foto google
Mãos enrugadas
molhadas pelo mosto da uva exposta.
Unhas negras, doridas, calejadas,
do esforço moiro a triturar o oiro…
Setembro agreste onde o sol celeste
se move, indiferente ao esforço da gente.
No cesto de vime depostas,
as uvas
libertam o sumo-néctar de BACO…
Na mesa, à noite, contam-se as tarefas
do dia cansado.
Vindimar… é rir e chorar!
apoiar as costas no nada da vida,
sufocar ao sol quente,
partilhar gente com gente
e… mesmo assim,
sentir-se contente!
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Embrenho-me no mosto da uva descarnada,
doçurenta, melosa, quente…
Enterro os pés na poeira quente
do solo
fértil e comovente…
Sei de cor,
o melhor e o pior da uva
a maturar…
Sinto na pele o comichar
do pegajoso contacto
com o vermelho escuro do mosto
abençoado!
Oásis de benesses, as vinhas do meu país!
Que bom nascer, tendo por berço
o cheiro da maresia vínica na raiz!
C6F -148/19 –SET/09
Para um Alentejano como eu, este poema diz-me muito. Vejo nele, tanto a dureza das vindimas como a pureza do produto final...
ResponderEliminarAbraço
Compadre Alentejano
Belissima homenagem á riqueza do nosso país que sao as vinhas, os vinhateiros e o trabalho desconhecido de quem faz o melhor cartão de visitas deste Portugal pequenino mas cheio de tanta coisa boa...
ResponderEliminarUm beijo
Graça
nem mais para um natural de Aveiro como eu sou, mais propriamente de Ilhavo.
ResponderEliminarÓ DANIEL...ENTÂO SOMOS DO MESMO DISTRITO!EU VIVO NA BAIRRADA! PINGA BOA...mas nunca bebi!
ResponderEliminarBEIJO DE LUSIBERO
EI, compadre, nós na BAIRRADA, não ficamos atrás nesta matéria...
ResponderEliminarABRAÇO AMIGO DE LUSIBERO
GRAÇA PEREIRA: tens razão! temos coisas ´~ao lindas e políticos "tão feios" , tão indignos do povo que somos!SOU UMA PORTUGUESA ALTIVA , ENOJADA COM A "LADROEIRA"!
ResponderEliminarBEIJO de lusibero, amiga.
Instigante e perfeito...o blogue. Prémios mais do que merecidos.
ResponderEliminarLindíssimo o poema, de amor à terra e ao apelo telúrico das mãos quer se deixam "sujar" pelos elementos e seus frutos: a terra, a uva...e o amor ao trabalho, feito de reconhecimento pelo papel de todos e cada um de nós neste nosso belíssimo Planeta Azul...
Olá Maria Ribeiro,
ResponderEliminarPassei por aqui, seleccionei o blogue, mas só agora vou deixar algumas palavras.
Excelente poema, glorificando a gente simples da nossa terra, que produz o néctar de BACO/DIONÍSIO, à custa de muito suor. Gente que admiro, espalhada pela província e tão longe da cidade «pôdre»!...
Bom fim de semana.
Beijinhos,
Manuela
MANUELA FREITAS: estou feliz por ter passado por aqui. Vou já ver onde está, para a conhecer um pouco melhor!
ResponderEliminarFico feliz por lhe ter agradado o poema...
Beijito de LUSIBERO
MANUELA FREITAS: AFINAL,JÁ A TINHA NOS MEUS FAVORITOS...PERDOE ,MAS SÃO TANTOS OS SEGUIDORES E OS FAVORITOS , QUE ,ÀAS VEZES ATÉ ME CONFUNDO! BEIJINHO DA LUSIBERO
ResponderEliminarÉ a primeira vezx que leio algo que VALE MESMO A PENA ler sobre as vindimas. nao sei adjectivar bem, mas está fluente, natural, espontâneo... e poético.
ResponderEliminarBeijinho amigo
DANIEL SILVA(LOBINHO): AGRADEÇO SEMPRE E EM TODAS AS SITUAÇÕES, OS TEUS COMENTÁRIOS. OBRIGADA POR TERES GOSTADO!
ResponderEliminarBEIJITO DE LUSIBERO