segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

POEMA:"SEARA HUMANA..."


Fotos google




Longínquos sussurros de searas ondulantes
atenuam raivas, contidas no “Presente”;
Cabelos de trigo esparsos aos ventos
lembram algas de velhos “campos”…

Searas sereias da terra doirada
mergulham em tons de mar azulado,
dispersas nos braços do suave encanto
dos queixumes da minha beleza “ESPANCA”…

Dores magoadas de amores perdidos
nos longos antros da melancolia,
despiam-te a alma, que ainda espanta
quem te lê e te crê, no dia a dia.

Trigo loiro de ÉVORA! riqueza
de oiro vestido, sem qualquer surpresa!

Teus cabelos ondulantes de POESIA gritante
contrastam com o outro loiro, brilhante.

Vem, amiga, senta-te à mesa!
Bebe teu cálice, longe da tristeza!

“Presente- ausente” no meu dia a dia
aqui estou, distante,
em tons de vento ululante
cantando searas doutras caravelas
que, em poesia, se tornam mais belas!

Meço teus passos, no labirinto
de tua alma sentida POESIA…
O vento desperta…
O ar aquece e o tempo alerta.
Teu Alentejo de nobres rumorejantes ondas
canta de tons ora azuis…ora loiros…ora moiros…

E eu, no meio deste trigo loiro,
cheiro-me seara humana,
pronta a encontrar a alma
que dimana, de um campo de oiro…



C6F -147-18 –SET/09

12 comentários:

  1. Que lindo!
    Campos de trigo ficam maravilhosos em sua poesia.

    ResponderEliminar
  2. Minha querida Maria
    Sempre o belo Alentejo.
    E a poetiza maravilhosa Florbela.
    Lindo poema,muito belo.


    Dores magoadas de amores perdidos
    nos longos antros da melancolia,
    despiam-te a alma, que ainda espanta
    quem te lê e te crê, no dia a dia.

    Maravilhosooooo.

    Beijinhos
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  3. Eis nossos sonhos de luz, combatendo os horrores.
    Deixarão que a manhã, finda a luta, em albores,
    e mostre um solo fecundo e juncado de trigos...

    Lírios de ouro, a fluir fulgores!

    Tácito

    ResponderEliminar
  4. Alentejo, Florbela, Poesia...

    Também gosto... Tanto!

    Do seu poema, fico com a última estrofe guardada:

    "E eu, no meio deste trigo loiro,
    cheiro-me seara humana,
    pronta a encontrar a alma
    que dimana, de um campo de oiro…"

    ResponderEliminar
  5. Sempre lindíssimos os seu poemas.

    Beijos.

    ResponderEliminar
  6. Obrigada, MANUEL MARQUES!
    BEIJO DE
    LUSIBERO

    ResponderEliminar
  7. Lídia Borges: eu sou suspeita pois gosto de todos os meus poemas e de todas as estrofes que os compõem... Às vezes, até releio o bocadinho que os amigos escolhem ,porque, honestamente, "cheiram-me" tão bem nas vossas palavras!
    Beijinhos de
    LUSIBERO

    ResponderEliminar
  8. Palavras lindas, T@cito...Obrigada!
    BEIJO
    LUSIBERO

    ResponderEliminar
  9. SONHADORA: gentis palavras, que me deixam com mais responsabilidade, antes de publicar um qualquer poema...
    BEIJITOS DE
    LUSIBERO

    ResponderEliminar
  10. OBRIGADA, ANGELA! Nem só de tristezas, dor, cinismo, fala a POESIA...Mas as flores como FLORBELA...ficam mesmo bem!
    BEIJITO
    LUSIBERO

    ResponderEliminar
  11. olá Lusibero,
    Partilhamos desse fascínio pelo Alentejo, já li outras poesias ao mesmo. Gostei muito do seu poema, onde perpassa a Florbela, que poetou de uma forma única e cujos poemas sempre tenho necessidade de revisitar.
    Beijinhos,
    Manuela

    ResponderEliminar
  12. MANUELA FREITAS: é como eu! Fascina-me essa mulher dorida, magoada pela Vida ,que nos legou essa dor em sonetos de um maravilhoso ESTAR!
    BEIJOS PARA SI, MANUELA.
    LUSIBERO

    ResponderEliminar