terça-feira, 26 de maio de 2009




Desmaia-se de amor ante a visão do Douro!
Graças por existires, serpente ondeada!
Colinas em socalcos, vista deslumbrada,
Olhos na verdura das margens serpenteadas,
Eis-me que m’empolgo com as uvas doiradas!

O sol queima, onde os vindimeiros,
Corpo alquebrado,
Conduzem os cestos quase corados,
Ao centro de todo o mistério:
O cemitério das uvas!
Espremidas até à medula
De seus corpos coloridos,
Dão-se ao cálice doirado,
Que bebem as almas feridas!

Natureza agreste, que tudo deste, em troca do trabalho
Com que foste servida, pelo homem que cavou, sensível,
Os socalcos, por onde, hoje, passa a modernidade.
E em cada barrica de vinho do Douro há vida, saudade,
Tradições, histórias, dores e alegrias, cheias de humanidade.

Nas encostas, nas margens do Douro serpenteante,
Dominam os verdes mais variados,
Mas também a harmonia das rochas empedernidas,
Que falam Filosofia!
Fazem parte das “mortes” de Ontem;
Fazem parte da vida de Hoje…
E nenhuma delas foge
Pois estão no seu elemento natural:
Alto-Douro, região de Portugal!

FOTOS DO GOOGLE


2007 CAD1--1-07A

3 comentários:

  1. Querida amiga

    Gosto muito da foto do pata com as ondas...

    E gosto muito disto, apesar da dificuldade em escolher o que cito:

    "Natureza agreste, que tudo deste, em troca do trabalho
    Com que foste servida, pelo homem que cavou, sensível,
    Os socalcos, por onde, hoje, passa a modernidade.
    E em cada barrica de vinho do Douro há vida, saudade,
    Tradições, histórias, dores e alegrias, cheias de humanidade."

    beijinho amigo

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  2. Muito bem!
    Adoro tudo o que fala da terra, das gentes...
    O Sangue, o suor e as lágrimas de um povo transformado em poesia.
    Homenagem aos que sofrem e choram, mas que também sabem sonhar e sorrir. Aos que conseguem encontrar um nicho de felicidade, mesmo entre os pés de vinho. No esforço de cada cavadela, encosta abaixo, ou no lavar de cada cesto de vime.
    Parabéns Maria!

    Um abraço

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  3. e a grande poetisa vai se revelando....texto poético de primeira água, minha querída docente...

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