terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Poema de Mário Quintana







Poema de Mário Quintana (1906-1994), in O Citador




A Canção da Vida

A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)





Mário Quintana, in 'Esconderijos do Tempo'

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