domingo, 3 de janeiro de 2016

Artigo de Daniel Oliveira, no Jornal EXPRESSO



Sempre aquém

"De tal forma se habituou ao teatro que a dissimulação passou rapidamente a ser uma mentira descarada. Um modo de estar. Um crime sem punição que deixou de temer. (...) A política nunca permitiu que Portas fosse Portas. Ou foi ele que se convenceu que não podia, estando talvez enganado. Foi um fingidor, fingindo sempre ser menos do que realmente era. E mesmo assim, na sua versão simplificada, demasiado grande para a direita nacional, uma das mais tacanhas da Europa. Oiço muitas vezes referir, como figuras tutelares da direita portuguesa, Sá Carneiro e, ainda com mais perplexidade, Adelino Amaro da Costa. Desculpem, mas a direita portuguesa tem três figuras marcantes: Oliveira Salazar, Cavaco Silva e Paulo Portas. Tivesse decidido não macaquear lavradores, beatos e estadistas sisudos, e Portas poderia ter sido relevante para a história do País como foram os outros dois. E mais interessante. Até podia ter mudado a direita em Portugal. Porque imaginou uma direita muito aquém do seu valor acabou por ficar sempre aquém de si mesmo. Eterno segundo de primeiros medíocres."



Sempre aquém
Opinião de Daniel Oliveira
EXPRESSO.SAPO.PT

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