segunda-feira, 6 de maio de 2024

POEMA: BORDO VERSOS

 




BORDO VERSOS

 

 

É onírico este bordado que teço em palavras,

sempre que  não estás a meu lado.

_____________Assim, no meu estar-comigo-só,

_________bordo versos sobre o teu corpo, que vou acariciando

______com a força da ideia-na-cadência-do-canto-da-Lua-Cheia.

 

 

Meu pergaminho é tua pele macia,

onde invento versos-palavras-imensos, nos espaços vazios

que ocupam momentos de uma  ausência fria.

______Se não vieres,  que o vento os encontre…

______________que os desfolhe em tons de jasmim

_________________ e que os disperse, com carinho, até voltarem para mim.

 

Ou então,

que os lance por sobre a seara-onda-de-mar-

-dourado como ouro de luar,

onde germina o grão

que está a florir com cheiro a pão.

Se assim não for,

guardá-los ei na gaveta das memórias ausentes,

em livros de pele-pergaminho-dos-orientes

bordados a aromas de rosas rubras de lágrimas quentes.

 

E se um dia os leres, se os quiseres desfolhar,

irás sentir toda a minha ausência-no-teu-tardio-voltar.

 

 

 

 

Maria Elisa Ribeiro

AGT/016

 

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