quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Poema (meu) -ob. regª



POEMA

RUMORES POÉTICOS

Está zangado, o vento.
Ruge contra todos os elementos
e leva por diante a sua irritada vontade
de tudo fazer oscilar.
Assobia mesmo dentro de mim.
Despe-me a imaginação e eu torno-me
dona de nada, dona de ninguém-
-nem-mesmo-de-mim,
sem certezas de nada, porque todas as certezas
são logo incertas, enfim.
Tenho a face contra o vento,
que é dono da minha face.
Dentro de mim, grito o desmaio das aguarelas
dos fulvos rubros poentes, que não pintam tempestades
filhas dos furores dos ventos, nem vivem nas mesmas telas.
Estou só…tenho o vento na Poesia do grito das aves…
…no rebentar das flores….nas fontes a chorarem águas-mágoas
das nascentes, que pariram gotas de gotas, que foram saindo delas.


Maria Elisa Ribeiro
Agosto-015

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