sexta-feira, 27 de março de 2015

POEMA(obra registª)







FECHO-ME EM TI…


Fecho-me em ti, piano da VIDA,
Ao tocares a ferida do meu sentir.
Fado dolente…
Coração ardente, perdido nos ares que respiro…
…onde não perduro…

Se ao menos as flores abrissem, ao som dos acordes
Da força que irrompe do botão de rosa, a florir…
Se ao menos as aves cantassem a sonata do meu correr
Para ti, na madrugada da Imaginação…
Se ao menos uma semente germinasse ao som
Dos meus sentidos…a esperarem-te…

O mundo parou, no momento em que o vento
Ao passar em mim, deixou teu rosto no meu tormento.
Até a Lua navegou …de Crescente em Crescente…

Ruídos do teu ALÉM, sinto-os eu também,
Dentro da Saudade, estranha, potente, dessa luz navegante…

Tão noite, já! O teu amor adormeceu…
E montanha poderosa afasta-me da rosa de um sorriso teu!
Que faço, desta NOITE, escura como breu?

Faúlhas do meu desejo perdem-se nos ares,
Nos mares, nos lugares por onde perpassa teu cheiro,
No som de uma força
Que me ameaça…

Do fundo da terra, espiral de sensações irrompe, em força!
Vulcões em brasa…lava- magma -escorrido
Na guerra do FOGO contra o FOGO!

Pedaços de mim rebentam em ti…
Flores da Primavera, em longa espera do Sol de Verão,
Perdem-se no mar da Emoção…sem Razão.
Sonho o que me falta…falta-me tudo, do NADA que sou!
E escrevo, entretanto…espalho meu pranto,
Vivendo apenas o que posso ser…ALMA-MULHER!






Maria Elisa Ribeiro


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