Toalha branca estendida na mesa da pureza
Do linho são…
Coberta de migalhas,
Pão de restos de sustento,
Tapas tristezas tamanhas da brancura,
Com que ofereces o alimento.
Sinto-me pálida, só,
Ao tocar-te, alisando-te.
Sei que, assim, neste dó,
Sou esparso ponto de pó
De um universo imenso
Onde sufoca o mundo, denso…
O vinho,
Rubro sangue sobre a mesa,
É dádiva sã da Natureza…
Sacrifícios de mãos calejadas,
Na crueza da dura vida,
Puseram-no a fulgir.
Ah, mas vale a pena lutar
Para o ver, assim, a brilhar!
Vem do esforço farto, único
Tornado mediúnico…
Fixo os bordados tecidos
Escondidos, na minha mesa.
E, por momentos, regresso àquilo que sou…
Passeei por outras eras.
Temendo lobos e feras…
Bastava uma mesa assim
Branca, vermelha p’ra mim!
E, com meus olhos fechados, atordoados, feridos,
Vi, nesta toalha branca
Salpicada de vermelho,
Os meus segredos escondidos…
C6F- 60/50 – ABL/09
Que beleza, Maria...
ResponderEliminarModificámo-nos quando conseguimos desligar-nos da fria realidade da vida e nos entregamos como cordeiros obedientes e inocentes às mãos da poesia.
Veja que maravilhas ela cria, atravez de nós...
Um beijo terno para si e obrigado por este momento
Francisco
Obrigada, como sempre, Francisco!
ResponderEliminarOlha , lê também o meu comentário sobre o teu texto dos e(i)migrantes...
Beijo de lusibero
Eh Eh Eh li e respondi :-)
ResponderEliminarjocas
Vou, mais logo ,voltar a este tema ,contigo...
ResponderEliminarComo não tinha aberto um separador, fugiu outro comentário que te fiz!
Beijos de lusibero
Este texto é de resposta ao FRANCISCO!
ResponderEliminarok amiga. Ate logo
ResponderEliminarParabéns, comprova a sensibilidade de quem o escreveu. Assim como a noção das dificuldades que muitas pessoas sentem ao longo da sua vida
ResponderEliminarMaria,
ResponderEliminarQue lindo, seu poema!
Pequenas e singelas pequenas coisas nos bastariam para preencher nossos desalentos.
Beijinhos.
Obrigada, forteifeio! volye sempre! é um ptazer! Abraço de lusibero
ResponderEliminarMª LÙcia , já não passo semdua amizade e lucidez de análise, simples e concreta!
ResponderEliminarBeijo de lusibero
Belíssimo poema,e belíssimo o ocultar de significados.
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