domingo, 26 de abril de 2009


Alentejo do meu fascínio!
Ouro contido num pedaço de terra
tornado vivo com a força do vento,
oscilando lento, lento…

Esforço-me por viver o gosto da seara loura
que grita, pujante, exaltante no seu ouro.
Mar ondulante ao sabor do vento!
Exaltas, tu, trigo louro, sem um lamento,
sabendo que serás do Homem, o sustento.
De barco (quem sabe?) irás até ao moinho
onde o homem, lesto, te transformará
em pão, mui fininho.

O teu calor de seara ardente
perde-se nas águas do litoral,
no oeste, veemente!

Seara anelante, ofegante, sedenta!
A foice levezinha cumpre o seu dever,
Nas mãos da calosa ceifeira, potente!

Sofro, também eu, de outros penares,
Lembrando seareiros de velhos mares!

E o Tejo, serpenteante, já foi tão distante…




CAD4D -95 (1) – JNR/08

1 comentário:

  1. E o Tejo, serpenteante, já foi tão distante...

    Foi. Aparentemente, é...quando enlaçados pela manta de cores vivas do Além-Tejo, nos deixamos embalar peloa doçura dos contraste...terras quentes, de cores variadas numa paleta de mel e terra, onde subitamente encontramos o verde dos extensos mantos de pinheiro manso e o azul do mar, lá longe, tão fresco, tão mágico,mas aparentemente tão longe....

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