segunda-feira, 31 de agosto de 2009


FOTOS DO GOOGLE
INCÊNDIOS…NOVA FORMA DE TERRORISMO?
É uma tristeza o que se vê, pelo mundo fora, neste capítulo! Parece que alguém libertou as chamas do Inferno, para “lamberem” vidas, bens, património! Dói ver o que se tem passado, nos últimos anos, em países de todo o mundo. Dá a impressão que tudo é preparado para que não reste uma árvore, não restem bens ou casas. Parece que a Inveja anda à solta, transformada numa tremenda labareda! E, tristemente, aos poucos, vão desaparecendo páginas da História na Grécia, na Itália, na Espanha, em Portugal… Em LOS ANGELES, morrem bombeiros e ardem, como por cá, os haveres de gente, uns com mais dificuldade que outros, mas que, em princípio tudo fizeram pelos seus lares.
E eu começo a questionar-me: não será hora de se encarar este drama dos incêndios, não como obra de um momento de loucura/prazer de um louco pirómano, mas sim como um acto de terrorismo?
As terríveis imagens dos fogos a devorarem tudo, à sua passagem, fizeram-me pensar que TERRORISMO pode não ser, unicamente (e já não é pouco!) atirar bombas para dentro de casas e outros edifícios, para causar todos os danos possíveis e imaginários… pode não ser só atar uma bomba à cintura, em nome de uma qualquer causa… Pode ser um acto como este, de atear fogos a pretexto de um prazer sádico de ver as gentes tresloucadas a perderem os seus bens… A loucura momentânea, só por si, não pode pretender explicar tudo isto, sob o ponto de vista médico… É pura maldade, ao constatar que os fogos aparecem, em várias frentes, ao mesmo tempo, a horas desusadas…
As florestas que são os pulmões do nosso mundo, não aguentam mais, o clima aquece cada vez mais e o Homem caminha. Cada vez mais, inexoravelmente, para o seu fim.

domingo, 30 de agosto de 2009

TIMOR LOROSAE


(fotos:Google)

TIMOR LOROSAE

Faz hoje anos, 10 anos, precisamente, que teve lugar o referendo, em TIMOR, que determinou, para todo o sempre, a vontade do pequeno país, ainda sob administração portuguesa, mas ocupado pela INDONÉSIA, DE SER UM PAÍS LIVRE E DEMOCRÁTICO.
Não vou falar dos últimos tempos da estadia das autoridades portuguesas nesse território, pouco antes de a Indonésia o invadir, a pretexto de todos os motivos, menos o verdadeiro.
Lembro, só e para já, que o mundo começou a dar-se conta do que era TIMOR, depois do massacre no cemitério de Sta CRUZ! Recordo as acções de solidariedade e o papel das novas autoridades portuguesas, no empenho com que se movimentaram, no governo do, então, Primeiro-ministro, ANTÓNIO GUTERRES, a nível diplomático, para conseguir que se tornasse realidade inquestionável, a vontade, expressa pela força do voto, de os timorenses serem um povo LIVRE, à face do DIREITO INTERNACIONAL.
Lembro que –nunca!-Portugal esteve tão unido numa causa político/humanitária, como nesta. Lembro as manifestações dos estudantes com seus Professores ao lado, a darem força moral ao pequeno país! Lembro que todos os sectores de vida da sociedade nacional, lutaram, nas ruas e em vigílias, por TIMOR LIVRE E INDEPENDENTE. LEMBRO o papel de ANA GOMES, como EMBAIXADORA de PORTUGAL, na mesma luta! Lembro, também, e como! - as imagens da pobre população timorense a fugir para as montanhas, no escuro da noite, ao terror que as milícias pro-integracionistas espalhavam , em DILI, bem como em todos os recantos do território onde sonhassem haver gente ,que se queria libertar das algemas indonésias…
A caminho da reconstrução, Timor é um dos países mais pobres do mundo, onde tudo falta, até o ânimo para se auto abastecer de produtos, que sempre produziu. Parece que todo o mal se lá instalou…Fome, desemprego, droga, álcool, vícios dos chamados mundos ocidentais…
Confiemos neste povo e que o mundo os não esqueça. Aquilo que é riqueza do seu território, está no mar: o PETRÓLEO! Mas a solícita AUSTRÁLIA soube “repartir” as águas… LÁ diz o velho ditado português:”Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte…”
FELIZ ANIVERSÁRIO, POVO DE TIMOR!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

“PLANTAS”DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÂO DE AUSCHWITZ-BIRKENAU…

Na altura em que passava mais um aniversário do “DIA-D”, dia em que as tropas aliadas desembarcaram, em 6 de Junho de 1944, na NORMANDIA, para começarem a acabar com o pesadelo NAZI-FASCISTA ,eu não quis falar disso neste sítio, porque toda a imprensa se fazia eco das recordações da História.
Mas hoje não resisto, pois vi no meu jornal que o Primeiro-ministro de ISRAEL, BENJAMIN NETANYAHU, recebeu das autoridades alemãs, um conjunto de “plantas”, desenhos, esboços e outros documentos importantes para a História deste país e do mundo, encontradas, no ano passado (não se sabe como), num apartamento, em BERLIM.
Foi há 70 anos que ADOLF HITLER provocou essa tragédia que conhecemos como “SEGUNDA GRANDE GUERRA MUNDIAL”. A EUROPA E O RESTO DE QUASE TODO O MUNDO mergulharam, então, num mar de sangue, ódio e loucura, inimagináveis. A guerra durou de 1939 a 1945, com as consequências que todos conhecemos. O desembarque das tropas aliadas, nas costas da Normandia, começou a marcar o fim do conflito, mas passaram-se, ainda, meses de grandes batalhas, até que o diabo saísse de cena, o que aconteceu com a libertação total da cidade de PARIS. Desse conflito, reemergiu uma EUROPA irreconhecível tendo o mundo ficado a conhecer o horror da verdadeira VERDADE de tragédias humanas, que alguns conheciam em surdina e das quais não falavam abertamente, tal o horror das mesmas. Refiro-me ao HOLOCAUSTO, sem adjectivos! porque não os há, para nos referirmos ao puro horror.
E vêm-me à cabeça “O Diário de ANNE FRANK”, o filme “A lista de SCHINDLER”, o nome do médico português ARISTIDES DE SOUSA MENDES, O livro de LAWRENCE REES, “AUSCHWITZ”…
Não é possível esquecer as imensas batalhas de uma resistência feroz contra o demónio, que continuava a tentar levantar a cabeça dos escombros, onde estavam os seus tentáculos!
Não interessa aqui falar dos heróis aliados, americanos e outros, do desastre de PEARL HARBOR, de ROMMEL, MONTGOMERY ou do GENERAL PATTON. INTERESSA, SÓ, recordar para não esquecer! Interessa que eu fico de bem com a minha consciência por recordar esta triste História que os grandes analistas e jornalistas já trataram, muito melhor do que eu… eu que também vi o filme de ROBERTO BENIGNI: “LA VITA é BELLA!”
Interessa também que o Homem pense que, para além das causas e das consequências, estes episódios trágicos ensombram a sua existência e a RAZÃO DE SE SER humano!
Não é preciso recordar a particularidade de todas e quaisquer tragédias, nem de colaboracionistas, nem de resistentes; não é preciso falar de batalhas imensas nem da carnificina, até que a PAZ fosse totalmente restabelecida e o diabo fosse, definitivamente, mandado para as chamas do inferno, que dizem que ele próprio ateou… Não é preciso recordar… porque tudo está presente! E, neste PRESENTE, é preciso recordar, isso sim!- que o FUTURO espreita.
Satisfaz-me saber que aqueles documentos, entregues ao senhor NETANYAHU, estarão, PARA sempre! no “YAD VASHEM”, o museu do HOLOCAUSTO, em JERUSALEM, para consulta , nomeadamente, de AHMADINEJAD, do IRÃO e do louco presidente da Coreia do Norte…
Perdoem, amigos, por vos trazer este tema.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Poema do ciclo "MODERNISMO"

foto do google


Noite escura…
Rompendo
por detrás das nuvens
carregadas,
surge uma luz,
em crescendo…

Lentamente
aparecendo,
inunda de cor a Terra.
Não olha à PAZ ou à GUERRA!
Vê apenas o caminho,
que vai cortando,
de mansinho,
até pôr os pés no chão…
Lua do meu coração!

Levantas-te ,
suave e lenta
chegando até bem pertinho…

VEM !
Acompanha-me a casa!
reacenderei a brasa
que espera por aquecer.
Aí, ficarei a ver,
o FOGO do meu VIVER!




C6F-98/11- MAIO/09

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

POEMA DO CICLO "MANTA DE RETALHOS"



(fotos:Google)
A TERRA, em gretas de dor,
clama pelo meu suor.

Falta o sumo da água nos campos,
para dar nova vida à Flor.

Fere os sentidos , esta imagem
da terra morta, aos bocados;
sedenta e ansiosa como um botão de rosa
a pobre já não aguenta!
Dissolve-se no ar a água
sem saber onde cair…

Desertos dos Cisnes Negros!
Imagem da foice escura…

Falta Vida, a que enobrece
e faz mover asas brancas
que ,ao soltar a gota d’água,
dá Paz às Esperanças!

Dar-me-ei a ti, TERRA-MÃE!
Sei que no AR, na ÁGUA ou no FOGO
do meu ardor,
me darei a ti, TERRA-MÃE!

Dentro de mim,
sequiosa e magoada,
sou como esta Terra em dor,
sem encontrar o AMOR.

Creio, sim, num Cisne Branco
cheio de PAZ e HARMONIA,
que aparecerá- só e quando!-
na TERRA,
em vez de gretas de sangue
se encontrar ALEGRIA!



C6F-100/52- AGT/09

terça-feira, 25 de agosto de 2009


GALILEU GALILEI (1564-1642)

Quase todos os órgãos de Comunicação Social fazem, hoje, referência, aos 400 anos que estão a passar, sobre a época em que o célebre cientista, astrónomo e matemático “ofendeu” as autoridades religiosas do seu tempo (leia-se, INQUISIÇÃO), ao demonstrar que, afinal, a TERRA não era o centro do UNIVERSO!
Ao criar o telescópio, Galileu abriu portas imensas à Ciência moderna e demonstrou a veracidade das suas observações, no Firmamento, perante o “doge” de VENEZA, o qual, convicto das suas afirmações, lhe retribuiu os estudos oferecendo-lhe a ajuda de um salário.
Há muito a dizer sobre este assunto, sobre as invejas que o perseguiram, sobre o papel das autoridades religiosas que “crucificaram”, tanto o cientista como as suas ideias revolucionárias. Fui à Internet e não se consegue absorver tanta informação. Qualquer amigo pode informar-se lá, mais detalhadamente, se o assunto for do seu agrado. Eu, aqui, apenas pretendo recordar!
À igreja católica repugnava tudo o que não fosse colocar DEUS no centro do Universo, o chamado TEOCENTRISMO, que começava a dar lugar ao ANTROPOCENTRISMO…Afinal, da Idade Média para a Idade Clássica provava-se, à evidência, que era o Homem o centro de tudo e não Deus! Digamos que nós, portugueses, com as Descobertas marítimas, com o encontro de raças, usos e costumes diferentes, outras culturas e civilizações, novos produtos para uso dos povos e novas maneiras de conhecer outros mundos, TAMBÉM contribuímos para a MUDANÇA…
GALILEU estudou Júpiter e as chamadas luas galileanas, CALISTO, EUROPA, IO e GANIMEDE, bem como o planeta Vénus e as célebres manchas da LUA. COPÉRNICO não foi estranho ao sofrimento de GALILEU às mãos da Inquisição…Depois de condenado a prisão domiciliária, o ilustre cientista continuou a descrever as suas observações, escrevendo-as e deixando-as para a posteridade. É célebre, segundo a lenda, uma frase que ainda hoje dizem os italianos, em certas situações em que julgam ter razão:”EPPUR SI MUOVE…”É atribuída a GALILEU, quando ele se referia aos movimentos da TERRA… “no entanto, ela move-se…”
Vários vultos da modernidade como escritores, cinéfilos, dramaturgos como BERTOLD BRECHT, por exemplo, têm “explorado” o pensamento e o sofrimento do cientista, nomeadamente para dar nota do papel da igreja em certos assuntos. Não quero meter-me por aí, por respeito ao estudo que os meus amigos quiserem fazer.
NO ENTANTO, SEMPRE TE DIREI, MEU CARO GALILEU GALILEI: MUITA COISA ESTÁ NA MESMA… E FALO_TE DO SÉCULO XXI, da humanidade em que tu viveste!

domingo, 23 de agosto de 2009

Poema -ciclo- "Outono-Natureza"


Madrugada de Outono. Vou à varanda.
Cubro-me. Está frio ainda, mas apetece
apreciar o despertar do mundo
envolto num véu de nevoeiro, próprio da época. À medida que o sol desponta, acordando a Natureza,
desfraldo as velas do horizonte e, mesmo defronte,
partilho em pormenor, os efeitos do Outono na “terra-mãe”:
Folhas pelo chão, a esmo, amareladas, avermelhadas…
Galhos e ramos pelos atalhos...
Tudo parece formar um tapete persa, cobrind’o chão
do meu espaço espiritual, que se prende ao Outono…
E eu questiono a Existência Suprema que, tal como ele, me vota ao abandono.
O que mais entristece na maravilha da paisagem é que,
ao regenerar tudo, na sua viagem,o tempo de mim não se lembra…
vai passando e minh’alma chora!

Sucede então, a Primavera, ao triste Outono…
A Natureza refloresce;
O cheiro da terra rejuvenescida, -único! -contraria a
morte dos elementos…
O vento dá uma mão e empurra o ar que enriquece
novos raios de sol, novas sementes ,novas vidas…

Sei que o meu existir me nega semelhantes Primaveras!
Se eu pudesse…-oh quem me dera!
esconder-me-ia... noutra desconhecida terra…









AGOSTO/2008/ALENT.

"ASFIXIA DEMOCRÁTICA"...

“ASFIXIA DEMOCRÁTICA E outros…”


A Imprensa de ontem, dia 22 de Agosto, fez-se eco das palavras da líder da Oposição, na entrevista que concedeu a um Canal de TV. Caiu “o Carmo e a trindade”, como se ninguém tivesse, alguma vez, falado, daquilo a que ela deu nome próprio! Mas vai sendo hábito o farisaísmo militante de algumas entidades, deste nosso país…Já há tempo referi as palavras de Fernando Dacosta, num jornal diário, a respeito deste assunto, dos tiques anti democráticos do governo dos últimos anos… Dizia o senhor e é bom ter bem presentes essas palavras, que “existe medo no meu país, O meu pobre país tem medo!” .As “virgens púdicas” do PS, numa atitude de vítimas, saltaram em todas as direcções, dando piruetas de democratas, numa perfeita demonstração de histeria soberba, que só não fez rir às gargalhadas, porque o povo português não é artista de circo, muito embora esteja a tentar segurar-se no “ arame da miséria”, com todas as suas forças.
Que chama Sócrates às alegadas intromissões nas TVs privadas? Que fazem, ele e os seus acólitos, ao conjunto de dados dos cidadãos que têm, alegadamente,vindo a ser recolhidos, por todas as áreas da governação? Para que fim vão servir os “CHIPS” que ele quer nos carros dos portugueses? Por que vira ele as costas aos jornalistas, quando as perguntas não lhe convêm?
Sabendo, que os portugueses sabem que ele só “mudou de fato” para tentar a “nova” maioria, por que continua a usar a TV, com uns sorrisos cândidos, fazendo promessas sobre promessas, quando ele sabe que Portugal está à beira da bancarrota? Onde vai ele buscar todos os milhões que promete, diariamente, para esta situação e aquela e mais outra? Não seria preciso prometer tanto, se tivesse cumprido o dever de governar, ouvindo o povo, que foi para isso que acreditaram nele... Há quatro anos e meio que se usa de arrogância, prepotência, incompetência, falta de humanismo e de humildade democrática! Leia os jornais, senhor, veja os noticiários televisivos e oiça os comentadores políticos, de todos os quadrantes ideológicos! Há medo, sim senhor, neste país! Os malfeitores têm armas melhores do que a POLÍCIA… O novo código penal, de penal, só tem o nome: os violadores, ladrões, agressores de toda a espécie são postos na rua, depois de ouvidos pelos tribunais, sem medidas de coacção, como se a mensagem fosse, alegadamente:”Vão em paz e que um senhor vos acompanhe”…
Vejam lá bem que uma das vozes que se levantaram contra a análise da DRª Ferreira Leite, foi a de S.S (santos silva, ministro dos assuntos parlamentares) célebre por ter afirmado, há pouco tempo, que aquilo de que mais gostava “era de MALHAR na Oposição…Ao que nós chegámos, neste reino de licenciaturas, ALEGADAMENTE, assinadas ao DOMINGO!
Então não é querer asfixiar a DEMOCRACIA, quando o presidente do governo regional dos Açores se insurge contra o “Tribunal Constitucional”, usando uma linguagem mais que prepotente e autoritária, por este ÓRGÂO não ter promulgado o tal estatuto que eles queriam, para a região autónoma? E não é querer asfixiar a democracia, quando sujeitos como francisco assis e vitalino canas vêm “a lume”EXIGIR, -sim, EXIGIR! -ao SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO que se pronuncie, sobre isto e aquilo? MAS que tipo “de dor” deu a estes sujeitos?
POBRES REIZITOS QUE “VÃO TÃO NUS”! santos silva apregoa que PORTUGAL “vive uma democracia adulta”… Nenhuma democracia é, sequer, democracia, quando se lhe escondem resultados de inquéritos sobre pressões aos magistrados, quando nada ou pouco mais se sabe de inquéritos e mais inquéritos a casos como os dos BPNs, BPPs, BCPs, freeports e afins…
Diz jerónimo de sousa que nesta coisa de quem cumpre melhor a democracia, PS e PSD são “farinha do mesmo saco”, pois ambos têm alternado as cadeiras do poder ,neste Portugal de depois do 25 de Abril, de 1974!
A propósito: essa revolução existiu ou não? Entendam-me…se é verdade que perguntar, não ofende…

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

POEMA DO CICLO "ONDAS DE INQUIETAÇÃO...



Chega-me aos pés
aquela espuma branca
límpida, das marés…

Que sensação divinal
ter os pés, assim fincados
com força, no areal…

Curvo-me para o chão,
molhado no cheiro da maresia;
apanho pedrinhas lisas,
restos de conchinhas vivas,
partes do corpo do MAR!

Ao longe, no horizonte,
assim.em linha, defronte,
o arguto pescador lança a rede,
com ardor…

Suará… puxando o pão!

Em terra, aqui ao lado,
há sempre alguém que o segue,
com olhos de ânsia grave,
presos na mais dura guerra…
…a que trava o pescador
com os olhos no suor,
que a tod’a hora o persegue!

E as sereias não cantam,
nem os ventos o ensombram
na viagem de regresso!

Poisará os pés, na areia molhada,
ao lado dos meus.

Eu fi-lo, só por prazer!
Ele, cumpriu um dever…

C6F -134/40- AGT/09

“NÃO HEI-DE MORRER SEM SABER/ QUAL A COR DA LIBERDADE.” (JORGE DE SENA)


Estas são palavras do poeta português JORGE DE SENA, ao iniciar um poema sobre a sagrada LIBERDADE.
Nascido em Lisboa em 1919, faleceu, depois dum eterno exílio, em 1978, na CALIFÓRNIA.
Poeta dos maiores do século XX, formado, primeiro em ENGENHARIA e depois em LETRAS, ao seu exílio voluntário não foi estranho o regime do chamado “Estado Novo”. Partiu, com a Pátria na alma, em meados dos anos 50 do século passado, para o BRASIL e depois para terras americanas, onde leccionou LETRAS, na CALIFÓRNIA, onde faleceu.
É vasta a sua obra, que abrange um vasto campo de interesses: poesia, investigação, traduções, prosa, ensaios de temas preferencialmente existenciais, teatro (não muito) e trabalhos literários de toda a índole, tornaram-no um nome incontornável, no nosso meio literário. Que eu saiba, nunca fez parte dos programas do ENSINO SECUNDÁRIO, como autor obrigatório. Encontrei vários poemas seus num livro que uma editora, a “PORTO EDITORA”, me ofereceu, há anos, na minha qualidade de Professora de Português. É o “DIMENSÕES do Português”-12º ano B –ISBN 972-0-40032-3.
Foi o Neo-realismo a corrente literária que mais o influenciou, até porque lhe permitia desabafar sobre a miséria das classes mais desfavorecidas, mostrar a sua preocupação com as injustiças sociais, amar a luta pela LIBERDADE, defender, com a pena, os oprimidos, e pugnar pela dignificação das sociedades. Passou ainda pelo Surrealismo, mas honestamente, pouco sei dizer a esse respeito.
Noticia ,hoje, a imprensa, que os seus restos mortais o trarão ,de volta à PÁTRIA, em SETEMBRO, para que repouse eternamente, no telurismo das suas raízes. É costume dizer-se, muito liricamente, que o corpo de um português “repousa”melhor, no solo das suas origens…
BEM VINDO AO NOSSO CHÃO, JORGE DE SENA!
DEIXO-VOS este seu poema, retirada do livro a que já fiz referência:”
“Não hei-de morrer sem saber/ qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser/
desta terra em que nasci./
Embora ao mundo pertença
esempre a verdade vença,
qual será morrer aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver(…)
(…) não hei-de morrer sem saber/
qual a cor da liberdade.”

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

POEMA DO CICLO "ONDAS DE INQUIETAÇÃO...


Serenidade da hora de chegar, ao partir…
Confiança de quem o faz, a sorrir…

Nublar dos céus por onde devo ir,
Não perturba o caminho do meu viajar…

Capacidade de encetar viagem
É coragem de assumir a tempestade, na aragem…

Doçura de paisagem!
Embarco depressa…
Procuro paz no balouçar, ritmado, da tarefa…

Viagem tamanha desta alma estranha,
Que se queixa no ar, quando este a apanha…

Creio na viagem, de mim, personagem…

O trabalho requer de mim, ser selvagem,
A determinação que impele a vertigem,
E abala aquele que na sua viagem,
Alucinado, busca a origem…






Cad.4D-44 – MRÇ/08

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

FEDERICO GARCIA LORCA (1898-1936)


(foto do Google)

O Poeta foi assassinado! VIVA O POETA!

Nascido numa pequena aldeia da Andaluzia, em 1898, cedo enveredou pelo caminho das Letras, denunciando, na sua POESIA, as arbitrariedades do sistema, as humilhações a que eram sujeitos os pobres, famintos de Justiça e pão, sem acesso aos mais elementares direitos, a que tem direito o ser humano. Foi assassinado, durante o regime fascista de Franco, em plena Guerra civil de Espanha, sem que, ainda hoje, a História tenha conseguido saber o verdadeiro “porquê”; foi em 19 de Agosto de 1936;faz hoje anos, por conseguinte. Uns atribuem o seu dramático fuzilamento ao facto de ser homossexual; outros, ao facto de, numa guerra civil os delatores e”bufos” denunciarem a própria mãe, desde que ela lhes “esteja no caminho “das ambições; outros, talvez mais perto da verdade, ao facto de um poeta ser mais perigoso com uma caneta na mão, do que com um revólver, pronto a disparar! Pessoalmente, eu, que não sou ninguém importante, mas que amo a POESIA, sou a favor deste último ponto de vista.
Os criminosos “calaram” a caneta, com o crime, mas não calaram a Mensagem que continua a ressaltar da obra que Lorca nos deixou. Os tiranos e tiranetes não têm categoria para ficar na História, como a têm os que espalham ideias de PAZ e AMOR!
Num dos seus sonetos, ANTERO DE QUENTAL, poeta e pensador português do século XIX, ao falar dos poetas, diz num conhecido soneto:” Tu, que dormes, espírito sereno, /posto à sombra dos cedros seculares, /Como um levita (…) …/Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno, /Afugentou as larvas tumulares…/Para surgir do seio desses mares, /Um mundo novo espera um só aceno…/
Escuta! É a grande voz das multidões! / São teus irmãos que se erguem! são canções…/Mas de guerra…e são vozes de rebate!/ERGUE-TE pois, soldado do Futuro,/E dos raios de luz do sonho puro,/Sonhador,faze espada de combate!”
Esta guerra e estas armas a que alude ANTERO, são as palavras de AMOR, de CONCÓRDIA, de PAZ que a Mensagem poética pode espalhar, por todo o mundo…
POR ISSO, DIGO E REPITO, SE O POETA MORREU, VIVA O POETA!
NÃO possuo a obra de GARCIA LORCA, infelizmente. Mas fui à Internet e retirei este poema, cantado por Paco Ibanez, em honra do saudoso poeta:



terça-feira, 18 de agosto de 2009

“PARADOXAIS PARALELISMOS…”
EM POLÍTICA, TUDO É POSSÍVEL…

Pretendo sempre que seja esporádica esta minha passagem pelas realidades políticas e sociais do meu país.
Tenho estado à espera que acalmem, um pouco, “os ares de tempestade” que têm assolado o PSD (partido social democrático), depois da apresentação das listas, aprovadas pela “líder”, manuela ferreira leite, para as próximas eleições autárquicas, de Setembro. Como não pertenço a nenhum partido, procuro ser imparcial, mesmo que, por vezes, contundente, como cidadã que paga os seus impostos, a tempo e horas e que, presumivelmente, vive em democracia. Por conseguinte… nem sempre Sócrates! Por vezes, a oposição…Aquilo de que hoje pretendo dizer qualquer coisa tem que ver com as tais listas de concorrentes do psd às autárquicas, onde, segundo os cronistas da política, de todos os jornais que tenho lido, saíram e/ou entraram nomes ,no mínimo , controversos , por terem processos pendentes em tribunal, porque a líder entendeu que sim!, que lá deviam estar(talvez porque são seus amigos, não discutem as suas ordens ou vontades, são filhos dos seus amigos ) e sei lá que mais… Entretanto, ficaram de fora, (nas ditas listas) nomes como Passos Coelho… que, segundo parece “traiu” a líder, falando contra não sei o quê que a dita senhora disse ou fez…
Estão a perceber, amigos, onde se começam a ver “os paradoxais paralelismos”? É que não é só no ps que sucedem coisas estranhas…Cheia da força que lhe estava a faltar, em credibilidade, antes do psd ter ganho as eleições europeias, a líder começou a dar uns sorrisinhos de circunstância, que pretendiam ser mensagem de alternativa ao ps… mas “ virou
a arma contra o chão” e começou, por meras vingançazitas, a dar tiros nos pés, pondo-nos, a nós, portugueses, à beira de um ataque de nervos, só de pensar nas eleições que aí vêm!
UMA COISA TENHO O DEVER DE VOS DIZER, HOJE: NÃO VOTAREI EM NENHUM DELES!
Pois é, meus irmãos de nacionalidade, o que nos resta? Nunca, como hoje, senti tão angustiosa questão, do modo que estou a sentir este ano…
É meu costume escrever o nome de certas coisas e pessoas, como é natural e mandam as regras do bom PORTUGUÊS escrito, com letra maiúscula; quando o não faço, é porque não dou a essas pessoas ou coisas a importância que eles pensam que têm; não é importante quem quer… mas só quem se esforça por o ser!
Com as eleições à porta, devemos estar muito atentos ao espectáculo que os políticos por aí vão dando e perceber se não estaremos a assistir a um “circo” trági-cómico, tal a falta de ideias e convicções com que essa gente por aí se apresenta, na ânsia de continuarem a usar o nosso voto para insistirem em fazer de Portugal o “feudo”em que o têm transformado…
Da boca de sócrates, a prosápia habitual: “faremos”, “daremos”, “iremos” (eles, os seus políticos!)… E se não tivermos esquecido os últimos 4 anos e meio da sua (des)governação, lembrar-nos-emos ,de certeza, que ,nos últimos dias o homem que tudo promete e que tudo dá, nos deu mais de quinhentos mil desempregados, com a ajuda de governos anteriores a que pertenceram Guterres, durão barroso, ferreira leite, etc. Se é verdade que vemos, quase todos os dias, Sócrates a sorrir, feliz da vida com as suas “façanhas” (em que só ele crê!), a verdade é que vemos, também, a líder da oposição com o seu habitual rosto crispado, arrogante, prepotente, sem um sorriso fiável… E político que não aprendeu a rir com os disparates que diz e faz...mete medo! Por isso, talvez também por isso, Sócrates, antes de sair de casa, bem apresentadinho, no seu fatinho de marca, deve pôr-se, em frente ao espelho e ensaiar o seu melhor sorriso, para ver se convence alguém:”ESPELHO MEU, ESPELHO MEU, HAVERÁPOR AÍ, ALGUM POLÍTICO, MAIS SORRIDENTE DO QUE EU?”
Vão vendo, amigos, os paradoxais paralelismos…
AO abrir, hoje, o meu jornal, “PÚBLICO”, vejo a página da capa quase toda ocupada com as fotos de sócrates e de SUA EXª, O SENHOR PRESIDENTE DA República, ornamentadas com estas palavras (sic):”PRESIDÊNCIA SUSPEITA ESTAR A SER VIGIADA PELO GOVERNO”
QUE ME DIZEM, AMIGOS?
Volto, um dia destes, que a “coisa” promete…

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


FOTOS DO GOOGLE
RECORDAÇÕES DE UMA VIAGEM A SARABURI(TAILÂNDIA)

Há dez anos, dezoito horas de viagem, em avião da ALITÁLIA, conduziram- me de Roma a Bangkok. Escala para reabastecimento no calor insuportável de NOVA DEHLI e nos píncaros dos arranha-céus de HONG-KONG… Pés inchados, angústias redobradas e nova espera, desta vez pela ligação da CATHAI PACIFIC, que nos iria levar à cidade capital do antigo reino de Sião.
A sensação com que se confrontam os turistas que desembarcam no aeroporto de Bangkok, é a de entrarem numa sala enorme de sauna, tal a humidade quente do ar sufocante do clima daquelas paragens…Quase sem o sentirmos, começamos a sentir “um formigueiro” a escorrer pelo corpo, em forma de gotas de suor, que não são mais do que um aviso do que ainda está para vir…
Passámos a noite num hotel. Do qual já não recordo o nome, mas que se situa quase ali ,no aeroporto, ao qual temos acesso por meio de uma ponte interna. Logo após as formalidades de inscrição, alguns dos amigos mergulharam nas águas da piscina para um natural “refresco” e limpeza daquele suor pegajoso e incomodativo. Eu dediquei-me a não pensar em mais nada que não fosse fazer uma boa soneca antes do jantar, pois sou avessa a estes picos de calor, que contendem com a minha própria capacidade de pensar. Analisei, para mais, uns apontamentos sobre Cerâmica, pois era a intérprete daquele grupo de italianos que, no dia seguinte, devia partir para SARABURI, uma cidade comercial e industrial, a norte de BANGKOK, onde estavam a implantar-se os grupos cerâmicos de MODENA, cidade italiana célebre por ser, além do mais, a terra natal de PAVAROTTI e da FERRARI, logo ali em MARANELLO.
Para chegar a Saraburi, fomos de autocarro, devidamente climatizado, por auto-estradas de cimento, tal a força do calor! Na modorra do ar condicionado, vi quão incríveis são os desígnios do nosso destino! Quem havia de dizer que eu havia de ter esta oportunidade, na vida…Da janela, via o trabalho moiro dos tailandeses nos campos de arroz! Como pode ser dura e miserável a vida! Ao longo da auto – estrada, à esquerda e à direita, havia “tendinhas” onde se parava, para comprar gordas cobras cascavel, petisco acessível às bolsas recheadas e iguaria altamente apreciada… Voltei a encontrá-las, penduradas e esticadinhas, à venda, no descomunal mercado de Saraburi, ao lado de gordas baratas, anafados gafanhotos, isto para além de sapos, rãs, caracóis do tamanho de uma casa e coisas do género. Mundo estranho, mundo novo, mundo surpreendente… E o inferno do calor continuava, com a diferença que, o único hotel da cidade não tinha piscina e as fossas daquela urbe imensa eram ao ar livre… Como “a cavalo dado não se olha o dente”, habituei-me à ideia do ar condicionado que me alentava a mim e às OSGAS, brancas, pegadas às paredes e aos tectos, ameaçadoras, como se, a qualquer momento nos fossem cair nos olhos, na cara…Explicaram-me, depois, que aqueles asquerosos animais eram, afinal, a salvação de todos nós….É que a Natureza dotou-as de poderes especiais para comerem os insectos portadores de todo o tipo de doenças, num clima daqueles! E pensei:”Queridos asquerosos animais! Obrigada por existirdes!”
No dia seguinte, depois do trabalho, fui conhecer a cidade num “TUC-TUC”, uma espécie de TÁXI, movido pelos pés do condutor! Depois de discutir o preço, lá fui ver o mercado, que era uma espécie de feira das nossas terras, multiplicado por cem! Fervilhante de vida oriental! o que me foi dado ver de uma civilização milenar, segundo dizem. Não está sequer em causa se é superior ou inferior, para aquilo a que estou habituada. Está em causa o valor intrínseco de tudo o que o Altíssimo nos põe diante dos olhos! Não podemos ter uma visão redutora das coisas. Quem sou EU, “pequeno bicho da terra”(Camões) para reduzir tudo o que me é dado ver, assim, sem contar, a um simples adjectivo?
Entrei num pequeno templo e acendi um pau de incenso, tal como me aconselhou o guia do hotel. E ali mesmo, como se estivesse na minha Igreja, dirigi os meus pensamentos para esse Alguém superior a quem chamamos Deus. Ninguém ,em volta, me olhou de modo diferente…
E eu agradeci por estar ali. Por ser humana, por ter a possibilidade de saber aceitar como normal, uma cultura diferente, que tanto me enriqueceu.
Era sexta-feira e, a certa altura, vi passar uma coluna militar de centenas de carros, blindados e não só, que transportavam, talvez, milhares de soldados. Tão empenhados todos na sua pose de militares disciplinados, juro que pensei estar no meio de uma revolução ou de uma sublevação militar! Mas não, felizmente! O SHIAOLIN, o guia do hotel, explicou-me que a THAILÂNDIA tem, há muitos anos, um conflito militar de interesses fronteiriços, com o LAOS, que, apesar de tudo, obedece a regras de cavalheirismo: o fim-de-semana é sagrado! Como tal, os soldados dos dois países vão a casa, à sexta-feira, retemperar as forças e o moral e, à segunda – feira, novamente alinhados e disciplinados, lá passa de novo a coluna militar para mais uma semana de “trabalho”, sem que nenhuma das partes tenha quebrado o acordo de cavalheiros!
Lembro-me, agora, de um provérbio judaico que diz: “Não há melhor negócio que a vida. Nós obtemo-la a troco de nada”.Não estou muito de acordo, porque todos temos que fazer um esforço tremendo para que a vida vá acontecendo…
Não esqueci esta viagem, o que nela aprendi e me enriqueceu. Foi nos fins dos anos noventa, do século passado…Mas está tudo “aqui”… na cabeça e no coração. Um velho ditado italiano diz:”APRENDE E PÕE DE PARTE.” Assim faço, a todo o momento…
LUSIBERO

POEMA DO CICLO "MANTA DE RETALHOS"


Toalha branca estendida na mesa da pureza
Do linho são…

Coberta de migalhas,
Pão de restos de sustento,
Tapas tristezas tamanhas da brancura,
Com que ofereces o alimento.

Sinto-me pálida, só,
Ao tocar-te, alisando-te.

Sei que, assim, neste dó,
Sou esparso ponto de pó
De um universo imenso
Onde sufoca o mundo, denso…

O vinho,
Rubro sangue sobre a mesa,
É dádiva sã da Natureza…
Sacrifícios de mãos calejadas,
Na crueza da dura vida,
Puseram-no a fulgir.

Ah, mas vale a pena lutar
Para o ver, assim, a brilhar!
Vem do esforço farto, único
Tornado mediúnico…

Fixo os bordados tecidos
Escondidos, na minha mesa.
E, por momentos, regresso àquilo que sou…
Passeei por outras eras.
Temendo lobos e feras…
Bastava uma mesa assim
Branca, vermelha p’ra mim!
E, com meus olhos fechados, atordoados, feridos,
Vi, nesta toalha branca
Salpicada de vermelho,
Os meus segredos escondidos…





C6F- 60/50 – ABL/09

domingo, 16 de agosto de 2009

LITERATURA PORTUGUESA: SOPHiA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (PORTO, 1919-2004)

Palavras da poetisa: ” Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito da verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem.”
Mais ainda: em 11 de Julho de1964, quando a SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES A HOMENAGEOU, ATRIBUINDO-LHE O GRANDE PRÉMIO DE POESIA, pela obra “LIVRO SEXTO”, disse SOPHIA, num texto do qual a minha sensibilidade destaca algumas frases: “e o tempo em que vivemos é o tempo de uma profunda tomada de consciência (…) Não aceitamos a fatalidade do mal. (….). Como ANTÍGONA, a poesia do nosso tempo não aprendeu a ceder aos desastres. (…). A obra do artista vem sempre dizer-nos “que não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência, mas que somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser.” In “DIMENSÃO LITERÁRIA”- PORTO EDITORA-ISBN 972-0-40055-2- (página 335).
Por vezes, o que aparentemente é fácil, torna-se, de repente, difícil. Isso acontece-me, frequentemente, quando começo a medir as palavras para falar de temáticas que se relacionam com a obra de certos vultos literários, como é o caso da poetisa que hoje vos trago e que é, nem mais nem menos que SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (S.M.B.A.).
A sua poesia é uma das mais lindas dos últimos tempos da Literatura Portuguesa. Sei que nem todos apreciam; mas sei também que, na minha qualidade de Professora de Português, aprendi a amar as suas palavras e a sua visão do mundo, em função dos meus alunos e do programa desta disciplina. Quanto maior é o amor de um Professor pelo que transmite aos seus alunos, maior é a possibilidade de êxito dos mesmos. A poesia de S.M.B.A. é linda, colorida, cheira a mar e à Grécia antiga…brilha no Sol dos sentidos, atirando-nos à face a água do mar e da infância, o cheiro das paredes da casa da meninice, a maciez das areias da praia, a espuma das ondas quebradas aos seus pés…
Poema “CASA BRANCA”: “Casa branca em frente ao mar enorme, / Com o teu jardim de areia e flores marinhas/…A ti eu voltarei após o calor incerto…/(…) Passados os tumultos e o deserto/Beijados os fantasmas… da terra indefinida./”
Dado que a leitura nos enriquece e a poesia nos transmite sensibilidade para melhor entendermos o mundo que nos rodeia e em que estamos inseridos e dado que somos seres dotados de capacidades que escapam a outros seres da criação, aconselho os amigos leitores a aprofundar esta matéria a vosso bel-prazer, na certeza de que saireis enriquecidos…
A obra poética de S.M.B.A. é contaminante e, se nos esforçarmos, permanece em nós o desejo de continuar a “ser contaminado”. Esfusiante na afirmação dos valores que devem reger a vida do Homem, enquanto ser superior da criação, encontramo-la, em vários poemas, a lutar contra o farisaísmo e a hipocrisia, a discriminação, as injustiças sociais, a falta de liberdade das gentes no período salazarista, a miséria, etc.
Vejamos extractos dos poemas “OS FARISEUS” e “ AS PESSOAS SENSÍVEIS”. O primeiro compara o sofrimento humano ao de Cristo, traído pelos fariseus, vítima maior da hipocrisia humana, segundo a vontade do PAI. O tema é abrangente, na medida em que “toca” os que vivem atirando a pedra, ao mesmo tempo que escondem a mão; daí que a poetisa termine, dizendo:”NEM UMA NÓDOA SE VIA/ NA VESTE DOS FARISEUS.”
No poema “AS PESSOAS SENSÍVEIS”, impera, igualmente, a temática da mentira, do farisaísmo e das injustiças sociais, das quais a exploração dos pobres pelos ricos, sobressai, quando ela diz: ”As pessoas sensíveis não são capazes/De matar galinhas/ Porém são capazes/ De comer galinhas/, (…) Ganharás o pão com o suor do teu rosto/” e não:”Com o suor dos outros ganharás o pão.” Este poema termina com uma frase lapidar: “PERDOAI-LHES SENHOR/ PORQUE ELES SABEM O QUE FAZEM. ”
Amante do MUNDO CLÁSSICO Grego, sobretudo, S.M.B.A transporta esse mundo e esse amor para o século XX, em poemas onde refere a grandiosidade dos muros de Knossos, a dura luz de CRETA, DELFOS do Oráculo, onde “ressurgiremos” de um mundo mau, isento de harmonia, cheio de desigualdades sociais e de tiranias opressoras (alusão ao período salazarista) ideias que imortaliza no poema “PÁTRIA”: “ (…) Por um país de luz perfeita e clara( ideia de liberdade), (…)Pedra rio vento casa/Pranto dia canto alento/Espaço raiz e água/ Ó minha Pátria e meu centro / Me dói a luz me soluça o mar/ E o exílio se inscreve em pleno tempo (LIVRO SEXTO ,1962). Ao fazer tais afirmações, Sophia recorda-nos a grandiosidade d’outrora que já não o é mais, porque o povo sofre a “miséria que o tempo desenhou”, no tempo da ditadura salazarista. Esta mulher, uma das mais notáveis poetisas portuguesas do séc., passado, condição que perdura pois o poeta é intemporal, foi também uma lutadora anti-fascista ao lado de seu marido, Francisco de Sousa Tavares, atitude social que se pode ver, nomeadamente, no poema “Este é o tempo”: “Este é o tempo/ da selva mais obscura/Até o ar azul se tornou grades/ E a luz do sol se tornou impura/ Esta é a noite/Densa de chacais (…) Este é o tempo em que os homens renunciam. ”
Fala Sophia, em vários poemas, do tema “exílio”, o que não é senão um modo de avivar o espectáculo degradante da emigração, na década de sessenta, em que se viam os portugueses a fugir do regime e da miséria atávica. Como sabemos todos, hoje, século XXI, continua este nosso ir pelo mundo fora, à procura de empregos que cá não temos, buscando “outras canelas e pimentas”, sofrendo novas despedidas, novos lenços a acenar, novos trajos negros a derramar lágrimas de dor…
É impossível não detectar na sua obra influências de Fernando Pessoa. Amando, como demonstra amar, os clássicos, mereceu-lhe especial carinho o heterónimo RICARDO REIS, a quem dedicou um poema, onde, seguindo as suas pegadas, reafirma que só o Presente conta, já que o Futuro é uma incógnita e o Passado de nada já pode valer. Nesse poema lembra a lição dos deuses ausentes, porque: ”O seu olhar ensina o nosso olhar:/Nossa atenção ao mundo/ É o culto que pedem. ” In “DUAL” (1972)
Esta é uma perfeita atitude epicurista, clássica-pois claro!- de quem usufrui plenamente do momento presente, pois KRONOS( deus do tempo) passa, inexoravelmente, sem nos conceder mais tempo que aquele que os deuses nos destinaram…Mas SOPHIA identifica-se também com ALBERTO CAEIRO, outro heterónimo de PESSOA, no amar a Natureza com a simplicidade dos sentidos; por isso fala tanto da maravilha que é apanhar búzios, conchas, ter as mãos e os pés
enterrados na doçura da areia , sentir a água do mar a fugir-lhe ,por entre os dedos …
MALLARMÉ, poeta francês do século XIX (1842-1898) afirmava, sobre a tarefa dos poetas: “dar um sentido mais puro às palavras da TRIBU, é uma missão do poeta.”
E como SOPHIA cumpriu essa missão! Linda de se ler, bela de se ouvir, rica de aprender!
Podemos, para concluir, afirmar que é belo tudo quanto nos possa vir à ideia, depois de a lermos: o Parthenon, a estátua de Apolo, o templo de SÃO PEDRO, EM ROMA, a incomensurável MURALHA DA CHINA, o TAJ MAHAL… pois tudo, à semelhança da poesia de S.M.B.A., foi feito pela mão e pela mente do Homem, com alegria e dor, na tentativa de “cantar” e elevar a “obra” para DEUS, Esse Ser que para uns é DEUS, para outros ALÁ, para outros Jeová…Buda…Confúcio… KRISHNA… todos objecto de admiração do ser humano, o mais imperfeito dos seres perfeitos do PLANETA …
SOPHIA não foi poetisa, somente, pois talvez pelo facto de ter sido mãe de cinco filhos, cedo se dedicou à escrita de contos, que AINDA hoje fazem parte do universo literário dos programas de PORTUGUÊS. RECORDEMOS: “A FADA ORIANA”, “ O CAVALEIRO DA DINAMARCA”, “ A FLORESTA”, “ A MENINA DO MAR”, por exemplo. Não se esgota o tema “ SOPHIA”…Devem os leitores interessados aprofundá-lo, se assim o entenderem. Diz o povo que “o saber não ocupa lugar”… SOPHIA afirma: “Um verdadeiro livro propõe sempre uma maneira de ser”.

sábado, 15 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


FOTOS DO GOOGLE
A odiosa junta militar birmanesa:
(O martírio de AUNG SAN SUU KYI)

É com a mais hipócrita impotência que o mundo assiste, com palavras de circunstância, à escabrosa conduta de uma das mais vergonhosas e intoleráveis ditaduras militares.
De vez em quando, como convém, aliás, lá aparecem umas pseudo-indignadas afirmações contra, como recentemente fez GORDON BROWN… Insuficiente, meu caro BROWN, porque soa a uma tentativa de lavar a cara “com as patas”, como fazem os felinos!
O velho ditador, o decrépito THAN SHWE, louco presidente da junta militar, está-se borrifando para “os cães que ladram enquanto a caravana passa”…
Entretanto, a PRÉMIO NOBEL AUNG SUU KYI (ASK) vai murchando, vai cumprindo a triste passagem por este universo, sem ver os filhos e outra família, em prisão domiciliária, qual fera presa em jaula de imunda vontade de “generais”, analfabetos em direitos humanos!
Triste é ver que este mundo, a modos que civilizado, em que todos vivemos,”mete o rabo entre as pernas”, neste caso de desumanidade, porque não é só o TIBETE que tem medo da China, a qual já deu “um espirro”, avisando, a seu modo, como habitualmente faz, o tal mundo civilizado em que vivemos…
E eu atrevo-me a fazer uma pergunta muito simples: por que é que, um exército de ditadores analfabetos, com as mais sofisticadas armas de guerra (que o mundo civilizado lhe vai vendendo), tem tanto medo de uma mulher, uma magrizela de 40Ks, a quem eles roubaram tudo? TUDO, NÂO! NINGUÉM LHE ROUBOU A DIGNIDADE DE PENSAMENTO, NO AMOR PELO SEU POVO!
Os ditadores, insanos e cruéis, impunes, desafiam o mundo, com as costas apoiadas à China, tendo tido a coragem de não receber o Secretário-geral da ONU, MR. BAN KI-MOON! O que é que pode abalar ditadores sujos do sangue do seu próprio povo? Umas sançõezitas? Mas se eles nunca deixam de ter a mesa posta…
Condenada à morte lenta, por detrás das grades de cimento e água, esta frágil mulher é o exemplo de que a humanidade precisa para agir (sem recurso a armas bélicas!), no sentido de recuperar a vergonha de ter permitido tantos horrores, seja na Birmânia, como no TIBETE, COREIA DO NORTE, SUDÂO, ZIMBABWÉ, etc.
É hora de nós, mulheres também, confrontarmos os ditadores com a força da Razão, já que de HUMANISMO ELES NÂO SABEM NADA!
QUE PODEMOS FAZER POR AUNG SUU KYI?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


“ARES DE MIM…

Saí, hoje, de casa, com um fim em vista.
Há momentos em que uma voz interior nos impele a avançar. A ir, a explorar, a tentar encontrar…não me perguntem o quê.
E eu, fantasma de mim, correspondo ao ímpeto e sinto-me forçada a andar, mais um pouco.
Procuro-Te, eu sei! Afinal, é uma procura contínua e infrutífera, parece…
Vou dar ao largo da CASA, cuja porta está fechada… Que pena! Mas não desisto e procuro a chave nas mãos de quem a tem. Gentilmente, a senhora abre a porta, como se fosses TU a convidar-me a entrar…
É este, um daqueles dias do pessoal peregrinar, em que preciso de entrar, de estar, de pensar e de Te olhar…
Sento-me, lá, mais à frente e sinto que o pensamento parou… Já nem lembro por que aqui estou…Mas estou bem, neste silêncio ruidoso, porque me sentes ralhar…
Olho em volta e vejo que não gosto, particularmente, da arquitectura desta CASA, que fizeram em Teu nome. TU próprio, como estás magro, afilado, delineado em ferro, na cruz, com ar tão desiludido…
Não sou capaz de rezar. Esqueci as orações que, maquinalmente aprendi, no colégio da infância, tão longe na dis tância do tempo. Mas falo-te com o meu olhar suplicante! Não respondes e eu fico, como sempre, na dúvida. Existes ou não existes? És ou não és? Vês-me, não vês?
Saio, mais calma; entrego a chave da CASA à amável senhora que me explica não poder manter a porta aberta, por causa dos roubos e do mesquinho vandalismo…Até Tu és vítima destes tempos perigosos de perfeita inversão de valores.
Asseguro-TE de uma coisa: saí Contigo, comigo. Não sou fantasma, afinal, pois que me dói bem no fundo, o que vejo em mim e no mundo. Estou mais leve, carregada de dúvidas, na ânsia de TE crer…

NOTA:”O MEU HOJE” é o “hoje” de todos os tempos em que sou SER HUMANO.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

AQUILO DE QUE ME ENVERGONHO…
É maquinal… saio de casa, todas as manhãs, vou ao quiosque comprar os jornais e dirijo-me ao Café habitual para tomar a “bica” e ler, sossegadamente, o que alguns sabem e outros aprofundam… eu, por exemplo!
Não quero falar de política, objectivamente; é um tema cansativo e deprimente. Mas se escapar…desculpem qualquer coisinha…
Hoje, doeu-me ver que o meu país, um dos primeiros a abolir a escravatura, a tem consentido, fechando os olhos às verdades conhecidas, no seu seio. Não há palavras, suficientemente feias, com que eu possa desabafar, ao ler que cidadãos romenos e tailandeses têm estado a ser “sugados”, no Alentejo, por autênticos “proxenetas” da dignidade humana. Se as houvesse, eu não teria, hoje, pejo em as dizer! Senti e sinto o mesmo em relação a países, ditos democráticos, modernos, europeus, nomeadamente a Holanda, onde se faz o mesmo com cidadãos portugueses! Mas também a “velha aliada”, a mui soberana Grã-Bretanha e a tradicionalista e arcaica Irlanda, nos têm feito um “manguito”, com atitudes de racismo e xenofobia! Prometem, estas nossas autoridades, um reforço de pessoal para actuarem, neste campo… Vocês acreditam “neles”? Eu, NÃO!
Virei as páginas dos jornais que comprei e voltei a dar de caras com as fotografias de candidatos às próximas eleições, metidos pelos nossos olhos dentro, desfaçatadamente, apesar de terem processos na justiça marcados para logo depois das eleições…
Eduardo dos Santos, presidente de ANGOLA, não deu “ cavaco” a Hillary Clinton, sobre o pedido dos EUA, para que se realizem eleições presidenciais, a curto prazo, e em clima democrático… Mas disto não quero falar porque o senhor, daqui a mais, é dono de metade de Portugal…Também tenho o direito a ser cobarde, de vez em quando…
Fátima Felgueiras, LIVREZINHA de todas as acusações, quer eleições, à moda dela… cobrindo os cartazes dos outros candidatos…
Jaime silva, o tal de…ministro da agricultura que, de agricultura só conhece os nabos e as saladas que lhe põem na mesa, não consegue dar conta do recado e as nossas florestas continuam nas mãos dos criminosos… Ele …e o tal de ministro da administração interna…
Cristiano Ronaldo está com gripe! DEUS MEU! Mas onde está o problema, se o rapaz anda engripado, há uma data de anos, na selecção nacional…
Os malfeitores, em Portugal, continuam com caminho livre para tudo quanto é crime: são pedófilos libertados. São os polícias atacados a tiro, sem dó nem piedade, vão a casa das pessoas e dão –lhes três tiros ,assim, à queima-roupa,assaltam casas de comércio que mostram os assaltantes no vídeo, mas estes andam ,por aí em liberdade…
AH, valente novo CÓDIGO PENAL

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Mais um pouco de mim..."


Meus queridos amigos: decidi, hoje, falar-vos um pouco desta faceta, que é a da minha ,humilde e despretenciosa, poesia.
Toda a minha vida de docente, passei-a de volta dos livros ,para aprofundar assuntos de todas as áreas, que pudessem dar "qualquer coisa mais" aos meus alunos. No meio de centenas de testes para corrigir, de fichas para valorizar os ensinamentos e de preocupações com os problemas pessoais deles,descobri, em 2007, que também era capaz de passar para o papel as minhas preocupações. Comecei, quase sem dar por isso, sem nenhumas pretensões...Meses mais tarde, apresentei-me a vários autores e editoras, sempre com a maior humildade, tendo acabado por compreender que ninguém estava, sequer, interessado em dar uma "olhada"... Mas sempre tive a consciência de que ninguém se torna um autor conhecido, se não for dado a conhecer.
Por isso ,hoje, vou publicar neste meu e nosso espaço , alguns poeminhas do meu princípio e o primeiríssimo de todos, esse que fala dos "passos de Elfos..." Os meus poemas não têm título, pois obedecem a sentimentos, ideias e emoções, que surgem e que catalogo por "CICLOS". Quero que os amigos saibam que "não estou a armar ao pingarelho", como diz o nosso povo... não quero elogios ... quero só dar-vos um pouco da minha alma nua.

Tresando de “aroma-flor”…
Corre nas veias a “seiva-amor”…
Lateja vida no tronco a florir….
Flor a abrir de dentro da flor…
C1A-12-SET/07

Só penso em não pensar.
No meio, está o sofrer!
É ao vaguear, que eu penso ,
não pensando, vivendo a observar.
C3C- 40-SET/07

Do meu olhar
no teu,
da minha mão
na tua,
nasceu o momento,
sem um lamento…
A fragilidade do amor
presa no rubor da
minha face na tua…
Lua no céu
a cobrir, sorrindo,
o nosso viver…
C1A -10 –AGT/07

TU,
flor
de amor,
com sabor…

Eu,
pétala
de rosa,
formosa,
pomposa…

Nós,
dentro
da rosa
gostosa,
do dar…

C1A -17/AGT/07

Passos de Elfos aguçam os meus sentidos,
no silêncio da noite que fala sem dizer…
quero mantê-los vivos, nos meus ouvidos,
para compreender o que devo fazer.

Não há ruídos que perturbem
este caminhar sereno pela noite profunda.
Só vozes estranhas se incumbem
de me ajudar a ouvir
os meus anseios interiores, que não sucumbem.



CAD 2-B-11 –AGT/07

domingo, 9 de agosto de 2009

POEMA DO CICLO "VIDAS"

É esta- sempre! - a questão,
à qual não sei responder:
Quem sou? De onde venho? Para onde vou?
A resposta é tão difícil,
que a não consigo encontrar.
Vivo, buscando-a, serena,
Sem parar de a procurar.
A vida passa depressa…
Nem dá tempo de enganar
qualquer questão do meu ser,
que é incapaz de parar!
Mas na minha opinião,
adensa-se a confusão:
para onde vou ,afinal?
O que eu sou, já o era,
mesmo antes de nascer:
um ser que Alguém espera
ver, continuamente, a crescer…
De onde venho…essa é a fonte
da minha preocupação!
Para onde vou, sei eu bem…

Gostaria de voltar… ao ventre
de minha mãe!




Cad.1 A -31-Set/07

POEMA DO CICLO "MANTA DE RETALHOS"

Ó noites calmas dos meus tormentos,
tornadas vivas por força dos momentos,
em que a vida consente VIDA
naquilo que comove o profundo-de mim.

Ó noites em que me procuro, atenta,
na luz serena do azul do céu,
onde pululam astros, seres fantásticos, estrelas,
que dão asas de força ao meu pensamento!

Viver-vos, assim, atormentada,
nas nuvens da minha ansiedade perene
é sentir, noites de sofrimento atroz,
que as questões dos inquietos momentos
encontrarão – quem sabe? – respostas , na vossa voz.



Cad.2b- 39 – DEZ/07

PARA A TERESA FERRAZ!

AMIGA,NÃO CONSIGO ENTRAR NO TEU BLOG.CONTACTA-ME POR MAIL!

BOM DIA, HAZEL DE "CASA DA CLARIDADE!

FELIZ POR TE CONHECER E POR TE TER COMO SEGUIDORA!MULHER COMO EU, SOMOS ,NA REALIDADE, A CLARIDADE QUE IRRADIA AMOR, NUM MUNDO DE MENTIRAS E FALSIDADES. ESPERO NÃO TE DESILUDIR, AMIGA, QUE PARA DESILUSÔES, JÁ BASTAM AS QUE SOFREMOS NO NOSSO DIA A DIA! UM BEIJO DE BOAS VINDAS DE LUSIBERO

sábado, 8 de agosto de 2009




RECADO PARA "3vírgula14":URGENTE

MEU AMIGO(A):ABRE O TEU BLOG! QUEM AMA MÚSICA COMO A QUE ME FIZESTE OUVIR,TEM QUE ESTAR CONNOSCO,EM FRATERNIDADE!CONTACTA E AVISA!ESTAMOS À TUA ESPERA, EMBORA O 3vírgula14 me traga más recordações! MAS FIZ MATEMÁTICA COM 10,8!
ABRAÇO AMIGO DE LUSIBERO

Azulejaria retratando cenas de "Os LUSÍADAS"nas paredes do HOTEL

O ADAMASTOR-CANTO V
"Não acabava, quando uma figura/Se nos mostra no ar, robusta e válida,/De disforme e grandíssima estatura.../"

O episódio da morte de InÊS de CASTRO-CANTO III
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,/De teus anos colhendo doce fruito,/Naquele engano da alma,ledo e cego, /Que a fortuna não deixa durar muito, .../"


Episódio da ilha dos Amores,onde os heróis se tornam deuses e os deuses, seres humanos...
"Quando as fermosas Ninfas, co'os amantes/Pela mão, já conformes e contentes, /Subiam para os paços radiantes/..."





"TÉTIS ,a deusa, mostra a VASCO DA GAMA, do alto de um monte tudo o que os portugueses ainda hão-de conquistar...CANTO X
"VÊS AQUI A GRANDE M*AQUINA DO MUNDO, Et+erea e elemental, que fabricada/Assi foi do saber alto e profundo,/Que é sem princípio e meta limitada.../""

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Palace do Bussaco:imagens significativas.

Vistas do PALACE HOTEL DO BUÇACO, dos jardins, em frente ao mesmo, de uma milésima parte da MATA e do verdadeiro monumento, que é o hotel.No seu início, ele foi, no século XVII o Convento dos Carmelitos e das Carmelitas de pés descalços.Aqui ,tudo fala de História e de religião. Aqui, vencemos os franceses ,na terceira invasão, comandada por MASSENA; aqui, respiramos Natureza ,luxo e História.O,hoje, HOTEL, albergou reis e nobres. Esta é uma das maiores belezas da região centro.




Palace do Bussaco-outras vistas

Pormenores da beleza arquitectónica do PALACE







Palace do Bussaco-vistas

MAIS DO MESMO:lindo!





Palace do Bussaco-imagens do convento



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

COMO VEJO O TEMA "MÉDIO-ORIENTE"




FOTOS DO GOOGLE

COMO VEJO O TEMA D O MÉDIO-ORIENTE
Duas notícias publicadas, hoje, no Jornal “PÚBLICO”, chamaram a minha atenção, porque tocam num tema que mexe com a minha sensibilidade.
Uma, na página 12, da autoria de Ana Fonseca Pereira, diz que MAHMOUD ABBAS garante querer continuar o diálogo com Israel, “enquanto houver uma réstia de esperança”, mas que a “resistência” contra o estado judaico vai ter que continuar activa, em nome da segurança do povo palestiniano (digo eu!) Do mal…o menos, pois lá diz o nosso povo que a esperança deve ser a última a morrer!
Yasser Arafat morreu, há poucos anos e, daquilo que entendo do que leio e do que me é dado ver nas TVs, nunca mais ninguém se entendeu, naquela parte do mundo. Vai, dentro de pouco tempo, ter lugar um congresso, o primeiro depois da sua morte, onde, de acordo com palavras da senhora jornalista, o Presidente da Autoridade Palestiniana reafirmará que é a PAZ que move os líderes árabes, no confronto com as políticas de Israel. Líderes que, à partida, estão divididos entre si por motivos de ânsia de poder, de casos de corrupção, de intrigas políticas, etc.
O mundo está cansado deste tipo de palavras, que não há maneira de darem frutos. E o drama das incompreensões continua…prevalecendo, há milhares de anos! Segundo a ideia dos árabes, a palavra certa é sempre RESISTIR. E Israel sabe disso…pelo que, naturalmente, como qualquer guerreiro que se preze, está sempre “em pé”.Em qualquer reunião entre os dois povos está, penso eu, presente, o fantasma da reiteração contínua, por parte da comunidade árabe, da destruição do Estado de Israel.
NOTA.ESTE TEMA NÃO PRETENDE SER ESPECULATIVO, NEM FERIR SUSCEPTIBILIDADES! RESPEITO DEMASIADO OS MEUS AMIGOS E A PAZ DO MUNDO, PARA PÔR” BRASAS EM QUALQUER FOGUEIRA”. PRETENDO SÓ QUE, QUEM SABE MAIS DO QUE EU,SE QUISER, ME ELUCIDE!
Pessoalmente, tenho dificuldade em entender por que é que os dois povos não podem ter, cada um, a sua PÁTRIA. Admiro o povo judaico que, em 60 anos de existência conseguiu que”as pérolas de orvalho” do deserto dessem vida a alimentos e outros bens, que correm este mundo globalizado. Admiro o povo palestiniano na sua permanente luta por uma PÁTRIA!
Sou contra as loucuras verbais de AHMADINEJAD, no seu ódio contra o povo judaico; e esperemos, para bem do mundo, que sejam apenas verbais, essas loucuras…
Na página 30 do “PÚBLICO”, na rubrica “CARTAS AO DIRECTOR”, um membro do COMITÉ de SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA, ZIYAAD LUNAT, dá algumas explicações sobre o aproveitamento que se pretende fazer, a respeito do anunciado concerto de LEONARD COHEN, em ISRAEL. COHEN, que se sabe ser de religião budista é, apesar de tudo, oriundo de família judaica. Não pretendo comentar o artigo e a opinião deste leitor do “PÚBLICO”, pois sou …”ninguém” para o fazer. Só sei que a música é uma arte e uma linguagem universais, que deve ajudar às, comunicação e inter-acção mundiais, fora de contextos inoportunos, por conseguinte.
Advogo, portanto, que COHEN possa e deva cantar, hoje, em Israel e amanhã, na Palestina. A arte que exala da sua voz e dos seus temas é universal e, OXALÁ, possamos, tão depressa quanto possível, cantar em CORO “HALLELUYAH”!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Poema do ciclo "Outono e natureza"



Lentamente,
o sol prepara-se para aparecer.
Com o nevoeiro tão denso,
naturalmente
só penso em ver o carreiro,
que me serve de trilho.
Decididamente,
caminho, montanha acima,
(Deus! Parece o Calvário!)
de modo temerário,
até ao ponto onde me encontro com o mundo
e enceto meditação.
Desafio a aragem fria,
que gela os ossos da face.
As avezinhas começam, também elas,
a despertar;
Alegram-me, solidárias, com o seu chilrear.
Falamos umas com as outras…
Contamos mágoas sentidas
que pertencem a nossas vidas
e se diluem no ar.
Subo, ofegante, por entre folhas e galhos,
retalhos da natureza anelante.
Começa a clarear e o mundo a despertar…
Estou pronta a sentar-me, no rochedo habitual.
Não devo, no meio de tanta beleza,
sentir alguma tristeza.
Choro, sim! De alegria…cada vez que nasce o dia
em tod’a sua harmonia!
Ergo os olhos par’o ar
e parece-me tocar a mão de Deus
segurando o meu pensar...



AGOSTO/2008/ALENT.