Primeira vacina contra o ébola com 100% de eficácia
por B.C.
Fórmula foi testada na Guiné-Conacri durante o surto de ébola que matou mais de 11 mil pessoas em África.
É a primeira vacina contra o ébola e mostrou ter 100% de eficácia em ensaios clínicos conduzidos na Guiné-Conacri, durante o surto da doença que infetou cerca de 28 mil pessoas na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria.
Os ensaios clínicos, que envolveram 4000 mil participantes, foram realizados a uma velocidade sem precedentes: médicos, cientistas, dadores e farmacêuticas colaboraram de forma a obter em 12 meses os resultados que, por norma, levam uma década a atigir.
Se a eficácia da vacina se confirmar, como é esperado, numa população mais alargada, esta será determinante na luta contra o ébola, ajudando a erradicar o número de casos e a controlar futuras epidemias da doença, que matou cerca de 11 mil pessoas no último surto registado. A Organização Mundial de Saúde declarou a Libéria oficialmente livre do vírus a 9 de maio de 2015.
Devido à natureza mutável da doença e à urgência para testar a vacina contra o mortífero vírus do ébola, os ensaios clínicos foram implementados de forma diferente: em vez de vacinar metade da população em risco de contrair o ébola com a fórmula e dar à outra metade um placebo, a eficácia da vacina em estudo foi aferida de maneira semelhante à da vacina contra a varicela, testada na década de 70 do século passado. Assim, quando havia registo de um caso de ébola, os investigadores em campo vacinavam todas as pessoas que tinham contactado com o doente, sempre que estas se mostravam disponíveis - família, amigos, vizinhos. Crianças, adolescentes e grávidas foram excluídos, por não existirem ainda dados que comprovem a segurança da vacina nestas populações mais débeis.
Estes grupos recebiam a vacina até três semanas depois de estar confirmado o caso próximo de ébola. Entre as 2014 que foram vacinadas imediatamente, não foram registados casos de ébola até dez dias depois da vacinação. Já nos grupos que receberam a vacina com mais dias de intervalo, registaram-se apenas 16 casos em 2380 vacinas.
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