"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 9 de junho de 2010
MOMENTO DE REFLEXÃO...
FOTO MINHA DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS
MEDITAÇÃO
“À esquina do TEMPO”(Iº PARTE)
Num poema que publiquei, há dias, intitulado “À esquina de tudo”, encontrei motivo de reflexão, pois que o tema se presta a um posicionamento mental que engloba o TEMPO, como sendo a VIDA que cada um de nós tem. Dei comigo a pensar que, mesmo que nisso não pensemos, o quotidiano decorre com as nossas alegrias e as nossas tristezas, só porque o Tempo está sempre ali… à “esquina”! Faz parte do nosso percurso até que deixemos de existir, tal como ditam os deuses, que tudo sabem de nós e que, logicamente, nada nos dizem…
Só a Natureza, mãe orgulhosa das sombras e dos frutos com que nos presenteia, resiste ao terrível vexame de “acabar”… Rejuvenesce todos os anos, de todos os tempos conhecidos… consegue fugir à malfadada “esquina”; para ela, não há fim a que não se siga outro memorável princípio! Das doutrinas, filosóficas e teológicas dos amantes naturais da terra, os Druidas e os Celtas, há uma que sobressai e se relaciona também com o aspecto humano: “A alma humana é como a alma da Natureza: esta última não morre e as almas dos corpos, depois da morte, passam a outro “corpo”, seja ele o que for”.(in Os druidas e os celtas-HENRY D’ARBOIS).
Aqui, meus amigos, entra em acção o meu estimado cepticismo: não partilho desta terrível ideia de vir a ser um nabo ou uma portentosa sequóia… Não acredito nisso! Por tal motivo, ponto final nesse disparate e volto à minha linha de pensamento inicial: se me sinto a todo o momento”À esquina do tempo”, capto, pelos Sentidos ,os cheiros desse tempo que vai passando, batendo na minha face com o seu som e o seu toque original, que eu sinto sem ouvir… o Tempo não se ouve… tem-se, enquanto se tem!
Calma, não falo do VENTO…Falo do TEMPO, essa coisa misteriosa que é VIDA, que é PRESENTE e PASSADO… FUTURO, sê-lo-á? E, sendo VIDA, EU posso preenchê-la, seja noite seja dia, com a paisagem circundante, onde oiço os sons de vida dos pássaros, onde vivo o luar, onde alojo o ruído familiar do sino da minha aldeia, onde sinto a mão pesada, quer do SOL, quer da Chuva, no meu corpo, onde me dobro para apanhar uma flor ou um fruto…
Falo de outros tipos de coisas que fazem TEMPO-VIDA, como as melodias que o génio e o sentimento humano criam e encantam os meus sentidos e emoções, embalando-me o ouvido e o coração, fazendo-me cantar… dizer PALAVRAS, esse sagrado Sumo de MIM, "SER em COMUNICAÇÃO!"
Como ALBERTO CAEIRO (PESSOA) dizia:
“…Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade. (…)”
Pode estar-se, alguém pode estar mais `”esquina do tempo”, do que quando lê PESSOA?
PODE, SIM!(explicá-lo-ei, brevemente, à minha maneira)
FIM DA 1ª PARTE DESTE POST …( a concluir…)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Ensinou-me o tempo
ResponderEliminarque o tempo,
todo tempo
é um advento.
Abraços!
Tácito
Que texto mais bonito!
ResponderEliminarDeixou-me a pensar na vida.
beijos
T@cito/XANADU:GRANDE VERDADE, meu amigo!
ResponderEliminarABRAÇOS de Mª ELISA
Angela: um dia destes, publico a 2ª parte porque, quando escrevo, esqueço-me e o texto cresce...
ResponderEliminarBEIJINHOS
Mª ELISA