terça-feira, 4 de agosto de 2009

Poema do ciclo "Outono e natureza"



Lentamente,
o sol prepara-se para aparecer.
Com o nevoeiro tão denso,
naturalmente
só penso em ver o carreiro,
que me serve de trilho.
Decididamente,
caminho, montanha acima,
(Deus! Parece o Calvário!)
de modo temerário,
até ao ponto onde me encontro com o mundo
e enceto meditação.
Desafio a aragem fria,
que gela os ossos da face.
As avezinhas começam, também elas,
a despertar;
Alegram-me, solidárias, com o seu chilrear.
Falamos umas com as outras…
Contamos mágoas sentidas
que pertencem a nossas vidas
e se diluem no ar.
Subo, ofegante, por entre folhas e galhos,
retalhos da natureza anelante.
Começa a clarear e o mundo a despertar…
Estou pronta a sentar-me, no rochedo habitual.
Não devo, no meio de tanta beleza,
sentir alguma tristeza.
Choro, sim! De alegria…cada vez que nasce o dia
em tod’a sua harmonia!
Ergo os olhos par’o ar
e parece-me tocar a mão de Deus
segurando o meu pensar...



AGOSTO/2008/ALENT.

6 comentários:

  1. Maria, a isso chama-se VIVER, em todo o seu esplendor!

    Beijocas de uma sincera amizade

    Francisco

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  2. A alegria sentida, nas coisas simples da vida.
    Beijos

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  3. Absolutamente lindo!
    Isto tem nome, Maria.
    Chama-se contemplação.
    Você estava a contemplar a Vida na essência nesse intante e, como bem disse teu amigo: isto é VIVER.
    Muitos abraços

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  4. BOM DIA, MARIA !!!!!

    BONITO E SINGELO....

    ABRAÇO


    NORBERTO

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  5. "Estou pronta a sentar-me, no rochedo habitual."

    beijinhos amigos

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