terça-feira, 3 de novembro de 2009

Poema do ciclo "MODERNISMO"

Vermelho ofuscante: é a cor do Astro-Rei
Que cai por detrás das rochas erectas
Do deserto traiçoeiro onde o Ocaso
É deslumbre passageiro…

Dunas distantes de areias planas
Na viagem do caminheiro,
São natural abrigo da vida que a noite desértica
Esconde, na tenda do beduíno,
Abrigada do frio da noite…

Minh’alma peregrina descansa,
Acarinhada pelo deleite da seda amistosa
Em que poiso a face, curiosa…

( Silêncio fulcral!
Paz ímpar no areal…)

E sonho guerreiros destemidos, aparando os vendavais…
Traiçoeiros elementos nesta paz, sem igual!

Noite gélida!
Areia molhada vidrada endurecida
Por um orvalho anormal…
Cavalos possantes gemem baixinho
Dando à vida o ar de um momento especial…

Estrelas cintilantes dançam no céu do deserto,
Num desvanecer atento ao frio fragor do orvalho!

Os meus sentidos vivos vibram
Ao som de um rubro imaginar…
O contacto dos pés com a alma fria do sentir,
Deixa-me ver que a vida está a SOFRER!

Momento mágico!
-diferente do desfecho trágico
Do REI de Álcacer-Quibir…

Tempos tão idos, vindos ao meu encontro!

É o chegar de desfechos inesperados
Na memória daquela outra história que atingiu
Antepassados, presentes, vivos, desabridos, descontentes!
OUTRAS GENTES…

Do outro lado do Mundo,
Toda a vida, num segundo, desperta,
Numa floresta…

(Viajo depressa no Tempo, cavalo da minh’ilusão!)

Galgo montanhas tamanhas altivas
Que fazem recear o amanhecer…

Poiso, por fim, perto do ninho da águia,
Atenta astuta sábia
Que entende o meu “acontecer”…

(MAGIA-NA-VIGIA-DO-MEU NOVO DIA!...)




C7G -3/25 –NOV/09

9 comentários:

  1. Acabei de meter um video que envolve Álcacer-Quibir...

    Como sempre um dizer tanto em poema, parabéns.

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  2. Dunas distantes de areias planas
    "Na viagem do caminheiro,
    São natural abrigo da vida que a noite desértica
    Esconde, na tenda do beduíno,
    Abrigada do frio da noite…

    Minh’alma peregrina descansa,"

    Este pedaço transmite-me uma plena sensação de paz. Obrigado por isso.

    beijinhos amigos

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  3. Em Arte, como em tudo, o único artifício imperdoável é a naturalidade.
    Este poema conseguiu ir além, suplantou a beleza de algo que já é belo. Fui transportado para o deserto...
    Amei!
    Tácito

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  4. Daniel Silva(Lobinho): como sempre, meu amigo, obrigada pela tua apreciação. Olha, Daniel, não sei se fizeste mais algum comentário que eu não tenha publicado, porque tinha visto 5 comentários a precisar de moderação mas a Internet foi-se abaixo e quando reparei ainda só tinhapublicado 3...Depois, quando reabriu o programa, já lá não estavam os outros, que nem tive tempo de ler.
    BEIJITOS daLUSIBERO

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  5. T@cito- XANADU: como você, adoro o deserto, fascina-me e acho-o inspirador!Ainda bem que gostou, amigo!
    BJS DE LUSIBERO

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  6. DANIEL SANTOS: veja lá como são as coisas da vida. Andamos que tempo sem pensar numa coisa e, de repente...pensámos os dois na mesma entidade. Obrigada amigo pelas suas oalavras estimulantes.
    BJ de Lusibero

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  7. Inesquecível, de belo.

    A Natureza, sempre, no teu Ser. As belas comparações que fazes entre o teu ciclo de Vida e o percurso do Ser, e o fluir da Vida e do tempo.


    Lindíssimo...

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  8. TERRA DE ENCANTO:CONHECES-ME COMO NINGUÉM...OBRIGADA PELAS TUAS PALAVRAS, TÃO POÉTICAS E PELO INCENTIVO.
    BEIJOS DA MAMI

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  9. ...é que é soberbo! Não poderia dizer palavras diferentes das que digo.


    Parabéns!

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