quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


Estado Islâmico vê Líbia como "porta de entrada estratégica" na Europa




Uma cruz e o Corão juntos numa vigília pelos cristãos decapitados, em Amã, Jordânia. Foto: Jamal Nasrallah/EPA

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Terroristas vêem na Líbia um país que tem grande importância económica e militar e que permite a infiltração de operacionais na Europa.
18-02-2015 13:55


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O que é o Estado Islâmico?
A Fundação Quilliam, que se dedica ao estudo do terrorismo, revelou esta quarta-feira um documento do autodenominado Estado Islâmico sobre rotas e planos estratégicos daquele grupo extremista na Líbia.

No documento, intitulado "Líbia: A porta de entrada estratégica para o Estado Islâmico", o grupo terrorista considera que os jihadistas têm que ir urgentemente para a Líbia, um país de grande importância do ponto de vista económico e que potencia a a infiltração de operacionais na Europa.

"Deus deu a este país uma posição estratégica e um imenso potencial. Destes aspectos seria possível tirar grandes benefícios se eles fossem devidamente explorados", escreve o autor do texto.

O autor evidencia três vantagens principais da exploração da Líbia pelo Estado Islâmico: a proliferação de armas no país, a possibilidade de aliviar a pressão sentida no Iraque e na Síria (resultado dos ataques aéreos da coligação internacional às posições dos terroristas) e a proximidade ao Sul da Europa.

O documento, usado para propaganda e recrutamento, diz que a partir da Líbia a costa europeia pode ser atingida "com facilidade até com um barco rudimentar", como fazem, todos os dias cerca de 500 migrantes ilegais, exemplifica o autor.

"De acordo com muitos destes imigrantes, é possível passar pelos 'checkpoints' de segurança marítima e chegar às cidades. Se isto fosse explorado e desenvolvido estrategicamente, podíamos criar o pandemónio no Sul da Europa", diz.

Líbia em "estado crítico"
Haras Rafiq, o director-gerente da Fundação Quilliam, diz que este documento, a par do vídeo revelado no fim-de-semana que mostrou a decapitação de 21 cristãos egípciosnuma praia no Leste líbio, revelaram o "estado crítico" em que a Líbia está.

"A comunidade internacional deve agir para ajudar a trazer estabilidade ao país antes que se transforme numa nova Síria, seja para o autoproclamado califado [do Estado Islâmico] ou para qualquer outra organização jihadista", alerta.

A decapitação dos 21 cristãos egípcios provocou uma chamada de atenção internacional para a presença dos jihadistas naquele país.

No dia seguinte à divulgação do vídeo, reivindicado por um grupo fiel ao Estado Islâmico, a força aérea do Egipto realizou ataques aéreos a posições dos terroristas na Líbia.

A Líbia também participou nos raides de segunda-feira de manhã. Entre 40 a 50 militantes do Estado Islâmico foram mortos nos bombardeamentos, avançou o comandante da força aérea líbia.

Os presidentes da França e do Egipto apelaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que discuta a situação na Líbia e que toma novas medidas.

O país vive uma época fragilizada desde 2011 quando uma guerra civil, apoiada pela NATO, derrubou a ditadura militar de Muammar Khadafi, entregando a gestão da Líbia a um governo provisório.

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