"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 27 de março de 2015
Poema(Obra Registª)
Poema :
DE UM SOPRO…
-uma ave caiu no seio da noite e fez estremecer
o solo,
que dormia a germinar a semente-----
------suavemente dormia------
-uma cotovia branca amava uma cotovia negra
de longos cabelos cor do anoitecer-
-as árvores da floresta, solidárias e confidentes,
ofereciam o pouso das folhas
àquele amor inocente e incauto-
De um sopro…
-os pelos da terra que repousavam no chão, acordaram
e eriçaram-se na beleza dos bailados de amor
das aves, em voltas ritmadas pelo ar…
De um sopro…
. texturas, de ódio urdidas,
condenaram a ousadia da inocência…
…um caçador, sem biografia
inscrita no livro da harmonia,
decidiu ser hora de acabar
com toda aquela alegria,
que alagava os ares do seu mundo, pequeno e hostil…
De um sopro…
sob as ruinas das ervas agrestes--------repousa, agora---------
a memória da floresta enamorada pelas cotovias…
tal como a das cotovias que amavam na floresta-----------------
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
DEZ/013
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