sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Poema meu (obra regª)




























NATURALMENTE ONÍRICO





naturalmente abraçados

às confidências

da noite,

acordamos enleados

sem sentir as notas desenfreadas

da melodia das névoas

nos renovados raios de sol,

que nos batem

à janela, apressados.

luzes opalinas da aurora

pingam gotas

de azul-orvalho.

um audacioso pardal

ansioso por dar

os bons-dias ao mundo,

levanta voo de uma

robusta árvore e

parte, dançando,

para o horizonte profundo.

aconchego-me ao teu olhar.

e o meu peito,

abraçado à tua sombra,

ouve a voz do teu Outrora

na minha sede de Agora,

com vontade de cantar os

teus lábios nos meus sufocados.

é ainda a juventude, amor,

que me impele a sonhar

a memória de uma história antiga.

junto ao rio, geme o salgueiro

de braços pendentes,

cansados de tocar nas águas,

que fluem indiferentes.

não há Presente sem Passado…

mas nada sabemos do Futuro…

neste Presente vivo,

aninhada em teus braços,

há o sorriso nos lábios

com que damos outros passos.









Maria Elisa Ribeiro

Maio/015










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