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terça-feira, 2 de junho de 2015
Do Mundo...in "Público"
EDITORIAL
“O mais forte inimigo da humanidade”
DIRECÇÃO EDITORIAL
02/06/2015 - 05:42
O exército iraquiano continua a perder território para o EI. O que explica esta vulnerabilidade?
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A guerra na Síria
Alexandra Lucas Coelho
Editorial
Estado Islâmico
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Se não fosse trágico, seria anedótico. Os Estados Unidos venderam ao Exército do Iraque milhares de viaturas blindadas, resistentes a grande parte da artilharia ali utilizada. Pois o autoproclamado ‘Estado Islâmico’ tem vindo a apoderar-se delas também aos milhares (só em Mossul “ganhou” 2300) e a usá-las como bombas em ataques suicidas. Conclusão: agora os EUA planeiam agora enviar umas 2000 armas antitanque para Bagdad, para destruírem os tanques americanos que tinham enviado como armas de defesa e ataque.
Certo é que, enquanto as armas antitanque não chegam (e talvez com elas os iraquianos destruam os tanques que perderam para o inimigo), o EI vai prosseguindo com desesperante sucesso a onda de atentados suicidas que lhe garante novas conquistas. Foi assim que tomaram Ramadi e é assim que progridem no terreno e alargando influência. Com cada vez maiores perdas para o Governo iraquiano, que em poucas horas viu sucumbirem 77 combatentes seus. Não há, nesta progressão, grandes lições a tirar a não ser, como já aqui se escreveu, o falhanço das estratégias seguidas contra o EI.
Numa reportagem publicada domingo na revista 2 do PÚBLICO, um general curdo descrevia deste modo o EI à jornalista Alexandra Lucas Coelho, no norte do Iraque: “O ‘Estado Islâmico’ junta a experiência de guerra no Afeganistão, na Tchetchénia, do regime de Saddam, da guerra civil síria, dos soldados ocidentais. São o mais forte inimigo da humanidade.” A este retrato pode juntar-se um outro, resultante da divulgação de um vídeo onde esbirros do EI torturam um rapaz de 14 anos capturado na Síria (condenado à morte conseguiu fugir, porque o seu executor se condoeu dele). A BBC entrevistou-o e a outro jovem, garantindo este último que entre os combatentes do EI os adultos serão uma minoria, a maioria terá entre 13 e 16 anos. Serão, então, estes “o mais forte inimigo da humanidade”? Ou há alguma coisa mal explicada por aqui?
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