terça-feira, 3 de março de 2015

DAS NAÇÕES UNIDAS...À REVELIA DE OBAMA...


Netanyahu: "A batalha contra o Estado Islâmico não torna o Irão amigo dos Estados Unidos"


por Patrícia ViegasHoje5 comentários


Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante o seu discurso, esta tarde, no Congresso dos EUA, em WashingtonFotografia © REUTERS/Gary Cameron


Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou esta tarde no Congresso dos EUA, a convite do presidente da câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, à revelia do presidente norte-americano Barack Obama.


Nem Obama nem o seu vice-presidente, John Biden, assistiram ao discurso do líder israelita, que é dado como favorito para as eleições legislativas de dia 17 em Israel. Além das duas mais altas figuras da Administração dos Estados Unidos, mais de meia centena de congressistas democratas, senadores e membros da câmara dos Representantes, boicotaram o discurso de Netanyahu no edifício do Capitólio em Washington.

Aplaudido à chegada, Netanyahu começou por lamentar a polémica à volta do seu discurso, dizendo que nunca foi sua intenção causá-la e que Israel e EUA têm um destino comum. "Agradecemos tudo o que o presidente [Barack] Obama fez por Israel", disse, enumerando as várias ocasiões em que o chefe do Estado norte-americano tomou decisões para ajudar o seu país. "Muito do que o presidente fez por Israel nunca será conhecido porque está relacionado com questões sensíveis. Mas eu sei-o. E agradeço ao presidente Obama por esse apoio". O líder israelita agradeceu igualmente ao Congresso norte-americano pela assistência militar a Israel, como por exemplo no caso da chamada Cúpula de Ferro, o sistema de defesa antimíssil israelita.

Após os agradecimentos passou à questão do programa nuclear do Irão, à qual dedicou praticamente todo o seu discurso de quase uma hora. "O Supremo Líder do Irão, Ayatollah Khamenei tweeta que Israel deve ser destruído", garantiu, afirmando que o problema iraniano não é só um problema dos judeus tal como os nazis também não o foram. E sublinhou os conflitos em que diz haver interferência do regime iraniano, lembrando ataques a americanos na embaixada em Teerão, ataques no Líbano, no Afeganistão, na Argentina, nos EUA e em África.

"No Médio Oriente, o Irão controla quatro capitais, Bagdad, Damasco, Beirute e Sanaa. Temos de nos juntar para travar o avanço de terror e subjugação do Irão", apelou, referindo-se às cidades que servem de capital ao Iraque, Síria, Líbano, Iémen.

"Este regime será sempre um inimigo da América. A batalha contra o Estado Islâmico não torna o Irão amigo dos Estados Unidos. Eles querem um império islâmico, apenas discordam sobre quem o vai liderar, se é uma República Islâmica [do Irão] ou um Estado Islâmico", avisou Netanyahu, numa altura em que se aproxima o prazo limite - dia 31 - para um acordo entre o regime de Teerão e as grandes potências internacionais como os EUA sobre o seu programa nuclear.

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