"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
terça-feira, 7 de julho de 2015
Poema meu
Poema
OUTRA SOU
sobem
pelas paredes da minha infância
gafanhotos e outros insectos
verdes com a relva verde
nos blocos de cimento desses muros musgosos
pousam pirilampos como velas luminosas
a iluminar as rosas
sou murmúrio sibilino
do vento ausente
que visita a serra
na velha colina exposta
da terra dos verdes anos
rodeiam-me os musgos
nos olhos das cintilantes estrelas
das noites belas perdidas
outra sou
a infância não ecoa na velha rocha granítica
que mítica se expõe nua ao luar
outra sou _________nada ecoa________a Hora voou
mas a luz cresce-me no chão
estendo a mão e não consigo retê-la
naquela mágica corola que apanhava o luar
mesmo quando ele não ia chegar
a distância transformou as paredes em sombras líquidas
onde a música não soa e nada ecoa
senão
o silêncio da solidão
Maria Elisa Ribeiro
Junho/015
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