

MANUELA AZEVEDO (MA), jornalista, poetisa, ensaísta, escritora de 98 anos de idade, vai publicar as suas memórias num livro cujo título é, “MEMÓRIAS de UMA MULHER de LETRAS”. O livro será editado pelo MUSEU NACIONAL da IMPRENSA, na FUNDAÇÂO MÁRIO SOARES.
Primeira jornalista profissional da imprensa portuguesa, escritora multi facetada, quer quanto à forma quer quanto à temática, mulher lutadora anti-fascista com uma atitude de frontal oposição ao regime salazarista, pressupomos que as histórias que esta grande mulher do mundo literário português vai editar, nesta obra, abranjam, a nível social e familiar, tudo o que a caneta lhe ditou e que o regime obscurantista não permitiu que fosse publicado, em tempo oportuno.
Como escritora- jornalista e vice-versa, recorda os tempos que passou no “DIÁRIO DE NOTÍCIAS” e nos já desaparecidos jornais “REPÚBLICA” e “DIÁRIO de LISBOA”.
Escreveu dezenas de livros de contos, poesias, ensaios, novelas, biografias, romances… e sei lá que mais!
Nunca foi autora que fizesse parte dos programas de PORTUGUÊS, facto que se pode dever, em parte, à sua posição política de opositora a Salazar…
Não tenho, por esse motivo, um conhecimento profundo da sua obra, a não ser como um factor de cultura geral que fui complementar com recurso a “Histórias da Literatura” e “Dicionários da Literatura”, que por aí tenho guardados.
Mulher de causas, sempre à frente do seu tempo e até, por conseguinte, da sua idade cronológica, viveu apaixonada pela obra de Camões e pela vila de Constância, no Ribatejo.
De tal maneira, que é lá que pretende ver realizado o seu sonho de construção de “UMA CASA DA MEMÓRIA”, onde se possa perpetuar o amor pelo poeta maior do século XVI e a sua grande obra.
Do seu livro de memórias sairão notas preciosas sobre figuras históricas com as quais conviveu, das quais destaco HUMBERTO DELGADO, HENRIQUE GALVÃO, CALOUSTE GULBENKIAN, O EX-REI HUMBERTO, DE ITÁLIA, o escritor AQUILINO RIBEIRO e ainda entrevistas com nomes como EVITA PÉRON, RUDOLF NUREYEV, ERNEST HEMINGWAY, etc
Sei que muita gente desconhece o nome desta grande mulher da nossa vida social e literária. Mas não custa nada relembrá-la como tal, já que na devida altura, como sempre acontece aos nomes incómodos, Portugal tem uma tendência, quase genética, para os esquecer!
Já não tem emenda, neste capítulo, este meu /nosso país!
Retirei de um cantinho, na Internet, o poema de MA que passo a escrever, com todo o amor pelas nossas letras.
“SUBINDO A SERRA”
Subir a serra
É sentir lá no cimo
A presença divina,
Ter asas e ser pequenino.
Ver as minúsculas casas
Ponteadas na paisagem,
Sentir o vento a fustigar o corpo
E só querer chegar sempre mais alto,
O coração a soltar-se na aragem
Qual papagaio a que se solta o fio.
In”O CANTO DAS FRAGAS”
Maria
ResponderEliminarQue linda, ativa com essa idade, é mulher de muita paixão. O poema é belissimo, fui subindo junto.
beijo
Grandes nomes sempre encontramos por aqui, bem como valiosas informações, Maria Elisa.
ResponderEliminarMas não é somente Portugal que tem este péssimo costume de não evidenciar grandes nomes. No Brasil, por questões políticas, ocorreram fatos semelhantes em época de ditadura e ainda continua a acontecer...
Beijinhos, amiga e, obrigada pela partilha
Angela: é verdade! Com 98 anos, 70 de vida literária activa, Manuela Azevedo é a prova do voluntarismo da acção do cérebro exercitado, para dar bons frutos!O poema é muito ingénuo, temos que o enquadrar na sua época, que era ainda tocada por um certo ultra - romantismo... Mas foi o que eu consegui transcrever da NET...
ResponderEliminarBEIJOS DE
LUSIBERO
MALU: eu sei que também o Brasil, neste aspecto ,não é "flor que se cheire"...o que importa - SEMPRE!- é denunciar!
ResponderEliminarQuem não sabe viver de braço dado com a cultura, não VIVE!
BEIJOS ,MALU.
LUSIBERO