segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Poema meu (obra regª)



POEMA




SEI-ME




Sei- me flor aberta,
que espera a noite,
para a ver-------------com olhos de poeta.
Dou a face ao fresco vento
das distâncias----------
das distâncias que os braços tactearam.
Sei-me livro,
livro à espera da imagem das sombras,
--------das sombras feitas palavras, a moverem-se
[nos intervalos solitários do ar.]
O avermelhado sinal do crepúsculo do horizonte
desaparece no espaço defronte das vagas--------
e adormece sob a abóbada suspensa---------
que lhe abre as portas da noite----------





O rosto flagrante das trevas nocturnas-----------
_________das trevas que se irmanam para encontrar um caminho,
____________capta os murmúrios dos sonhos fechados
________________na casa das corolas adormecidas…
___________________adormecidas-pesadas de tantas gotas de orvalho.




Passam pirilampos a iluminar mágicos segundos
-----------------------do Futuro-sempre-a-brilhar-no-Presente.




A floresta demasiado negra , demasiado eterna,
-----------------------espalha silêncios onde se escondem
-------------------------------------------------[ vozes druídicas
da limpidez da tona de água
--------------------------------[ de um arroio-sempre-a-correr.]




Sei-me vida das searas distantes, onde semeio dramas
---------------dos desertos de areias desfeitas,
--------------das marés das ondas altas e grávidas de espuma e sal,
--------------dos sóis quentes e dos vermelhos roxos
--------------[dos horizontes que se afogam no mar]




Sei-me agente da Procura, quando geme a vida da pobre noite escura,
que perde o beijo do sol a entrar no mar rosto-da-demanda,
fome-seda-loucura-raiva
de quem não sei onde manda… ou por onde anda…




Sei-me flor do “ENQUANTO”,
que perdura no vento-em-que-ME-pairo-a-SER.







Maria Elisa Ribeiro
Julho/015

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