"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
domingo, 18 de julho de 2010
Poema:" PÃO-PEIXE"...
FOTOS GOOGLE
“PÃO_PEIXE”
Ao longo do Tejo, rompem barcas as águas descoloradas.
De madrugada, espreito o trabalho dos pescadores afadigados,
Comprometidos na dura tarefa de recolher o “pão-peixe”,
Que se debate nas redes, para escapar, sem que o homem deixe.
Alonga-se a vista pelo rio que esbate as margens,
Que o comprimem.
Solta-se a voz das gaivotas, assustadas pelo marulhar
Das barcas nas águas, tocadas pelo sabor das aragens.
De largo a largo, deixo a imaginação nadar,
Em tempos de eras efabuladas…
Mas não é aí que se detém a força indomável
Dos pescadores, movidos por outros intentos.
O barco nem sempre oscila com o peso do sustento ansiado.
Detém-se, por vezes, ao sentir-se aliviado do peso das redes
Lançadas à água com brutalidade e alento.
Salpicos de espuma, cheirando a maresia pura,
Acordam-me do torpor em que mareja a ternura
Dos navegantes d’outrora, em eterna procura
Das rotas do oiro, canela e pimenta dura…
CAD. 4 D-48 – MRÇ/08
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Lindo,para um final de domingo valeu a pena passar por aqui.
ResponderEliminarBeijinho.
Querida amiga, o mar para Portugal sempre significou "vida", desde os grandes descobrimentos, as rotas marítimas, e o sustento de milhares de pessoas que dependem da pesca, como você diz lindamente o peixe-pão. Linda poesia. Tenha uma linda semana...Beijocas
ResponderEliminarUm navegar calado.
ResponderEliminarO vinco na testa.
A névoa no olhar.
E, dentro,
na imensa calmaria interior
uma paz crepuscular
de rendição.
Valha-me Deus!
Bjs
Tácito
Parabéns!
ResponderEliminarMuito bom gosto!
Se me permitir voltarei outras vezes neste blog!
Obrigado,
João.
Notável!
ResponderEliminarEssa música é mágica...
João.
Um poema que conta uma história de trabalho e de vida.
ResponderEliminarBonito
beijos
A magia do mar é misteriosa e flexível como os próprios oceanos.
ResponderEliminar"O LOBO DE...POTT": Magia e mistério... duas palavras com as quais se compõe o Mar, num simples poeminha...
ResponderEliminarObrigada pela tua visita, LOBO!
ABRAÇO DE
LUSIBERO
Sim, Angela! trabalho, vida, sobrevivência e...sonho!Do TEJO partiram ascaravelas e as naus que deram nome e uma relativa riqueza a este pais ,que est+a sempre em dificuldades.
ResponderEliminarBEIJOS de
Mª ELISA
JOAO (PIRACICABA) obrigada pela sua visita! Venha sempre que quiser... esta casinha é nossa!
ResponderEliminarUM BJ DE
LUSIBERO
T@cito: respondeste com um poeminha que representa ,em síntese, tudo o que é o mar: destruição, inquietação interior versus calmaria...
ResponderEliminarBEIJO, amigo!
Mª ELISA
MARILU: é como já te disse, o mar está entrannhado na nossa genética... Quando o português emigra tem que ficar porto do mar, ou ,pelo menos, ter -lhe acesso! Está, cientificamente provado que se assim não for , ou morre ou tem que mudar de lugar!
ResponderEliminarBEIJINHO de
Mª ELISA
Manuel MARQUES: é bom saber isso...
ResponderEliminarBJ de
MªELISA
com cheirinho a maresia e tanta espuma salgada...
ResponderEliminardá gosto saborear... só falta uma gaivota esfomeada à procura de peixes em saldo...
Olá querida Maria Elisa,
ResponderEliminarBoa homenagem aos homens do mar, aos seus anseios e labutas.
Sempre tive um grande respeito e fascínio pelos homens do mar e pelo mar.
Para mim é um excelente programa ir até uma doca e apreciar toda aquela agitação, do barco que vai, do barco que chega...
Beijinhos.
Manuela
rouxinol de Bernardim:e nem só gaivotas!
ResponderEliminarABRAÇO
Mª ELISA
QUerida Manuela Freitas: é verdade! É lindo ver chegar estes trabalhadores que lutam, como ninguém pelo pão de cada dia.Eu não tenho a sorte de viver ao pé do mar ...
ResponderEliminarBEIJITOS, MANUELA!
Mª ELISA
Querida amiga!
ResponderEliminarApraz-me dizer-lhe que gostei muito do seu poema, pela sua intrínseca beleza evocativa e por o tema versar a pesca, assunto que por si já me sensibiliza. Mas há outro assunto que também me agrada dizer-lhe: É que fiquei deveras sensibilizado, ao constatar que uma senhora: professora de português e amante de livros se fez seguidora do meu modesto blogue.
Um beijo
Diamantino
Explicando-me melhor: Só poderia ficar sensibilizado por ter como seguidora, o que se pressupõe ser leitora das coisas que escrevo, uma pessoa culturalmente num nível superior ao meu, um operário com apenas a antiga quarta classe. Claro que isto não me diminui como pessoa, mas como como escrevedor de histórias, certamente me limitará.
ResponderEliminarCabe aqui dizer que tenho uma filha também professora e só isto já me faria ter pela classe um carinho desmedido.
Um beijo
Diamantino