segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

EDITORIAL DE "PÚBLICO"


EDITORIAL
A tomada de Ramadi, um forte golpe no EI


DIRECÇÃO EDITORIAL

28/12/2015 - 00:20


A queda de Ramadi e o apelo do “califa” podem assinalar um declínio nas hostes do terror.




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Quando o autoproclamado Estado Islâmico tomou Ramadi, em meados de Maio, houve a “limpeza” do costume: casas e lojas saqueadas, execuções sumárias, subjugação das populações pelo terror. Foi considerada, nessa altura, uma conquista estratégica pera o EI e um sério revés para as tropas iraquianas, que retiraram para as imediações e daí foram tentando sucessivos avanços militares nos meses seguintes.

Agora, neste final de ano, a situação inverteu-se. As tropas e tribos sunitas do Iraque expulsaram finalmente o EI do edifício governamental do centro de Ramadi, usado como o centro de operações. O Iraque cantou vitória, de imediato, mas ainda tem pela frente uma outra “guerra”: há explosivos escondidos nas ruas, carros armadilhados, bombistas suicidas à espreita. E se é assim em Ramadi, será assim noutras localidades de onde o EI for entretanto expulso.

Esta é uma batalha prolongada, não vale a pena iludi-lo, onde é preciso, mesmo entre as forças que combatem o EI, manter um equilíbrio entre as forças sunitas e as milícias xiitas, para evitar embates sectários prejudiciais a união das forças anti-jihadistas. Ora no mesmo momento em que o EI era expulso de Ramadi, surgia nas redes sociais uma mensagem gravada atribuída a Abu Bakr al-Baghdadi, autodenominado califa e mentor do EI, onde este apela aos seus eventuais seguidores da Árabia Saudita e do Golfo e garante que o EI “está bem e alarga-se diariamente, e com cada contrariedade que o atinge, cospe nos hipócritas e torna-se mais firme e forte.” Se a mensagem for mesmo do mentor do EI, pode denunciar que ele acusou a força do golpe. O apelo à calma (“Não se desassosseguem, é muçulmanos!”, diz ele a data altura) e ao reunir das hostes pode ser um sinal de fraqueza, não apenas pela derrota em Ramadi, mas por outros revezes. São dois sinais que ficam para 2016, e podem assinalar um declínio nas hostes do terror.

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