NATURALMENTE ONÍRICO
naturalmente abraçados
às confidências
da noite,
acordamos enleados
sem sentir as notas desenfreadas
da melodia das névoas
nos renovados raios de sol,
que nos batem
à janela, apressados.
luzes opalinas da aurora
pingam gotas
de azul-orvalho.
um audacioso pardal
ansioso por dar
os bons-dias ao mundo,
levanta voo de uma
robusta árvore e
parte, dançando,
para o horizonte profundo.
aconchego-me ao teu olhar.
e o meu peito,
abraçado à tua sombra,
ouve a voz do teu Outrora
na minha sede de Agora,
com vontade de cantar os
teus lábios nos meus sufocados.
é ainda a juventude, amor,
que me impele a sonhar
a memória de uma história antiga.
junto ao rio, geme o salgueiro
de braços pendentes,
cansados de tocar nas águas,
que fluem indiferentes.
não há Presente sem Passado…
mas nada sabemos do Futuro…
neste Presente vivo,
aninhada em teus braços,
há o sorriso nos lábios
com que damos outros passos.
Maria Elisa Ribeiro
Maio/015
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