sábado, 31 de janeiro de 2015

Boa noite, amigos!



NAZIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Resgate de Portugal foi para salvar banca alemã, diz conselheiro de Durão Barroso

O economista britânico Philippe Legrain diz, numa entrevista ao Público, que o sector bancário dominou os governos dos países e as instituições da zona euro e, por isso, quando eclodiu a crise, só se preocuparam em salvar os bancos. O conselheiro económico de Durão Barroso entre 2011 e fevereiro deste ano defende a reestruturação dos bancos e o perdão da dívida portuguesa. E considera “uma anedota” a atuação dos representantes da Comissão Europeia na crise.
11 de Maio, 2014 - 12:29h



Philippe Legrain: ex-conselheiro diz que Comissão Europeia está desligada da realidade. Foto de Financial Times photos, creative commons


Philippe Legrain acaba de publicar o livro “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess” (Primavera europeia: Por que as nossas economias e políticas estão um caos). Na entrevista, afirma que os governos europeus “puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos”, e que “há uma relação quase corrupta entre bancos e políticos”.

O principal problema era a dívida privada

No caso de Portugal, afirma, “o principal problema era a dívida privada. Antes da crise, a dívida pública era sensivelmente a mesma que na Alemanha – 67/68% do PIB – mas o grande problema que não foi de todo resolvido era a dívida privada que estava acima de 200% do PIB”.

Para o economista, este é que era o problema real, “mas que os portugueses não enfrentaram, a UE e o FMI não ligaram, só se concentraram na redução da dívida pública. Por isso, como não resolveram os problemas reais do sector bancário, não resolveram o problema da dívida privada, só se concentraram na consequência, que foi o aumento da dívida pública”.


Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade

O resultado desta decisão, na sua opinião, foi uma “profunda, longa e desnecessária recessão económica”. E a crise está longe de estar resolvida.

“Há quem pense que o que eu digo é uma loucura, alegando que os mercados estão a emprestar a Portugal a taxas muito baixas e que por isso a crise acabou, blá blá, blá, mas isso simplesmente não é verdade. Isso também aconteceu nos anos da bolha [financeira], antes de 2007, em que os mercados também emprestavam de forma incrivelmente fácil, o que não significava que não havia problemas. Neste momento tem havido entrada de liquidez, que está a tapar os problemas subjacentes, mas essa liquidez pode inverter-se se o BCE, como penso que vai acontecer, nos desiludir da ideia de que poderá haver um Quantitative Easing (injecção de liquidez)”.

Troika desempenhou um papel colonial em Portugal

Para Philippe Legrain, “o que começou por ser uma crise bancária que deveria ter unido a Europa nos esforços para limitar os bancos, acabou por se transformar numa crise da dívida que dividiu a Europa entre países credores e países devedores”. Nessa crise, aponta, as instituições europeias funcionaram como instrumentos para os credores imporem a sua vontade aos devedores.

“Podemos vê-lo claramente em Portugal: a troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas”.


Esta instituição (a Comissão Europeia) é uma redoma completamente desligada da realidade.

O economista considera que o essencial da responsabilidade da parte orçamental dos programas foi da Comissão Europeia, que fez projeções completamente falsas. “Dá vontade de rir quando se comparam as projeções de 2011 com os resultados de 2013, é uma anedota. Isto resultou em parte da incompetência das pessoas responsáveis, mas há outro problema que é o da responsabilidade democrática. Olli Rehn e os seus altos funcionários decretam que o desemprego vai ser 12% mas se afinal é 20%, dizem 'ah, ok, temos de mudar aqui este número na folha de cálculo'. Ou seja, não estão a lidar com a realidade. Esta instituição é uma redoma completamente desligada da realidade”.

Portugal está em pior estado do que estava no início do programa

O ex-conselheiro de Durão Barroso é particularmente crítico dos resultados do programa português: “Basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa”.


O economista defende para Portugal “uma reestruturação dos bancos, um perdão de dívida tanto pública como privada, é preciso investimento do Banco Europeu de Investimentos"

É destrutivo uma Alemanha quase-hegemónica

A orientação política seguida, afirma, veio da Alemanha. “E a Alemanha aconselhou mal, em parte por causa da forma particular como os alemães olham para a economia, por causa da ideologia conservadora, e porque agiu no seu próprio interesse egoísta de credor em vez de no interesse europeu alargado. A UE sempre funcionou com a Alemanha integrada nas instituições europeias, mas aqui, a Alemanha tentou redesenhar a Europa no seu próprio interesse. É por isso que temos uma Alemanha quase-hegemónica, o que é muito destrutivo”.

O economista defende para Portugal “uma reestruturação dos bancos, um perdão de dívida tanto pública como privada, é preciso investimento do Banco Europeu de Investimentos (BEI), dos fundos estruturais da UE e através dos ganhos de um perdão de dívida que reduza os pagamentos dos juros”.

Não é verdade que os salários precisavam de ser reduzidos

Para Philippe Legrain, “não é verdade que os aumentos salariais no sul da Europa foram excessivos nos anos pré-crise. Em termos de peso no PIB, os salários até caíram. Por isso não é verdade que esta foi a causa da crise, não é verdade que os salários precisavam de ser reduzidos. Só que esmagar salários provoca o colapso do consumo, agrava a recessão e agrava o peso da dívida, porque se os salários baixam, é mais difícil pagá-la. Tudo isto é baseado no erro de conceção alemão de que os custos salariais são uma coisa má e têm de ser reduzidos, quando, de facto, deveriam ser tão altos quanto possível, desde que justificados pela produtividade”.

ESTE RATÃO SABE FAZÊ-LAS...


Submarinos: Carta que o Ministério Público diz estar desaparecida afinal não foi enviada


por Carlos Rodrigues LimaOntem42 comentários




Documento do caso dos submarinos que Ministério Público e eurodeputada dizem ter desaparecido nunca chegou. Procuradores interpretaram mal uma resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros


Afinal, o que aconteceu a uma Carta Rogatória enviada pelo Ministério Público português para as autoridades das Bahamas, no âmbito do processo dos submarinos? Desapareceu, tal como referiram os procuradores que arquivaram o caso e a eurodeputada Ana Gomes, que pretende reabri-lo? Ou, simplesmente, a resposta nunca chegou e aqueles dois intervenientes não leram corretamente a informação?

De acordo com uma informação adiantada, esta tarde ao DN, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, depois de o MP ter enviado a Carta, esta foi remetida à embaixada portuguesa em Washinghton. Esta, a 24 de junho de 2013, respondeu "a confirmar que a carta rogatória das autoridades portuguesas foi entregue às autoridades competentes das Bahamas". Nesse mesmo dia, o MNE informou a Procuradoria que o pedido de informações "foi entregue às autoridades", referindo-se à autoridade judicial das Bahamas.

Porém, os procuradores que arquivaram o caso leram nesta resposta que as Bahamas tinham respondido ao pedido de informação sobre o dinheiro que chegou a um fundo sedeado naquelas ilhas. Diz o despacho de arquivamento que o MNE remeteu à Procuradoria uma informação, afirmando que tais elementos foram "de acordo com a notícia das autoridades das Bahamas enviados às autoridades portuguesas". Porém, como não se encontravam em lado algum no processo, chegou a conclusão dos magistrados do MP: "Tais elementos não foram localizados".

Foi precisamente esta descrição que levou a eurodeputada socialista Ana Gomes a afirmar no requerimento de abertura de instrução que os elementos chegaram a Portugal, mas terão desaparecido do MNE, numa altura em quem Paulo Portas era ministro dos Negócios Estrangeiros. "Ora, consultados os autos, não se vislumbra qualquer ação no sentido de averiguar o porquê do desaparecimento deste elemento essencial de prova, nem de ato de insistência com o MNE ou com as autoridades das Bahamas pelo envio de segunda via das informações fornecidas mas, eventualmente, extraviadas", escreveu a eurodeputada, assistente no processo.

Esta quinta-feira, Paulo Portas, vice-primeiro ministro, reagindo ao pedido de reabertura do processo feito por Ana Gomes, disse que a eurodeputada "voltou às suas obsessões" com as quais, afirmou, nada tem a ver. "Há uma única coisa que é importante que as pessoas saibam, ao contrário do que ela disse, enquanto fui ministro dos Negócios Estrangeiros as cartas rogatórias transmitidas ao ministério foram transmitidas às autoridades judiciais portuguesas no dia 24 de junho de 2013, era eu ministro dos Negócios Estrangeiros, essa senhora é compulsivamente mentirosa", afirmou.

foto de Nobre Povo.
20 min



Nobre Povo


Paulo Portas diz que na quinta-feira assistiu "a um verdadeiro tiro ao Portas"
"Com toda a franqueza os tiros são todos ao lado" diz Paulo Portas
PARTILHA.DIVULGA....FAZ O QUE QUISERES !!!! MAS FAZ ALGUMA COISA...


"Eu como estou com gripe, ontem vi um bocadinho mais de televisão do que é costume, aquilo foi verdadeiramente um tiro ao Portas", disse Paulo Portas, à margem de um almoço que hoje decorreu na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola.
O vice-primeiro-ministro referia-se aos pedidos que alguns partidos da oposição fizeram na quinta-feira para a sua audição no parlamento sobre o Banco Espírito Santo, ao efetuado pelo PS para que o governante se pronuncie sobre o relatório acerca dos vistos 'gold', elaborado pela Inspeção-Geral da Administração Interna, e ainda às declarações da eurodeputada socialista Ana Gomes sobre o caso dos submarinos.
"Com toda a franqueza os tiros são todos ao lado, primeiro vieram dizer que eu tinha de ir à Comissão do BES. Eu estou para ir à comissão de inquérito sobre o Banco Espírito Santo desde o primeiro momento, foi a maioria do PSD-CDS/PP que propôs que eu fosse. Eu sempre fui a favor dessa comissão de inquérito e do apuramento da verdade", frisou.
Sobre os vistos 'gold', Paulo Portas frisou que sempre disse que a melhoria do regime seria feita ouvindo a oposição e reiterou: "É o que farei, irei ao parlamento explicar a melhoria do regime

SOBRE portas e o caso dos submarinos





Se fosse pessoa de bem era ele próprio a exigir o prosseguimento do processo, até ficar completamente livre de qualquer acusação !
Ao contrário, preferiu manifestar a sua satisfação pelo seu arquivamento, deixando na praça pública a fama de ter sido corrigido !

"PS abre novas frentes contra Portas e os submarinos !

Enquanto Ana Gomes reabre o processo judicial, socialistas 'desviam' comissão parlamentar do BES para os submarinos.

O PS está convicto de ter encontrado "factos gravíssimos" no processo de compra dos submarinos e vai recuperar as duas frentes de batalha - os tribunais e o Parlamento - para tentar envolver, de novo, Paulo Portas no negócio. Ana Gomes já pediu a instrução do processo, considerando que se mantêm as suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. José Magalhães vai aproveitar a ida do vice-primeiro-ministro à comissão parlamentar de inquérito ao BES para o confrontar com o processo dos submarinos. "Lá irei, quando me chamarem", responde Paulo Portas que passa ao contra-ataque a Ana Gomes. "Essa senhora é compulsivamente mentirosa", diz.

A eurodeputada socialista não desiste. Na qualidade de assistente do processo dos submarinos - arquivado pelo Ministério Público em meados de dezembro - analisou o despacho de arquivamento, mas também os volumosos 18 volumes que constituíram o processo. No final, garante ter encontrado "factos muitíssimo importantes" que tornam "oportuno, útil e legalmente admissível prosseguir a investigação". E requereu a reabertura da instrução.

Em causa, segundo o que o Expresso apurou, estão transcrições, incluídas no processo arquivado, de escutas telefónicas feitas a Paulo Portas, ministro da Defesa e responsável pelo adjudicação da compra dos submarinos, que referem diversas movimentações financeiras. "É inconsistente com o rumo da investigação que um dos principais intervenientes no negócio e principal decisor político não tenha sido nunca considerado formalmente suspeito dos crimes de corrupção passiva e/ou de prevaricação e que essa hipótese nunca tenha sido realmente assumida e investigada", diz Ana Gomes, num documento distribuído à imprensa.

"Sumiço não é irrevogável"
Na leitura do processo, a eurodeputada encontrou ainda o outro motivo para reabrir as investigações. Ana Gomes explica que o Ministério Público tentou traçar o rasto dos 30 milhões de euros transferidos para a Escom a título de contrapartidas, mas acabou por declarar como "valor não localizado" um total de mais de 8 milhões de euros, cujo destino se perdeu em parte incerta. As dificuldades dos investigadores passaram pela impossibilidade de acesso aos dados de um fundo financeiro, localizado no paraíso fiscal das Bahamas. O Ministério Público enviou, por isso mesmo, uma carta rogatório para as Bahamas mas o processo refere que "a resposta recebida em junho de 2013 pelo MNE desapareceu. Nunca chegou ao MP. Nem o MP pediu o reenvio", refere o processo.

Ana Gomes encontrou aqui uma falha, mas também uma certeza. A investigação aos fluxos financeiros permitiu concluir que os pagamentos não foram feitos de uma só vez, mas que se multiplicaram no tempo, começando em 2004 e só terminando em 2008, segundo os próprios registos da investigação judicial. Ou seja, ao contrário do que referia o despacho de arquivamento, os eventuais crimes em análise não estavam prescritos. Caso sejam reanalisados, podem prosseguir para acusação.

"O documento rebenta com a teoria do bolo dos 30 milhões", prossegue o deputado socialista José Magalhães. "Afinal foi cortado às fatias e comido ao longo do tempo". A matéria é judicial, mas também política, garante o socialista que continua a lamentar que a comissão parlamentar de inquérito aos submarinos tenha sido "encerrada à pressa e ao pontapé". Mesmo assim, também Magalhães não está disposto a desistir. Conta com a nova comissão de inquérito - desta vez ao BES - e com a chamada a depor de Paulo Portas, para acertar de novo contas.

"Há explicações que têm de ser dadas" pelo atual vice-primeiro-ministro, segundo José Magalhães. Desde logo "não aceitando que o sumiço da resposta do MNE ao Ministério Público seja considerada irrevogável". E porque o então chefe da diplomacia, leia-se Paulo Portas, tem de "explicar o que se passou". "Se todos os caminhos vão dar ao mesmo lado, a informação não pode desaparecer", conclui José Magalhães.

A data para a audição do vice-primeiro-ministro na comissão parlamentar de inquérito ao BES não está ainda fixada. Mas, ontem mesmo, Paulo Portas fez questão de mostrar total disponibilidade para comparecer perante os deputados - "Lá irei quando me chamarem", disse. E quanto às acusações socialistas, responde de imediato: "Enquanto fui MNE, as cartas rogatórias foram transmitidas às autoridades judiciárias". Ana Gomes é "compulsivamente mentirosa", a resposta saiu do Palácio das Necessidades "a 24 de junho de 2013", diz Portas. "

31-01-2015 no Expresso


Gosto ·

Poema (meu)








A LUZ DE UM SORRISO

Diluem-se promessas da noite em que chegámos-a-Nós *foram vagas, como vagas são as estrelas, ao longe, dominadas pelo brilho da Lua Nova *que cruel é este cintilar, que me passa pelos dedos, a deslizar, esvaindo-se, como rio que ruma ao mar! *tenho fome da sede com que bebia o luar dos teus lábios, sem me importar com o brilho da lua, nem dos passos alheios, na rua…


*escrevo-Me para me saciar de ti, sem-Te-sofrer*





Minhas mãos, cheias de letras a compor palavras raras, padecem da falta das tuas a afagar brisas que poisavam, atentas, nos meus cabelos * a noite é de vento, esse bocejo ruidoso do Tempo em que nos encontrámos, no indeciso caminho a percorrer no desejo…




*é tão difícil pensar-Te, sem recordar que fui estrela-a-iluminar*




Folheio velhos cadernos de memórias amarelecidas, onde confesso que Morri-Vivendo no lume brando do teu olhar *sinto que o Sonho dança na minh’alma-a-procurar-a-tua




*como pássaro esquivo de asa ferida, fixo o azul do mar onde continuo à deriva, a navegar numa bolha de espuma onde talvez te possas alojar *mas, sem luz, a noite é um crepúsculo obscuro, onde o mundo se esquece de me orientar…




*por onde ficaste? Por que não procuras a alma que perdeste?*




*…recordo…dizias sempre, na solidez dos quinze anos, que não sabias decifrar
a luz de um sorriso de amor…*







Maria Elisa Ribeiro

Poema de António Gedeão (1906-1997)




Poema do Futuro
Conscientemente escrevo e, consciente,
medito o meu destino.

No declive do tempo os anos correm,
deslizam como a água, até que um dia
um possível leitor pega num livro
e lê,
lê displicentemente,
por mero acaso, sem saber porquê.
Lê, e sorri.
Sorri da construção do verso que destoa
no seu diferente ouvido;
sorri dos termos que o poeta usou
onde os fungos do tempo deixaram cheiro a mofo;
e sorri, quase ri, do íntimo sentido,
do latejar antigo
daquele corpo imóvel, exhumado
da vala do poema.

Na História Natural dos sentimentos
tudo se transformou.
O amor tem outras falas,
a dor outras arestas,
a esperança outros disfarces,
a raiva outros esgares.
Estendido sobre a página, exposto e descoberto,
exemplar curioso de um mundo ultrapassado,
é tudo quanto fica,
é tudo quanto resta
de um ser que entre outros seres
vagueou sobre a Terra.

António Gedeão, in 'Poemas Póstumos'

JIHADISTAS ESCONDIDOS EM LISBOA???????????????


Lisboa Jihadistas ingleses eram escondidos em Mem Martins
Lisboa já foi uma rota terrorista para a Síria, pelo menos para dez jihadistas britânicos, que entre 2012 e 2013 passaram por Portugal para se esconderem em casas de retaguarda nos arredores da capital, noticia a edição deste sábado do semanário Expresso.


PAÍS
DR

07:59 - 31 de Janeiro de 2015 | Por Notícias Ao Minuto


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Entre o final de 2012 e meados de 2013, Lisboa fazia parte de um esquema montado por uma célula jihadista localizada em Londres que tinha ao comando cinco portugueses emigrados: Celso e Edgar Costa, Fábio Poças, Nero Saraiva e Sandro Monteiro. De acordo com o Expresso, os cinco portugueses tratavam da manutenção e financiamento de uma espécie de rota terrorista de segurança, entre Londres e a Síria.
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Pelo menos dez jihadistas britânicos conseguiram fugir à vigilância dos serviços de segurança do Reino Unido para se alistarem, sem serem referenciados pelas autoridades, nas fações pró-Al-Qaeda, antecessoras do Estado Islâmico.

Como? Tratavam-se apenas de viajantes, com uma mochila às costas, a viajar em low-cost, como centenas de outros jovens, com direção à insuspeita capital portuguesa. À chegada, eram reencaminhados para apartamentos nos arredores da cidade, em Massamá, Monte Abraão e Mem Martins.

A ideia era ficarem escondidos durante dias ou semanas, sem saírem dos apartamentos uma única vez, reduzindo ao máximo as visitas ao exterior. A única saída seria a viagem até ao aeroporto da Portela, para apanhar o primeiro voo da manhã para a Turquia, de onde seguiam, depois, para Istambul.

Mil quilómetros depois, na fronteira sul, estava alguém do exército para os receber e garantir a sua integração na Síria, onde se tornariam guerrilheiros.



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portas diz que a DEPUTADA DA EUROPA ANA GOMES É" uma MENTIROSA"!!!!!!!!!


Ana Gomes responde a Portas com perguntas sobre casa e dinheiros do CDS


LUCIANO ALVAREZ

30/01/2015 - 21:20


Portas acusou eurodeputada de ser “compulsivamente mentirosa” no processo dos submarinos.Ana Gomes pediu esta semana a reabertura do processo dos submarinos MIGUEL MANSO




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Portas acusa Ana Gomes de ser “compulsivamente mentirosa”


A eurodeputada socialista Ana Gomes respondeu nesta sexta-feira à acusação de Paulo Portas de ser “compulsivamente mentirosa” com um conjunto de perguntas ao líder do CDS feitas na rede social Twitter.

Ana Gomes começa por afirmar na rede social: “Quem é que mente compulsivamente? Eu ou Paulo Portas?”. E de seguida mostra uma parte do despacho do Ministério Público onde é dito: “Encontra uma informação do MNE, datada de 24-6-2013, recebida a 8-7-2013, dirigida à Exma. chefe de gabinete de sua excelência a Conselheira Geral da República, de acordo com a qual os elementos referentes à Felltree Inc e Felltree Fund foram, de acordo com a notícia das autoridades das Bahamas, enviadas às autoridades judiciárias portuguesas. Tais elementos não foram localizados.”

Segue-se depois o pacote de perguntas. A primeira tem a ver com a casa pessoal de Portas. “Quem pergunta a Paulo Portas se a casa para que se mudou quando saiu do Governo em 2005 é comprada ou alugada e a quem, como, quando?”


A segunda tem a ver com dinheiros do vice-primeiro-ministro e do CDS. “Quem pergunta a Paulo Portas de onde vinha fundo ‘ad usum delfini’ que era para seu uso exclusivo? E passou-o a sucessor no CDS/PP em 2005?”

A última refere-se ao BES e aos submarinos. “Quem pergunta a Paulo Portas que empréstimos tinha o CDS/PP no BES em 2004/5? BES a quem deu contrato financiamento dos submarinos que a Escom vendia.”

Contactada pelo PÚBLICO, Ana Gomes, que esta semana pediu a reabertura do processo dos submarinos, disse que já que Paulo Portas lhe chamou “compulsivamente mentirosa” — “o que até me divertiu” — resolveu fazer algumas perguntas. “Eu limito-me a dizer o que está no despacho e agora coloquei mais uma série de perguntas a ver se tenho respostas”, afirmou.

A eurodeputada disse ainda que apenas que esclarecer “um negócio terrível para o Estado” português e que acredita na justiça portuguesa. Agora, acrescentou, fica à espera que Paulo Portas responda às suas perguntas.

A eurodeputada do PS tinha afirmado que "há elementos que justificam uma investigação ao património de Paulo Portas", que como ministro da Defesa (2002 a 2005) teve um "papel relevante" no negócio da compra dos submarinos. Como o PÚBLICO revelou no início desta semana, Ana Gomes pediu nesta quinta-feira ao Ministério Público a reabertura do processo dos submarinos.

“Este Governo fez uma espécie de destruição criativa: rebentou com tudo”


SAMUEL SILVA

22/11/2013 - 07:42


Manuel Sobrinho Simões é um dos cientistas mais conhecidos do país. Há quase 25 anos que o instituto que dirige, e fundou, é uma referência na investigação do cancro em Portugal.Sobrinho Simões dirige o Ipatimup, onde trabalham 130 cientistas FERNANDO VELUDO/NFACTOS




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O prestígio do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) não o deixou incólume aos cortes no financiamento público e é dessa experiência e dos desafios que se colocam à ciência em tempos de crise que falará nesta sexta-feira à tarde, na conferência Ciência, Economia e Crise, tal como o físico Carlos Fiolhais, o economista Daniel Bessa ou o ensaísta Onésimo Teotónio Almeida, que a Fundação Francisco Manuel dos Santos organiza na reitoria da Universidade do Porto.

Aos 66 anos, Sobrinho Simões não se imagina a deixar de trabalhar. “É tudo o que sei fazer.” E não disfarça o entusiasmo quando fala do próximo grande projecto em que está envolvido, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), que junta o Ipatimup aos institutos de Biologia Molecular e Celular (IBMC), de Engenharia Biomédica (INEB) e agora também a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para integrar um consórcio de investigação na área da saúde, sobretudo de doenças neurodegenerativas e infecciosas, cancro e medicina regenerativa.

Nos últimos 15 anos, Portugal conseguiu fazer um caminho com o aumento do investimento em ciência, quer público quer privado, e obteve bons resultados. De quem foi o mérito?
O primeiro é um demérito, já que partimos muito de baixo. O segundo foi a capacidade de projectar o futuro do [ex-ministro da Ciência e Ensino Superior] Mariano Gago, que foi instrumental para desencadear e consolidar esta aposta. O terceiro mérito foi dos ministros do PSD que tiveram a pasta da Ciência. Nunca perturbaram esta estratégia, o que é uma coisa raríssima em Portugal.


A FCT [Fundação para a Ciência e a Tecnologia] está de uma incompetência como eu nunca vi. Está a mudar permanentemente as regras e os prazos. Não há coisa mais difícil do que alguém planear a sua vida sem um mínimo de estabilidade.

O que falhou?
Não conseguimos que as universidades e politécnicos contratassem tantos doutorados e pós-doutorados nos seus quadros como gostaríamos. E isto tem uma consequência, sobretudo numa fase de crise, porque eles não estão a encontrar emprego.

Há lugar para esses diplomados nas empresas?
As nossas empresas não estão treinadas para fazerem investigação internamente. Temos um tecido empresarial fraco e que gosta muito de comprar “chave na mão”.

Os anteriores governos do PSD seguiram a linha inaugurada por Mariano Gago. Este não fez o mesmo?
Este Governo fez uma ruptura, o que não aconteceu só na ciência. Mas na ciência foi mais grave, porque é um tecido relativamente novo. Fez uma espécie de destruição criativa: rebentou com tudo, esperando que, das cinzas, nasça algo de novo. Na ciência, não nasce.

O que perdemos já com a austeridade?
Perdemos muita gente. E perdemos esperança. Na ciência, apesar de tudo, os nossos jovens têm capacidade para serem contratados, no estrangeiro, mas vão muito feridos de asa e dificilmente voltarão.

Isto é responsabilidade de quem?
De uma política cega em relação ao ensino superior. O Governo não percebeu que não pode rebentar com o tecido universitário.

Como vê a proposta do Orçamento do Estado para o sector?
É péssima, porque corta de uma forma cega. Não reforça as instituições que merecem e deviam ser premiadas. Ao mesmo tempo, deveria reformular as instituições que não merecem. Além disso, do lado da ciência, há uma ideia de que um investigador muito bom pode juntar dois amigos e vai ali para o pátio do Hospital de S. João [no Porto] fazer um projecto de investigação.

É a cartilha do empreendedorismo aplicada à ciência?
A ciência, antes de mais nada, precisa de um tecido de suporte. O empreendedorismo é criminoso, porque tem estimulado perversões. O cientista que é muito empreendedor deve ser um empresário. Os estímulos deste tipo podem acabar por ser um convite ao chico-espertismo.

Como vê as alterações que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) introduziu ao financiamento da ciência?
A FCT está de uma incompetência como eu nunca vi. Está a mudar permanentemente as regras e os prazos. Não há coisa mais difícil do que alguém planear a sua vida sem um mínimo de estabilidade.

E concorda com os critérios de avaliação, baseados na produtividade científica e na obtenção de patentes, por exemplo?
São terríveis. Primeiro, porque coloca os investigadores das ciências sociais e humanas numa situação de dificuldade. E a sociedade portuguesa precisa, como de pão para a boca, de ciências sociais. Depois, parece-me que é mais importante a repercussão da nossa actividade no mundo científico e na sociedade do que o facto de se publicar numa revista com muito impacto. A FCT não pensa o mesmo.

O próximo quadro de financiamento europeu pode ser uma saída para estas dificuldades?
Será muito importante e vamos responder bem. Mas os estímulos europeus têm perigos. Como estamos numa crise filha da mãe, vamos ter de responder a todas a solicitações. Há um efeito perverso se começarmos a concorrer a coisas que não costumamos fazer. A Europa tem de ser a cereja em cima do bolo, não pode servir para suportar custos fixos. Temos sempre de ter um tecido institucional, que tem que ser suportado pelo Estado.

Defende que se inverta a política de cortes?
Quem ganhasse um projecto europeu tinha como prémio não um corte, mas dinheiro a mais. Mas a Europa também está a falar muito de aplicação e inovação quando o assunto é ciência. Quando se desvia para essa área, coloca-se Portugal numa situação difícil, por causa da fragilidade do tecido empresarial.

A relação com o mercado pode ser uma solução para os centros de investigação?
A grande questão na ciência é quem faz primeiro uma [determinada] pergunta. Não quero que seja feita pela empresa X ou Y e eu só tenha de dar a resposta. Depois, a ciência precisa de tempo. E a indústria, a inovação e a Europa querem resolver coisas no menor intervalo de tempo possível. Uma pessoa não tem tempo para pensar e fazer boas perguntas. Então o que faz? Faz perguntas óbvias de que já sabe a resposta.

Desse modo, dificilmente haverá movimentos disruptivos na ciência.
Sobretudo em países pobres. Neste momento, só há dois movimentos disruptivos: ou há um investigador genial com uma excelente pergunta, ou se está num sítio tão rico que pode comprar sempre a última versão do equipamento pesado. Neste aspecto, toda a Europa também está em dificuldades. Por exemplo, o Beijing Genomic Institut (China) sozinho tem mais capacidade de sequenciação que toda a Europa junta.

Qual a saída para o momento actual que vivemos no ensino superior e na ciência?
Não sei. Mas tenho a certeza de que não é com esta gente. O meu medo é que não seja fácil pensar com quem há-de ser. Não há tanta diferença assim entre os partidos do centro.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Boa noite e bom fim de semana, amigos!



O POPULISMO DE passos-portas-cavaco, A CAMINHO DAS ELEIÇÕES!


FMI diz que “tentações populistas” já estão a subir com as eleições


SÉRGIO ANÍBAL

30/01/2015 - 15:39


Relatório diz que eleições não facilitam reformas estruturais, "tal como já se viu durante os últimos seis meses".FMI diz que Governo travou processos de reformas estruturais NELSON GARRIDO




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Fraco crescimento da economia nos próximos anos potencia emigração e perda de qualificações
FMI diz que aumento do salário mínimo prejudica jovens e menos qualificados
Empresas públicas e PPP em risco de agravar dívida pública em 8,5 mil milhões


O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com o efeito que as próximas eleições legislativas irão ter no ritmo de aplicação de reformas estruturais em Portugal, dando como exemplo aquilo que já tem vindo a acontecer desde o final do programa da troika.

No relatório que dá conta dos resultados da primeira monitorização pós-programa da troika realizada no final do ano passado, o FMI defende que é essencial o país acelerar o ritmo a que realiza reformas estruturais, nomeadamente no mercado de trabalho e em mercados de produto como os da energia. No entanto, diz que tal pode revelar-se um desafio difícil com a aproximação das eleições.

“Tal como já se viu durante os últimos seis meses, o período pré-eleitoral não facilita o lançamento de iniciativas ambiciosas de reformas, esperando-se que a tentação em relação a políticas populistas suba”, afirma o FMI no relatório.

No documento, o FMI – repetindo o que já tinha sido feito pela Comissão Europeia - mostra a seu desapontamento em relação ao que aconteceu a este nível depois da saída da troika do país, dizendo que “nos últimos meses os esforços de reforma no mercado de trabalho e no sector da energia parecem ter sido travados”. A subida do salário mínimo, a subida dos preços da energia, o adiamento das mudanças nas profissões altamente reguladas e as alterações na lei do arrendamento são dados como exemplos.

Subir Lall, o chefe da missão do FMI a Portugal, não quis, na conferência de imprensa de apresentação do relatório, esclarecer o que entendia por populismo. Disse apenas que, para o futuro, que "o processo de reformas em Portugal tem de ser feito durante muitos anos, independentemente de quem estiver no governo".

A resposta do Governo a estas acusações do FMI surgem logo nos documentos publicados esta sexta-feira pelo FMI. Numa carta assinada pelo director do Fundo que representa o grupo de países onde está incluído Portugal (e a Itália e Grécia), é dito que “a repetida sugestão de que o ciclo eleitoral está a afectar o processo de reforma é inapropriada”. “As eleições são uma característica dos regimes democráticos e não devem ser apresentadas como eventos disruptivos para os processos de reforma”, afirma a missiva enviada ao FMI por Carlo Cottarelli, o director executivo para Portugal e a sua conselheira, Inês Lopes.

Além disso, tal como fizeram em relação à Comissão Europeia, os responsáveis governamentais também defendem que não houve um abrandamento do ritmo das reformas, que continuam a ser realizadas e a ter um efeito positivo na economia.

Medo, Raiva, Esperança


GUSTAVO CARDOSO

16/01/2013 - 08:25







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Neste momento histórico de intervenções externas nas economias do euro, o medo constituí uma estratégia em uso generalizado – nomeadamente pelas instituições internacionais, como as presentes na Troika, que o exercem ora sobre os Governos ora sobre as populações em geral, tal como Portugal experimentou na última semana com o relatório do FMI.

Este é um artigo sobre como é que se constrói a mudança em épocas de crise. E começa em Junho de 2002, dez meses após os ataques de 11 de Setembro às Torres Gémeas e ao Pentágono, quando me encontrava em Washington junto com outros colegas europeus numa sessão com um membro do partido Democrata. Estava então na Casa Branca George W. Bush e o foco na segurança interna dos EUA e a intervenção militar no exterior eram o centro da agenda política. Entre o ingénuo e o provocador, inquiri o nosso interlocutor sobre porque razão é que o partido Democrata não criticava os excessos da política de então. A resposta foi a de que havia uma atmosfera de receio no ar e, portanto, não valia a pena dizer coisas diferentes, porque quem quer que falasse seria directamente acusado de não proteger os interesses fundamentais da nação.

O que este episódio ilustra é que, em situações de excepção, até mesmo as sociedades democráticas podem ficar paralisadas pelo medo. E o medo é uma forte arma política, como lembra Manuel Castells no livro Redes de Indignação e Esperança, o medo, é a emoção paralisante da qual os poderes dependem, a fim de prosperarem e se reproduzirem, pela intimidação e desencorajamento.

Neste momento histórico de intervenções externas nas economias do euro, o medo constituí uma estratégia em uso generalizado – nomeadamente pelas instituições internacionais, como as presentes na troika, que o exercem ora sobre os Governos ora sobre as populações em geral, tal como Portugal experimentou na última semana com o relatório do FMI.

No entanto, há um problema com o uso excessivo do medo como arma política. É que ele tende a sair fora de controlo. Pois, rapidamente uma sobredose de instrumentalização do medo se transforma em indignação, seguida de uma qualquer situação que provoca sentimentos de injustiça, sendo depois vencido pela raiva, a qual muitas vezes se transforma em esperança numa melhor sociedade – ou pelo menos é o que nos ensina a história desde sempre. O mundo pós-2008 viveu (e vive) múltiplas situações que nos demonstram como a raiva e a indignação têm vencido o medo e sido transpostas em esperança. A esperança tem brotado na Islândia, em Israel, no mundo Árabe, nos múltiplos movimentos Occupy e de Acampadas, nos movimentos estudantis do Canadá e do Chile, nas recentes mobilizações populares na Índia e, também, em tudo aquilo a que temos assistido nas redes e nas ruas de Portugal ao longo dos últimos quatro anos.

Iniciei este artigo declarando que esta era uma análise sobre a mudança e, muito provavelmente, chegado a este ponto o leitor pensará algo de parecido com “tudo muito bem, mas nada daquilo que vimos desde 2010 até agora mudou nada!”. Se for essa a sua questão, deixe-me contra-argumentar, dizendo que nem hoje nem antes nada mudou de repente. Não há nem ideias, nem pessoas, nem acções, nem políticas providenciais. Há sim pessoas que se juntam, que estão indignadas e que a dado momento dizem basta! E a partir daí ocupam os espaços públicos (na rede e fora dela) em busca de outros que pensem como eles e que queiram juntos encontrar soluções.

O poder da mudança reside em surgirem pessoas que dizem coisas diferentes, que apontam preocupações diferentes e, a dado momento, soluções diferentes. Mas acima de tudo o seu poder deriva de surgirem e terem a capacidade de provocar a diferença, pelo mero acto de existirem. Pois, por muito reduzido que seja o seu número, eles possuem uma característica fundamental, não almejam tomar o poder, mas sim mudar as mentes das pessoas, para assim mudar as instituições do poder. Um caminho que pode parecer longo, mas que sabemos que dá os seus resultados.

Tal como muitos outros, acredito que estamos a viver um momento que demonstra que a crise do capitalismo global financeiro, e o subsequente ataque aos estados europeus numa tentativa daquele restabelecer a sua boa saúde, não é necessariamente um beco sem saída – pode até ser o sinal de um “recomeço inesperado”. No entanto, esse recomeço não será encontrado nem nos relatórios do FMI nem nos comunicados das instituições da União Europeia sobre o futuro da Europa. Porquê? Porque a indignação generalizada nas sociedades intervencionadas europeias está centrada na humilhação provocada pelo cinismo e arrogância dos que assumem o poder, seja ele financeiro, político ou cultural – quer a nível nacional quer a nível das instituições europeias e multilaterais.

Boa tarde, amigos!





Perfil O açoriano que queria ser fotógrafo do Estado Islâmico
Converteu-se ao Estado Islâmico, tornou-se Abdul e pediu para integrar o grupo extremista para fotografar as vivências da jihad. Este é um açoriano de 48 anos, que aproveitou a sua profissão para enviar fotografias da base militar das Lajes para cair nas boas graças dos terroristas, explica o Expresso na sua edição diária. Saiba quem é este homem.


PAÍS
DR

19:17 - 29 de Janeiro de 2015 | Por Notícias Ao Minuto


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Um homem de 48 anos, açoriano, da Ilha Terceira, preparava a sua fuga para a Síria para integrar no grupo extremista Estado Islâmico, mas acabou por ser travado pela Polícia Judiciária na Praia da Vitória pela Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT).
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Já foi interrogado duas vezes e presente no início de janeiro a tribunal. No entanto, mantém-se em liberdade, com medida de coação mínima. No interrogatório esteve presente um elemento das forças de segurança dos EUA.

Conta o Expresso que este açoriano comunicava através das redes sociais Facebook e Twitter com jihadistas ocidentais – portugueses, brasileiros e outras nacionalidades – que atualmente combatem nos territórios da Síria e do Iraque. Além de que também fazia chamadas onde afirmava ter informações sobre a base militar das Lajes, como mapas e fotografias, que acabaram nas mãos dos terroristas.

Como profissional era auxiliar de ação médica num hospital açoriano, com formação em tripulação e condução de ambulâncias e, por isso, entrava quase diariamente nas Lajes.

Gabava-se nos chats de conhecer bem a base militar e de que conseguia fazer plantas pormenorizadas de tudo.

“Aqui há sítios em que nem podemos circular porque eles não deixam e as autoridades de cá permitem que eles mandem desta forma”, lia-se nos comentários do açoriano em relação ao seu ódio aos americanos.

“Querem dominar o mundo a qualquer custo, nem que para isso tenham de aniquilar nações inteiras”, continuava.

Há vários meses que andava a planear a sua ida para a Síria e durante esse período ficou obcecado pelo Estado Islâmico. Sendo que se dizia ser também um fotógrafo, alegava que queria ir para a Síria para captar em imagens a causa com a qual se identificava. No entanto, combater não fazia parte dos seus planos.

Mudou de nome e passou a ser Abdul. Nas suas conversas diárias com outros jihadistas pedia conselhos de como integrar o grupo, acrescenta o mesmo jornal. Já durante o dia rezava no hospital às escondidas, por não querer revelar a mudança de vida.

No fim de novembro alterou o seu passaporte, o que colocou as autoridades em alerta. E como foi Abdul apanhado? Através de uma denúncia de um dos seus interlocutores nas redes sociais.

Dois supostos jihadistas – um homem e uma mulher – diziam estar na Síria, mas na verdade estavam em Portugal, atrás de um computador, a trabalhar para uma organização internacional com o objetivo de denunciar cidadãos com ligações a grupos terroristas.

Ainda em liberdade, sabe-se que o homem está proibido de comunicar com terroristas nas redes sociais, mas já terá voltado ao 'ataque'. nas redes sociais.



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GRÉCIA VERSUS ALEMANHA

NOTÍCIAS
Grécia poderá reclamar mais de 150 mil milhões de euros de dívidas à Alemanha

07/04/13 22:45 CET



A história é no mínimo irónica e fez eco este fim de semana na imprensa grega e alemã. Um relatório de uma comissão de peritos do Ministério das Finanças helénico, supostamente secreto, dá conta de uma dívida que data do período da segunda guerra mundial de mais de 150 mil milhões de euros da Alemanha à Grécia.

As fugas de informação relativas ao documento de 80 páginas foram publicadas pelo jornal grego To Vima que é citado este fim de semana pelo Der Spiegel online.

A versão em linha do semanário alemão não publica números exatos, mas cita várias organizações gregas que falam de um montante de 54 mil milhões de euros em empréstimos que o regime nazi obrigou Atenas a conceder e outro de 108 mil milhões que corresponde ao valor estimado da reconstrução do país. O montante total ascende a 162 mil milhões de euros.

Parece pouco provável que a Alemanha esteja disposta a pagar de um dia para o outro as dívidas à Grécia, mas parece óbvio que as conclusões do relatório não deverão acalmar o sentimento antialemão dos gregos, razão pela qual o executivo helénico tentou mantê-las no segredo dos deuses.

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Segunda Guerra Mundial

Salgado começa a "tirar os coelhos da cartola..."


Comissão Novas revelações de Salgado envolvem Cavaco, Portas e Passos
Numa carta enviada esta quinta-feira à comissão parlamentar de inquérito ao BES, Ricardo Salgado desmente algumas das suas declarações durante a sua audiência em dezembro. Nesta carta, conta o Observador, o antigo presidente do BES admite ter-se encontrado com Cavaco Silva, Paulo Portas, Pedro Passos Coelho e outras personalidades políticas


PAÍS
DR

15:47 - 29 de Janeiro de 2015 | Por Notícias Ao Minuto


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Ricardo Salgado enviou uma carta, esta quinta-feira, à comissão parlamentar de inquérito ao BES, onde garante ter tido encontros com personalidades políticas, como Cavaco Silva e Paulo Portas, desde o início de 2014, avança o Observador.
Leia também:
Carta enviada por Salgado em março chegou a Passos Coelho
Ricardo Salgado pediu ajuda a Cavaco para salvar o BES
Milhões dados a Salgado não foram prendas mas comissões de clientes
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O homem apelidado de 'o dono disto tudo' admite ter-se encontrado com o presidente da República, Cavaco Silva, em Belém, por duas vezes. Além disso, Salgado diz ainda que se encontrou com Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, Carlos Moedas, Durão Barroso e ainda com Paulo Portas.

Já era de conhecimento público alguns destes encontros, aquando da sua audição na comissão de inquérito em dezembro, no entanto Salgado detalha agora as datas de todos os encontros.

Durante a comissão afirmou ter-se encontrado com Cavaco Silva em abril de 2014 para o assegurar de boas relações mantidas com Angola. Contudo, disse que o Presidente “não teve mais nenhuma intervenção neste processo”.

Mas esta quinta-feira desmente estas afirmações, admitindo ter-se encontrado novamente com Cavaco Silva em maio de 2014 para fazer um “pedido de apoio institucional” e “confiança nos planos de recuperação” do BES.

Também não se sabia de uma reunião que teve com Paulo Portas em maio, explicando que marcou a reunião com o mesmo intuito da com Cavaco.

A carta de Salgado, de que dá hoje conta o Observador, refere ainda que se encontrou a 2 de maio com Carlos Moedas e a 14 de maio com Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho.



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DE VOLTAIRE...



De Voltaire (1694-1778), in Net




"O Bem Supremo
Muito discutiu a antiguidade em torno do supremo bem. O que é o supremo bem? Seria o mesmo que perguntar o que é o supremo azul, o supremo acepipe, o supremo andar, o ler supremo, etc. Cada um põe a felicidade onde pode, e quanto pode ao seu gosto. (...) Sumo bem é o bem que vos deleita a ponto de nos polarizar toda a sensibilidade, assim como mal supremo é aquele que vos torna completamente insensível. Eis os dois pólos da natureza humana. Esses dois momentos são curtos. Não existem deleites extremos nem extremos tormentos capazes de durar a vida inteira. Supremo bem e supremo mal são quimeras.Conhecemos a bela fábula de Crântor, que fez comparecer aos jogos olímpicos a Fortuna, a Volúpia, a Saúde e a Virtude.
Fortuna: - O sumo bem sou eu, pois comigo tudo se obtém.
Volúpia: - Meu é o pomo, porquanto não se aspira à riqueza senão para ter-me a mim.
Saúde: - Sem mim não há volúpia e a riqueza seria inútil.
Virtude: - Acima da riqueza, da volúpia e da saúde estou eu, que embora com ouro, prazeres e saúde pode haver infelicidade, se não há virtude.
Teve o pomo a Virtude.
A fábula é engenhosa, mas não resolve o problema absurdo do supremo bem. Virtude não é bem, senão dever. Pertence a um plano superior. Nada tem que ver com as sensações dolorosas ou agradáveis. Com cálculos e gota, sem arrimo, sem amigos, privado do necessário, perseguido, agrilhoado por um tirano voluptuoso aboletado no fausto, o homem virtuoso é infelicíssimo, e o perseguidor insolente que acaricia uma nova amante no seu leito de púrpura, felicíssimo. Podeis dizer ser preferível o sábio perseguido ao perseguidor impertinente. Podeis dizer amar a um e detestar o outro. Mas esquece-vos que le sage dans les fers enrage. Se não concordar o sábio, engana-vos: é um charlatão. "





Voltaire, in 'Dicionário Filosófico'



Os 16 milhões de euros anuais são um valor 163 vezes superior à presidência de Ramalho Eanes
Cavaco Silva entre os chefes de Estado mais gastadores da Europa

Presidente pode ficar às escuras
Nuno Pinto Fernandes

27/10/2011 | 07:54 | Dinheiro Vivo





A Presidência da República representa uma factura de 16 milhões de euros por ano, o que corresponde a um valor de 1,5 euros por cada português.



Este número sustenta 12 assessores e 24 consultores, além dos restantes elementos do séquito pessoal que assegura o financiamento da presidência da República, de acordo com o jornal i.

Cavaco Silva faz-se rodear de um regimento de quase 500 pessoas, fazendo com que os 300 elementos a trabalhar no Palácio de Buckingham, e os 200 que servem o rei Juan Carlos de Espanha pareçam insignificantes.

Os 16 milhões de euros anuais são um valor 163 vezes superior à presidência de Ramalho Eanes, gastando o chefe de Estado luso o dobro do rei de Espanha (8 milhões), mas ficando muito para trás quando comparado com Nicolas Sarkozy (112 milhões de euros) e pela rainha de Inglaterra, Isabel II (46,6 milhões de euros).


A Presidência da República representa uma factura de 16 milhões de euros por ano, o que corresponde a um valor de 1,5 euros por cada português.


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Vejam para onde vão os nossos impostos!


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14 h ·





O vídeo que está a chocar a Europa ....
A Associação 25 de Abril fez-nos chegar este vídeo, aconselhando-nos a ver e rever o seu quase inacreditável conteúdo. Conselho que também aqui deixamos aos nossos amigos e visitantes,
AVIAGEMDOSARGONAUTAS.NET

As máfias romenas, em Portugal


foto de Paulo Dias.
2 min ·




Paulo Dias


AVISO DA PSP
MUITA ATENÇÃO SENHORES/SENHORAS - CONDUTORES
P/ ZONAS: BRAGA, PORTO, COIMBRA E LISBOA
Máfia de Leste - (Grupos Romenos)


SE DE NOITE TE ATIRAREM UM OVO CONTRA O PARA-BRISAS (O RECONHECERÁS POR A COR AMARELA, JÁ QUE A CLARA TALVEZ NÃO A DISTINGAS):

-- MANTÉM A CALMA E ACELERA
-- NÃO USES O LIMPA PARA-BRISAS
-- JAMAIS DEITES ÁGUA NO PARA-BRISAS
-- ACELERA E FOGE, QUE OS LADRÕES ESTÃO POR PERTO.
mas sobretudo não percas os nervos usa o telemóvel, se for necessário.

EXPLICAÇÃO:
O ovo com água, ao unir-se, formam uma substância viscosa como o leite, na qual te vai impedir de ver por onde vás, tapando a visão em cerca de 90% e serás forçado a parar por esse sitio onde circulas ai serás vítima de roubo. Esta é a última modalidade que os ladrões inventaram.
AVISO DA PSP COM PEDIDO DE ENCAMINHAMENTO

Em Espanha já houve algumas queixas que estes indivíduos de origem romena roubaram bebés do banco traseiro dos carros.
Enquanto um a toca ao lado do condutor, um cúmplice vai por trás e rouba a criança, vendendo-as depois para pais que desejem adoptar noutros países. Passem este e-mail ao maior número de amigos e conhecidos e futuramente, tenham cuidado com estes indivíduos.
Tranquem sempre as portas e fechem os vidros quando eles se aproximarem e desconfiem do aspecto simpático, pois normalmente são perigosos criminosos.
Divulguem este e-mail o mais que puderem e ajudem-nos a combater esta praga, porque amanhã pode ser um de nós.

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


CASO "SÓCRATES"



MP investiga relações de Sócrates com construtora brasileira ligada a Lula da Silva






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Lula veio a Portugal a convite de construtora que integrou consórcios que venceram concursos do TGV e PPP's lançados por Sócrates
A teia de ligações de José Sócrates sob investigação na Operação Marquês está longe de esgotar-se na Octapharma, no grupo Lena e em Carlos Santos Silva. Passa por Nova Iorque, pela Argélia, por Angola, pela Venezuela e pelo Brasil.

O procurador Rosário Teixeira e a equipa da Autoridade Tributária que lideram esta operação estão a investigar as relações do ex-primeiro-ministro com uma construtora brasileira – a Odebrecht – ligada a Luiz Inácio Lula da Silva, averiguou o i. A empresa foi quem convidou o antigo presidente do Brasil a vir a Portugal em Outubro de 2013, para a comemoração dos 25 anos de presença em Portugal. O momento coincidiu com a apresentação do livro de Sócrates sobre tortura em democracia, a 23 de Outubro de 2013. Mas as ligações suspeitas não terminam aí. Os brasileiros da Odebrecht são os donos da Bento Pedroso Construções, que integrou uma série de consórcios que venceram obras públicas durante os anos em que José Sócrates foi primeiro-ministro.

A Bento Pedroso Construções – comprada há 26 anos pela Odebrecht mas que só em 2013 passou a chamar-se Odebrecht Portugal – integrava, por exemplo, o Consórcio Elos, que venceu o concurso para a construção do TGV entre Poceirão e Caia. Deste consórcio, liderado pela Brisa e pela Soares da Costa, também fazia parte o grupo Lena, de que Carlos Santos Silva – o amigo suspeito de ser o testa-de-ferro de Sócrates – foi administrador. O projecto acabaria por ser enterrado por Pedro Passos Coelho. Agora, o consórcio que ganhou a adjudicação para a construção e exploração do troço reclama em tribunal um pedido de indemnização ao Estado no valor de 169 milhões de euros, montante que reclama ter despendido com a construção e expropriações.

Aquela construtora integrou ainda o consórcio liderado pela Brisa que venceu a concessão do Baixo Tejo, uma das oito Parcerias público-privadas rodoviárias lançadas por José Sócrates. O grupo Lena também fazia parte do agrupamento. A concessão do Baixo Tejo, situada na zona metropolitana de Lisboa foi outorgada por um período de 30 anos, depois de ser avaliada em 110 milhões de euros – uma das mais rentáveis por estar perto de Lisboa.

Poema meu








Poema :




LUAS DE AZUL...




Sou mulher…


Sinto-me parte do mistério da Humanidade!
Sem a flor que em mim germina…não há Vida!




Sou Mulher…e essa mensagem desponta do ventre
proeminente do amor…
Vejo-a, de olhos fechados…sinto-a nos momentos vividos
nos teus braços e nos teus sentidos!
Sou a correspondência entre o Passado e o Presente,
criada no ventre abandonado,
na noite passada ao teu lado…
Sonho-solidão-amor-saudade-ilusão- da -força da criação!




Rainha dos teus cuidados, vivo, numa espécie de paraíso,
a grandeza dos teus braços enlaçados.




A vida, florindo, caminha para nós,
na certeza do sonho realizado!




Caminho ao longo do cais do nosso SER
e digo-te adeus,até o barco desaparecer…




Não gosto do nevoeiro que lembra mistérios de “Avalon”
nos arcanos das lendas do Outrora…
Gosto do nosso Agora, do nosso passo alegre,
da febre de germinar
tal a árvore do bosque,
solene e prorrompente
em saudável primavera, a chegar!




Há nos nossos amplexos qualquer coisa mística
do momento carnal…natural…sentido…
…que deu fruto…




Mas…
o Tempo passa!




Tornei-me Mulher-Mãe-Natureza!




Já te não espero…sigo a caminho de casa
e acendo a brasa para sentir outro calor…
…o da lareira acesa no meu coração,
de onde sai, apesar de tudo, a magia do perdão!




Da bruma dos meus sonhos sigo para o fim de um mundo,
no horizonte de um Além, onde não chega Ninguém…




Há luas de brilho azul sereno…
Poesia a bailar no céu, com as estrelas…




…guitarras de fados, afinadas na dor…




Sonho tudo o que eu quiser que exista…
…flauta de PAN…
…”miserere” de Pavarotti…apelos dos EAGLES…génio de Mozart…
…Taj Mahal a celebrar o amor…fragrâncias de BACO…apelos de Vénus…




A bruma dos meus sonhos? …Tudo o que eu, em liberdade, quiser que Não seja…

Não fazes parte dessa realidade, de onde, voluntariamente, saíste…

És sombra do nevoeiro no meu Ser claridade…







Maria Elisa Ribeiro

O Neo-Realismo: pequeno texto sobre esta corrente literária...(In Net)




O NEO-REALISMO



Retalhos da Vida de um Médico


A actividade literária de Fernando Namora pode, segundo a maioria dos críticos e analistas ser dividida em quatro ciclos, o primeiro dos quais ou «ciclo estudantil» retrata nas suas obras a vida estudantil do Liceu e da Universidade.

Em 1941, juntamente com outros companheiros, Fernando Namora concre­tiza a ideia do «Novo Cancioneiro», que assinala o advento do neo-realismo, demarcando uma viragem na literatura portuguesa. É um livro seu, Terra, que dá início a essa nova colecção poética.

A sua obra evoluiu no sentido do amadurecimento estético do Neo-Realismo, o que o levou a um caminho mais pessoal. Não desdenhando a análise social, os seus textos foram cada vez mais marcados por aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo.

Fernando Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, a que ligou uma linguagem de grande carga poética.

É a partir de Fogo na Noite Escura que ganham visibilidade na obra de Namora as preocupações comuns ao movimento nascente, indo ao encontro do que ele próprio define como «a perspectiva histórica que lhe é oferecida». As mudanças que ocorreram no desempenho da sua actividade como médico escritor, que inicia no país profundo a sua actividade profissional, facilitaram o crescente empenho na prospecção de casos humanos.

O segundo ciclo, chamado «ciclo rural» corresponde à sua permanência em Tinalhas (em pleno surto volframista), Monsanto da Beira e Pavia. Este ciclo rural estende-se de 1943 a 1950, e é tido como o período durante o qual se consagraram o romancista e o novelista. Foram então publicadas as novelas Casa da Malta (escrita em oito dias) e Minas de São Francisco, os romances A Noite e a Madrugada e O Trigo e o Joio e esse surpreendente Retalhos da Vida de um Médico (1ª série), que lhe dá projecção internacional a partir da edição espanhola prefaciada por Gregório Marañon.

O «ciclo urbano» caracteriza-se por uma situação de conflito declarado entre o «aldeão atarantado» e a sociedade lisboeta e tem o seu ponto mais agudo na forte controvérsia gerada em torno do romance O Homem Disfarçado, tanto no seio da classe médica como nos meios literários.

E finalmente o quarto ciclo que corresponde ao aparecimento dos chamados «cadernos de um escritor», em que é manifesta a influência que resulta da sua abertura ao mundo, através das múltiplas viagens ao estrangeiro e do contacto com outros pensadores e escritores, do contacto com outras formas de vida e de sistemas.

Fernando Namora é dos autores mais representativos do Neo-Realismo literário em Portugal. Desenvolvendo paralelamente à vida literária a actividade de médico, Namora buscou na realidade de sua profissão a matéria-prima para a composição de considerável parte de seus livros.

Como diz um dos seus analistas «Ao lermos um romance de Namora, facilmente percebemos que suas personagens não são tipos contaminados de automatismos, mas sim indivíduos dotados de especificidade, que sofrem e lutam para compreender – e modificar – o ambiente social em que vivem. As figuras criadas pelo escritor-médico não são o camponês, o engenheiro ou o mineiro; mas sim um camponês, um engenheiro e um mineiro».



Poema de José Jorge Letria (1951- ), in Net







A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado




A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.








José Jorge Letria, in "A Metade Iluminada e Outros Poemas"