Por volta das 15 horas desta sexta-feira, um funcionário da Uber foi agredido com um murro no nariz por um taxista quando se preparava para transportar um cliente. Manchado pelo sangue, o funcionário da Uber pedia calma e compreensão enquanto apanhava os óculos de sol no chão. Os taxistas não se mostraram arrependidos e pediram, em tom de ameaça, para entrar no carro e transportar o cliente, que assistiu, assustado, a tudo dentro do veículo.
Os taxistas que se encontravam na praça principal da estação ferroviária da cidade do Porto seguiam os clientes que suspeitavam estar a utilizar o serviço da concorrência e faziam novas ameaças, enquanto distribuíam ovos entre eles.
Minutos depois, uma carrinha (da Uber) estacionou à frente da porta principal para recolher um grupo de turistas e foram agredidos com ovos, tanto os turistas e assim como os funcionários. Sem perceber bem o que se estava a passar, os clientes, provenientes do estrangeiro, ergueram as mãos em sinal de desculpa para os taxistas. A carrinha, manchada pelos ovos, partiu de imediato do local.
Antes, tal como se pode ver no vídeo, os taxistas rodearam os turistas e chocaram contra as malas de forma deliberada. As pessoas, curiosas com o que se estava a passar, que estavam a filmar também foram ameaçadas com ovos caso não parassem de gravar.
O medo instalou-se nos clientes que queriam utilizar o serviço da Uber e por isso foram obrigados a andar mais uns metros, afastando-se da praça principal de Campanhã, para se sentirem mais seguros e recorrer ao serviço que tinham reservado.
O serviço de transporte Uber permite chamar um carro descaracterizado com motorista privado através de uma plataforma informática, que existe em mais de 300 cidades e cerca de 60 países.
Num manifesto entregue ao Governo este mês, as associações de taxistas apelam à população para se solidarizar na “luta contra a Uber” e afirmam que o serviço é ilegal porque não se “submete às regras legais que em Portugal disciplinam a atividade do transporte em táxi”.
A Uber afirma, contudo, que todos os seus parceiros são licenciados e “devidamente escrutinados” e admite que a empresa pode começar a distribuir serviços para táxis em Lisboa e no Porto, à semelhança do que já faz noutras cidades fora do país.