quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Votos de Ano Novo"

Aproxima-se, a passos largos... Vem com "pés de chuva e frio", mas está aí, prontinho a bater-nos à porta.

Saibamos , apesar das intempéries, dar-lhe as boas vindas , com atitudes de alegria e esperança.

Desejo a todos os meus amigos , que conheço e aos que não conheço, também, que os vossos sonhos se concretizem e que tenham saúde, para superarmos os maus momentos que o país está a viver. Conduzam com cuidado, se tiverdes de o fazer. Aos que estão doentes, desejo rápidas melhoras ou boa recuperação de problemas antigos. Que todos tenham o necessário e /ou suficiente, para viverem com dignidade humana. Que os desempregados consigam melhorar as suas vidas! Que os injustiçados consigam a Justiça de que estão à espera.

Não quero desmoralizar-vos, mas... quem É a Justiça ,em PORTUGAL? O ministro? O Procurador Geral ?O Presidente do Supremo?Os juízes? OU... Sócrates que vai vendo o seu nome e o dos amigos saírem dos "casos" pela porta das traseiras?

FELIZ ANO A TODOS!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

POEMA DO CICLO "ARES DO TEMPO..."(jornal da vida...)


Fotos google



Azul do meu céu estrelado, vivo,
acordado na onda dos meus sentidos!

Meus olhos escuros, castanhos, dolentes,
mergulham na imensidão de sensações dormentes!

Vivo no brilho da noite refrescante…

Sei do Sonho que se quer perder,
que eu não posso deixar desaparecer!

Não morre o Sonho
quando vive o Homem
que sonha…

Procuro definir a ambição
de, com olhos bem abertos,
despertos, vivos, radiantes,
aspirar o cheiro do céu azul brilhante.

A passos largos, caminho,
ombro a ombro com as estrelas,
brilhantes, vivas e belas;
sigo pegadas perdidas
que nunca na vida dei…

Peregrina do meu amanhecer,
parte integrante da minha biografia,
vejo alvorecer o dia.

E o meu olhar faz ricochete
voltando a mim.
que me quero perder em ti…


Torno-me pirata e fujo para o barco
que formam teus braços,
quando acolhem meu olhar castanho
no sereno do teu brilhar azul…

Depois…
a minha ilha repousa em ti;
prende-te com águas vivas, puras,
dignas dos sentidos
que exalam em mim…

Da Terra para a água…
Da água para a Terra…
Não há paz sem guerra
nem guerra sem paz…
…paz serena,sentida nos nossos sentidos…
ora despertos, ora adormecidos…

No jornal da minha Vida
Encontro referências ao Sonho.
Arquivo-o, escondo-o;

Triste da falta de fascínio que me oiço contar,
guardo a intimidade do que ainda não pude SER nem TER…


C7G-31/37- CRESC/DEZ/09

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Poema do ciclo "Místicos": "EU-SER-MAGIA"...


fotos google


É urgente Sonhar!
Filtro as Emoções da Ambição
E procuro perder-me… achando-me…

Tudo pode conduzir
- se o conseguir…-
à revelação do “eu-ser-magia”!

Sinto ser preciso mudar coisas na vida,
para que a vida mude coisas no Viver!

Fecho-me numa concha sagrada
para ver a Vida a mudar…
Levam-me as águas do mar
num constante marulhar,
por águas desconhecidas
e correntes atrevidas!

Procuro um ALÉM!
Preciso de Sonhar…

Aos tombos, na minha concha,
sonho, assim,
que sou um fio de mim,
um laivo de silêncio
na turbulência das léguas… sem fim…

MEU ENTARDECER ESFORÇADO!

Sinto passar, a meu lado, conchas de outros penares
levadas nos mares revoltos,
turbulentos absortos por um outro Navegar.

Mas que faço ,aqui, fechada?

- “Louca insana tresloucada!
Ouve a Revelação!
Sente a consciência!
Sai dessa demência!”

Oh! Por onde já” andei”…

Que caminhos percorri, enquanto fui sofrendo!
Ah! Mas …vivi…

Quero sair da clausura!
Sufoco sem o ar puro que advém das florestas,
densas, cheirosas, espessas,
onde falam vozes que não conseguia ouvir
outrora!

E vozes da Vida, a sorrir,
convidam-me a reagir,
a confiar no Porvir…

O meu Presente não fala de sonhos Futuros…
Fala de factos actuais, que podem nem ser reais…

PRECISO DE SONHAR!

Liberto-me, então, da concha fechada
E procuro meu outro ALÉM…


C7G-30/38- MIST-DEZ/09

domingo, 27 de dezembro de 2009

PASSEIO A PENELA, região centro...







O dia ,ontem, estava solarengo. Apetecia dar um passeio... Com a minha filha e netita fomos até PENELA, que eu não conhecia.
Deparei com uma vila lindíssima, um castelo, o Castelo de Penela, no alto da montanha, batido pelo vento forte que se fazia sentir e onde está em exposição, aos fins de semana, até 3 de Janeiro, um original Presépio vivo, escondido numa gruta do castelo, de onde se viam gotas de água a querer regar o chão ,debaixo dos nossos pés...
É fácil chegar lá: indo até Condeixa-a- Nova, apanha-se a IC3, direcção TOMAR e , 20Kms depois, encontramos a pequena linda vila medieval. Perto de Conímbriga, do Rabaçal, Soure, Ansião, Alvaiázere(AL- BAI- ZIR), todo este espaço nos fala dos primeiros reis de Portugal, da luta contra os Romanos, Vândalos e Sarracenos.

Era, nesses tempos,uma região que se enquadrava na conhecida "linha defensiva do Mondego" e que serviu para "espreitar" as manobras, ora de romanos, ora de árabes.
Não esqueçamos que foram os romanos e os árabes quem mais tempo esteve por cá, ocupando a Península, por mais de 600 anos ,os primeiros, e mais de 300 anos, os segundos.
Ainda hoje, ao escavar as suas terras, os lavradores encontram vestígios dessas civilizações, na "pessoa" de espadas , objectos de ferro ,madeira e argila, bem guardados em pequenos museus,a visitar.
sobre Penela, que foi o que ontem pude visitar, há que dizer que em 1137, ainda antes da Fundação da Nacionalidade, Afonso Henriques lhe concedeu o 1º Foral, tendo mandado, depois, em 1139, construir o Castelo do Germanelo, que ajudava os cristãos na luta contra as frequentes investidas dos inimigos sarracenos; depois, era daqui que o Rei prosseguia as suas lutas pela formação do território, mais para o sul.

De visitar, ainda, a lindíssima igreja renascentista de STA. EUFÊMIA, começada a construir no século XIII, a Igreja da Misericórdia e o Pelourinho medieval, reconstruído no período manuelino.
Imensos turistas de várias nacionalidades, pois ouvi falar ,além da nossa língua, francês, inglês, castelhano, eslavo e italiano, deram-me a ideia do nº de visitantes que a pequena vila e aquela região devem ter ,quando o tempo ajuda...
Falo-vos ainda da beleza dos espaços circundantes, com florestas , pinhais, campos de cultivo, bem tratados e que fascinam!

Boa viagem até lá, quando e se, lá resolverem ir!

Publico , a seguir, algumas fotos que por lá tirei; como não sou fotógrafa, mas amo a fotografia, deixo-vos, com carinho, o que fui capaz de fazer...



ADAMO-------------"INCH'ALLAH"

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE NATAL

A partir de hoje, estaremos todos ocupados com actividades próprias desta época festiva.
Não nos será, por conseguinte, fácil, estar de volta do computador.

Por esse motivo, venho desejar, a amigos e seguidores, uma feliz quadra festiva; que os doentes recuperem rapidamente e que a saúde e o bem -estar não vos abandonem.


FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE ALEGRIA E FELICIDADE
BEIJOS FRATERNOS DE
MARIA ELISA (LUSIBERO)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"ROMANCE"APARIÇÃO": 50 anos de publicação


LITERATURA PORTUGUESA

Memórias literárias

“APARIÇÃO”, de VERGÍLIO FERREIRA: 50 ANOS!


Completam-se este ano os 50 anos da publicação da obra de VERGÍLIO FERREIRA (VF), “APARIÇÃO”. Não posso, como Professora de Português, deixar passar, em branco esta data, pelo valor do autor, como escritor e da obra, em particular, pelo que representa no estudo do EXISTENCIALISMO português, de meados do século passado.
Embora tenha já publicado no blogue e nos jornais onde escrevo, durante o presente ano, um texto sobre VF, nascido em 1916 e falecido em 1996, não quero chegar ao fim do ano sem lembrar esta data, pelo amor que tenho à obra do escritor, de um modo geral, pelo respeito que me merecem as Doutrinas Existencialistas e pela riqueza literária desta obra, em particular.
No ano posterior à sua publicação, em 1960, por conseguinte, foi VF agraciado com o Prémio Literário “CAMILO CASTELO BRANCO”, tal o impacto de “APARIÇÃO” nos meios literários nacionais. Outros prémios se seguiram, dos quais destaco: em 1985 -“Prémio do Centro Português da Associação Nacional de Críticos Literários”; em 1990, Prémio Femina; em 1991, Prémio Europália; em 1992,o significativo PRÉMIO CAMÕES…
Declaradamente agnóstico, mais para o fim da sua vida, embora de formação católica, tendo, inclusivamente, frequentado o Seminário durante mais de 6 anos, é com o romance “APARIÇÃO” que VF se apresenta como um ser humano angustiado com o problema da existência de DEUS e com a verdade fatal que a todos atinge, na figura sinistra da MORTE.
Li esta obra muito cedo, talvez cedo demais para compreender com maturidade o “recheio” filosófico da mesma. O romance nada me dizia e só a minha teimosia me fazia voltar à página anterior, constantemente, para perceber de que tipo de” aparição” aquilo tratava…
Nos programas do 12º ano de PORTUGUÊS de 1996, esta e outras obras entraram como alternativa, de leitura obrigatória! Enveredei pela escolha deste romance, com uma responsabilidade extrema, como se pode calcular, pois os alunos tinham que perceber, comigo, par a par, o tema que, finalmente, percebi que tínhamos em mãos! “APARIÇÃO”, afinal, não era nenhum fantasma…SANTO DEUS! Quanto andei para lá chegar…
A “APARIÇÃO” é nós, seres humanos, é cada um de nós, de cada vez que vencemos etapas da nossa realização pessoal, a caminho do aperfeiçoamento, possível e permitido, por Alguém Superior ao homem! É cada um de nós, aos nossos próprios olhos, sempre que afastamos os escolhos que nos impedem de nos cumprirmos! (capítulo II, página 23, 18ª edição, BERTRAND): ” Meu pai optou… Mas eu, sentia como sinto, que alguma coisa ficara por explicar e que era EU próprio… que me aparecera…quando a vi fitar-me do ESPELHO…”. Depois, continuando a sua descoberta, através da personagem “ALTER-EGO”, DR. ALBERTO SOARES, no capítulo IX, página 88 e seguintes, diz isto: ”O instante em que me afirmo é uno como um tronco. (…) Somente agora que são EU, não os entendo. SEI que mudei, mas não SINTO ter mudado (…)”.
Ora acontece que, em meados do século XX, a Europa é assolada por uma vaga de fundo de ideias sobre a existência do HOMEM (O EXISTENCIALISMO!), liderada por filósofos e ideias de filósofos como SARTRE, SIMONE DE BEAUVOIR, MALRAUX, CAMUS, HEIDEGGER, JASPERS e tantos mais que questionavam, não só o papel do homem na Terra, como também a existência de DEUS. Por conseguinte, para conseguir SER, ou nos apoiamos na ideia de DEUS ou não…VF esteve num seminário, quando jovem, por um período superior a seis anos, que o marcaram, profundamente, quer pela rigidez das regras do internato, quer pela solidão inerente e pelo desconforto, que moldaram o carácter do jovem seminarista, tornando-o mais introspectivo e permeável às ideias dos filósofos existencialistas ateístas e teístas.
Esta dor de DEUS e a angústia da SUA existência provocavam fracturas emocionais indescritíveis no escritor e em todos os seres pensantes; notou-se isso já no romance”MANHÃ SUBMERSA”… Mas é em “APARIÇÃO” que vêm “à tona de água” todos os problemas de fé provocados também, a nível existencial, pela rigidez da vida, no seminário. Como corrente humanista, o Existencialismo teve como precursores o filósofo Sócrates e SANTO AGOSTINHO.
Em termos restritos e mais recentes, remonta a KIERKEGAARD que dizia estar o Sujeito implicado, ao longo da vida, na sua realização pessoal pelo que, o homem, é ”LIBERDADE ABSOLUTA”, “ESTANDO CONDENADO A SER LIVRE”…
No romance “APARIÇÃO”, o DR. ALBERTO SOARES não consegue, como Professor de Filosofia, passar aos seus alunos a “Mensagem” da “Liberdade Absoluta” e acaba por ser mal interpretado pelo louco Carolino, seu aluno- problema, que, a certa altura, entende ser um deus, capaz de, com as suas mãos, dar a VIDA ou tirar a VIDA a qualquer ser! tenta então matar o Professor, desfaz o pescoço de uma galinha “enquanto o diabo esfrega um olho” e acaba por matar a estranha SOFIA CERQUEIRA, a qual, segundo o narrador- autor, já desde pequenina “que tinha percebido tudo”, onde é que a vida nos vai levar, sendo, por isso, a coisa mais natural do mundo vivê-la em toda a plenitude …do mal, principalmente e se possível!
Neste romance, VF. apresenta-nos a ideia do filósofo HEIDEGGER de que o Homem é “UM-SER-PARA- A- MORTE” já que, abandonado por um deus que o condenou a uma liberdade com a qual ele não sabe o que fazer!, o pobre HOMEM não pode, sequer, impedir a sua fatalidade final…
Convém, no entanto, penso eu, vermos que o Homem nunca é só um determinado fim, no sentido de que nunca está completo… E nós, seres humanos, sabemos bem como HOJE não somos o que fomos ONTEM e vice-versa…
Ao dizermos EU, no nosso dia-a-dia, já estamos a SER e a caminhar para a nossa concretização ou realização, como se preferir. Em nós está a presença de nós próprios, como o pai de Alberto lhe explicou, naquele dia em que ele, pequenino, se viu ao espelho e pensou que alguém estava no seu quarto. É, decididamente, uma obsessão, esta tentativa de explicarmos a existência de DEUS… como difícil deve ser a insistência em negá-Lo… ALBERTO SOARES (CAPÍTULO III) explica o seu ateísmo de um modo breve e repentino… pouco ou nada esclarecedor, por consequência: ”DEUS está morto, PORQUE SIM!”. No capítulo IX, afirma: ”DEUS MORREU, DEUS NÃO É A MINHA META, É O MEU PONTO DE PARTIDA.”
A ensaísta MARIA JOAQUINA NOBRE JÚLIO, in “O DISCURSO DE VERGÍLIO FERREIRA COMO QUESTIONAÇAO DE DEUS” diz o seguinte, numa citação de Maria Leonor Carvalhão Buescu e Carlos Ceia, in “PORTUGUÊS 12º Ano, página 380,1ª tiragem de 1999: ”A par do alto conceito que VF tem do homem, penso que ficou claro (…) o alto conceito (…) que tem de DEUS.
DEUS é, para ele, mistério insondável e não é o DEUS manipulável das religiões, mas O ABSOLUTAMENTE OUTRO. (…) Quando fala de deuses, no plural, concebe-os como criações dos homens, ídolos (…) sempre inferiores e não o GRANDE-DEUS, o SUPER-DEUS. (…) Não sendo politeísta e muito menos panteísta, não crê nesses deuses manipuláveis ou criados pelos homens…DEUS é, para ele, outra coisa, ABSOLUTAMENTE TRANSCENDENTE AO HOMEM E AO MUNDO (…)”.
A este ponto, convém recordar que Kirkegaard diz que a vida se apresenta, hoje, de tal modo problemática ao homem, que se torna absurdo demonstrar a existência de DEUS!
O grande escritor português deu, com esta “tremenda” obra, uma pequena amostra do incomensurável, indefinível, inexplicável problema que é o ter-se a ideia de DEUS. Não nos satisfaz, pois cada um de nós tem a sua própria resposta… ou não tem nenhuma! Sem respostas… resta-nos a força interior, emocional da… FÉ!



BIBLIOGRAFIA:
“O Discurso de Vergílio Ferreira como Questionação de DEUS”- Mª Joaquina Nobre Júlio, in “Português A”- 12º Ano,TEXTO EDITORA –Lisboa, 1999,1ª tiragem;
“Uma leitura DE APARIÇÃO de VERGÍLIO FERREIRA, BERTRAND EDITORA /NOMEN, 1995

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PEDRO TEIXEIRA: O "DESBRAVADOR" da AMAZÓNIA









PEDRO TEIXEIRA: “O desbravador da AMAZÓNIA” (séculoXVII). Não é figura de português que conste dos manuais de História. Nunca aprendi nada sobre este homem, nem nunca ensinei nada sobre ele. Mas… …vivo perto dele, ou melhor, vivo a 15 Kms da estátua que perpetua a sua memória, no largo do centro da cidade de Cantanhede, no Distrito de Coimbra. Sou honesta: nunca me despertou particular atenção aquela homenagem em ferro,( penso!) - até que um dia, há anos, ao sentar-me numa esplanada para ,ali em Cantanhede, tomar “uma bica”, perguntei à dona do estabelecimento quem era aquela personagem. A senhora disse-me o que sabia, que era tão-somente isto:”O homem era um português daquela cidade que, no século XVII, andou pelo Brasil, a mando d’el-rei de Portugal a lutar contra os índios maus e a procurar entender-se com os bons…” Fui, então, falar com um colega amigo, que dá aulas na FACULDADE DE LETRAS, da UNIVERSIDADE de COIMBRA, que me disse o pouco que sabia a respeito do barbudo senhor, mas que, infelizmente, ia dar ao que eu ouvira à senhora de Cantanhede… Há cerca de quinze dias, qual não é o meu espanto! - vejo o nome deste português dos “quatro costados” -referido nos jornais e algumas revistas do nosso meio jornalístico e fiquei a saber mais qualquer coisa, então: Pedro Teixeira era um militar português, oriundo da região que hoje corresponde à cidade de Cantanhede e que partiu, nos finais do século XV para o BRASIL, por ordem de el-rei de Portugal, com a especial missão de contactar com os Índios da região amazónica e preparar o caminho para que novas expedições portuguesas lá pudessem entrar , sem perigo.Com o seu espírito aventureiro e um profundo sentimento humanista,embrenhou-se pelas terras inóspitas da Amazónia e não só preparou ,diplomaticamente, a ida de outros portugueses ao território, como aprendeu algumas das suas Línguas, tendo-se tornado naquilo a que os Índios chamavam, “O homem branco bom”! Palmilhando, com a ajuda dos seus novos amigos, o território amazónico, contribuiu para o nosso enriquecimento sobre aquelas populações, os animais e as plantas que não conhecíamos, novos “fármacos” que os indígenas usavam, (dados pela MÃE- NATUREZA,) usos, costumes e tradições de gentes diferentes, culturalmente rudimentares mas muito ricos! Ao mesmo tempo, descobriu novos cursos de água ligados ao RIO AMAZONAS, dos quais o RIO TAPAJÓS é um exemplo; desbravou terrenos e florestas até, nomeadamente, ao sítio onde hoje está situada a cidade de QUITO, capital do EQUADOR… E,se não fosse ele em conjunto com índios amigos e alguns militares portugueses, o Brasil não seria hoje dono de quase 70% do território amazónico! Os nossos irmãos do BRASIL nunca esqueceram a grandiosidade deste homem! Lembrado, através dos séculos, das mais diversas formas, ainda este ano o SENADO do país irmão convidou o autarca de CANTANHEDE para lá ir receber um prémio, relembrando PEDRO TEIXEIRA! A História de PORTUGAL está em dívida com ele! (quase nunca!)- damos valor a quem nos engrandece com feitos notáveis, que outros povos reconhecem e nós não sabemos aproveitar. Lembra-o CANTANHEDE, com a sua estátua no Largo…lembram-no os brasileiros, homenageando-o através dos séculos…Esqueceu-o a História de PORTUGAL da qual não consta, dada a mediocridade de quem a estuda e/ou a esquece! Lembram-se os amigos, de CAPELO E IVENS que desbravaram os territórios africanos, de ANGOLA à CONTRACOSTA? Esta história é mais recente… mais difícil de “fazer de conta que…” até porque esses territórios foram a causa da inveja dos ingleses - OS TAIS NOSSOS VELHOS ALIADOS! - que nos ameaçaram com a guerra, se nós, “portuguesitos de meia tigela”, não lhes déssemos os territórios conhecidos como “MAPA COR-de- ROSA!” Enfim, passemos adiante… Fiquei feliz e mais rica por ter conhecido mais um “herói” de barba dura, que a( nossa história esqueceu) mas que contribuiu para o engrandecimento do BRASIL, no meio de sacrifícios imensos e enriquecedores! DIZ PESSOA: “ Sem o sonho, que é o homem /Senão uma besta sadia7 Cadáver adiado que procria?”





Artigo de Maria Elisa Rodrigues Ribeiro, em 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Poema do ciclo "Místicos": EU...

As minhas dúvidas consomem-me.
Quando penso ver a Luz…há depois um retrocesso!
Deus poderoso, meu Senhor Omnipotente!
Por que te manténs distante, de mim tão ausente?
Sente esta minha agonia…
tão igual à de quem semeia e colhe melancolia!
Por que não és mais presente e não estendes a mão,
para que me contente?
Por que não permites, que sinta o sopro da Tua Glória?
Já sei…Sou filha de Adão e Eva…daquele tempo inglório!
Por isso não consentes uma qualquer simples vitória?
É uma contradição!
Cepticismo, dúvidas, pessimismo, realismo…
Mas asseguro-te, Senhor Todo Poderoso:
eu, que sou insignificante! Hei-de vencer etapas,
continuando p’ra frente…Sempre mais para diante…


Cad.2B -64-Dez/07

domingo, 20 de dezembro de 2009

"SHAME ON YOU, COPENHAGEN/2009


FOTOS DO GOOGLE


COPENHAGA: a cimeira da vergonha…



É difícil calar a raiva que nos invade ao ver o fracasso (mais que certo, apesar de tudo…), desta a que chamaram “Cimeira da Consciência do Homem”, em prol do clima alterado da Terra, que ameaça, -por culpa nossa- a própria espécie humana.

É igualmente difícil crer que aqueles em que se depositavam esperanças, (infundadas, sejamos honestos!) tenham na vida, a par dos encargos políticos, outros importantes encargos como o de serem pais, avós, familiares dos homens e das mulheres de AMANHÃ…
“AMANHÃ?”Que “amanhã”vão poder viver os nossos filhos e netos, se os ditos “grandes” do MUNDO, se não esforçam e/ou esforçaram por limpar o Planeta, que eles conspurcam com a ganância do lucro desenfreado?
Sinto-me, a escrever este texto, perfeitamente consciente de que todas estas palavras são lugares-comuns…que qualquer pessoa, minimamente formada, civicamente, é ou seria capaz de dizer as mesmas palavras! Perdoem se sou banal… mas não tenho pretensões a saber falar, de maneira técnica, deste assunto; por isso vos digo que é com raiva que falo deste assunto! Afinal, nem LULA DA SILVA acreditava que o homem fosse capaz, mesmo acreditando em DEUS, como ele afirmou, de fazer um milagre! Ele, o detentor, por vontade do POVO, do “PULMÃO DO MUNDO”! Minha AMAZÓNIA SAGRADA… Mesmo ele, não foi capaz de passar do acordo vinculativo… APENAS E SÓ! Treze dias de conversações entre os 28 mais responsáveis homens do mundo, não chegaram para verem todos os documentos que atestam a verdade do homem, a caminho da auto-destruição!
A ASSOCIAÇÃO “AMIGOS DA TERRA” chamou `a Cimeira de Copenhaga “fracasso abjecto”!
O que é que a consciência humana poderá chamar-lhe mais? “Cimeira da Vergonha”?
Muitos dos “abutres” do clima alheio, cientes- quem sabe? da vergonha e do despudor perante os lucros fáceis, começaram a rumar ao aeroporto, mesmo no dia anterior, antes dos trabalhos acabarem…”Máscaras “ da hipocrisia cobrem-nos , A TODOS, sem excepção!-quando se puserem, daqui por diante , a falar das agruras das secas e das cheias!
Toca a todos nós, povo simples que não esteve alojado nos mais caros hotéis da DINAMARCA, no meio dos mais suculentos confortos, a nós que queremos preservar culturas e etnias, a nós que não somos- SENDO-O!- donos do mundo, tomarmos consciência de que , quais druidas d’outrora, devemos lutar para manter a MÃE –NATUREZA no melhor estado que se possa conseguir…

sábado, 19 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

LITERATURA PORTUGUESA...

foto google


CAMILO PESSANHA (1867/1926)

“CAMILO PESSANHA ensinou a sentir veladamente; descobriu-nos a verdade de que, para ser poeta, não é mister trazer o coração nas mãos, senão que basta trazer nelas a sombra dele”
FERNANDO PESSOA, in “DIMENSÂO LITERÁRIA”- ISBN972-0-40055-2


Nasceu CAMILO PESSANHA (C.P) em Coimbra, onde se formou em Direito.
Poeta do período conhecido como o da POESIA FINISSECULAR (fins do século XIX, princípios do séc. XX), autor de vasta obra da qual destacamos a colectânea de poemas, intitulada “CLEPSIDRA”, foi C.P. um verdadeiro cultor do SIMBOLISMO, um “homem poeta” que nos forçou a visualizar imagens da vida, com SINESTESIAS de uma beleza rara. O SIMBOLISMO preconizava, precisamente, que a cada Imagem correspondesse um som. Assim, a sua poesia é rica de imagens que, aliadas ao som que recordam, convertem a mesma em sensações maravilhosas, de um encanto inegável.
Ao descrever o som do violoncelo que toca ou das águas que passam sob a ponte, o leitor é, como que levado, a ouvi-los e a vê-las como se lá estivesse a “viver” o fluir das águas e dos sons musicais, que as mesmas sugerem.
DE notar que este violoncelo que toca, pode significar a própria VIDA! Quando jovens e saudáveis, no tempo em que “os Outonos”ainda não pesam, somos como instrumentos musicais, que tocam as mais belas melodias…
Seguidor do poeta simbolista EUGÉNIO de CASTRO, podemos afirmar, do que já ficou dito, que a sua poesia de angústia, pessimismo, desalento e solidão, transborda de impressionismo ao deixar-nos “ver” símbolos nas palavras.
Cada seu poema é, por conseguinte, rico de imagética (deixa ver imagens), que provoca sensações nos leitores, de modo a permitir uma ajuda preciosa na interpretação das mensagens.
Vejamos extractos do poema “VIOLONCELO /”: “Chorai arcadas/ Do violoncelo! / (…) Por baixo passam/Se despedaçam, /No rio, os barcos, / (…) Águas…Fundas, soluçam Caudais de choro…/”. É impossível não “ouvir” o violoncelo a “chorar”… e não ver as arcadas da ponte por onde passam os barcos… e não ouvir as águas do rio a correrem…
Num seu soneto, bem conhecido dos leitores da sua obra, diz o poeta: “Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho (…)/ Quem quebrou(…) a mesa de eu cear, - tábua tosca de pinho?/ E me espalhou a lenha?E me entornou o vinho?/ (…) Ó minha pobre mãe!...Não te ergas mais da cova./Olha a noite, olha o vento. Em ruína, a casa nova…/ “.
Lindíssimo poema, de carácter rememorativo, onde”sentimos “ a infância dele e de cada um de nós, ao “ver” os lençóis, a mesa, o vinho, a casa em ruína… a mãe já falecida… E” ouvimos” o escaqueirar da mesa, “vemos” o vinho entornado na “ toalha branca”, lembrando o “sangue” dos nossos desgostos, entornado, inclusive, nos limpos panos em que dormimos…
Por toda a poesia de C.P , feita de Imagens- símbolo, repassa a angústia da transitoriedade da vida, o envelhecimento quotidiano e implacável, as “sombras” do nosso dia-a- dia, a Morte…
Veja-se, ainda:”Imagens que passais pela retina/ Dos meus olhos, porque não vos fixais? / que passais como a água cristalina/Por uma fonte para nunca mais…! / Ou para o lago escuro onde termina/ Vosso curso, silente de juncais (…) /”.
Viajou muito, o poeta, tendo vivido noutros países, como MACAU, por exemplo. Nunca deu muito nas vistas, mesmo quando andou em Coimbra. Foi a revista literária “ORPHEU” quem deu pela poesia diferente deste homem, que se exilou no Oriente. “ Homem de escrita fina, refinada e um pouco difícil…”- afirma PAULO FRANCHETTI, in “DIMENSÃO LITERÁRIA.
Dos seus verdes anos, a escrita e a temática, demonstram influências notáveis: ANTERO DE QUENTAL, JOÂO DE DEUS e, sobretudo, CESÁRIO VERDE. Deste último, principalmente, nota-se a influência do recurso à mistura de sensações visuais, auditivas, gustativas, tácteis e olfactivas, que redundam em sinestesias vivíssimas, geradoras de um visualismo provocador de EMOÇÕES; e parece que cheiramos o vinho despejado, que ouvimos o escaqueirar da mesa, que vemos os lençóis brancos e a toalha suja desse vinho…
Alguns estudiosos consideram CAMILO PESSANHA um precursor do MODERNISMO pelos ares de cansaço, tédio, abulia em relação à decadência finissecular; mas é, particularmente, pelas primeiras atitudes poéticas de “fragmentação” do EU, que assim o consideram. Esse aspecto de poesia de fragmentação irá ser a génese dos heterónimos de FERNANDO PESSOA, que tratarei, brevemente, em várias secções, pela complexidade e riqueza temáticas.
A ÁGUA é um dos motivos poéticos mais recorrentes em C.P, até porque, se nos recordarmos do que tenho dito a respeito deste elemento da VIDA, é ele que sugere o passar dos dias, o fluir do tempo, o nosso envelhecimento… A água corre sempre, rejuvenesce sempre… Mas nós, humanos, vamos decaindo e andando para o NADA final, que é o culminar da nossa ligação com a NATUREZA. PROFUNDA AMARGURA…

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

POEMA DO CICLO" MULHER QUARTO_CRESCENTE

Sigo teu rasto,
Pelo odor que foste deixando,
Nos mais longínquos cantos
Do meu empalidecer…

Os meus sentidos vibram de ti,
Na plenitude dos amplexos acontecidos
Nunca moderados! sempre desmedidos…

Grito o desespero do teu cheiro espalhado
nas noites de lua , sem luar,
em que me vi a suspirar…

Não sei de ti,
mesmo sabendo onde estás.
Perdi a chave de um elo que se fechou
e me ligava a um passado que se foi…
Confesso não querer voltar a encontrá-la!
Cad6F-16/18-JNR/09

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Poema do ciclo "Místicos": EU...




FOTO DO GOOGLE


A pedra bruta que sou, é lisa, de vez em quando;
acontece, porque vou rolando, sempre lutando!

E as areias do chão que piso, sem compaixão,
são a exacta medida de qualquer pedra ferida,
que procura a perfeição…

Mas que tarefa impossível!
Eu até acho incrível, que me passe pela ideia,
que posso ser mais que areia, no mundo em que me afundo.

A pedra bruta que sou, não deixará de o ser…
Eu estou sempre a percorrer, um caminho que, a doer,
me leva para o que não sou!

A imperfeição pode também conduzir
a uma relativa perfeição…Isto, se eu me esforçar
no que decidir fazer…Serei ,então, pedra preciosa,
girando, em torno das gentes, laboriosa…


CAD 1A-53 -/07

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AMINATU HAIDAR: “passar além da dor…”






FERNANDO PESSOA, o grande escritor da “alma- pátria” sentida em “MENSAGEM”decidiu, nesta sua única obra publicada em vida, pôr os heróis de PORTUGAL a “falar”, com a “sua própria voz”, dos feitos praticados por vontade de DEUS, a fim do engrandecimento da Pátria.
Quem estudou – ou mesmo, só leu este poeta inigualável, sabe que ele próprio, engrandece os nossos heróis, de outrora, de um modo quase místico, pois “DEUS QUER, O HOMEM SONHA, A OBRA NASCE.”
No poema que quase toda a gente conhece como “MAR PORTUGUÊS”, a certo ponto diz o poeta (…)”QUEM QUER PASSAR ALÉM DO BOJADOR/TEM QUE PASSARALÉM DA DOR./”
O “BOJADOR”, neste contexto, é uma metáfora de “obstáculo”…Passar um obstáculo pode significar sofrer pelos próprios ideais, ter que enfrentar dores e extensos sacrifícios…
E é aqui que vos começo a falar dessa mulher que tem sido, quase diariamente, motivo de notícia nos jornais: AMINATU HAIDAR.
Nascida em 1966, na região do SAHRA OCIDENTAL, onde a FRENTE POLISÁRIO luta contra o domínio do reino de MARROCOS, há dezenas de anos, para ser território independente, AMINATU desde muito jovem se tornou militante da causa do povo sarauí, tendo ,inclusivamente sofrido penas de prisão , torturas e vexames de vária ordem, por este seu amor à causa. Digamos que , ao lembrar os versos de Pessoa , me lembrei desta mulher que luta por atravessar o seu “BOJADOR”!
O mundo está a mover-se, desde há um mês, quando ela começou uma greve de fome, para ver reconhecidos os seus direitos como habitante e militante activista da terra e dos valores sarauís, no aeroporto de LANZAROTE, onde a deixaram aterrar, vinda dos ESTADOS UNIDOS, mas de onde a não deixam sair, para se juntar aos filhos e restante família.
Começam a fazer-se vigílias por todo o mundo consciente, em favor da tenacidade da militante sarauí, que está em perigo de vida, debilitada tanto pela greve como pelo seu frágil corpo, dorido com as lágrimas dos filhos que lhe pedem que recue. O PARLAMENTO português, em Novembro, aprovou uma moção de solidariedade a seu favor, que muito irritou o reino de MARROCOS que não reconhece o povo nem a região sarauís, com medo de perder os bens de que o território dispõe para se manter como independente.
Entretanto, José Saramago, Miguel Portas, Gunther Grass, Pedro Almodôvar, Mário Vargas Llosa e tantos outros nomes de destaque nas cenas nacional e internacional, pretendem internacionalizar este caso, dando, assim, vigor, à causa do Sahra Ocidental.
O líder da Frente Polisário, Mohamed Abdelaziz pede á França e a ANGELA MERKEL, para intercederem pela activista, quer junto do rei de Espanha, quer junto do rei de Marrocos…
No espaço de tempo que medeia e se deve dilatar, AMINATU HAIDAR pode morrer…
O dia 10 deste mês de Dezembro foi comemorado, pelo mundo, como “DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS…

domingo, 13 de dezembro de 2009

Poema do ciclo "MODERNISMO"





Com pés de veludo piso fofas ondas
de nuvens esbranquiçadas, por onde vagueio
arrastando o Pensamento.

Abri nelas tantas janelas!
-com as pegadas impressas,-
que receio a fuga delas…
-das ondas de brancas nuvens!-
que me têm amparada…

(Coloquei nelas tantos postos de vigia…)

Mas, já cansada de olhar,
decidi aqui ficar
para passar o meu dia.

“Fugis, no entanto, como raio veloz,
aceso na tempestade das duras noites…
E os meus Invernos transformam-se
em dolorosos Infernos!

Vejo-vos mudar de lugar, tão apressadamente,
que não consigo acompanhar o atroz movimento…”

E os meus pés de veludo
apressam-se a trocar as voltas, aos fofos novelos de lã,
que já o não serão… AMANHÃ!

E uma chuva de ideias cai
no meu apressado fugir…
Pelos arredores, sons e cheiros de mim
sentam-se no manto do porvir!

Sinto que saio ilesa desta viagem, sem fim,
que imponho ao TEMPO… sempre atrás de mim!



C7G- O1G – NOV/09

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Antero de Quental....como eu o vejo


“ANTERO DE QUENTAL (A.Q) foi uma das almas mais atormentadas pela sede de INFINITO, pela fome de eternidade. Há sonetos seus que viverão enquanto viver a memória dos homens, porque serão traduzidos, mais tarde ou mais cedo, em todas as línguas dos homens atormentados pelo olhar da ESFINGE”-MIGUEL DE UNAMUNO.

Ao começar a estudar, ou mesmo só a ler, a poesia deste homem ímpar, na nossa história literária, vemos que a mesma é marcada por duas fundamentais características do seu carácter que, ao reflectirem-se na sua obra, nos mostram, pelo menos, dois lados distintos do poeta, ou, se quisermos, dois “Anteros”: um, o Antero APOLÍNEO, que exalta A LUZ, A RAZÃO e o AMOR; o outro, é um ANTERO NOCTURNO, marcado pelo Pessimismo, pelas Dúvidas existenciais, pelos cantos à NOITE, à MORTE, ao descanso FINAL.
O seu nome vem, muitas vezes, ligado ao aparecimento e implantação do REALISMO, em PORTUGAL. Na realidade, A.Q. foi um dos membros da difusão das ideias revolucionárias que a estética literária realista trazia consigo, tendo feito parte do grupo de estudantes de Coimbra, ao qual pertenciam EÇA DE QUEIRÓS, OLIVEIRA MARTINS E BATALHA REIS, conhecido como “A GERAÇAO DE 70”(1870), que tomou parte na célebre “QUESTÃO COIMBRÔ e nas “CONFERÊNCIAS DO CASINO”. Cada vulto da Literatura Portuguesa é ímpar nas suas características e AQ não foge à regra. Ele pensou PORTUGAL e o HOMEM, nos seus ensaios revolucionários e na sua POESIA, também ela, revolucionária!
Viveu tempos conturbados do Pensamento, integrado na vida buliçosa do meio coimbrão, dos anos de 1870. Nessa altura, a Universidade fervilhava de novas ideias e novos ideais, como consequência da Revolução Francesa, que espalhava por toda a EUROPA uma nova forma de vida, baseada nos princípios de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. Os jovens da Universidade de Coimbra, ajudados pela rapidez com que os comboios traziam até nós as obras que falavam das novas ideias, elegeram AQ como seu mentor.
Conhecido pela sua honestidade, pelos seus princípios perante a vida, acharam que seria o Homem ideal para lutar por uma nova sociedade, neste PORTUGAL adormecido. Estava a sociedade portuguesa, neste momento, pelas vozes de Eça de Queirós, principalmente, mas também de Oliveira Martins (OM) e de BATALHA REIS (BR), a tentar deixar a mentalidade romântica, para se lançar, em cheio, no REALISMO/NATURALISMO.
AQ ajudou os jovens revolucionários, participando nas “CONFERÊNCIAS DO CASINO” com uma palestra que, só vos digo!... fez cair “o CARMO E A TRINDADE”! Intitulava-se essa conferência ”CAUSAS DA DECADÊNCIA DOS POVOS PENINSULARES, NOS ÚLTIMOS 300 ANOS”.
Nesse documento, que provocou escândalo, AQ “batia” forte e feio, na MONARQUIA, NA IGREJA E NOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES, que, segundo Antero nos deram riquezas fátuas, pois não nos ensinaram a trabalhar, mas sim a viver “dos rendimentos”… É claro que, nessa altura, a Monarquia pôs logo fim, à “orgia” revolucionária dos estudantes de Coimbra.
Em meu entender, a única coisa que mete medo aos grandes e poderosos é a força do Pensamento dos “pequenos, pois ainda não conseguiu “cortar” a sua raiz…embora, muitas vezes lhes tenha mandado cortar a própria cabeça….
Foi só este o contributo de AQ para a implantação do REALISMO, em PORTUGAL; este e as sessões literárias a que assistia e onde dava opiniões para um mundo melhor. Para além disso, ANTERO enveredou por uma linha romântica, da qual toda a sua poesia é um verdadeiro documento. Até a sua personalidade, com tendências depressivas, ajudou ao clima de tragédia que rodeou a sua vida. As muitas leituras de múltiplos e variados autores revolucionários ajudaram a contribuir para o seu desassossego de alma.
PROUDHON e as teorias de um socialismo, perfeitamente utópico! levaram-no a sofrer com as injustiças praticadas sobre os pobres, os desprotegidos e os infelizes, de um modo geral.
No capítulo poético, a vida de AQ dividiu-se em quatro partes principais: o tema da MULHER; o que reflecte o período revolucionário do tema do Socialismo utópico, onde AQ demonstra uma grande preocupação com as injustiças sociais; o tema do pessimismo e o tema do retorno à ideia de Deus.
Vejamos a sua atitude romântica, perante a MULHER, que, para ele é o anjo do ideal, sem mal nem impureza, atitude contrária à do romântico ALMEIDA GARRETT, na colectânea “FOLHAS CAÍDAS”…. O poema “IDEAL”: “AQUELA QUE EU ADORO, NÃO É FEITA/ DE LÍRIOS NEM DE ROSAS PURPURINAS, /NÃO TEM FORMAS LÂNGUIDAS (…) NÃO É A CIRCE (…) NEM A AMAZONA (…) É como uma miragem que entrevejo (…) NUVEM, SONHO IMPALPÁVEL DO DESEJO.”E a mesma visão se encontra no poema “BEATRICE”…
A busca do ideal, não a confinou A.Q. apenas à MULHER! O poeta lutou como um verdadeiro romântico, por um mundo marcado por ideais de justiça, de fraternidade, de humanismo. Apoiou-se, no entanto, ao contrário dos românticos que privilegiavam o SENTIMENTO, na RAZÃO, a quem chegou a chamar, numa belíssima Personificação, “irmã do amor e da justiça”.
E isto leva-nos à segunda fase da poesia anteriana, a do apostolado social, onde a sua elevação de carácter e o amor à revolução de ideias, costumes e sistemas, o levam a considerar que “A POESIA É AVOZ DA REVOLUÇÂO”, facto comprovado no soneto “A um poeta”, onde pede aos mesmos que não “adormeçam”, enquanto o povo sofre, e que transformem o mundo “num campo de batalha de novos ideais de vivência”: “Ergue-te, pois, soldado do Futuro/E dos raios de luz do sonho puro/Sonhador, faze espada de combate!”
Quanto ao tema do socialismo utópico: através de um certo paganismo, influenciado pelas leituras das obras de Hegel, Proudhon, Michelet, Marceau, Schopenhauer e outros, ele empreendeu uma luta tenaz pelo desenvolvimento, pela melhoria de vida dos operários e infelizes não bafejados pela sorte. Nesta fase poética. A, Q. divinizava a IDEIA, a RAZÃO e a JUSTIÇA.
A seguir, no seu percurso, parece antever “UM PALÁCIO DA VENTURA”, uma onda de esperança na FELICIDADE que se demonstra não ser verdade… “O cavaleiro andante” das causas perdidas cai, desta fase de PESSIMISMO, num período de desespero metafísico, em que retorna, APARENTEMENTE, às suas origens cristãs, mas que, apesar de poemas como “NA MÃO DE DEUS”, não é senão uma ilusão, pois o deus a que se reporta e na mão do qual quer descansar, é a MORTE, a NOITE ESCURA, a DESILUSÃO, que pedem descanso eterno! Oliveira Martins, um dos inúmeros estudiosos da sua obra, afirma:”ANTERO é um poeta que sente, mas é um raciocínio que pensa. Pensa o que sente; sente o que pensa”. Doente e cansado, com o encargo da adopção de dois filhos de um amigo falecido, na flor da vida, desanimado, sobretudo, por não ver o mundo a rejuvenescer, caiu num estado de PESSIMISMO, que marca a sua terceira fase literária, num poema “O palácio da ventura”, onde mostra ser como um cavaleiro andante, nos mistérios do universo, em busca da felicidade que parece estar ali, ali mesmo! mas que redunda em pura ilusão!:”MAS JÁ DESMAIO (…) dentro encontro só, cheio de dor, /Silêncio e escuridão nada mais!”
Quanto a mim, depois de ter lido e intuído a poesia de Antero, cheguei à conclusão de que a busca de uma relativa felicidade faz parte de um caminho longo e sempre inacabado, porque cheio de “pedras”, de desilusões insuperáveis, de decepções tremendas, restando-nos a Esperança de podermos viver um pouco melhor, num FUTURO que não sabemos se teremos ou quando acabará.
Falta referir-me à última fase dos sonetos de Antero, do Pensamento marcado por um tal desânimo que, aliado ao isolamento, ajudou a que, em 11 de Setembro de 1891, num banco de jardim, nos Açores, sua terra natal, ele desse um tiro na cabeça. Nesta última fase, parecia que o poeta tinha reencontrado a fé da sua infância, ao deixar-nos poemas como “NA MÃO DE DEUS”, “À VIRGEM SANTÍSSIMA”, “A UM CRUCIFIXO” ou “SOLEMNIA VERBA”… Pura ilusão! Este deus de que Antero falava era, nem mais nem menos que a MORTE, A NOITE ETERNA, o DESCANSO FINAL a que ele chama, no soneto “NOX”, ”NOITE DO NÃO-ser….

NOTA: texto longo, que é, apenas, uma ajuda para quem tem que conhecer ANTERO de QUENTAL, mais profundamente. O texto não dispensa aulas de PORTUGUÊS por parte de alunos, e é somente uma súmula da história literária deste grande poeta, destinada a um público menos especializado na matéria.

BIBLIOGRAFIA
“História da literatura Portuguesa” de António José Saraiva e Óscar Lopes, 1979, 11ªedição, PORTO EDITORA;
“Dimensão Literária”de Vasco Moreira e Hilário Pimenta, PORTO EDITORA;
“História da Literatura Portuguesa-XVII/XX, de António José Barreiros, 5ªedição, EDITORA PAX.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Memórias literárias---ARY DOS SANTOS


LITERATURA SEMPRE VIVA…
“E quem aprende a viver com os outros, aprende a viver bem consigo próprio”
OU… “ESTUDAR É MUITO-MAS PENSAR É TUDO!”(do poema “APRENDER A ESTUDAR” , de JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS.

Nascido em 1937, faleceu em1984. Morreu, portanto, há 25 anos, o poeta das grandes contestações. Filho de famílias da alta burguesia nacional, deu a primeira “machadada” nas origens, ao filiar-se, muito cedo, no Partido Comunista Português.
Grande vulto de ABRIL! Enorme, de todos os tempos! Solene, no rir das críticas, tão a seu jeito, saídas da sua pena, em forma de poesia! Atacava sem meias palavras, orgulhosa e corajosamente, os ditadores, os “anómalos” das sociedades, os que do Povo se serviam (e continuam a servir!) para engrandecerem a sua falta de grandiosidade pessoal! Não media as palavras, chamando os “bois pelos seus nomes”. No seu estilo mais do que especial, levou “ABRIL”aos mais recônditos valados de um país atrasado por cinquenta anos de “paragem no tempo”. Em 1963 foi publicada a sua obra “A LITURGIA DO SANGUE”. Foram alguns e significativos os prémios que recebeu pela obra publicada; tinha dois livros preparados para dar “ao prelo”, quando a morte o levou, em 1984.Conhecido como o poeta que escrevia poemas para músicas previamente feitas, dele são, nomeadamente, os poemas “DESFOLHADA” e “TOURADA”, cantadas, respectivamente, por Simone de Oliveira e Fernando Tordo, que as deram a conhecer ao mundo, através do Festival Eurovisão da Canção.
Poesia de contestação, ia, aos poucos chegando aos cantos mais afastados do nosso país, que a ia intuindo...O povo começava a perder o medo de falar da miséria e das injustiças. Era desse povo que ele falava em tons realistas, por vezes, brutais. Era o povo que criava coelhos, galinhas e porcos, que semeava e plantava legumes, batatas, feijões, num recanto do quintal, produtos que ajudavam à subsistência das famílias, ajudando o magro salário da exploração.
Anos volvidos, seria tão bom que aqui estivesses, Ary, para pores, na ponta da tua caneta, como só tu sabes fazer, estejas onde estiveres, a verdade sobre este país de “filhos e enteados”,onde tantos continuam a “abotoar-se”, impunemente, à custa do suor e das lágrimas de milhares de desempregados e de milhões de pobres que não conseguem, nesta Europa moderna, passar “da cepa torta”, pois que, os de “olho fino e pé ligeiro”, levam TUDO!
Continua a sentir-se, entre nós, ARY, aquilo que dizia o velho ZECA: “ELES COMEM TUDO,/ ELES COMEM TUDO,/ ELES COMEM TUDO, / E NÃO DEIXAM NADA…”


BRINDO OS AMIGOS DA BLOGOSFERA COM O SEGUINTE SONETO DE ARY DOS SANTOS, independentemente de ser ou não um poeta do vosso apreço, só por um motivo: este é o primeiro texto que estou a escrever , depois do problema que me afectou, que eu escrevi já com mais facilidade,o que quer dizer que vou poder começar a visitar-vos, apesar de continuar com as sessões de Fisioterapia!


“AO MEU FALECIDO IRMÃO MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE”



“Meu sacana de versos!Meu vadio.
Fazes falta ao Rossio. Falta ao Nicola.
LISBOA é uma sarjeta. É um vazio.
E é raro o poeta que entre nós faz escola.

Mastigam ruminando o desafio.
São uns medrosos que nos pedem esmola.
Aos vinte anos cheiram a bafio
têm joanetes culturais na tola.

Que diria Camões nosso padrinho
ou o primo Fernando que acarinho
como Pessoa viva à cabeceira?

O que me vale é que não estou sozinho
ainda se encontram alguns pés de linho
crescendo não sei como na estrumeira!”
ARY DOS SANTOS

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

POEMA DO CICLO" MULHER QUARTO_CRESCENTEsonhos

Perdem-se pelo ar, lembranças quase apagadas
De verdades enganadas.

No pudor do meu sentir,
Aceito sonhos gorados...

Nas asas do Mar que se espraia
Nos braços abertos do luar,
Há esperanças de novas espumas
Limpinhas, esbranquiçadas, tocadas
Por ondas desarvoradas…

Paixão…
Doçura…
Beijos de areias desfeitas,
Nos braços do temporal…

Estou bem, no meu mal…
SONHO…
Pego nas conchas do amor, zangado com o ar do mar…

Abraço-as contra o peito,
Desfeito pela tempestade quente
Dos sentidos.

Cheiro doces amplexos,
No meio do sussurrar…

Situo-me no mapa do teu peito,
Afeito ao meu ciciar..

O Mar da Saudade do antigo navegar
Vem à costa, ver se nos pode vencer…

Rolamos, mesmo ao seu lado,
Sem pejo do seu olhar!

E meus cabelos , ao vento, molhados do orvalhar,
Repousam no peito forte, do teu doce palpitar..

ESTOU MAL… no BEM DO SONHAR…


C7G-34/25-DEZ/09

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"AOS AMIGOS E SEGUIDORES DE LUSIBERO"

MEUS AMIGOS: neste momento, penso ter o dever de vos dizer que tenho estado doente: alguns amigos já o sabem, mas como não tenho podido seguir, como seguia, comentando, os vossos posts, tenho que vos dar esta satisfação, porque vos amo a todos e todos têm sido maravilhosos comigo. Tive, no princípio da passada semana, uma ligeira paralisia facial. Felizmente , não foi nada nem do coração ,nem de índole neurológica; é de origem viral ou fruto de uma corrente de ar, mas afectou-me a parte direita da face, tornando difícil a escrita, porque me afectou o olho direito.EStou a fazer a medicação receitada pelo OTORRINO... e a fazer Fisioterapia. Sinto melhoras, mas ainda tenho dificuldade em ver para escrever. É um momento de verdade até porque, mesmo indo visitar os vossos blogs, fico nervosa por não poder comentar-vos e não quero que pensem que me estou a "baldar"...Tenham paciência , que assim que eu puder , encher-vos-ei de "mimos"...
BEIJOS AMIGOS

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"NUREMBERGA"... hoje e SEMPRE...


“NUREMBERGA”, outra vez…AINDA E SEMPRE!... mesmo que em MUNIQUE!

Este é um artigo emotivo, como exige o meu “EU” e não com a profundidade de tratamento histórico, pois não sou historiadora!
Criado em AGOSTO de 1945 por Britânicos, Franceses, Americanos e Soviéticos, tinha “O TRIBUNAL DE NUREMBERGA” a alta missão de julgar, depois da assinatura da “CARTA de LONDRES”,os criminosos nazis culpados de crimes contra a Humanidade, como foram os assassínios em massa, o extermínio de populações, a escravidão, deportação e outros desumanos actos contra gente indefesa, cujo único pecado era , pura e simplesmente, EXISTIR!
A dignidade humana condoeu-se com perseguições dos tipos político, racial e religioso, de que teve conhecimento durante o julgamento: muitos, aos mais altos níveis, sabiam de tudo o que se estava a passar na ALEMANHA DE HITLER e não agiram por cobardia, por medo das represálias do louco satânico em que ele se tinha tornado. Os réus deste julgamento foram médicos loucos, soldados”cumpridores” das ordens dos seus Comandantes, advogados transformados em carrascos, militares e informadores contra a existência de Judeus, polacos, romenos, soviéticos, negros, árabes e” etnias diferentes”. Além do mais, foram ainda acusados de terem planeado a 2ª Grande Guerra e de a terem espalhado pela EUROPA e pelo resto do mundo!
Há tanto a dizer sobre esta página macabra, que foram os crimes cometidos ao abrigo da loucura de HITLER, que, na verdade, seria este, a poder ser feito, um artigo que nunca mais acabaria. Os horrores acontecidos na Alemanha nazi foram-no,ao abrigo do ódio e do inferno da alma ressequida, de correligionários e membros do “staff” do louco ditador. Como bem recordam os amigos que lerem este simples artigo, os criminosos reconhecidos como exterminadores e genocidas, no TRIBUNAL DE NUREMBERGA, foram condenados à morte e outros a prisão perpétua.
Outros, tão cobardes em vida como na proximidade da morte, suicidaram-se, como fez Hermann Goering, com a célebre cápsula de cianeto que cada um deles guardava, religiosamente, para “AQUELE” momento, o momento da verdade em que a consciência “ainda” consegue falar.
Continua activo o Centro SIMON WIESENTHAL, na procura e captura das bestas humanas que estiveram implicadas no horror nazi. É bom que se continue a falar e a mostrar ao mundo aquelas imagens pavorosas dos presos nos Campos de extermínio. Bom seria que tudo isto fosse bem explicado às novas gerações, para ajudar a prevenir a disseminação de ideias neo- fascistas.
Quanto ao velho carrasco JOHN DEMJANJUK, afirmam os médicos que ele está em condições de ser julgado pelos crimes cometidos, coisa que se irá provar, em tribunal, mesmo que perante a sua senilidade ou mesmo apesar dela… ELE lembra TREBLINKA, DACHAU, BIRKENAU, AUSCHEWITZ, SOBIBOR, BERGEN-BELSEN…e tantos outros, às centenas, de onde saíram corpos que estão, ainda hoje, em valas comuns, escondidos debaixo das árvores das florestas da Alemanha e da Polónia…
Não aprofundo este assunto, porque, como já disse não sou historiadora e porque me dói lembrar; falo só do que conheço e do que conheço sei, por exemplo, que testemunhos de familiares de alguns sobreviventes do extermínio de judeus e outros povos, ainda hoje não conseguem ver um forno de gás , em casa,, um chuveiro ou até ir ao dentista, por se lembrarem dos milhões de dentes de oiro que os nazis amontoaram, antes de trucidarem os pobres “montes de ossos”, que queimaram nos fornos crematórios, para reduzirem a montanhas de barras de oiro, que enriqueceram contas pessoais e a indústria de armamento “nacional socialista”…de HITLER...
DEMJANJUK perdeu a cidadania americana em 2006, quando este estado correu com o seu cadáver pútrido e ambulante, para a Alemanha. A ser julgado, agora, que tem os pés para a cova, goza de um direito que ele e os outros criminosos não concederam aos pobres indefesos que mandaram matar, com todos os requintes da barbárie!
Sou tão por este julgamento, como sou pelo julgamento do soldado americano que, em Março de 2006, com 20 anos de idade, violou, assassinou e pôs fogo à família de ABEER QASSIM al- JANNABI, no IRAQUE! Quer-se justiça e atenção a casos de especial tendência nazista.
Peço desculpa por ter trazido este tema tão melindroso… Ele representa, tão-somente, o meu sentir, em relação a casos que podem ser abrangentes, em crimes contra populações inocentes. Até para nascer é preciso ter sorte e acertar no sítio…

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Poema -ciclo- "Outono-Natureza":TRIGO-PÃO...


FOTOS GOOGLE



É o amor pela Natureza pura, que nos leva ao Alentejo.
Vejo searas loiras, tão lindas!
Meu Deus! Parecem campos de oiro!
Nunca na vida vi um tal tesoiro!

O sol queima e o campo tem sede…como eu!
As árvores pedem gotas d’água, vindas do céu.
As avezinhas escondem-se do calor que apareceu…

O trigo ondula, suavemente,
Como se tivesse vida, de repente!
Lembra as ondas do nosso mar
Onde, há muitos, muitos séculos, decididos,
Nos propusemos navegar.
-Vamos, trigo da minh’alma,
Cresce, mui serenamente;
As ceifeiras esperam, lestas,
A hora de te colher!

Olho-as, na dura canseira,
Curvadas sobre as searas, daquela maneira
Própria de quem se habituou a desbravar a terra.
Agradeço ao Senhor, que me deu outra vida…
É que, desta maneira, assim tão dorida,
Sinto que estaria, comigo, sempre em guerra!







SET/08-CAD.1A-15/08

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Lusibero...convidada do blogue "ZAMBEZIANA"(1 de Dezembro)


Tive o grato prazer de me cruzar com a Graça Pereira (Blogue "Zambeziana"), há alguns meses. Gerou-se entre nós, para minha alegria, uma cumplicidade amiga. A Graça teve a iniciativa de partilhar o seu espaço com todos nós, ao dia 1 de cada mês, convidando-me a ser a primeira a colaborar com esta altruísta atitude de divulgar as palavras de outros bloguistas. Assim, quem quiser conhecer melhor o blogue Zambeziana, poderá encontrar-me lá, hoje, enquanto se passeia pelas belas estórias que esta minha amiga escreve. Estou certa de que a Graça ficará feliz por a visitarem, tal como eu ficarei por conhecerem o texto que lhe entreguei.