sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Poema meu



Poema:




DIÁLOGOS DE SOLIDÃO




Urgente se torna ,
ao fim do dia,
despir as vestes e pendurá-las num armário
onde se fecham odores a devassar a intimidade que envergámos,
na incomensurável verdade da realidade-corpo-vivo-dos-dias-no-tempo.
A noite fecha-se em torno de todos os ritos de passagem e sentimo-nos
como comboio que vai partir, rumo a interrogações seculares.





Iremos a promontórios românticos
desenhados perto do sufoco da abóbada celeste,
onde a solidão encontrará todas as outras solidões
dos seres e dos aromas
que vão entrar em diálogo
de circunstância,
no silencio do firmamento iluminado pelas mãos dos deuses dos mundos
criados, não entendidos…




E são belas, as Horas, só por existirem comigo dentro delas!


São belos os dias que nos respiram num sopro divino que galga a força do tempo
no -vento-de-existir,
mesmo quando inalamos dúvidas-sem-resposta que não a do sol,
das aves e da luz do dia em que envergamos vestes num equilíbrio
de proporções-tessituras-de-harmonia,

onde versões cristalinas do Viver avançam em sintonia com a música-do-Existir.




Inquietantes visões nocturnas do despir o corpo no vestir a alma
em equilíbrio-do-desequilíbrio-das-emoções…




São tantas as palavras penduradas no ânimo irrequieto dos-cabides-da-vida!




Adio o sono…




Centro-me no silêncio azul do mar a brilhar rasgos de luz estrelada,
numa poesia de espuma libertadora
às voltas numa onda-de-madrugada…




Maria Elisa Rodrigues Ribeiro/013

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