TU, POETA
Tu, poeta, sossegas o sono das macieiras encostadas
aos pinheiros resinosos,
no momento em que se ouvem, do pássaro-de-fogo,
os belos cantos guerreiros.
do alto mar, sob o sol quente do meio- dia,
envolto em aromas de especiarias-cravinhos-canelas,
ao leme de um irrepetível poema-caravela de Camões.
Arrozais do fulgor das madrugadas…florestas ambulantes
de frutos desconhecidos, jasmim das horas mais abençoadas
e corais de cores apetecidas, irás cantar.
No centro de tantas milhas náuticas, plantarás sílabas
de urzes e giestas, de outras belas árvores-em-flor
perdidas vinhedos acima, pelas areias do DOURO de PORTUGAL…
…e ouvirás, em distantes orientes, desconhecidas cantigas de amigo
de tantas jovens donzelas, em perigo…
(…flores brancas no crescente lunar, prontas a soltar
os cabelos de ouro a brilhar, esperam-te palavras-a-ciciar
numa fonte-lençol de água a jorrar…)
Maria Elisa Ribeiro
SET/018
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