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quinta-feira, 2 de julho de 2015
DE ESPANHA...
ESPANHA
Ex-tesoureiro do Partido Popular afirma que há um saco azul no partido desde 1982
HÁ 2 HORAS
José María Aznar e Mariano Rajoy sabiam perfeitamente que a contabilidade paralela do partido existia, diz o ex-tesoureiro. PP refuta acusações.
Luis Bárcenas foi funcionário do PP desde 1982
Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images
Autor
João Pedro Pincha
jpedropincha
Tópicos
CASO BÁRCENAS
ESPANHA
PARTIDO POPULAR
O Partido Popular (PP) espanhol tem um saco azul pelo menos desde 1982, acusa o ex-tesoureiro, Luís Bárcenas, que responde em tribunal por um alegado esquema de corrupção que envolve altos dirigentes do partido de Mariano Rajoy. Em causa, o favorecimento de empresas em concursos para obras públicas da última vez que o partido esteve no poder.
Segundo o documento entregue por Bárcenas para a sua defesa, ao qual o El Mundo teve acesso, há “um sistema perfeitamente institucionalizado” de contabilidade paralela no PP, no qual, “como em todas as pirâmides hierárquicas, as instruções emanavam de cima para baixo”. Ou seja, de acordo com o ex-tesoureiro, o atual e o ex-primeiro-ministro, José María Aznar e Mariano Rajoy, tinham conhecimento da situação, bem como Manuel Fraga e Antonio Hernández Mancha, presidentes da Aliança Popular, partido que antecedeu o PP.
Bárcenas alega que, entre 2008 e 2009, período em que foi tesoureiro do partido, “sempre reportou às duas pessoas de que dependia hierarquicamente: o Sr. Rajoy e a Sra. Cospedal”, secretária-geral do PP.
O líder parlamentar do Partido Popular reagiu entretanto às acusações de Bárcenas, alegando que ele é que montou um esquema de contabilidade paralela para proveito próprio e retirando ao PP qualquer responsabilidade sobre o assunto. “O senhor Bárcenas não goza de nenhum tipo de credibilidade. O que ele tem de fazer é reconhecer que era ele que manejava essa caixa que se alimentava de determinados fundos e dizer à sociedade espanhola quando pensa devolver o dinheiro que tem na Suíça”, disparou Rafael Hernando.
Luís Bárcenas entrou para o PP em 1982 e desde 2009 que tem estado envolvido em processos judiciais que envolvem alegada corrupção na política espanhola, em particular no Partido Popular. O processo contra ele, relativo a donativos àquela organização que nunca foram declarados, começou em 2013, quando os jornais El Mundo e El País denunciaram que Bárcenas tinha pago luvas a diversos políticos e empresários espanhóis, de forma a influenciar concursos para obras públicas.
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