domingo, 22 de março de 2015

Ontem foi o Dia Mundial da Poesia!





DIA DA POESIA




ESPERA




No cerne de uma fina penumbra, espero-te…
A noite vai chegar no pacto cósmico da verdade universal
do tempo …





Afago o coração com aromas do som das tuas mãos
que tocavam a minha melodia,
quando enleados, ouvíamos
a voz multicolorida que passava, furtiva,
entre os corpos-meu -e-teu…




Sinto o canto do rio que passa, indiferente…
…confidente que não espera, segue o rumo determinado
pela corrente,
sem conhecer o passar da esfera-pela-Era.




Um silêncio brilha no escuro
e tenta decifrar sinais que não são senão enganos.


A infância despediu-se, a chorar horas de contemplação
transformadas em nevoeiro,
presas por um fio a um espaço-tempo-vazio.




Teu rosto atravessa a cegueira das noites
em que não dormimos…
…e os sonhos permanecem
intactos, na verdade de cristal
de turvos lençóis desfeitos.




Não vás embora…não te desfaças nesta espera,
que confia no som dos teus passos-em-mim.




No cerne de uma fina penumbra
não vejo um cigarro aceso
a desafiar a luz prenhe das estrelas
nem o calor do luar a acender esperanças.
Um claro-escuro desvanece-se na música da noite
em que não aprendi o infinito-de-ti.




Aprendi, tão-somente,
que as rosas vão desabrochar, no dia
que voltará a ser noite
de memórias incandescentes,
no ventre das avezinhas…




Na noite, esperarei as luzinhas cintilantes
que, ao olhar-me, permitirão reavivar o Sonho,
pois que a Vida será, para sempre,
uma eterna espera, pela Noite…







Maria Elisa Ribeiro
DEZ/013

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