"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
“AMÁLIA…SEMPRE!”
Em PORTUGAL, estamos, por estes dias, a comemorar (a relembrar, melhor dizendo) os 10 anos do falecimento de AMÁLIA RODRIGUES.
Pode dizer-se que o mundo, de Norte a Sul, de Este a Oeste, conheceu o FADO português, como expressão musical, através da sua voz fenomenal. Conheceu … e aprendeu a amar!
Ver um japonês, de olhos fixos na artista, em palco, em Tóquio, com lágrimas nos olhos a ouvi-la, sem perceber uma palavra de Português…comove!
Não sou particularmente amante deste género musical; isso, no entanto, não impede que reconheça à artista o valor que teve e consegue manter, depois da sua morte, como atestam todos os meios de comunicação social.Como ninguém, Amália cntou o “pathos”, o sofrimento de um povo, sempre nos píncaros da melancolia, da miséria, da tristeza crónica, fosse a lavar roupas no rio, fosse a colher os cereais, previamente semeados , com sangue ,suor e lágrimas, fosse a partir para a faina ,nos barcos do bacalhau…
Comovem-me fados como:”De manhã, com medo que me achasses feia/ acordei (…) deitada, na areia (…)/”; e o fado “GAIVOTA” com odores de mar de canela e pimenta, hoje, novamente na ribalta dos “TOPS” musicais, com a extraordinária ajuda da Orquestra Filarmónica da República Checa, entra em mim, até à medula…
Significativo, pelo texto e pela voz, igualmente, “POVO QUE LAVAS NO RIO/ QUE TALHAS COM TEU MACHADO/ AS TÁBUAS DO TEU CAIXÃO…. / Este Fado, uma alusão à vida moira dos portugueses, os de há séculos e os deste século e do século passado, é de um lirismo, quase atroz, pelas visões de sofrimento que nos traz, sem querer… mas que nós, como povo, somos capazes de “ver”.
Também lavei no rio da minha aldeia, ao lado de minha avó que, qual BEATRIZ COSTA da época, lavava as roupinhas lindas das senhoras, de então…
Mulher tímida e simples no falar, no trato e nas origens, vaidosa com os seus “trapinhos”, como qualquer mulher, amada por novos e menos novos, Amália Rodrigues continua a fazer parte do projecto cultural português, quando se pretende elevar o FADO a Património Imaterial da Humanidade. E por que não? Fado é canto melancólico de marinheiro que parte, de povo que lava no rio, que cava terrenos, que faz por engrandecer um PAÍS cujos governantes o não merecem! FADO é dor, é SAUDADE, é abraço de despedida e alegria da chegada!
Para acabar esta minha singela recordação da mulher que amou e cantou PORTUGAL, nada melhor do que estas palavras , estes versos que ela deitou aos ventos, deste modo simples:” FOI DEUS/QUE ME PÔS NO PEITO/ UM ROSÁRIO DE PENAS/ E CHORO A CANTAR!”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Querida Amiga
ResponderEliminarQue beom que está de volta. tenho muito pouco tempo e ainda nao vi os seus posts anteriores mas entretanto passe no meu canto. Tem lá um abraço :)
Meu querido Lobinho: tenho estado a pôr em dia o meu blog. Passei de fugida no teu, mas vi um post demasiado importante, para "ir só de passagem". Perdoa, não é falta de interesse; é que eu quero apreender a Mensagem, para poder responder, com consciência.
ResponderEliminarJá lá vou, amigo.
Beijo de lusibero
Bonito testemunho, Maria.
ResponderEliminarHumano e real.
Um beijo
Ao som da guitarra, as palavras que lembram Fado e uma mulher simples que, de grande, só teve a alma e a voz.
ResponderEliminarUm beijo.
Graça
Bravo!
ResponderEliminarUm hacker, amiga? E eu a pensar que todos a ofertavam com prendas de amizade e de bem. Mas quem havia de fazer uma coisa dessas num blog tao pacifico e amigo? Interessa mesmo é tê-la de volta.
ResponderEliminarSobre Amália, eu sempre disse que sou muito Amália, no sentido de povo, de simplicidade. E o fado dela "povo Que Lavas no Rio" mexe-me sempre com a alma.
Como diria outro fadista, Paulo Bragança: "esta saudade de nós, que o mais triste pranto chora)...
Muitos beijinhos e como é bom tê-la de volta. Obrigado, mais uma vez pela distinção na Amizade.
beijinhos sempre amigos
GraçaPereira: grata pelas tuas amáveis palavras. Amália, realmente, de grande , "só teve a alma e a voz",como dizes. E eu atrevo.me a juntar:TEVE TUDO! Se há um Deus, no sentido religioso, deu-lhe os elementos necessários para que ela fosse grande!
ResponderEliminarBEIJOS DE LUSIBERO
DANIEL SANTOS: O teu "Bravo" é compensador!
ResponderEliminarBeijo de LUSIBERO
FRANCISCO: disse.me a "bruxinha" que ainda cá não estás. Obrigada, amigo, por continuares a apoiar a nossa amiga. OBRIGADA, TAMBÉM, PELO DESTAQUE QUE DESTE, generosamente, ONTEM, AO LUSIBERo! NÃO TENHO PALAVRAS PARA TE AGRADECER A DISTINTA HONRA!
ResponderEliminarATÉ LOGO!
BJS DE LUSIBERO
DANIEL SILVA:CHEGUEI À CONCLUSÃO DE QUE NÃO DEVO AGRADECER A AMIZADE! ELA SENTE-SE E DÁ-SE A QUEM ACHAMOS MERECÊ-LA! A MINHA, È TUA! DISPÕE DELA, COM O CARINHO QUE SABES TER , DE MIM. MAIS LOGO, VOLTO.
ResponderEliminarBJS AMIGOS DE LUSIBERO