sexta-feira, 1 de maio de 2009

PEDRAS…SERES INERTES QUE “FALAM”…


(Foto do Google)

Ao ver a revista “Super interessante" deste mês, deparei com a fotografia da capa, que é a das estranhas pedras de STONEHENGE, na Grã-Bretanha.
O pensamento, este valioso atributo humano, levou-me a uma divagação diferente... vou falar de pedras! Sim… de pedras!

Diz a mitologia que quem criou o Homem foram os deuses Deucalião e Pirra, ao atirarem pedras ao chão, por cima das suas próprias cabeças…Reparem que parto de um pressuposto mitológico…
Talvez por isso sejamos um tanto duros, selvagens até, mesmo que civilizados. Mas não será o homem civilizado um puro selvagem, só que mais experiente e sábio? Calma que eu estou a pensar… E esse é que é um problema sério, porque chego à conclusão de que não existe um modo de pensar ou agir, por mais antigo que seja, que possa ser cegamente aceite! É evidente que sendo nós todos, (nós, os humanos) dotados de razão,”cada cabeça, cada sentença”…

Assim sendo, dei comigo a pensar nas pedras da capa da revista…esses bocados de matéria inerte, que arredamos do nosso caminho, quando nele se atravessam, despudoradamente…
É bom não esquecer que essa matéria é uma imagem constante do Universo, plena de conotações e ligações à ideia do “BIG-BANG”, momento da explosão da vida, no nosso planeta.
De onde vieram esses ancestrais seres sem vida, na verdadeira acepção da palavra, de origem granítica, basáltica, calcária que, ao longo dos milénios foram ganhando forma nas paredes das nossas casas, castelos, monumentos, catedrais, mosteiros, estradas?
Se adquiriram vida, que não tinham! foi porque nós, humanos, fomos dotados da capacidade de entender que as pedras, afinal, até “falam”… Falam? Como é isso? Para mim, elas falam através das vozes daqueles cujas mãos, escorrendo sangue, as trabalharam, transformando-as nas belezas que os nossos olhos, hoje, contemplam e que acalmam as nossas ânsias e nos enchem os olhos de satisfação…

Foi essa pedra, matéria informe de todas as partes do Universo que, por força da inteligência humana, fez aparecer obras majestosas como o Mosteiro da Batalha, o Convento de Mafra, as Pirâmides do Egipto, os monumentos das civilizações Inca, Maia e Azteca, as enigmáticas torres circulares dos Himalaias…Começo, então, a “viajar” pelas linhas geométricas da rectidão e do amor para conseguir “ver” toda a espécie de vida que os tais seres inertes, hoje, possuem…

Tão inertes e informes que, ao longo dos séculos têm sido objecto da atenção de escritores, poetas, escultores, músicos, filósofos e tantos outros criadores de arte. Não fosse assim e não teríamos, agora, perante os nossos olhos o “DUOMO” (catedral) de Milão,”Notre Dâme de Paris”, o Convento de Cristo, em Tomar, a “9ª Sinfonia" de Beethoven, os Jardins suspensos da Babilónia, a moderna Biblioteca de Alexandria, a Grande muralha da China, o Taj Mahal, os mosteiros dos monges budistas, dos Himalaias, encarrapitados nas montanhas desta região do
Globo…

Interrogamo-nos, sobretudo, sobre a capacidade humana de fazer FALAR estas pedras, a cada milionésimo de segundo. E pergunto-me: não sou eu, também, um pedaço de pedra, susceptível de aperfeiçoamento, nestas tremendas questões com que me debato?

FIM DA PARTE I, deste texto, que concluirei, no próximo dia, intencionalmente…

2 comentários:

  1. Olá Maria

    Achei muito interessante este seu post. Também apreciei os seus poemas. Beleza e sensibilidade.

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  2. Estimada Maria

    Acho muito interessante a capacidade que tem em abordar um tema em várias perspectivas...uma espécie de caleidoscópio. Neste em paticular a Maria virou em geologa das almas e como sempre é impossivel ficar indiferente.

    Pena que eu tenha estado um pouco ausente - devido a motivos profissionais - porque este blog é merecedor de olhar sempre atento. Da mesma forma, os seus comentários são sempre altamente pedagógicos, pelo o qual estou muito agradecido (como podia não estar?)

    Um beijo infinito e pessoal

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