Há, na nossa vida, constantes dicotomias: somos seres alegres e tristes, justos e injustos, frontais e hipócritas, bons e maus…Sendo a Vida, como é, Mudança e Tenacidade, a fronteira é, por vezes, tão ténue, que tudo nos parece, permanentemente, igual, “mais do mesmo”, digamos assim!
Sofremos, porque isso é inerente à nossa constante “ebulição “interior; sofremos duplamente, quando, para além do nosso, nos apercebemos do sofrimento alheio. Perante os nossos olhos, expõe-se diariamente, o lado obscuro desta humanidade que, pretendendo escondê-lo, o vai revelando, aos poucos, quando o negrume já não cabe nas almas e começa a extravasar.
É épica, embora meteórica, a nossa passagem pelo universo…é o espaço do tempo de “um ai”…Entretanto, lutamos por um mundo melhor, esperamos pelo euro-milhões e os dias vão passando… Inexorável verdade que se vai sentindo na pele!
Madre Teresa de Calcutá, num dos seus muitos pensamentos sobre o ser humano e o mundo circundante, dizia, mais ou menos por estas palavras, que é preciso que sejamos bem cegos para não ficarmos extasiados com o espectáculo que são as estrelas, as flores e toda a natureza celeste, tolos e ingénuos para não reconhecermos o seu Autor e loucos, o suficiente, para não O adorarmos.
Este dissertar leva-me ao triste cenário dos países onde se morre de fome por falta de recursos naturais, de amor e de senso. Falo das horríveis imagens de sofrimento que nos mostram crianças, mulheres e idosos, vítimas inocentes de guerras, corrupção e ambições, mostrando as barrigas inchadas DE TANTO NÃO COMER! Falo desse mundo de desperdícios que, comodamente instalado perante todo o tipo de sofrimento humano, não consegue dar as mãos para destronar os ditadores imbecis e nauseabundos que continuam a beber o sangue, o pouco sangue, que corre nas veias dos inocentes. É impossível esquecer os olhos esbugalhados, de fome e terror, as moscas a cobrir a boca e o corpo das crianças com costelas quase à mostra, pronunciadas pelo estado de secura das gorduras e da água que esses corpinhos inocentes vão perdendo, a pouco e pouco, até ao minuto final! “Filhos de um deus menor”! -que a minha condição humana não consegue compreender ou esquecer!
E eu? Que posso eu fazer? Não sou um Maddof que roubou biliões…não tenho terrenos para vender nem para explorar petróleo, não tenho contas bancárias chorudas, não sou um multimilionário do mundo do futebol, não sou o Presidente dos Estados Unidos…Qual é o meu papel, no meio de milhões de desalojados famintos e refugiados doridos, de corpo e alma?
(PARA NÃO CANSAR OS AMIGOS BLOGUISTAS, CONCLUIREI ESTE MEU TEXTO, AMANHÃ OU DEPOIS.)
Há, na nossa vida, constantes dicotomias: somos seres alegres e tristes, justos e injustos, frontais e hipócritas, bons e maus…
ResponderEliminarAssim é, de facto...a Vida e o seu Oposto, O Bem e o Mal, Norte e Sul...todas as antíteses da nossa existência são possíveis...
Infelizmente, não sei dar a resposta à pergunta colocada...sei que 20% de nós consumimos 80% dos recursos do Planeta. E isso diz tanto de nós...
Obrigada pelo seu comentário lúcido, Terra de Encanto.
ResponderEliminarBeijos de lusibero
Mais em baixo, Lusibero. Mais em baixo.
ResponderEliminarhttp://sipofglory.blogspot.com/2007/07/ai-que-me-direi.html
Beijos.
Belo texto. Fica uma pergunta quase angustiante e de impotência, nao é? Qual o meu papel?
ResponderEliminarVou contar-lhe uma historia, Lusibero.
Houve uma vez um fogo. Todos os homens da aldeia tentavam apagá-lo, bombeiros, mulheres... e até um beija flor. Ia até um rio proximo pegava numa gota de água e levava-a até ao fogo deixando-a cair.
Perguntaram-lhe: nao achas que é completamente idiota levares uma gota de agua para um incendio destes? Nunca conseguirias apaga-lo.
E ele respondeu. "estou a fazer a minha parte"...
Beijinho grande
Claro que percebi , Daniel...Mas permanece sempre aquela vontade de ser capaz de fazer mais...Beijo de lusibero
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