quinta-feira, 8 de julho de 2010

LEMBRAR MATILDE ROSA ARAÚJO(MRA)

foto google



Grande mulher, escritora, jornalista, poetisa, autora de obras para adultos e crianças, Professora, nomeadamente na Escola do Magistério Primário do Porto, entre muitas outras actividades que exerceu e das quais falarei, mais adiante, MRA nasceu em Lisboa em 1921 e faleceu, há dois dias, em Lisboa (6/7/2010).
Não gosto de falar dos vultos da nossa Literatura, no dia em que se vão...Prefiro, cumplicemente, estar de luto, em comunhão com todos os amantes da nossa LÍNGUA, nesse dia. "DA NOSSA LÍNGUA! NÃO DA DE UM IMPERDOÁVEL ACORDO ORTOGRÁFICO" que desconheço, totalmente...E nem de todos os escritores...

De famílias burguesas, que podiam pagar-lhe Professores em casa ,a todas as disciplinas, nunca frequentou nem a escola primária nem a secundária, mas entrou na Universidade , em LISBOA, onde se licenciou em FILOLOGIA ROMÂNICA.
Os seus livros para crianças denotavam uma enorme preocupação de espalhar "valores", educação e ética; por isso, dividiu a temática infantil em três espécies específicas:
temas de "infância dourada",a "infância agredida"e a infância, de um modo global, como projecto de preparação do indivíduo, tendo em vista o seu futuro e a consciencialização do papel que o mesmo pode vir a ter, na sociedade.
A escritora recebeu vários prémios, dos quais destaco:
a)-em 1980, GRANDE PRÉMIO DE LITERATURA PARA CRIANÇAS, OFERECIDO PELA FUNDAÇÂO GULBENKIAN, ATRIBUÍDO TAMBÉM A RICARDO ALBERTY;
b)-Em1991, em SÂO PAULO, BRASIL. Prémio para o melhor LIVRO ESTANGEIRO DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CRÍTICOS DE ARTE, pelo sucesso do livro “O Palhaço Verde”;
c)-novo prémio da FUNDAÇÃO GULBENKIAN, em 1996,pelo sucesso do livro de poemas”FADAS VERDES”.
Mulher delicada, sem ser fraca de carácter- antes pelo contrário!-empenhou toda a sua vida nas LETRAS, em imensas causas humanitárias, pertenceu ao COMITÉ PORTUGUÊS da UNICEF, trabalhou como Instituto de Apoio à Criança, esteve na Sociedade Portuguesa de Escritores….
Colaborou com imensos jornais, quer de LISBOA, quer da Província.
Muitos dos seus livros reflectem o carácter de imensas pessoas com quem privou e, na LITERATURA INFANTIL, de alunos que teve e que se tornaram dignos de serem
Personagens, tanto nos bons, como nos maus exemplos.
Foi sempre muito crítica em relação ao comportamento de alunos, que não eram tão ingénuos como queriam fazer ver; por tal motivo, defendia a valorização da educação e dos valores do meio familiar, pois a FAMÍLIA é, ainda HOJE, a primeira escola da VIDA.
Muitos dos seus livros estão traduzidos em Línguas como o romeno e o moldavo; no Brasil a sua obra é bem conhecida.
Não recordo tudo o que pude ler desta escritora, na Biblioteca pobre do Colégio onde estive como aluna, ora interna ora externa; mas lembro-me bem da ficção “A GARRANA”, obra de 1943 que obteve um prémio do antigo jornal “O Século”, em parceria com o, também antigo, RÁDIO CLUB PORTUGUÊS.
Depois da sua “ida”, como é natural neste país, alguém lhe dará valor…
CONFIEMOS…
ATÉ SEMPRE!

NOTA: as ajudas para este post ,encontrei-as nos meus livros pessoais.
As recentes notícias sobre o falecimento da escritora relembraram certas coisas, que foquei.

4 comentários:

  1. Escrevo à mão... gosto de fazer letra. Gosto de desenhar a letra.
    A letra tem uma beleza como a palavra tem uma música.
    Um dia na escola da Calçada do Combro fiz uma sessão na Biblioteca. Brincávamos com as palavras. Eu perguntava quais eram as palavras mais bonitas. E uma aluna, magrinha, com umas olheiras até aqui, voltou-se para mim e disse:
    "A palavra mais linda é "vosselência""!

    (Entrevista - a Matide Rosa Araújo )


    Beijo.

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  2. as grande mulheres são inspirações eternas para nós. bjs

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  3. MANUEL MARQUES: tempos houve em que fui assim tratada, numa pequena aldeia tão interior que parecia que não existia!Fui PROFESSORA PRIMÁRIA num sítio onde as restas do soalho me deixavam ver o gado, em baixo.
    Foi no Concelho de VALE de CAMBRA e a gentileza e docilidade daquele povo, marcaram-me. Chamavam-me, quando saíamos da "ESCOLA", para ir lá a casa beber um copo...E diziam : "atão vossemecê só bebe água? Por isso é que vossemec~e é tão branca!
    Foi lindo, esse tempo...
    BEIJO
    Mª ELISA

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  4. CRIS FRANÇA: foram heroínas que abriram, à sua maneira, as portas que nos estavam fechadas , a nós, mulheres...
    BEIJO DE Mª ELISA

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