quinta-feira, 23 de julho de 2015

Escritores portugueses



De Aquilino Ribeiro, in Net :

"Refugiei-me na literatura como num convento do Monte Atos. Desde os primeiros anos do Colégio que tivera pronunciada tendência para a especulação literária. Por agora volvia à leitura (...). Entrava para a Biblioteca Nacional com o abrir do portão e era o último a largar. Nunca me aconteceu adormecer sobre os livros como convidava aquela sala em abóboda, firmada em aduelas de tijolo, verdadeira adega do espírito fradesco, com o salitre tomístico colado aos muros, no ar a boiar ainda a mofeta inextinta dos silogismos. Mas havia muitos que dormiam e ressonavam, sem escândalo para ninguém, louvados sejam os leitores da Morgadinha dos Canaviais. Tão encharcado andava eu de leituras que, involuntariamente, cheguei a falar como os heróis de Camilo, prestando-se o facto um dia a franca chuchadeira dos amigos. Curei-me do vernáculo nas relações com os meus patrícios sarcasticamente triviais, mas não deixei de prosseguir na formação autodidáctica".


In Um Escritor Confessa-se

Ler mais: http://visao.sapo.pt/aquilino-ribeiro--a-arvore-da-vida=f71…

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