quarta-feira, 3 de junho de 2009

Poema do ciclo "Místicos"



Corpo martirizado
Até ao mais profundo do SER…
Ossos entumescidos num
Profundo clamar a DOR!
Prostrado, assim, numa Cruz,
Esta é a Hora, em que falta a LUZ!

CHAGAS do total martírio
Jorrando TEU sangue p’lo meu,
Nessa HORA, nesse CÉU…

Veias expostas
Aos olhos,
De esperanças mortas…

INFINITUDE DO AMOR!

Mas quem aceita, SENHOR,
P’las ruas da GALILEIA,
Que se teça tão cruel teia?

Incompreensível vontade do PAI
Que vê seu FILHO esvair-se,
Regando de sangue o madeiro…

Cheira a ferros quentes
Nas Chagas pregados…
Torturas infligidas…
Mãos e pés sacrificados…

E as nuvens, naquela altura,
Desceram dos vendavais…
Rasgaram o ventre da Terra,
Sangraram ainda mais…

A TEUS pés, curvada, martirizada também,
Está TUA SANTA MÃE!

8 comentários:

  1. Não consigo, simplesmente, comentar.

    A beleza sofrida das palavras, podia adaptar-se a outra pessoa que nao Jesus Cristo com sua Mãe ao pés "Mãe, eis aí o Teu Filho, Filho, eis aí a tua Mãe"; podia ter sido escrito sobre outra pessoa da qual conhecessemos minimamente para perceber melhor esta ode, mas sendo da paixão de Cristo, torna-se mais enfático e toca mais.

    está sublime e retrata o que as palavras podem dizer sobre isto.

    ResponderEliminar
  2. Sim, toca. Com um misto de respeito e consternação. Ali, ao contrário, eu já tive a minha Mãe em meus braços... e assim voou..

    Mas diga-me, porque é que agora me trata por Lobinho em letras maiusculas? Sempre? Algum motivo especial?

    beijinho amigo e obrigado pelo poema. Nao se pode ficar indiferente...

    ResponderEliminar
  3. Não, indiferente, não deixa ninguém.

    Sabe quem conhece a minha escrita que não sou um fiel cristão. O respeito que tenho pela religião, nas suas mais variadas formas, é devido essencialmente ao papel iniciador e civilizacional de cada uma delas.

    Por isso, sinto o poema, não como um crente, mas como ser humano que respeita as suas próprias origens.

    Parabéns!

    ResponderEliminar
  4. Obrigada, Cirrus! É mesmo assim que eu vejo a religião, com respeito; do mesmo modo, trato com as opcões políticas e sexuais das pessoas...Com respeito...SOU batizada, porque isso,no tempo dos meus pais era um imperativo social..Não era bem olhado aquele que não baptizava os filhos e eu fiz o mesmo com os meus...Se fosse hoje, com o que sei da vida, tê-los -ia deixado decidir. Tem razão quando afirma que como ser humano ,respeita as origens.
    Não o tenho escondido dos amigos que por aqui passam, vivo cheia de dúvidas, não tenho segurança em nada, vivo a lutar por um aperfeiçoamento que se espalhe em meu redor e que dÊ "frutos "suculentos,numa aura de beleza.
    Abraço amigo de lusibero

    ResponderEliminar
  5. Daniel:por nenhum motivo especial!Mas sempre com grande carinho, bem o sabes. às vezes calha começar com maiúscula e vou por aí adiante...
    BEIJO AMIGO E RESPEITOSO DE LUSIBERO

    ResponderEliminar
  6. Maravilhoso Poema, Maria Ribeiro.Parabéns

    ResponderEliminar
  7. OBRIGADA, SIP.Este é um dos meus modos de me VIVER!

    ResponderEliminar