"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
POEMA DO CICLO "MANTA DE RETALHOS"
Toalha branca estendida na mesa da pureza
Do linho são…
Coberta de migalhas,
Pão de restos de sustento,
Tapas tristezas tamanhas da brancura,
Com que ofereces o alimento.
Sinto-me pálida, só,
Ao tocar-te, alisando-te.
Sei que, assim, neste dó,
Sou esparso ponto de pó
De um universo imenso
Onde sufoca o mundo, denso…
O vinho,
Rubro sangue sobre a mesa,
É dádiva sã da Natureza…
Sacrifícios de mãos calejadas,
Na crueza da dura vida,
Puseram-no a fulgir.
Ah, mas vale a pena lutar
Para o ver, assim, a brilhar!
Vem do esforço farto, único
Tornado mediúnico…
Fixo os bordados tecidos
Escondidos, na minha mesa.
E, por momentos, regresso àquilo que sou…
Passeei por outras eras.
Temendo lobos e feras…
Bastava uma mesa assim
Branca, vermelha p’ra mim!
E, com meus olhos fechados, atordoados, feridos,
Vi, nesta toalha branca
Salpicada de vermelho,
Os meus segredos escondidos…
C6F- 60/50 – ABL/09
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Que beleza, Maria...
ResponderEliminarModificámo-nos quando conseguimos desligar-nos da fria realidade da vida e nos entregamos como cordeiros obedientes e inocentes às mãos da poesia.
Veja que maravilhas ela cria, atravez de nós...
Um beijo terno para si e obrigado por este momento
Francisco
Obrigada, como sempre, Francisco!
ResponderEliminarOlha , lê também o meu comentário sobre o teu texto dos e(i)migrantes...
Beijo de lusibero
Eh Eh Eh li e respondi :-)
ResponderEliminarjocas
Vou, mais logo ,voltar a este tema ,contigo...
ResponderEliminarComo não tinha aberto um separador, fugiu outro comentário que te fiz!
Beijos de lusibero
Este texto é de resposta ao FRANCISCO!
ResponderEliminarok amiga. Ate logo
ResponderEliminarParabéns, comprova a sensibilidade de quem o escreveu. Assim como a noção das dificuldades que muitas pessoas sentem ao longo da sua vida
ResponderEliminarMaria,
ResponderEliminarQue lindo, seu poema!
Pequenas e singelas pequenas coisas nos bastariam para preencher nossos desalentos.
Beijinhos.
Obrigada, forteifeio! volye sempre! é um ptazer! Abraço de lusibero
ResponderEliminarMª LÙcia , já não passo semdua amizade e lucidez de análise, simples e concreta!
ResponderEliminarBeijo de lusibero
Belíssimo poema,e belíssimo o ocultar de significados.
ResponderEliminar