quinta-feira, 30 de abril de 2009

As minhas CANTIGAS TRADICIONAIS




Pela serra, monte acima,
Caminh’a linda pastora,
Levando, com paciência,
As cabrinhas a pastar,
Lá, bem longe do lugar,
Onde o prado é mais amigo.

Com o seu ar de menina,
(pois não é uma senhora!)
Confia que,estando ausente
A mãe não se apoquente
nem levante obstáculos
ao tempo que lá estiver...

Uma voz, entretanto, sobressalta
Sem querer, a ingénua pastora:
“Não te afastes nas distâncias,
Pastora linda da serra!
Há por aí lobos maus, que te querem desatenta…
Querem oferecer-te flores, que transpiram só tormenta!”

(A pastora, agora, assusta-se…)
-“Quem assim fala comigo,
Me força a encontrar abrigo
E afastar-me do rebanho?”
-“Sou eu, o pinheiro bravo,
Que te ajuda com o gado.
Do alto da minha copa, vejo as serras , em redor…
Por isso, afasta-te destes montes…
Vai para outros horizontes…
O perigo espreita a teu lado!”








CAD. 2B -9 – FEV. /07

1 comentário:

  1. Intemporais, singelas mas cheias de significado e de História, eis as cantigas...

    Reproduzo uma das minhas favoritas, de Airas Nunes:
    "Bailemos nós já todas tres, ai amigas,
    so aquestas avelaneiras frolidas
    e quem for velida como nós, velidas,
    se amigo amar,
    so aquestas avelaneiras frolidas
    verrá bailar.

    Bailemos nós já todas tres, ai irmanas,
    so aqueste rarno destas avelanas,
    e quem for louçana como nós, louçanas,
    se amigo arnar,
    so aqueste rarno destas avelanas
    verrá bailar.

    Por Deus, ai amigas, mentr' al non fazemos,
    so aquesto rarno frolido bailemos,
    e quen ben parecer, corno nós parecemos,
    se amigo amar,
    so aqueste ramo so' l que nós bailemos
    verrá bailar."

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