BORDO VERSOS
É onírico este bordado que teço em palavras,
sempre que não estás
a meu lado.
_____________Assim, no meu estar-comigo-só,
_________bordo versos sobre o teu corpo, que vou acariciando
______com a força da ideia-na-cadência-do-canto-da-Lua-Cheia.
Meu pergaminho é tua pele macia,
onde invento versos-palavras-imensos, nos espaços vazios
que ocupam momentos de uma ausência fria.
______Se não vieres, que o vento os encontre…
______________que os desfolhe em tons de jasmim
_________________ e que os disperse, com carinho, até
voltarem para mim.
Ou então,
que os lance por sobre a seara-onda-de-mar-
-dourado como ouro de luar,
onde germina o grão
que está a florir com cheiro a pão.
Se assim não for,
guardá-los ei na gaveta das memórias ausentes,
em livros de pele-pergaminho-dos-orientes
bordados a aromas de rosas rubras de lágrimas quentes.
E se um dia os leres, se os quiseres desfolhar,
irás sentir toda a minha ausência-no-teu-tardio-voltar.
Maria Elisa Ribeiro
AGT/016
Sem comentários:
Enviar um comentário