelto, a intervalos

Fustigue-me o galope
De bandos de cavalos.
Ou no serrano mato,
A brigas tão propício,
Onde o viver ingrato
Dispõe ao sacrifício
Das vidas, mortes duras
Ruam pelas quebradas,
Com choques de armaduras
E tinidos de espadas...
Ou sob o piso, até,
Infame e vil da rua,
Onde a torva ralé
Irrompe, tumultua,
Se estorce, vocifera,
Selvagem nos conflitos,
Com ímpetos de fera
Nos olhos, saltos, gritos...
Roubos, assassinatos!
Horas jamais tranqüilas,
Em brutos pugilatos
Fraturam-se as maxilas...
E eu sob a terra firme,
Compacta, recalcada,
Muito quietinho. A rir-me
De não me doer nada.

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
// Consultar versos e eventuais rimas

A GRANDE VERDADE DA VIDA!

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[SEXTA-FEIRA do COMPORTAMENTO]
Blog: Sociologia & Análise
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ARTE PORTUGUESA: ALMADA NEGREIROS

 

De AYN RAND

 

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