domingo, 3 de janeiro de 2016

Editorial de "Publico"


EDITORIAL
Para ler devagar


DIRECÇÃO EDITORIAL

03/01/2016 - 08:22







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TÓPICOS

Editorial


Neste primeiro fim-de-semana de 2016, estreamos os novos domingos do PÚBLICO em papel: o jornal que tem nas suas mãos foi pensado como uma edição para ler sem pressa, centrada na escolha de temas importantes da actualidade e no seu aprofundamento.

Algumas mudanças saltam à vista. O jornal não está organizado por secções, mas por níveis de leitura: textos maiores são seguidos de textos mais pequenos, a seguir aos quais encontrará de novo outros maiores, numa sucessão de assuntos que procura ser harmoniosa e surpreendente.

Este é um jornal sem aquilo a que o filósofo José Gil chamou “bugigangas”, quando um dia, aqui na redacção do PÚBLICO, discutíamos “o papel do papel” no jornalismo.

Vai encontrar as notícias do dia ao longo do jornal e uma concentração de duas páginas no fim, na rubrica Curtas. Aí (pp. 60 e 61), publicamos pequenas notícias, que vão do anúncio da data para a venda da casa de Manoel de Oliveira à decisão da Fenfrop de manter a greve dos professores do ensino artístico, passando pelos debates entre candidatos a Belém, que terá visto ontem à noite nas televisões.

O Desporto, cuja actualidade é forte ao sábado, mantém-se como secção autónoma e passa a ter uma “capa” própria, a marcar a diferença (pág. 53).

Deixamos hoje de publicar a Revista 2. Não é sem mágoa que o fazemos, mas o jornalismo pensado para ler devagar passa a dominar agora todo o jornal. E por isso as edições de domingo vão ter mais páginas e mais textos de grande fôlego.

Nesta edição, entrevistamos Marcelo de Sousa, o candidato mais bem colocado na corrida à Presidência da República (as sondagens dão-lhe entre 50% e 60%, quando o segundo e o terceiro candidatos têm entre 13% e 15%); vamos ao centro do bairro de Molenbeek, em Bruxelas, de onde saiu um terço dos belgas que se juntaram aos extremistas que combatem na Síria e um dos autores dos atentados de Paris, à procura de “porquês” – foi aí que ouvimos que é possível desradicalizar jovens que se juntaram aos jihadistas; olhamos para os números dos refugiados a nível global, num mundo que tem a guerra no seu centro; vamos a Cabo Verde para mais uma reportagem da série sobre a herança do colonialismo nas relações raciais (são cinco países, cinco reportagens, mais de 100 entrevistas – a de hoje é a terceira, a próxima será São Tomé e Príncipe), e é aqui que lerá sobre alguém dizer que “os cabo-verdianos acham que não são africanos, que são mais inteligentes e mais sábios do que os irmãos” do continente; conversamos com proprietários de lojas com mais de 100 anos em Lisboa e no Porto e tentamos perceber porque é que elas são “o carácter e a personalidade” das cidades; na nova série sobre utopias, sistematizamos os 17 Objectivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e as suas 169 metas. O provedor, Paquete de Oliveira, passa a ser publicado às segundas-feiras.

Esperamos que goste. O leitor é – e será sempre – o centro do nosso trabalho.


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