domingo, 15 de fevereiro de 2015

POEMA meu



MADRUGADAS




Madrugadas de cheiro a alecrim
no rosmaninho selvagem…
carregadas de orvalho, que desliza despudorado
e lânguido…


Folhas de árvore, lambidas pelo mistério da noite,
abrem-se, sensuais, aos raios do sol, penetrante…





Épica viagem do orgasmo da nocturna NATUREZA!




O precioso líquido derrama Vida a esmo…segredo puro…
…ilha dos amores desencantada…Ogígia desbravada…vida namorada…
Louros, silvas, giestas…ervas doces a acordarem em festa!


Madrugadas, prenúncios do dia,
entremeadas por pedaços do prazer da noite!
Noite vivida…sentida…sofrida no arfar do Amor letal…
…vital…senhor da minha eternidade material…




Noite de estrelas estendidas sobre o corpo do MUNDO,
espalhando luz e cor na minha melancolia,
roubando-me sentimentos de abulia…




Ergo histórias sensuais na noite,
nos pináculos da felicidade erecta,
que toca os céus de uma intrigante meta…


Anulo-me na deliciada impressão de que estou
a alvorecer, vinda da rota do prazer…


Almofadas pelo chão…orvalho sacro na minha mão…


Afago o corpo, descansado…
… num novo cansaço!




Cheira-me a ti, esta madrugada serena e louca,
que a natureza morreu de paixão…

.

Abro a janela.
Espreito a mata, onde o dia se atrasou…
Parece que deus envelheceu…a noite continua tensa
sem o calor espasmódico da tua presença…




Ciente do orvalho desta noite imensa,
sinto o fogo, divindade intensa, no centro da TERRA,
minha ilha DO sempre…eternidade permanente,




Lá …naquele ORIENTE…
ESTE…ardentemente…




Maria Elisa Rodrigues Ribeiro



MRÇ/011

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