domingo, 23 de agosto de 2015

CONTRA O DESGOVERNO DE JARDIM, NA MADEIRA!


"A obra maldita de Jardim retirou o pão da boca aos madeirenses"
O líder do PS Madeira considera que as décadas de políticas de Alberto João Jardim na Madeira se basearam num “endividamento galopante e oculto”.

DR
POLÍTICA CARLOS PEREIRAHÁ 12 HORASPOR PEDRO FILIPE PINA




Carlos Pereira assumiu a liderança do PS Madeira este ano, sucedendo a Victor Freitas. Já este mês, deu a conhecer o seu livro ‘A Herança’, obra com um mote perentório: ‘Saiba como o governo da Madeira escondeu a dívida’. Em entrevista ao Notícias Ao Minuto, o líder dos socialistas insulares falou sobre a sua obra, sobre os seus objetivos para o PS na Madeira mas também sobre a ‘obra’ de Alberto João Jardim.
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“O livro é a história real de uma governação antidemocrática, persecutória e desonesta que aproveitou todas as brechas do sistema para reforçar o poder junto do eleitorado regional e beneficiou da tolerância e da complacência da maior parte dos órgãos de soberania”, afirma o socialista, que questiona ainda como foi possível este cenário verificar-se. “Estava tudo a passar-se nas barbas de quase toda a gente”, critica.

E o que é este tudo? “A dita obra de Jardim tem muito que se lhe diga”, ironiza o socialista quando o questionamos sobre autarcas que deixaram marcas em termos de obras públicas, mas que fizeram desse mesmo investimento a base da sua governação, deixando para trás uma fatura ‘pesada’ de dívida. O autarca aqui, naturalmente, é Alberto João Jardim, homem que durante décadas assumiu a liderança política da Madeira, vencendo consecutivamente eleições regionais.

O socialista faz questão de realçar que não se pode diabolizar a dívida. “É bom separar o trigo do joio. A dívida é um instrumento de gestão governativa, a sua diabolização sem regras pode ser perversa”. Mas não perdoa as escolhas de Jardim.

“Um governo que construiu mais de 70 restaurantes pode-se dizer que fez obra mas não devia ter feito ‘aquela obra’”, diz-nos Carlos Pereira, acrescentando de seguida que Jardim “provocou a expulsão do investimento privado, tornou-se no principal empresário da restauração e hoje tem quase tudo fechado”. Pelo meio, e com a dívida a manter a tendência de crescimento – 23.000 milhões de euros em 10 anos, salienta o socialista – “nem um bom hospital foi capaz de construir”, dispara contra os anos de poder de Alberto João Jardim.

“Jardim desenvolveu um modelo insustentável sem as obras adequadas e com excesso de dívida com consequências no futuro dos madeirenses, que hoje pagam mais impostos do que qualquer outro português”. A sentença de Carlos Pereira sobre a herança de Jardim é severa: “foi uma obra maldita que retirou o pão da boca aos madeirenses” e os exemplos são às “centenas”, afirma o homem que tem nas mãos das mais difíceis missões para um candidato do PS em Portugal: conquistar votos ao PSD numa região historicamente ‘laranja’.

Que futuro para o PS na Madeira?

A Madeira é agora liderada pelo social-democrata Miguel Albuquerque. Carlos Pereira, aliás, assumiu o poder já após a vitória do homem que sucedeu a Jardim e que voltou a dar uma maioria absoluta na região ao PSD: 44,33% dos votos e 24 deputados – um pouco menos do que os 48,56% e os 25 deputados obtidos em 2011.

Na Madeira, os socialistas renovaram-se, mas também os sociais-democratas. Apesar do trabalho levado a cabo no livro ‘A Herança’, o discurso agora centra-se na austeridade, a mesma que foi mais elevada para os madeirenses do que para os restantes portugueses, afirma Carlos Pereira. “Os cem dias de governação [de Miguel Albuquerque] revelam um governo agachado e sem capacidade reivindicativa na defesa da Madeira”, diz.

O guião para conquistar votos de madeirenses está definido e baseia-se em três pontos: “crescimento económico, sensibilidade social e rigor orçamental”. Mas para o fazer reconhece que os socialistas terão de “trabalhar muito, de ser persistentes, de mobilizar pessoas de todos os quadrantes e assegurar a serenidade necessária ao partido”.

A “esperança” passa por “disputar o poder em 2019”. E há muito ainda por corrigir: “É preciso reconhecer que fomos incapazes, nas últimas eleições, de oferecer a alternativa necessária que interpretasse os anseios dos cidadãos da Madeira”, admite Carlos Pereira, que é um pouco mais defensivo na hora de definir objetivos para as eleições: a prioridade é aumentar a presença na Assembleia da República.PARTILHE ESTA NOTÍCIA COM OS SEUS AMIGOS

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